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Caderno Civil I

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Direito Civil I
Mariana Lara, mariana@mcampos.com.br
Provas: 
26\09
31\10
05\12
Código civil: O código é uma lei extensa que busca ser completa acerca de determinado tema. É organizado sistematicamente.
O que é o Direito? O direito é um corpo composto por normas, com a finalidade de disciplinar a vida em sociedade, evitar conflitos e trazer soluções para os que já existem. A principal função do direito é a função ordenadora. O direito é um fenômeno cultural, criado pelas pessoas e para as pessoas, todo direito é construído\posto. Está em constante transformação para se adaptar a evolução e necessidade da sociedade. 
Direito público: Disciplina as relações envolvendo o estado, busca proteger os interesses da coletividade. 
Direito privado: Disciplina as relações entre particulares.
De acordo com alguns autores os direitos públicos e privados não formam uma divisão estanque uma vez que as disciplinas são prioritariamente públicas ou privadas, mas não exclusivas.
Direito civil: Se sustenta em três partes: Pessoas, ações (negócios jurídicos), e bens.
História do Direito civil - 03\08\16
Introdução a história do direito privado e da codificação – Giordano Bruno Soares Roberto
No início o direito civil que vigorava no Brasil era de Portugal. E era organizado em ordenações.
- Manuelinas – Afonsinas – Filipinas 
Essas ordenações criadas em Portugal eram as mesmas do Brasil. Com a emancipação da independência brasileira esperava-se que surgisse um novo código civil, mas não foi o que aconteceu. Não de imediato.
Vivia-se um período caótico, pois o panorama era composto com um código diferente da realidade que se vivia. 
Augusto Teixeira de Freitas foi contratado no período colonial para elaborar a chamada consolidação das leis civis – 1857. Mas não era um trabalho original, era baseado nas mesmas leis de Portugal. 
Após o sucesso de Teixeira o governo colonial decidiu contratar novas pessoas para fazerem um código civil. O que fracassou, os projetos não foram aprovados pela comissão revisora.
Apenas em 1916 foi promulgado o primeiro código civil cuja o projeto foi de um importante jurista chamado Clóvis Bevilaqua. 
Com a mudança da sociedade esse código foi revogado e entrou em vigor o novo código, o que temos hoje, promulgado em 2002. 
Mesmo sendo um código relativamente jovem podemos dizer que ele está atrasado, pois ele foi elaborado muitos anos antes de ser promulgado. 
Lei de introdução as normas do direito brasileiro. (LINDB)
Introdução: Essa lei traz em seu texto regras gerais para a aplicação das leis, não só as civis, mas, todas as normas do direito brasileiro. 
Equivale ao decreto lei número: 4.657\42
Vigência das leis: Elaboração, promulgação e publicação. Quando a lei é publicada ela está apta a ter sua vigência. (A vigência é a vida da lei – Caio Mario). Nem sempre a vigência se dá com a publicação, pode inicia-la após decorrida a vacatio legis. (estabelecido como período de adaptação). 
O artigo 1º da LINDB estabelece que a lei começara a vigorar no pais 45 dias depois de oficialmente publicada, salvo disposição contraria. Leis que provocam mudanças muito grandes podem ter um tempo de vacatio legis maior, como o novo CPC (1 ano). E algumas leis estabelecem em seu texto que entrarão em vigor na data de sua publicação. Para se saber quando a lei entra em vigor é necessário olhar o texto da lei (geralmente nos artigos finais), e se não houver prazo estipulado será aplicado a regra geral de 45 dias.
Continuidade das leis: Uma lei, desde que não tenha vigência temporária, terá vigor até que outra a modifique ou revogue. (Cessação da vigência de uma lei). 
Pode-se ter uma revogação expressa (que não deixa dúvida) ou tácita (terá que ser analisado). Ex: Ficam revogadas as leis a b, c. Art. 2.045 do cc. Foi expressamente revogada.
Em uma revogação tácita o interprete tem que avaliar se realmente existem conflitos entre as leis, através de uma análise sistemática. 
Art. 3º LINDB: A lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
Efeito repristinatorio: Uma lei após ser revogada não pode voltar a ter vigência. A não ser expressamente declarado em lei.
Obs.: Podem haver leis diferentes sobre o mesmo assunto sem que uma revogue a outra, leis que conseguem conviver de maneira harmônica.
A revogação pode ser total ou parcial. Ex: Código civil de 1916 foi revogado totalmente, mas pode revogar apenas um artigo – parcial. O desuso não revoga uma lei.
Obrigatoriedade da lei: Art. 3º: Ninguém se escusa a cumprir a lei, alegando que não a conhece. 
A ideia desse artigo é que, a partir do momento em que uma lei foi publicada ela chega ao conhecimento das pessoas. 
OBS: No direito penal se aceita o erro de direito: em alguns casos a pessoa pode alegar que não conhece a lei, e isso pode ocasionar a redução da pena, mas não a exclusão da culpabilidade.
Integração das normas: Art.4º: Quando a lei for omissa o juiz decidira de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.
Não existem leis para todos acontecimentos e fatos da vida cotidiana, se a lei for omissa o juiz não pode deixar de decidir acerca do conflito, ele pode buscar resposta em outras fontes do direito. São chamadas as fontes formais do direito, mas existem também as fontes informais, doutrinas, jurisprudência, contrato.
Interpretação das leis: Art. 5º: Na aplicação das leis o juiz atenderá os fins sociais a que ela se dirige e as exigências do bem comum. Os direitos de maneira geral devem se exercer de acordo com o bem comum. 
Eficácia das leis no tempo: Art. 6º: A lei em vigor terá efeito imediato e geral. Irretroatividade (em alguns casos, direito penal, a lei poderá retroagir, se for beneficiar o réu). O direito civil não tem essa regra, pois ele não pode beneficiar nenhuma das partes com o risco de prejudicar o outro.
Ato jurídico perfeito: § 1º: Ato jurídico que já aconteceu, que se consumou completamente na vigência da lei antiga, e se vier uma lei nova ele não pode ter efeito no que já passou. Seguindo a regra geral do direito civil não há efeito retroativo.
Direito adquirido: A lei não pode retroagir para retirar de alguém um direito já adquirido antes da lei existir. 
Coisa julgada: é a decisão da qual não cabe mais recurso. E quando isso acontece a lei nova não pode interferir. Se uma lei não cabe mais recurso a nova lei não pode vir para retroagir.
08\08\16
Parte Geral – Direito Civil - Pessoa natural – Personalidade.
Construção histórico-filosófica.
Quem são os particulares? As pessoas, que podem ser:
Naturais: Seres humanos, física.
Jurídicas: sociedades, associações.
A pessoa natural é um dos pontos centrais do ordenamento jurídico, feito por pessoas e para pessoas, para proporcionar um convívio harmônico entre elas.
A palavra tem a origem: Per – sonare: soar por – mascara.
Se pessoa é associada a uma máscara ela exerce um papel.
Papel social: papel de agente.
Ser capaz de ação (fim em si mesmo).
Ser sujeito (não objeto).
Portanto, as pessoas não podem ser reificadas. Como pessoas, representamos papeis o tempo todo. 
Cristianismo – Dicotomia: Cristo (Deus, espirito) e Jesus (homem, carne).
Possuem a mesma natureza, mas são pessoas diferentes.
Na individualidade cada um é uma pessoa diferente, mas todos somos da mesma natureza. (De pessoa).
Boécio definiu pessoa como: “Substancia individual de natureza racional”.
Subsistir: existir de maneira autônoma.
Racional: sujeito que possui estados mentais internos, capaz de ação.
Tomás de Aquino – XIII
A pessoa humana é análoga a pessoa divina, e possui três características:
Imanência: Noção de interioridade, a pessoa se auto pertence. (Possui consciência)
Transcendência: Abertura para o outro, interação, exterioridade.
Perseidade: Fim em si mesma, a distingue de um objeto.
Para essa compreensão, foi necessário romper com as características teológicas.
Iluministas radicais – XVIII
Pensadores que buscaram cortar as raízes metafisicas.
Dissecações: Estudar o corpo humanopara descobrir como é o seu funcionamento.
