Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO CIVIL IV (DIREITO DAS COISAS) Ana Carolina Barbosa Pereira Matos Direitos Reais �Diferenças entre Direitos Reais e Direitos Pessoais(ou obrigacionais): o Teorias negativistas (Thon, Schlossmann, Demogue): • não há diferença entre direitos pessoais e direitos reais. • Os direitos reais não passam de técnica jurídica para restringir comportamentos. • Esta teoria não é mais aceita pela doutrina moderna. Direitos Reais o Teoria personalista (clássica): • o direito real é uma projeção da personalidade sobre a coisa. • O exercício do direito real feito diretamente sobre a coisa, sem intermediários (relação direta entre o titular e o objeto). • No entanto, a relação jurídica que envolve direito real é estabelecida entre pessoas: no pólo ativo está o titular do direito real e no pólo passivo há o que a doutrina chama de sujeição passiva universal. Direitos Reais o Teoria realista: • é o poder imediato da pessoa sobre a coisa, sem qualquer tipo de intermediação. • Não há que se falar em sujeição passiva universal, pois significaria transpor um vínculo jurídico a pessoas estranhas à relação. • Há um direito subjetivo oponível erga omnes, sem que haja, em abstrato, um sujeito passivo determinado. • A teoria personalista, apesar das críticas, é a que tem maior receptividade na doutrina. Direitos Reais o Há uma tendência doutrinária que defende que a diferença entre direitos reais e direitos pessoais irá desaparecer. o Nelson Rosenvald e Cristiano Farias apontam para a chamada “obrigacionalização do direito das coisas, na medida em que todos os direitos reais, sem exceção, abrigam em sua estrutura uma relação jurídica de direito real e uma outra relação jurídica, de direito obrigacional. A primeira, pautada pela situação de domínio do titular sobre a coisa;e a segunda, na relação jurídica de conteúdo intersubjetivo, envolvendo uma necessária cooperação entre o titular do direito real e a coletividade”. o Então quem são os sujeitos ativo e passivo da relação jurídica de direito real? Direitos Reais �Direitos Patrimoniais= Reais e Obrigacionais �Diferença entre Direitos Reais e Obrigacionais: Direitos Pessoais Direitos Reais Relativos (eficácia entre as partes) Absolutos (eficácia erga omnes) Vincula a pessoa do credor à pessoa do devedor Vincula o titular à coisa Possuem sujeito passivo determinado: devedor Possuem sujeito passivo indeterminado Numerus apertus Numerus clausus A coisa é objeto mediato da relação A coisa é objeto imediato da relação O exercício se dá pelo intermédio de outro sujeito O exercício se dá sem intermediários Atipicidade Tipicidade Direitos Reais o As normas que regulam os direitos reais são de natureza cogente, de ordem pública. o As normas que disciplinam o direito obrigacional são, em regra, dispositivas ou facultativas, permitindo às partes o livre exercício da autonomia da vontade. o Somente os direitos reais podem ser adquiridos por usucapião Direito das Coisas �Titularidade e obrigações propter rem: • Como a própria terminologia revela, a obrigação propter rem, não constitui direito real, mas trata-se de obrigação. • Esta obrigação existe em função do direito real e seu titular (sujeito passivo da relação obrigacional) é o próprio titular do direito real. • A pessoa do devedor será determinada apenas pela titularidade do direito real. Direito das Coisas • Conhecidas também como obrigações mistas ou ambulatórias, inserem-se entre os direitos reais e direitos obrigacionais, assimilando características de ambos. • Assim, excepcionalmente, a mera titularidade de um direito real importará a assunção de obrigações desvinculadas de qualquer manifestação de vontade do sujeito, impondo-se sua assunção a todos os que sucedam ao titular na posição transmitida. • A obrigação nasce com o direito real e com ele se extingue. Direito das Coisas • Exemplos de obrigações propter rem: todos os direitos de vizinhança, referenciados no Código Civil (arts. 1.277 à 1.313), o dever do proprietário de um imóvel rural de conservação do meio ambiente a convenção do condomínio (art. 1.228, §1º, do CC), etc. • Tais prestações decorrem da assunção do direito real de propriedade, acompanhando o imóvel em todas as suas mutações subjetivas. • Obrigações propter rem ≠ Ônus reais Direito das Coisas • As obrigações propter rem afetam o titular da coisa ao tempo em que se constitui a obrigação. Nos ônus reais o adquirente posterior se responsabilizará por débitos contraídos pelo titular anterior. • Os ônus reais são ambulatórios – movimentam-se de um titular a outro, não constituem dívidas do proprietário, mas sim encargos da própria coisa (Ex.: Art. 1.345, do Código Civil). Direito das Coisas • Enquanto nas obrigações propter rem o proprietário devedor responde com todo o seu patrimônio, nos ônus reais só será atingido no limite do valor do bem, pois a garantia real implica na sua responsabilidade por uma dívida de terceiros. • É lícito convencionar que obrigações propter rem sejam solvidas pelo possuidor da coisa. Ex.: repasse dos encargos condominiais ao locatário. • No entanto, isto não importa transferência de obrigação real ou alteração de sujeição passiva. Sendo ineficaz o referido acordo perante terceiros. Direito das Coisas • O STJ possui o entendimento que as obrigações proptem rem constituem ônus reais. “O entendimento desta Corte é tranqüilo no sentido de que os encargos de condomínio constituem ônus real, devendo o adquirente do imóvel responder por eventual débito existente. Trata-se de obrigação propter rem” . Direito das Coisas 1) Considerando os dispositivos do Código Civil relativos ao direito das coisas, assinale a opção correta. (CESPE/2009 – OAB – SP) a) São elementos da relação jurídica oriunda dos direitos reais subjetivos: aquele que detém a titularidade formal do direito, a comunidade e o bem sobre o qual o titular exerce ingerência socioeconômica. b) Ao titular do direito real é imprescindível o uso da ação pauliana ou revocatória para recuperar a coisa em poder de terceiros, inclusive na hipótese de fraude à execução. c) A promessa de compra e venda registrada no respectivo cartório de registro de imóveis e a propriedade fiduciária constituem exemplos de direitos pessoais. d) Caracterizam-se os direitos reais pela formação de relações jurídicas de crédito entre pessoas determinadas ou determináveis, estando o credor em posição de exigir do devedor comportamento caracterizado por uma prestação de dar, fazer ou não fazer. Direitos Reais GABARITO 01) A
Compartilhar