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IMUNIDADE RELIGIOSA

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IMUNIDADE RELIGIOSA TRIBUTÁRIA
Para melhor compreendermos a imunidade religiosa referente o art. 150, 4 da CF, dividimos ele em duas partes:
O art. 150, §4.º, parte inicial, da CF: a desoneração para impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços.
O preceptivo acima desonera alcança o patrimônio mobiliário e imobiliário dos templos, as renda e os serviços, quando vinculados as finalidades religiosas. Portanto, fica fácil perceber que não haverá incidência dos seguinte impostos: IPTU, sobre o prédio utilizado para o culto, ou sobre o convento; IPVA, sobre o veículo utilizado no trabalho religioso ou sobre o chamado templo-móvel; Imposto de Renda, sobre as doações, dízimos dos fiéis; ISS, sobre o serviço religioso (batismo e conversões).
Considerações: A 5.ª turma do STJ, em dezembro de 2004, enfrentou o seguinte litígio: uma empresa propôs ação de despejo por falta de pagamento de aluguel devido por uma certa igreja. Como a igreja tinha apenas um imóvel e seu valor era inferior a dívida, a empresa credora pediu a penhora de parte do faturamento diário da igreja. A igreja se manifestou dizendo que a arrecadação do templo é impenhorável. O STJ entendeu que ainda que entidades religiosa gozem de imunidade constitucional, essa imunidade não abrangendo as demais obrigações, ou seja, encargos assumidos em contrato de locação, na esfera obrigacional.
O art. 150, §4º, parte final, da CF: a relação com as finalidades essenciais da entidade imune.
Temos que tecer uma interpretação ampliativa, pelos seguinte motivos: i.) por tratar, textualmente, do vocábulo entidade, chancelando a adoção da concepção do templo-entidade; ii.) por se referir em “rendas e serviços”, sabendo-se que o templo, em si, não as possui, mas, sim, a entidade que o mantem; iii.) por relacionar algo com a finalidade essencial;
ESPÉCIES DE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
A imunidade vinculada exige o aproveitamento direto do patrimônio, da renda e dos serviços, ou seja, abrangem apenas os bens necessários para poder funcionar. Já a imunidade relacionada abrange os bens de aproveitamento indireto, ou seja, o prédio alugado a terceiros com a finalidade de utilizar os alugueis para fonte de custeio para o cumprimento das finalidades essenciais.
EXTENSÕES QUANTO A IMUNIDADE
Um exemplo é quando uma igreja tem dezenas de imóveis locados a terceiros, deve ter imunidade de IPTU sobre esses bens? A tendência da doutrina é negativa, ou seja, a entidade alugar uma, duas, três imóveis na finalidade de atender suas próprias finalidades essenciais é uma coisa, mas, dezenas de imóveis acaba desvirtuando toda sua finalidade, transformando-a em uma verdadeira imobiliária e assim, criando uma grande concorrência desleal. 
Outro exemplo é a igreja que decidiu empreender no mercado de artigos do vestuário, comercializando roupas, deve ser imune de ICMS? A imunidade do referido imposto trata-se quando a atividade vem de uma ação ocasional, a título precário, sem cunho empresarial. No presente caso, a entidade religiosa irá beneficiar-se absurdamente, mutilando a concorrência, mediante seus lucros serem blindados.
O IMÓVEL ALUGADO PARA ENTIDADE RELIGIOSA GOZA DE IMUNIDADE
 	Imagina-se que uma entidade religiosa alugue o imóvel de um particular para atender suas finalidades religiosas. Pergunta-se, esse imóvel será imune de IPTU? Já que capital para o pagamento do aluguel será despendido da renda da entidade, essa renda não é imune?
 	Não precisamos ir muito além para encontrar resposta para o caso acima. No art. 123, do Código Tributário Nacional: 
“Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes”
 	Não podemos olvidar, que o Imposto Predial Territorial Urbano de acordo com a Regra Matriz de Incidência Tributária e com a própria constituição somente vai aparecer quando o sujeito passivo age e adquire um imóvel, ou seja, seu Critério Material ou fato gerador é propriedade e, o sujeito passivo é a pessoa à quem pertence esse direito real. Portanto, a obrigação privada de pagamento desse imposto no contrato de locação do imóvel é vinculado ao sujeito passivo, denominado locador.
	Por isso, a regra em um contrato de locação é que o locador fique incumbido pelo pagamento do IPTU, pois não ser transfere propriedade no referido contrato, simplesmente haverá um desdobramento da posse, ficando a posse direta para o locatário (entidade religiosa) e a indireta (particular). Mesmo que haja uma convenção diferenciada das partes no contrato de locação e altere o pagamento de imposto para o ente religioso, o sujeito passivo não será modificado.
 	Diante o exposto, os muitos municípios brasileiros criaram leis para a concessão de isenção de IPTU aos imóveis alugados aos templos de qualquer culto e às instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos, desde que atendidos os requisitos indicados. 
	De acordo com a Constituição Federal:
 	Art. 156 – Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
 	I – propriedade predial e territorial urbana;
Art. 150 – (...)
§6º - Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, §2º, XII, g.
 	O motivo para a criação de tal isenções isenção tributária de IPTU é decisão que cabe exclusivamente aos municípios, com vistas à implementação da política tributária municipal e foi sob a alegação de não possuir recursos financeiros suficientes para a promoção plena dos direitos sociais. Sendo assim, isentando o pagamento de IPTU dos imóveis ocupados por templos e entidades de assistência social e educação infantil sem fins lucrativos estimula as entidades privadas a ajudarem o Poder Público na promoção da cidadania.

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