Homem máquina: Foi o que descobriram com suas pesquisas, que o corpo humano funciona através de circuitos interligados, é uma máquina.
Os iluministas queriam acreditar somente o que se via, dar valor aos elementos físicos e não mais aos espirituais.
Conceito pós metafisico de pessoa- STANCIOL
Características da pessoa natural:
Autonomia: Poder de criar normas para si mesmo, fazer escolhas. A autonomia não significa autossuficiência, e nunca é plena, pois há limites, físicos, jurídicos, etc... E mesmo limitada a autonomia é de grande importância e deve ser mantida no mais alto patamar possível.
Alteridade: Interação, é nela que nós nos formamos como pessoas, exercitando a autonomia, e também damos abertura para o outro, para que ele possa exercer sua autonomia.
Dignidade: Autorrealização da pessoa humana. A dignidade da pessoa humana aparece no art. 1º da CR\88, como um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito. A dignidade pode ser entendida como uma soma de autonomia e alteridade. Uma pessoa digna consegue se autorealizar a partir do momento em que está inserida em um meio e possui o livre desenvolvimento de sua personalidade. 
Pico Della Miranda – XV
“Arbitro e soberano artífice de si mesmo”. O homem é um juiz construtor de si mesmo.
Eudamonia: vida boa, existem várias formas de se alcançar a vida boa. O homem é um sujeito capaz de ação e é o único ser que pode se transformar naquilo que quiser.
Situação desumana: que não é própria do humano, indigna.
Para que uma pessoa possa desenvolver sua personalidade ela precisa do mínimo de dignidade, acesso a saúde, educação, lazer. 
Valores: Valores morais que são compartilhados socialmente e que constituem a personalidade. Muitos valores, hoje, já estão positivados. Ex: CR\88: Direito de personalidade. Os valores previstos em lei visam garantir que as pessoas tenham acesso a dignidade.
A pessoa tem um papel primordial na interpretação e aplicação desses valores, pessoa é um processo, um vir a ser e pode se tornar o que quiser. 
Corpo: Sustenta a pessoa, é mutável, durante a vida, crescemos, envelhecemos e passamos por diversas mudanças.
É por meio do corpo que as pessoas se interagem, com as chamadas interações cerebrais.
Autonomia- Alteridade- Dignidade – Valores- Corpo.
Como essa pessoa tão complexa aparece na dogmática jurídica?
A pessoa é o centro e fim do ordenamento jurídico. Vivemos em um estado democrático de direito que possibilita as pessoas a viverem de várias formas, é um Estado plural, de diversidades.
A pessoa aparece no código civil como um ser de personalidade, que possui a qualidade de ser pessoa, a capacidade de direito, que é a aptidão para ser um sujeito de direitos e deveres.
- Todo ser humano tem personalidade.
Capacidade de fato: Capacidade de exercer pessoalmente direitos e deveres na ordem jurídica. Nem toda pessoa possui capacidade de fato, depende da consciência. 
Ex.: Um bebe não pode exercer sozinho papeis na vida jurídica, assim também um idoso, deficiente, etc... Essas pessoas possuem outras que as representam.
Em uma procuração se transfere a capacidade de fato para que outra pessoa exerça uma atividade em seu nome.
Art. 225; VII, CF\88: Animais e seres inanimados não são pessoas, são coisas.
O sistema jurídico se divide em: Pessoas e coisas.
Protege-se os animais pensando nas pessoas. 
Quando começa e termina a pessoa natural?
10\08\16
Início da personalidade
Pessoa- Personalidade: Capacidade de ser pessoa.
Capacidade de direito: Aptidão genérica de adquirir direitos e contrair obrigações, não depende de estado de consciência.
Capacidade de fato: Capacidade de exercer pessoalmente os atos da vida civil. 
Início da personalidade da pessoa humana? Há mais de uma teoria acerca dessa questão.
Nascituro: Ser já concebido, mas ainda não nascido, o feto. 
Art. 2o do código civil: A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Nascimento com vida: Respiração. Quando a criança nasce e respira entende-se que ela nasceu com vida, e isso já constitui a personalidade.
Lei 6.015\73, art.53: Natimorto. Os natimortos têm um registro especifico no cartório.
O registro de nascimento não atribui personalidade ao ser humano, tem natureza declaratória e não constitutivo. O registro não constitui o indivíduo como pessoa, apenas registra isso.
Direitos do nascituro: Existem teorias que falam sobre quando começa os direitos de personalidade.
Teoria concepcionista: Segundo essa teoria já é pessoa desde a concepção. Essa teoria tem ligação cristã pois a partir do momento da concepção o feto já possui alma.
Teoria natalista: A personalidade só começa a partir do nascimento com vida.
Personalidade condicionada\condicional: O nascituro não é pessoa, mas ele já possui expectativas de direitos, direitos em potencial, se nasce com vida adquire o direito, se for um natimorto nunca vai ter.
Alguns direitos do nascituro já estão pacificados: 
Situações que acontecem do nascituro enquanto nascituro podem ser discutidas após o nascimento com vida.
Independente da teoria adotada, a lei diz que o nascituro não tem direitos patrimoniais. A teoria concepcionista diz que o nascituro tem direitos a personalidade, não sobre bens. O nascituro não herda enquanto feto, apenas após nascer com vida.
Lei 11.105\2005, art. 5º: Lei de biossegurança: Autoriza a pesquisa com células tronco embrionárias.
ADI 3510: Alega que essa lei é inconstitucional pois os embriões já são pessoas.
A lei de biossegurança é constitucional, com o argumento de que a vida acontece só após o nascimento com vida, se protege a vida, mas não qualquer vida, a vida da pessoa, e na concepção não teria a pessoa, etc...
Embora a teoria concepcionista seja cheia de furos ela é ainda preponderante na doutrina.
Lei 11.804: Lei de alimentos gravídicos: Art.1º: Essa lei disciplina o direito de alimentos da mulher gestante e a forma em que será exercido. Durante a gestação o custo de vida da gravida aumenta, e o pai deve contribuir desde a gestação para os gastos com ela.
Como o nascituro vem sendo tratado no STJ: Seguro DPVA, gravida perde o bebe em acidente de transito, algumas decisões vão a favor da gravida receber o seguro e algumas em não receber pois o feto não é pessoa.
18\08\16
Fim da personalidade: Morte. Não existe morte civil.
Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
O que é morte? Não é um momento claro, delimitado. É um processo, quando os órgãos, vão parando de funcionar. 
A morte é um fato jurídico. Possui várias consequências. O código civil não define o que é morte, a doutrina o faz.
Lei de transplantes: 9434\97 Art. 3º, morte encefálica, parada total e irreversível.
Coma e estado vegetativo: Tem atividade encefálica, essas pessoas estão vivas para o direito. 
Anencefalia: Ausência de encéfalo, sucedido por uma acrania.
Morte real, cadáver: Atestado médico + certidão de óbito. Atesta que a pessoa natural morreu e que acarreta os fatos jurídicos. 
Morte presumida: Há ausência de corpo. Art. 7º do CC.
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - Se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II - Se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
Quando a pessoa some e há grande risco de vida, a parte da morte presumida a família consegue uma certidão de óbito, não se exige prazo.
Ausência: Se preocupa com o patrimônio do ausente.
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procuradora quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
A curandeira dos bens do ausente responde por eles no prazo de 01 ano.
Sucessão provisória: Não se pode vender os bens do ausente por 10 anos. 
Sucessão definitiva: Pode vender os bens, a morte será presumida por ausência.
Comoriencia: Quando morre várias pessoas ao mesmo momento. Ex.: Acidente.
Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
22\08\16
Incapacidade
Capacidade: Art. 1º, CC. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. É reconhecida a todo ser humano.
Capacidade de direito: Ser titular de direitos e de contrair obrigações. 
Se por um lado a capacidade de direito é reconhecida a todo e qualquer ser humano nem todo ser humano tem a capacidade de fato. A capacidade de direito é a de adquirir e a de fato é a de exercer pessoalmente (diretamente, por si só), esses mesmos direitos e deveres.
Capacidade de fato: Aptidão genérica para exercer pessoalmente os atos da vida civil.
