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Regulação e distúrbios ácido-básicos

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REGULAÇÃO ACIDOBÁSICA
Objetivo: alcançar a homeostase do H+, pois sua regulação altamente precisa é essencial visto que quase todas as atividades de enzimas dos sistemas do corpo são influenciadas pela concentração deste cátion.
O que é um ácido: Substâncias químicas que possuem átomos de H que podem liberar íons H.
O que é uma base: Substâncias químicas capazes de receber íons H.
Ácido forte e fraco: 
Forte: Dissocia ou ioniza rapidamente e libera grandes quantidades de H+ em solução.
Fraco: Tem menor tendência em dissociar ou ionizar seus íons e, portanto, liberam H+ com menos vigor. Ex: H2CO3.
Base forte e fraca:
Forte: Reage rapidamente com o H+, e, portanto, o remove prontamente.
Fraca: Se liga ao H+ com muito menos força. Ex: HCO3-.
Obs: A maioria dos ácidos e bases do LEC, envolvidos na regulação acidobásica são ácidos fracos e bases fracas. As substâncias químicas mais importantes no processo são, respectivamente, H2CO3 e HCO3-.
Variações da concentração de H+ no corpo:
A) Normal: 40 nEq/L. B) Condições extremas: de 10 a 160 nEq/L sem causar morte. 
Como expressar a concentração de H+:
Sendo a concentração de H+ normalmente baixa no organismo, a escolha logarítmica para expressar os valores numéricos das concentrações é adequada. Assim, a concentração de H+ expressa-se por meio do pH, cuja fórmula é:
Obs: A concentração normal de H+ no plasma é de 0,00000004 Eq/L. Portanto, o pH normal é:
pH = -log[0,00000004]
pH = 7,4.
O pH normal do sangue arterial é de 7,4.
O pH normal do sangue venoso é de 7,35 devido à presença de CO2 liberado pelos tecidos para formar H2CO3 nesses líquidos (o CO2 é um óxiácido).
Acidose: Quando uma pessoa apresentar pH de sangue arterial MENOR que 7,4.
Alcalose: Quando uma pessoa apresentar pH de sangue arterial MAIOR que 7,4.
Limites e valores: 
O limite mínimo de pH no qual uma pessoa pode viver é de 6,8; o limite máximo de pH no qual uma pessoa pode viver é de 8.
O pH da urina varia de 4,5 a 8.
DEFESAS CONTRA VARIAÇÕES DA CONCENTRAÇÃO DO H+:
Existem 3 sistemas primários que regulam a concentração de H+ nos líquidos corporais. Os sistemas-tampão não eliminam nem acrescentam íons ao corpo, mas sim os mantêm regulados, se combinando imediatamente com ácido ou base para evitar alterações excessivas da concentração de H. O centro respiratório regula a remoção de CO2 (e, portanto de H2CO3) do líquido extracelular. Essas são as duas primeiras linhas de defesa que evitam que a [H+] se altere muito. A terceira linha de defesa, a mais lenta, são os rins, que podem excretar tanto urina ácida quanto básica, reajustando o LEC e evitando acidose ou alcalose. Os rins são os sistemas reguladores mais potentes.
LINHAS DE DEFESA DA REGULAÇÃO ACIDOBÁSICA
GUYTON: Tampão é qualquer substância capaz de se ligar reversivelmente ao H+. A importância do tampão pode ser constatada se considerarmos a baixa concentração de H+ nos líquidos corporais mediante as grandes quantidades de ácidos produzidas pelo corpo todos os dias. Assim, o sistema tampão é o mais importante do LEC. 
Tampão + H+ ⇌ HTampão
Solução tampão: quando tem-se uma solução tampão, pode-se calcular seu pH. Uma solução tampão é formada pelo ácido fraco mais o seu sal, ou também, por uma base fraca mais o seu sal.
O exemplo mais comum que temos no organismo é a solução tampão formada por um ácido fraco e um sal: ácido carbônico (H2CO3) e seu sal, mais comumente o bicarbonato de sódio (NaHCO3-). Esse tampão está presente no LEC, isto é, no plasma sanguíneo. Então, dessa forma, é possível calcular o pH do nosso sangue (calcula-se o pH do plasma do sangue arterial).
Equação de Handerson-Hasselbach: ela diz que, quando se deseja calcular o pH de um tampão, deve-se calcular o pKa (constante de ionização/dissociação) de seu par (ácido fraco e seu sal), lembrando que o pKa só varia com a temperatura. Como no nosso corpo a temperatura é constante, o pKa não ira variar. Portanto, o pH de uma solução tampão não depende do pKa.
pH = pKa + log [base]/[ácido]
Exercício
: Dado o 
pKa
 do par 
tamponante
 HPO4-/H2PO4- de 6,8, responda as duas questões:
No 
pH
 de 7,4, quais as concentrações das formas ácida e básica?
