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Crítica à obra de Varnhagen

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Varnhagen
A obra de Varnhagen é escrita num estilo enfadonho e monótono, opaco e distante. Nele, busca-se todo o tempo a ocultação dos conflitos, dos dramas e dos crimes de nosso passado. 
	O olhar de Varnhagen sobre a história do Brasil é o olhar do estrangeiro, do conquistador, do colonizador. Aos vencedores cabem todos os louros, aos derrotados, silêncio. Inclusive a própria vitória militar é já indício de superioridade, ela apenas confirma o já sabido. Para ele, os portugueses detêm todos os elementos necessários para a edificação aqui de uma nação grandiosa e bem sucedida, não havendo portanto motivos para resistências e rupturas.
O suposto patriotismo do autor é unilateral e engajado: o Brasil defendido com unhas e dentes é o da aristocracia branca e da família real. Sua teoria da miscigenação racial comprova e defende um suposto branqueamento total da população, o extermínio de índios e negros enquanto expressão fenotípica. 
	Todo historiador é marcado pelo seu lugar social e sua "data". Varnhagen é um legítimo representante do pensamento das aristocracias do século XIX. Ele capitula ante aos fatos históricos, deturpa-os com um olhar tendencioso de cima para baixo e tortura as fontes históricas para que elas confirmem suas teses sob encomenda. Ele tenta com História Geral do Brasil implementar uma "verdade" sobre o passado brasileiro, sendo que tal verdade nada mais é que a versão de uma das classes em luta, a versão dos que venceram pela força da pólvora e agora se utilizam da força dos livros.
O traço dominante da individualidade de Varnhagen é a paixão da investigação histórica à qual subordinou todas as suas manifestações de escritor.
	Sua obra não é uma janela aberta para toda uma época, mas ela ajuda a compreender um dos possíveis ângulos do seu tempo”.
Von Martius propõe uma história centralizadora, uma vez que para ele um estudo da diversidade e da variedade seriam inviáveis no caso do Brasil.

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