Capacidade de fato plena: Para que se possa exercer os atos da vida civil sozinho é necessário a capacidade de discernimento, boa saúde mental. 
Nem toda pessoa tem essa capacidade de discernimento, muitas vezes em virtude da pouca idade, imaturidade, doença física (coma) ou doença mental, etc., a pessoa pode ter essa capacidade reduzida ou anulada. Essas pessoas precisam de alguém para que as auxiliem nesse processo.
Incapaz: Aquele que não tem capacidade de fato plena.
Legitimação: Aptidão especifica para a pratica de certos atos. Ex.: Para que um pai venda um bem para um filho os outros tem que consentir, se isso não ocorrer o contrato será anulado. Não é um critério que envolva capacidade de fato, mas como esse ato especifico poderia “prejudicar” os outros filhos o legislador preferiu criar essa legitimação.
Incapacidade: Pode ser definida como sendo uma restrição legal ao exercício de atos da vida civil imposta aos que não possuem o pleno discernimento, necessitando de proteção.
A restrição é ao exercício, isso significa dizer que a incapacidade se relaciona a capacidade de fato, a capacidade de direito não sofre restrição, é algo decorrente da própria personalidade. Na incapacidade se tem as pessoas que não podem exercer atos da vida civil. São as pessoas que possuem ausência de entendimento, discernimento plena, que necessitam da proteção do Estado. Só há hipótese de incapacidade quando a lei expressamente estabelecer, é uma restrição legal, o regime de incapacidade é a exceção, na dúvida se opta pela capacidade, maior liberdade. Não existe hipótese de incapacidade pelo mero avanço da idade.
Vontade do incapaz: A vontade do incapaz tem que ser levada em conta, de acordo com as especificidades do caso concreto, a ideia é ouvir, saber as vontades do incapaz respeitando seu grau de maturidade respeitando seus interesses.
A incapacidade pode sofrer gradação, de modo que se tem a chamada:
Incapacidade absoluta: Os absolutamente incapazes não têm nenhum grau de entendimento e discernimento, ou vão ter algum grau que ainda é muito baixo, o mínimo. Essa pessoa não tem capacidade de fato nenhuma, há a interdição para a realização de todos os atos da vida civil. Como essa pessoa não pode representar absolutamente nada, há a necessidade da nomeação de um representante, para atuar em nome e em interesse de uma outra pessoa, é uma exigência, chamada de representação legal. O ato praticado sem o representante é invalido, nulo e tem que ser desfeito.
Art. 166. CC. É nulo o negócio jurídico quando:
I - Celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
 
Incapacidade relativa: É uma situação intermediaria entra a incapacidade absoluta e a capacidade plena, pois entre esses extremos a pessoa tem algum grau de entendimento e discernimento, e consequentemente ela vai ter um regime diferenciado. Ele não será representado, apenas assistido. O assistente não faz nada sozinho, atua em conjunto com o assistido. O relativamente incapaz não pode praticar um ato sem o assistente, se o praticar o ato será anulável.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - Por incapacidade relativa do agente;
Se um incapaz pratica um ato sem o seu representante ou assistente o ato será invalido.
Hipóteses de incapacidade no ordenamento jurídico: 
Critério etário: Relacionado com a idade.
Art. 3o: São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. 
Os pais são os representantes.
Art. 1.690. Compete aos pais, e na falta de um deles ao outro, com exclusividade, representar os filhos menores de dezesseis anos, bem como assisti-los até completarem a maioridade ou serem emancipados.
Na falta dos pais o representante será o tutor.
ECA: Estatuto da criança e do adolescente. Lei 8.069\90. Considera a criança e adolescente como pessoa, ainda em fase de desenvolvimento e é sujeito de direitos. Deve ser ouvida de acordo com sua maturidade.
Art. 15. ECA: A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
        Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
        I - Ir vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;
        II - Opinião e expressão;
        III - Crença e culto religioso;
        IV - Brincar, praticar esportes e divertir-se;
        V - Participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
        VI - Participar da vida política, na forma da lei;
        VII - Buscar refúgio, auxílio e orientação.
Art. 4o. São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I - Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
O relativamente incapaz já tem algum grau de discernimento, age junto com seu assistente (pai ou tutor). Já pode praticar alguns atos sozinhos, sem qualquer assistência. Votar, assinar contrato de trabalho (menor aprendiz).
Art. 228. Não podem ser admitidos como testemunhas:
I - Os menores de dezesseis anos;
Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno discernimento.
Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos.
Art. 666. O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado pode ser mandatário, mas o mandante não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras gerais, aplicáveis às obrigações contraídas por menores.
Mandato: Negócio jurídico em que se passa poder para outra pessoa agir em seu nome. Procuração.
24\08\16
Deficiência mental\intelectual ou enfermidade que reduzem o discernimento: Essas doenças sempre foram causa de incapacidade, se é absoluta ou relativa vai depender do grau de incapacidade. 
Processo de interdição: Nomeia um médico que fara uma análise para determinar a doença do paciente, se é total ou parcial. Nos dois casos é nomeado um curador, representante se for incapacidade absoluta e assistente se for incapacidade relativa.
Lei 13.146, de 6 de julho de 2015 – Estatuto da pessoa com deficiência.
Art. 1o - É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.
Os propósitos são ótimos, busca incluir a pessoa com deficiência em nossa sociedade, promovendo sua inclusão e cidadania. 
 Parágrafo único.  Esta Lei tem como base a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, ratificados pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo no 186, de 9 de julhode 2008, em conformidade com o procedimento previsto no § 3o do art. 5o da Constituição da República Federativa do Brasil, em vigor para o Brasil, no plano jurídico externo, desde 31 de agosto de 2008, e promulgados pelo Decreto no 6.949, de 25 de agosto de 2009, data de início de sua vigência no plano interno.
Art. 2o - Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
O conceito de deficiência aqui é muito amplo, e se percebe que se destina a todos os tipos de deficiência, relacionado a qualquer barreira que a pessoa possa ter na sua interação.
Art. 12.  O consentimento prévio, livre e esclarecido da pessoa com deficiência é indispensável para a realização de tratamento, procedimento, hospitalização e pesquisa científica.
A pessoa com deficiência tem o direito de escolha, aumenta sua autonomia.
Art. 114.  A Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar com as seguintes alterações:
Essa lei modificou bastante a teoria das incapacidades e não trouxe solução para muitos problemas que ela criou.
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I - os menores de dezesseis anos; II – os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III – os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. REVOGADO
“Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. I - (Revogado); II - (Revogado); III - (Revogado).” (NR).
O estatuto da pessoa com deficiência retirou todos do campo dos incapazes em seu art. 6º: A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa (...)
A pessoa como deficiência mental ou intelectual jamais poderá ser considerada como absolutamente incapaz.
A lei parte de pressupostos equivocados, eles entenderam que deficiência é sinônimo de incapacidade. Só que não era, o que gerava a incapacidade era a redução do discernimento, uma deficiência física não gera incapacidade.
O regime de incapacidades tem por objetivo a proteção dos incapazes, mas quando se retira os deficientes desse meio eles estarão desprotegidos.
Ex.: A prescrição não corre contra os absolutamente incapazes. 
Prescrição: Quando se tem uma dívida, o direito estipula um tempo para que se haja a cobrança.
Outro pressuposto equivocado, é que o regime do código civil de 2002 é opressor, que foi feito para oprimir, uma morte civil. Só que, na verdade o objetivo dele nunca foi oprimir, na pratica uma pessoa com deficiência leve possa ser enquadrado em uma incapacidade absoluta, mas essa não era a logica, o critério é o discernimento. Além disso houve uma certa pressa na aprovação, não houve muita discussão.
Falta de técnica legislativa: usou a palavra Núbia, e matrimonio, ao invés de usar núbil e matrimonio, na hipótese de a pessoa poder se casar, mesmo a pessoa sendo plenamente capaz o seu curador poderá responder por ela.
Atropelamento legislativo: altera artigo do Código de Processo Civil para introduzir a possibilidade de pedido de curatela pelo próprio interessado (Art. 1.768 do CC), mas este artigo será revogado pelo novo CPC.
É uma lei errada de muitas maneiras, a consequência seria a desproteção. Não temos soluções. 
Resumo: 
Hoje, a única hipótese de incapacidade absoluta é do menor de dezesseis anos.
Se a pessoa tem deficiência mental ou intelectual e não exprime nenhuma vontade podemos encaixa la no artigo 4º III, como relativamente incapaz, o que gera uma série de problemas.
Se a pessoa tem deficiência mental mas exprime alguma vontade ela poderá ser encaixada como plenamente incapaz na vida civil e ser representado com um curador.
O art. 4º como capacidade relativa coloca duas hipóteses: 
II - Ébrios habituais e os viciados em tóxicos, que efetivamente possuem o vício, dependência química com essas substancias, poderão ser considerados relativamente incapazes e precisam de um curador.
IV – Pródigos, criticado por muitos autores, pois se a pessoa gasta demais por causa de um distúrbio ela deve ser interditada por causa dele, e não por causa do ato. Mas em contrapartida se for alguém que gaste demais e for plenamente saudável ela não deve ser interditada. Vai interferir nos atos de administração do prodigo
Em todos os casos de interdição relativa haverá um representante, para o menor será chamado de tutor maior curador, assistente.
Parágrafo único: A capacidade dos indígenas sera regulado por legislação especial. 
Vale para os indígenas que precisam de proteção, e existe um tratamento especial para ele, algumas regras protetivas. Ele não é incapaz, será regulado pela legislação especial. 
Aquisição da capacidade de fato plena: Quando a incapacidade cessa.
A incapacidade cessa, quando cessa a sua causa. Quando a pessoa se cura, ela não precisa ser tratada no regime de incapaz, ela readquire a capacidade de fato plena para os atos da vida civil. Se a pessoa é menor a incapacidade cessa quando ela fizer 18 anos pois essa é a idade que o direito civil estabelece.
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Existe a possibilidade de adquirir a capacidade de fato plena pela emancipação, antes dos 18 anos, a lei já traz essas hipóteses.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - Pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; 
Os autores costumam chamar de emancipação voluntaria, feita por vontade dos pais, é necessário os dois, ou apenas um se o outro for falecido. É feita em um cartório de notas, por instrumento público (escritura). 
Quando quem quer emancipar não são os pais, e sim o tutor, vira algo mais burocrático, o juiz precisa se manifestar.
II - Pelo casamento; ainda que contra a vontade dos pais, quando o adolescente se casa ele automaticamente se emancipa. 
III - Pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV - Pela colação de grau em curso de ensino superior; fazia sentido quando a maioridade era com 21 anos.
V - Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. Hipótese para adolescente que já trabalha, é um caso comum para artistas, cantores, etc... 
Independente da hipótese de emancipação ela é irrevogável e irretratável.
Ex.: A pessoa casou com 16 e divorciou com 17, ela não volta a ser incapaz por menoridade.
29\08\16
Direitos da personalidade: Podem ser definidos como os direitos que irradiam da personalidade humana.
“São verdadeiras emanações da personalidade humana. ”
Os valores da pessoa que são verdadeiras emanações da personalidade vão ser positivados de acordo com o contexto. Direito a vida, honra, dignidade, nome, integridade física.
Direitos de personalidade: Esses valores que são essenciais para a pessoa humana e que acabamos positivando para protege-las.
O direito de personalidade tem uma construção mais recente, o código civil de 1916 não trazia um código especifico sobre direitos de personalidade. 
O primeiro documento que foi positivado foi a declaração dos direitos humanos, revolução francesa, mas não tratava de tantos assuntos acerca da personalidade. A declaração do direito do homem e do cidadão após a 2 guerra mundial foi o documento mais importante.
Em 1988, os direitos fundamentais já começam a aparecer. No código civil de 2002 temos um capitulo especifico intitulado direitos de personalidade, Art.11 CC.
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos dapersonalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
O primeiro ponto que nosso código entendeu relevante para positivar foi a violação dos direitos de personalidade. 
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Essa mesma ideia aparece na constituição da república:
Art. 5º: X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
A lei considera a violação desses valores como algo muito grave e que merece uma sanção, no direito penal isso pode ser punido, no direito civil tem a responsabilidade civil, o indivíduo terá que responder pelo ato.
Em primeiro momento retirar essas ameaças. Ex.: Divulgação de fotos sem autorização. Retira-las. Há a possibilidade de pedir uma indenização na tentativa de restaurar um dano que foi causado. Uma vez que se tenha a violação do direito de personalidade o direito tenta ressarcir esse prejuízo causado com uma ação de danos morais.
Dano moral: Esfera subjetiva, dor, sofrimento, que afeta a esfera psicológica.
Em uma ação pode se ter danos morais e materiais
Danos matérias: Redução do patrimônio, é algo que se pode avaliar facilmente em pecúnia. (Dinheiro).
Além dessas indenizações a lei fala de outras sanções cabíveis, que podem ser até mais eficazes do que uma indenização.
Ex.: Retratação, pedido público de desculpas.
Ou, seja quando houver violação no direito de personalidade pode-se haver uma ação de danos morais, materiais, e até outras sanções cabíveis. (Ex.: pedido público de desculpas)
31\08\16
Violação dos direitos de personalidade
Art. 12 CC - Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
Parente em linha reta: Ascendente ou descendente. 
Colateral: Irmãos, primos, etc.
Se alguém ataca a memória do falecido pode causar dor e sofrimento aos familiares, isso pode gerar uma indenização. Alguns autores tratam disso como projeção pós mortem dos direitos de personalidade. A legitimidade não é, e não poderia ser do morto, mas dos familiares.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Características desses direitos de personalidade:
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
Personalíssimos e intransmissíveis: O uso não pode ser cedido, justamente porque são personalíssimos, próprios da pessoa e da pessoa. O que pode acontecer é a cessão ao uso desses direitos. Ex.: Uso da imagem em uma propaganda.
Oponíveis erga omnes: Significa contra todos, o direito de personalidade pode ser oposto contra todos, um sujeito pode invocar a defesa do direito contra qualquer pessoa, e a coletividade. Ainda que não se tenha uma contratação previa. Significa dizer que cabe a todas as pessoas o dever de respeitar o direito de outros.
Não são numerus clausus: A constituição já traz em si uma lista de direitos, e poderia entender que não existem direitos além deles, seriam taxativos. Só que, quando se trata de personalidade eles não são taxativos, desde que seja um valor ele pode ser invocado a proteção. Os direitos de personalidade não estão limitados ao já previamente definidos na constituição. Ex.: Direito ao esquecimento. Uma pessoa pode ser esquecida em um fato que esteve envolvido, e se não tiver interesse para a coletividade (jornalístico) ele não precisa ser lembrado.
Extrapatrimoniais: Os direitos de personalidade não possuem valor patrimonial, quando há violação a discussão se dá em termos patrimoniais pois não há outra maneira de quantificar e restaurar.
Imprescritíveis: Os direitos de personalidade não se perdem pelo não uso. É o mesmo de dizer que a pessoa desde que nasce (ou concebe), até a morte possui todos os direitos de personalidade. O direito de pedir indenização por uma violação especifica prescreve, apenas o direito de personalidade em si que não, nesse caso o prazo é de 03 anos. Prescrição: O direito, via de regra, estabelece prazos para que direitos e faculdades sejam exercidos, não gosta de deixar de maneira geral, direitos abertos para sempre, sobre o risco de insegurança jurídica.
Os direitos de personalidade são irrenunciáveis e não podem sofrer limitação voluntária: Ao direito de personalidade em si não há renúncia, mas, o que trata no art.11 não é renúncia, é uma limitação, e isso pode acontecer, de maneira temporária, por exemplo.
Enunciado 4, da I jornada de direito civil:
“O exercício dos direitos de personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem geral”. 
Esses enunciados não são fontes diretas do direito, são mais doutrinas.
Qual a limitação desses direitos de personalidade? Até onde o indivíduo pode dispor dele.
“Mesmo que alguém manifeste, expressamente, sua vontade, não será possível ceder o exercício de um direito de personalidade com afronta à dignidade. ”
Dignidade seria limite?
Normalmente os autores usam o catálogo de dignidade os direitos já preestabelecidos.
Arremesso de anões (França, 1991): As autoridades proibiram essa conduta pois seria atentatório ao princípio da dignidade humana, que é um elemento de ordem pública, o arremesso reduz o corpo do anão a um projetil (objeto, reificado). 
Os argumentos contrários a proibição é que há uma exclusão do deficiente, e a dignidade deve ser vista como um livre exercício da dignidade, além de influenciar na esfera socioeconômica.
João Batista Villela: “ O código civil, em seu artigo 11, agrilhoou as pessoas naturais aos seus direitos, ao invés de proteger a sua liberdade, e que isso parte de uma concepção estática da personalidade, o que não se pode se sustentar. ”
Ascenção: “ A personalidade é um projeto, que o homem deve realizar em comunhão com sua autonomia”. 
Conclusão arremessos de anões: 
Houve autorização para ser reificado, autonomia não está subordinada a ordem pública, esta deve ser construção ético-discursiva. Impedir o uso do corpo é reificar.
A dignidade não é o limite da autonomia, mas o exercício dela.
Os direitos de personalidade podem ser entendidos como:
[...] Direitos subjetivos que põem em vigor, através de normas cogentes, valores constitutivos da pessoa natural e que permitem a vivencia de escolhas pessoais (autonomia), segundo a orientação do que significa vida boa, para cada pessoa, em um dado contexto histórico-cultural e geográfico. (STANCIOLI)
Clausula geral de tutela da pessoa humana: Dignidade da pessoa humana.
Paulo Mota Pinto - Decorre do próprio reconhecimento da dignidade da pessoa humana como valor no qual se baseia o estado o direito ao livre desenvolvimento da personalidade.
Quando uma constituição prevê a dignidade da pessoa humana, consequentemente ela prevê o livre desenvolvimento da personalidade, mesmo quando não se trata acerca disso expressamente.
Não há direito absoluto: todos os direitos podem sofrer alguma restrição, limitação, dadas as circunstâncias.
Integridade física: 
Direito a vida e ao próprio corpo. Art. 5º, III da CF e código penal (lesão corporal, homicídio, etc.) Art. 13º do código civil.
Quanto protege a integridade física protege a vida da pessoa e o seu corpo.Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso (proibido) o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Esse artigo engessa o cidadão, não há uma definição muito clara do que são os bons costumes, nem a doutrina e jurisprudência. Pode ser definido como algo ligado a ética, construído subjetivamente em um dado contexto, como algo que a sociedade considera bom.
Quando reduz a integridade física, diz respeito ao uso do corpo em situações que ele pode ser lesionado.
Ex.: Cirurgias plásticas, uso do corpo para esportes, artes.
05\09\16
Livro: Anderson Schreiber – Direitos da personalidade
Obsessão no controle dos corpos.
Igreja católica- Imagem e semelhança de Deus. Divino. O corpo foi visto dentro de um paradoxo, foi criado a imagem e semelhança de Deus e por isso seria perfeito. O corpo era visto como intocável, imutável e sagrado.
Paradoxo do corpo- Fonte de pecados. Controle. O corpo era fonte de pecados e precisava ser controlado e punido para evitar que ele caísse no pecado. 
Se por um lado a igreja considerava como pecado certo uso do corpo, alguns comportamentos até passaram a ser classificados como crime.
Ordenações Filipinas (1603) Título XIII.
A homossexualidade era tida como pecado e além disso como crime, a pena ultrapassava a pessoa do próprio condenado.
No século XIX houve a patologização dos comportamentos desviantes, o homossexualismo passa a ser considerado como doença. Michel Foucalt fala sobre o biopoder, que é um poder que controla os corpos.
Corpo na atualidade: Espaço de autorrealização da pessoa humana, o corpo se adequa a identidade da pessoa. Ex.: Decisão do STF de aceitar pessoas com tatuagem em concursos.
Ainda há entendimentos em que o corpo é considerado como algo sagrado e intocável. Inclusive com base no art.13.
Conceito ocidental de corpo: Possibilita a pessoa ser e estar no mundo, no tempo e no espaço, que permite sua interação com o entorno, com as outras pessoas e consigo mesmo e que, acima de tudo, é elemento conformador da identidade, sendo extremamente plástico e mutável. Com isso conclui-se que a tradicional noção de integridade física se mostra inadequada. 
A pessoa precisa ter um direito à liberdade de uso e auto manipulação do corpo. Esse direito afasta qualquer intervenção não autorizada, e a manipulação dele de acordo com o ideal particular de vida boa.
Não é um direito ilimitado, podem haver limitações excepcionais, circunstanciais e justificada.
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.
Diretivas antecipadas de vontade (Resolução 1995/2012)
Art. 1: Definir diretivas antecipadas de vontade como o conjunto de desejos, prévia e expressamente manifestados pelo paciente, sobre cuidados e tratamentos que ele quer, ou não, receber no momento em que estiver incapacitado de expressar, livre e autonomamente, sua vontade.
Living will (testamento vital): documento no qual o paciente dispõe em vida os tratamentos ou a recusa destes para quando estiver em estado de inconsciência;
Durable Power of attorney for health care: poder duradouro do representante para cuidados com a saúde.
Eutanásia: prática ativa de se interromper a vida de um paciente com doença em estado irreversível. (No Brasil não é aceita).
Distanásia: adiamento da morte por meio de medicamentos e aparelhos, em muitos casos provocando sofrimento desnecessário.
Ortotanásia: Resolução 1.805/2006 – CFM – conhecida como morte digna. É deixar a morte seguir o seu curso natural, dá-se medidas paliativas. (É possível no Brasil).
12\09\16
Direito ao nome:
Art.16 CC: Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendido o prenome e o sobrenome. Podemos pensar nisso sob o aspecto privado que o nome é de fato o direito da pessoa, pelo fato de que é o elemento de identidade da pessoa. Como é um direito de personalidade ele goza de proteção.
Art. 17 e 18 CC- tentativas de proteção contra a usurpação ou empregos equivocados desse nome.
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
Há sanções civis e criminais. Dependendo do tipo de usurpação pode ser considerado um crime. Falsidade ideológica, falsificação de documentos.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
Goza da mesma proteção que se dá ao nome de registro, é o chamado nome artisco com o qual a pessoa se torna conhecida.
Ponto de vista público: O nome não é só um direito da pessoa, existe uma obrigatoriedade do assento de nascimento, para questões de identificação é obrigatório que todos os indivíduos tenham um nome.
Lei 6015\73: Lei de registros públicos. Art. 50 e seguintes.
Oficial do registro civil não registrara nomes suscetíveis de expor a pessoa ao ridículo. Art. 55, § único da lei 6.015\73.
Imutabilidade relativa ao nome: 
Primeiro ano após a maioridade, art. 56, LRP. O interessado poderá alterar o nome desde que não prejudique o sobrenome de família.
Erro gráfico, art. 110, LRP; quando se tem um erro de fácil constatação, que não precisaria passar pelo juiz. Não é burocrático e acontece diretamente no cartório.
Ação de retificação de nome. Art. 57, LRP. (Nome esdruxulo; sobrenome do (a) madrasta\padrasto; transexual, etc.); nessas hipóteses a mudança é feita mediante ação judicial, não há um rall. de hipóteses, desde que se prove para o juiz que é importante para você. 
Nome social: Algo para aplacar o sofrimento dos transexuais, a pessoa pode pedir para que naquele órgão ela seja chamada pelo nome com o qual se identifica. Em documentos mais oficiais pode ser que ela tenha que usar os dois nomes, ou usar apenas o nome de registro. 
Apelidos notórios: art.58, LRP; Apelidos pelos quais a pessoa se tornou conhecida publicamente, a pessoa pode acrescentar o apelido ao sobrenome e até mesmo o prenome.
Coação ou ameaça decorrente da colaboração na apuração de crime, art. 58, § único, LRP; Mudança por uma pessoa que sofre ameaça, ex.: proteção a testemunha, existe um programa de assistência, se a pessoa não quer ser identificada ela pode mudar o nome mediante ação judicial.
Adoção; 
Casamento e divórcio: Passar a ter o sobrenome quando casa e deixar de ter ao separar.
Estrangeiro: Normalmente os naturalizados. Ex.: Não tem nome brasileiro mas quer ter.
Direito a imagem:
Art. 5º, V e X da CF e art. 20 do CC.
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
Imagem: 
Imagem retrato: A violação dessa imagem viola o direito de proteção a imagem.
Voz humanada (art. XXVIII, CF): 
Imagem atributo: Que é a imagem que a pessoa constrói socialmente, um conjunto de características que identifica a pessoa e por meio do qual ela fica conhecida na sociedade. Ex.: Xuxa como rainha dos baixinhos.
Lesão ao direito de imagem como imagem atributo: Amor estranho amor, 1982 – proteção a imagem como atributo. Xuxa proibiu a exibição desse filme pois ele violava a imagem-atributo que ela construiu anteriormente.
Utilização da imagem de uma pessoa de maneira indevida, mesmo sem afronta à honra ou para fins comerciais, já impõe o dever de reparar. No STJ e na doutrina o entendimento que se tem hoje que o direito a imagem e a honra são direitos diferentes. Há fatos que só aviolação a um.
O direito a imagem não depende de afronta a honra, o retrato de uma pessoa não pode ser exposto ou reproduzido sem o consentimento dela, em decorrência do direito da própria imagem.
Direito à imagem pode ser cedido à título gratuito ou oneroso, de maneira expressa ou tácita. De maneira expressa é um contrato, ceder a imagem recebendo ou não. De maneira tácita, quando você pousa para uma foto, por exemplo.
A autorização da imagem em um meio não autoriza a publicação em outro meio.
Local público: Em locais públicos entende-se que o direito de personalidade precisa ser ponderado no caso concreto. Se a pessoa está em local público e existe um interesse jornalístico em publicar um acontecimento especifico e a liberdade de imprensa. Se for um local público em que uma pessoa especifica for fotografada\filmada e não existir um interesse jornalístico. Ainda mais em casos que a pessoa estiver em momentos de intimidade, e for utilizada com fins lucrativos.
Consentir em ser fotografado ou filmado não abrange o direito de publicação dessa imagem. Ex.: Divulgação de vídeo íntimo.
Direito à imagem pode ser relativizado face ao interesse público. Ex.: Foragido da justiça. O próprio artigo 20 dá uma ressalva a isso. Nesses casos não se considera violação de direito a imagem. 
Celebridades: Imagem pública x direito à imagem. Quando se lida com pessoas públicas a análise do direito de personalidade pode ser relativizada. Existe um interesse público sobre o que acontece com a vida dessas pessoas, e entende-se que isso não e uma violação do direito de personalidade.
Ponderação entre liberdade de imprensa e direito a imagem: Não significa dizer que elas não terão qualquer proteção, há limites. Se as pessoas estão em locais privados e principalmente em momentos de intimidade há direito de imagem, sempre e necessário uma ponderação no caso concreto para se saber se houve violação ou não.
Direito à vida privada.
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. 
Privacidade e intimidade: São conceitos diferentes, na pratica não há nenhuma relevância. Autores costumam dizer que a intimidade é o aspecto mais próprio do indivíduo, que só diz respeito a ele e mais ninguém. A privacidade é uma esfera mais ampla que abrange não só as questões mais próprias do indivíduo mais que envolve as pessoas que convivem com ele.
Ex.: Violação de correspondência.
Direito pode ceder face ao interesse público. Ex.: Quebra de sigilo bancário, autorizado pelo poder judiciário.
Celebridades: Ponderação entre liberdade de imprensa e direito à privacidade. Biografias não autorizadas. O STF julgou procedente a ADI 4815 e declarou inexigível a autorização prévia para a publicação de biografias. As biografias não autorizadas são licitas, eventuais abusos podem ser analisados caso a caso. 
Privacidade também em locais públicos: Da mesma maneira da imagem podemos pensar em privacidade em locais públicos. Ex.: Fazer leitura labial é violação de privacidade.
Direito à honra
A honra é o que poderíamos chamar de prestigio social, bom nome, boa fama. 
Subjetiva: Como você se enxerga.
Objetiva: Como os outros te enxergam.
Existem crimes contra a honra, calunia, injuria e difamação. Atribuir a pessoa características que são difamatórias, muitas vezes a honra vêm vinculada a ofensa de outros direitos. Ex.: Inclusão indevida do nome ao SPC e Serasa, isso gera uma violação a honra, de não pagador, etc. É ressarsivel de indenização por danos morais.
Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na reparação do dano que delas resulte ao ofendido.
Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar, equitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias do caso.
Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações: III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;
Indenização + compensação não pecuniária do dano a honra. Pedido público de desculpas, etc.
A indenização por injuria difamação e calunia consistira em reparação do dano que ela sofreu.
14/09/16
PESSOA JURÍDICA
Introdução: “Entidades criadas para realização de um fim e reconhecidas pela ordem jurídica como sujeitos de direitos e deveres”. (São pessoas naturais que vão manifestar essa vontade).
Elas também possuem capacidade de direito.
Natureza jurídica – teorias
SEPARAÇÃO (ideia chave para se entender o que é PJ)
A personalidade da PJ é destacada da personalidade da pessoa natural que a criou ou a instituiu.
Via de regra, a PJ vai ser titular de direitos patrimoniais.
Direitos de Personalidade: a PJ tem direito a eles, pode-se estendê-los a ela. (Direito à imagem; direito ao nome).
Obs. Art. 52 da CC e Súmula, 227 do STJ (“a pessoa jurídica pode sofrer dano moral”).
Características:
Personalidade jurídica própria.
Existência de um patrimônio próprio. (Não se confunde com o das pessoas que a compuseram).
Existência própria.
Limitação de responsabilidade: as pessoas naturais (administradores, sócios etc.) não respondem pelos compromissos assumidos pela PJ (REGRA GERAL).
Ela pode praticar todos os atos que não exijam a condição humana, ou seja, aqueles que não sejam privativos da pessoa natural.
Classificação das Pessoas Jurídicas:
De Direito Público:
Externo: Estados estrangeiros e pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. Art. 42 do CC;
Interno: A União; os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; os Municípios; autarquias (EX: UFMG). Administração pública direta; administração pública indireta.
De Direito Privado:
Art. 44 do CC: São pessoas jurídicas de Direito Privado: Associações; sociedades; fundações; organizações religiosas; partidos políticos; empresas individuais de responsabilidade limitada.
Criação da PJ:
- Vontade + Objeto + Formalidade + lícito
Vontades convergentes:
- affectio societatis: química entre os sócios.
 Atos constitutivos: Reúnem-se com um advogado e fazem um contrato.
OBS: Quando se trata de sociedade chama-se contrato social; se for uma associação chama-se estatuto; se for uma fundação chama-se testamento ou escritura pública.
Formalidades:
Conseguir um alvará de licença, de acordo com o que vai ser criado.
 REGISTRO: constitutivo, ou seja, ele constitui a PJ. (Diferente do registro da pessoa natural, o qual é somente declaratório). A PJ só tem início com o registro. (A grande importância do registro é dar publicidade ao ato constitutivo). Onde conseguir o registro:
Junta comercial para sociedade empresária.
Cartório Civil de PJs para Sociedade simples/associação ou fundação.
OAB para sociedade de advogados.
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.
Sociedade Irregular ou Sociedade de Fato:
Art. 986- Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações em organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade simples.
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.
Não tem o benefício da limitação de responsabilidades, ou seja, não há vantagem em não se registrar.
Representação: Será representante a pessoa que vier indicada pelo ato constitutivo.
Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.
19\09\16
Representação: A pessoa jurídicasempre vai agir por meio de representação. O representante será quem o ato constitutivo da pessoa jurídica indicar, geralmente sócio. Em grandes empresas poderá ser mais de uma pessoa representando. Tudo aquilo que o representante fizer vincula a pessoa jurídica.
Ato constitutivo: Documento que regula a vida da pessoa jurídica, determina como as decisões serão tomadas.
Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.
Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.
A pessoa jurídica não pode ficar sem um representante. 
Responsabilidades civis da pessoa jurídica: A pessoa jurídica responde civilmente pelos atos que ela vier a dar causa e por suas consequências, por um ato contratual ou ilícito civil por exemplo.
Responsabilidade penal: Normalmente quem respondem por questões criminais são as pessoas físicas que cometeram o crime. No âmbito ambiental já se responsabiliza as pessoas jurídicas.
Teoria da desconsideração da personalidade jurídica: Foi criada a partir da pratica nos tribunais, que já encontra previsão legal expressa.
Essa teoria, uma vez aplicada, implica na desconsideração do princípio da separação, 
Na pratica, sobretudo os juízes, começaram a perceber que o princípio da separação virava uma espécie de “véu” para que as pessoas praticassem algum ilícito.
Ex. esvaziar o patrimônio da pessoa jurídica para que as pessoas físicas não pagassem por suas dívidas. Atinge os bens pessoais dos sócios, com determinação judicial, para que essas pessoas respondam por atos específicos.
É uma medida excepcional e circunstancial, mediante uma requisição especifica do interessado, resolvida a situação o véu da pessoa jurídica desce de novo e a pessoa jurídica pode continuar atuando normalmente.
O novo CPC dedicou alguns artigos para regular a desconsideração da ideia de separação.
Essa medida acontecerá nos casos: Abuso de personalidade, com desvio de finalidade e confusão patrimonial. 
Toda pessoa jurídica é criada para uma determinada finalidade, o desvio acontece quando se dedica a outros fins que não estão no ato constitutivo.
A confusão patrimonial acontece quando o patrimônio da pessoa jurídica e física se confundem, e não há definição clara de onde começa o patrimônio dos sócios e da pessoa jurídica. Ex. registrar um bem no nome da pessoa jurídica que não seja para o uso do negócio.
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
A desconsideração, em regra, é daquele sócio que praticou a conduta, não todos. Falência não leva necessariamente a desconsideração e o contrário também.
A desconsideração da pessoa jurídica aparece também em outras leis, por ex. o código de defesa do consumidor que é a lei 8078\90. Foi a primeira lei do brasil que trouxe esse assunto.
Art. 28 – O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando em detrimento do consumidor houver abuso de poder, exceção da lei, fato ou ato ilícito, falência, estado de insolvência, má administração, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica quando houver falência.
Essa teoria é chamada de teoria menor da desconsideração.
A do código civil é chamada de teoria maior da desconsideração.
Isso que vimos é chamada de desconsideração direta de personalidade jurídica.
Há alguns casos que é necessário pegar bens da pessoa jurídica para que eles respondam por situações pessoais do sócio. É o que se chama de desconsideração inversa da personalidade jurídica, é muito comum no direito de família.
Ex.: Um sócio majoritário de uma sociedade empresarial, se casa em comunhão parcial de bens. E o sócio registra os bens em nome da pessoa jurídica. Pode-se pedir uma desconsideração inversa, para pegar bens que estão em nome da pessoa jurídica e considerar como patrimônio do casal para então partilhar.
Pessoas jurídicas de direito privado: 
Sociedades: Possuem finalidade lucrativa. As sociedades podem ser:
Simples: Definida por exclusão, prestação de serviços daquela atividade determinada.
Empresária: que produzem atividades típicas de empresários, 
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.
Exceção de sociedade unipessoal: Advogados. Lei 13.247\16: Altera o estatuto da OAB com a finalidade de criar uma sociedade unipessoal de advogados.
EIRELI: Empresa individual de responsabilidade limitada.
Quando se tem uma única pessoa natural que constitui uma pessoa jurídica, foi criada com o intuito de evitar as burocracias de criar uma sociedade.
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País.
Terá um regulamento muito próximo ao da sociedade limitada.
21\09\16
Pessoas jurídicas de direito privado
Associação: Reunião de pessoas para fins não comerciais. 
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
Os seus associados não podem partilhar lucros entre si.
É desejável que se tenha uma fonte de receita.
Para manter a associação ativa é necessária uma fonte de entrada. O dinheiro é revestido prioritariamente para pagar despesas.
O que sobra pode ser revestido na própria sociedade ou ser guardado para ter um caixa.
As únicas coisas que se pode fazer é isso, o dinheiro nunca será revestido em lucros.
A associação tem como finalidade: Serviços assistenciais, educacionais, culturais, culturais, etc. Pode possui qualquer finalidade que não seja lucrativa.
Passos para a criação da associação:
Eleger os associados.
Criar um estatuto. 
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I - A denominação, os fins e a sede da associação;
II - Os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III - os direitos e deveres dos associados;
IV - As fontes de recursos para sua manutenção;
V – O modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; 
VI - As condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. 
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais.
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário. 
Há situações em que qualquer um pode se tornar associado, o que se pode transferir são as cotas, dinheiro, etc.
Todos podem criar associações.
Art. 5º, XX CR\88 - Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
Quando a associação vai se extinguir:
Por própria vontade das pessoas.
Perder o motivo que a criou.
Se encerrar por motivos legais, quando o objeto se torna ilícito, por exemplo.
Não consegue autorização do poder público.
Podem ser diversas as causas. Após o fim da associação há alguns requisitos a serem observados:
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescentedo seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.
Fundação: Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:  
I – Assistência social. II – Cultura, defesa E conservação do patrimônio histórico e artístico. III – Educação; IV – Saúde; V – Segurança alimentar e nutricional; VI – Defesa, preservação E conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII – Pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; IX – Atividades religiosas
Na fundação não há união de pessoas, mas um patrimônio de um instituidor e é esse patrimônio que possui personalidade jurídica. Esse patrimônio é utilizado para uma dada finalidade que não seja lucrativa.
Criação de uma fundação: Para instituir a pessoa jurídica fundação é necessário um instituidor, que pode ser pessoa física ou jurídica. Pode ser feito por escritura pública ou testamento, quando for feita por testamento é necessário neste indicar alguém, se não o fizer o MP indicara.
Em vida, a pessoa faz uma escritura e a partir desta será obrigado transferir o patrimônio acordado para a fundação.
A redação dos atos constitutivos se dá pelo próprio instituidor ou por um documento dizendo quais serão as regras para reger a fundação. 
As fundações, por envolver o interesse público, serão fiscalizadas pelo MP.
É necessário que o estatuto da fundação seja aprovado, e o registro é o ato constitutivo.
Quando o bem for insuficiente para constituir a fundação o bem será incorporado para uma outra fundação que possuir uma finalidade parecida.
Quando a fundação se encerra, a ação do MP ou qualquer interessado declarará sua extinção. O bem que sobrar será doado para uma fundação de caráter igual ou semelhante.
28\09\16
Entes despersonalizados
Existem, no direito, outros entes que não são pessoas (nem naturais nem jurídicas) mas que podem ser sujeitos de alguns direitos, e titulares de algumas relações jurídicas. São entes que estão no meio termo, que não são meramente objeto, mas não são pessoas. É uma natureza complexa. 
São os chamados entes despersonalizados. Que não possuem personalidade jurídica, mas são titulares de certas relações jurídicas. Muito deles podem firmar contrato, ajuizar ações, são contribuintes.
Quem são esses entes?
Condomínio edilício: Unidades autônomas que pertencem exclusivamente a uma pessoa e há áreas comuns e elas geram despesas comuns, necessitam de administração, etc. Para regular as situações que acontecem no condomínio é necessária uma estrutura, e podem ter CNPJ. É sujeito de direitos no limite que a lei permite. 
Espólio: Pode ser definido como um conjunto de bens, patrimônio, do falecido. Também pode ajuizar ações.
Massa falida: Equivalente do espolio, falência, é a morte da pessoa jurídica. Durante o processo de falência o conjunto de patrimônio é chamado de massa falida, o administrador dela pode ajuizar ações.
Sociedade irregular, sem personalidade: A sociedade que não foi registrada, é um ente sem personalidade, não é pessoa jurídica mas pode atuar como se fosse.
Há uma razão para esses entes não serem pessoas jurídicas, eles não são criados por vontade das partes, é uma obrigação que exista, não tem a ideia da fé societária, são criações legais. Esses entes duram enquanto a situação durar.
O código de processo civil estabelece que esses entes têm capacidade.
Domicílio
Introdução: Segundo Clovis Beviláqua é lugar onde uma pessoa de modo definitivo estabelece sua residência.
Art. 70 do CC: O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.
Elementos: 
Elemento material (residência); 
Elemento psíquico (ânimo definitivo)
Art. 46. NCPC-  A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
§ 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles.
§ 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor.
§ 3o Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro.
§ 4o Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor.
§ 5o A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado.
Art. 71, CC – Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. Pluralidade de domicílio.
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.
Ausência de Domicílio
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada. Domicílio aparente.
Mudança de Domicílio. Art.74, CC: Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar.
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tal declaração não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.
Domicílio Voluntário e Necessário 
Art. 76. CC- Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença. Domicílio legal.
Domicílio Geral ou Especial 
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.
O domicilio especial vai valer apenas para as questões relativas a determinado contrato. (Cláusula de eleição de foro, por meio de consenso das partes – nos contratos de adesão não é possível essa cláusula).
Domicílio da Pessoa Jurídica
Regra geral: Onde essa PJ tenha sede administrativa. Ou onde o seu estatuto indicar.
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: (Pluralidade de domicílio para pessoas jurídicas).
I - Da União, o Distrito Federal;
II - Dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III - Do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV - Das demais pessoas jurídicas, o lugar ondefuncionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
§ 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
§ 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.
03\10\16
Os bens como objeto da relação jurídica: 
A Parte Geral do CC trata das pessoas naturais e jurídicas, como sujeitos de direito e dos bens como objeto das relações jurídicas que se formam entre os referidos sujeitos. Todo direito tem o seu objeto. Como o direito subjetivo é poder outorgado a um titular, requer um objeto. Sobre o objeto, desenvolve-se o poder de fruição da pessoa. Objeto da relação jurídica é tudo o que se pode submeter ao poder dos sujeitos de direito, como instrumento de realização de suas finalidades jurídicas. 
Em sentido estrito, esse conjunto compreende os bens objeto dos direitos reais e também as ações humanas denominadas prestações. 
Em sentido amplo, esse objeto pode consistir:
a) em coisas (nas relações reais);
b) em ações humanas (prestações, nas relações obrigacionais);
c) em certos atributos da personalidade, como o direito à imagem; 
d) em determinados direitos, como um usufruto de crédito, a cessão de credito, o poder familiar, a tutela, etc. 
1. Introdução:
Conceito filosófico: bem pode ser definido como tudo aquilo que corresponde as solicitações dos nossos desejos. Toda aquela utilidade, tudo aquilo que é usado para satisfazer nossas necessidades. Ex.: carro, bolsas, casas, roupas, família, amor, liberdade, dinheiro, sucesso, etc. - Conceito jurídico: o conceito de bens é mais restrito. É uma utilidade material ou imaterial (não tem existência física), pode ser servido como objeto de um direito subjetivo. 
2. Classificação:
Bens considerados em si mesmos: 
Bens imóveis: os bens imóveis são os bens que não podem transportar, sem destruição de um para outro lugar. Esse conceito verdadeiro em outros tempos, vale hoje para os imóveis propriamente ditos ou bens de raiz, como solo e suas partes integrantes, mas não abrange os imóveis por determinação legal nem as edificações que, separadas do solo, conservam sua unidade, podendo ser removidas para outro local (CC, arts. 81 e 83). São bem imóveis, segundo o novo Código Civil, o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente, ou seja, o solo e suas acessões, que podem ser naturais e artificiais. Porém, portanto, os bens imóveis em geral são classificados: imóveis por natureza, por acesso natural, acesso artificial e determinação legal. 
Bens moveis: tem aumentado sua importância sensivelmente no moderno mundo dos negócios, em que circulam livremente os papeis e valores dos grandes conglomerados econômicos, sendo de grande importância para a economia o credito, as energias, as ações de companhias particulares, os títulos públicos, as maquinas, os veículos, etc. Dentre os efeitos práticos dessa distinção, que denotam a sua importância, podem ser mencionados: os bens moveis são adquiridos, em regra, por simples tradição, enquanto os imóveis dependem de escritura pública e registro no Cartório de Registro de Imóveis (CC, arts. 108, 1.1226, 1.227) e a propriedade imóveis pode ser adquirida também pelo acesso pela usucapião e pelo direito hereditário além de que a mobiliaria, pela usucapião, ocupação, achado de tesouro, especificação, confusão, comissão e adjunção. 
Bens fungíveis: são “os moveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade”, dispõe o art. 85 do CC, como o dinheiro e os géneros alimentícios em geral. A fungibilidade é característica dos bens moveis. Pode ocorrer, no entanto, que, em certos negócios, a fungibilidade venha a alcançar os imóveis, por exemplo, no ajuste entre sócios de um loteamento sobre eventual partilha em caso de desfazimento da sociedade, quando o que se retira receberá certa quantidade de lotes. Enquanto não lavrada a escritura, será ele credor de coisas fungíveis, determinadas apenas pela espécie, qualidade e quantidade. Os bens fungíveis são substituíveis porque são idênticos, econômica, social e juridicamente. A característica advém, pois, da natureza dos bens. 
Bens infungíveis: são os que não tem esse atributo, como o quadro de um pintor celebre, uma escultura famosa, que são personalizados ou individualizados. O novo Código adotou a orientação de só conceituar o indispensável, não fazendo alusão a noções meramente negativas, como as de bens infungíveis, inconsumíveis e indivisíveis. Não é, porém, pelo fato de o mencionado art. 85 só haver definido bem fungível que, por isso, deixam de existir os bens infungíveis. OBSERVAÇÃO: A classificação dos bens em fungíveis e infungíveis tem importância pratica, por exemplo, na distinção entre mútuo, que só recai sobre bens fungíveis (CC, art. 586), e comodato, que tem por objeto bens infungíveis (CC, art. 579).
Bens consumíveis: proclama o art. 86 CC que são consumíveis “os bens moveis cujo uso importa destruição imediata da própria substancia, sendo também considerados tais os destinados à alimentação”.
Bens inconsumíveis: são os bens que podem ser usados continuadamente, ou seja, os que permite utilização contínua, sem destruição da substancia. A rigor, a utilização mais ou menos prolongada acaba por consumir qualquer objeto, ainda que leve bastante tempo.
Bens divisíveis: art. 87 CC, “são os que se podem fracionar sem alteração na sua substancia, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam”. São divisíveis, portanto, os bens que podem ser partidos em porções reais e distintas, formando cada qual um todo perfeito. Um relógio, por exemplo, é bem indivisível, pois cada parte não conservará as qualidades essenciais de todo se for desmontado. 
Bens indivisíveis: Art. 88 CC que os “bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes”. OBSERVAÇÃO: A importância da distinção entre bens divisíveis e indivisíveis repercute em vários setores do direito, especialmente no que concerne aos condomínios, pois, conforme a divisibilidade ou indivisibilidade da coisa, diferente será o procedimento para a sua extinção (CC, arts. 1320 e 1322). Tanto a divisibilidade quanto a indivisibilidade podem converter-se na qualidade oposta. Bem materialmente divisível pode transformar-se, pela vontade das partes, em idealmente indivisível. Também a coisa materialmente indivisível pode ser dividida em partes ideais, como no condomínio.
 Bens singulares e bens coletivos: Os bens singulares são os bens que embora reunidos são considerados individualmente. Os coletivos são chamados de universalidade, e se divide em:
De fato: Art. 90 : Bens que pertencem a mesma pessoa e que tenham destinação unitária. Os bens podem ter relação jurídica própria.
De direito: Art.91: O que o direito assim considera como universalidade. Ex.: Patrimônio, herança, são conjuntos de todas as relações jurídicas que possuem valor econômico de alguma pessoa, constitui a universalidade de direito.
05\10\16
Bens reciprocamente considerados: Veremos um grupo de classificação em que o bem será analisado de relação a outro bem.
Principal: Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.
Ele tem existência autônoma, ou seja, ele não depende de outro bem.
Acessório: Aquele cuja a existência supõe a existência do principal, está para o principal em uma relação de subordinação. Nessa relação há um bem principal que possui existência autônoma e um outro bem que depende dele.
Ex.: Um lote é o bem principal, será acessório dele uma arvore que está plantada no terreno, a arvore em relação ao solo não possui existência própria; os juros

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