Equação 
de 
Handerson-Hasselbach
 para este tampão: 7,4 = 6,8 + 
log
 [HPO4--
]
/[H2PO4-] -> 0,6 = 
log
 [b]/[a]. O número que tem o 
logarítmo
 0,6 é 
4
, pois log2 é 0,3. Logo, a razão da concentração ácido/base é 
4
, ou seja, a concentração de HPO4—é 4x maior que a concentração de H2PO4.
Em qual 
pH
 as duas formas ácidas e básicas têm a mesma concentração?
Para isso, a razão [a
]
/[b] deve ser 1. Logo 
pH
 = 6,8 + log1 -> pH = 6,8, pois log1 é 0. Em outras palavras, 
pH
, neste caso é igual ao 
pKa
.
O que é 
pKa
, baseado neste exercício?
 É o 
pH
 no qual a concentração do ácido é igual a concentração da base. pH = pKa + log [HCO3-]/[H2CO3]
 
A concentração de H+ no sangue, normalmente, é 40 nmol/L de sangue.
1ª LINHA: TAMPÃO DO LEC: SISTEMA-TAMPÃO BICARBONATO
LEC = plasma do sangue arterial. O tampão do LEC é formado pelo ácido carbônico e bicarbonato. Esse sistema representa a primeira linha de defesa contra grandes alterações da concentração de H+ no sangue. Isto é, se tiver muito H+ no LEC, quem vai tamponar, isto é, se ligar ao H+ lá em excesso, será o bicarbonato. Quando o bicarbonato reage com H+ forma-se o ácido carbônico, que é o outro componente deste tampão. Assim, o H+ que era um ácido forte vira um ácido fraco, instável, que se transforma em CO2 + H2O. Dessa forma, o elemento ácido pode ser eliminado pelo pulmão, através da eliminação do CO2 pela expiração. De forma simples, o H+ que estava no sangue “sumiu” porque ele foi jogado para fora no processo de respiração (ventilação). 
Quadro clínico: Se o paciente estiver com acidose intensa, como no caso de diabetes mellitus tipo 1 (paciente não produz insulina, o que acaba gerando a cetoacidose diabética, isto é, a produção de ácidos pelo paciente denominados corpos cetônicos, sendo eles o ácido betahidroxidobutílico, acetoacético, e a acetona), ele irá ter o sintoma denominado “hálito cetônico” devido à eliminação de cetona. Entretanto, os outros corpos cetônicos não conseguem ser eliminados pelos pulmões, ficando no sangue, liberando H+ e diminuindo seu pH, gerando acidose. A primeira reação de defesa do organismo é por meio do sistema-tampão bicarbonato, produzindo ácido carbônico, que se dissocia em CO2 e H2O. Portanto, um paciente que está em crise diabética (cetoacidose), possui, além do hálito cetônico, respiração acelerada (hiperventilação), visto que ele está tentando compensar sua situação de acidose. O organismo, nessa situação, não resolve apenas com a hiperventilação, sendo o tratamento básico da DM1 a insulina.
Porque esse tampão é o mais importante atuante no sangue (LEC)? 
Porque existe alta concentração de bicarbonato no plasma do sangue. (24 mmol/L).
O pKa desse tampão é de 6,1, um valor próximo ao pH do LEC que é 7,4.
Porque o bicarbonado rapidamente se volatiliza em CO2 E H20.
Titulação: A titulação é o processo no qual se mistura a base no ácido aos poucos, aumentando a quantidade de base e diminuindo a quantidade de ácido até a quantidade base ultrapassar a de ácido, chegando a uma situação oposta à inicial: muita base e pouco ácido. Nesse processo, existe uma hora em que as concentrações do ácido e da base se igualam, isto é, quando a concentração do par do sistema-tampão é igual, o ponto no gráfico em que isso ocorre chama-se ponto da viragem. O ponto da viragem ocorre quando pKa = pH = 6,1.
Interpretação do gráfico:
Ponto de viragem: pKa = pH = 6,1
Ponto operante normal do corpo: espectro de pH em que melhor o tampão bicarbonato atua (entre 5,1 e 7,1).
Linha constante: quando o sistema-tampão não mais atua (em pHs menores que 5,1 e 7,1)
Observação: Se o sistema-tampão bicarbonatoatua no LEC, e o pH do LEC é 7,4, como é possível ele ser tão efetivo no LEC sendo que sua curva de titulação mostra seu espectro de eficiência entre os pHs 5,1 e 7,1? DEVIDO À 2 RAZÕES: PORQUE existe muito, muito bicarbonato no LEC! E esse bicarbonato neutraliza o H+ (isto é, age como tampão), formando o ácido volátil e instável H2CO3 que se transforma em CO2 e H2O.
1ª LINHA: TAMPÃO DO LIC: SISTEMA-TAMPÃO FOSFATO
O tampão LIC é formado pelo fosfato diácido e o fosfato monoácido (H2PO4-, HPO4--), que atuam como ácido e base respectivamente. Toda vez que a base neutraliza o H+, o H+ vai reagir com o HPO4--, virando H2PO4-. A substância formada, H2PO4-, é chamada de ácido titulado. Esse ácido titulado tem parte eliminada através da urina, isto é: o H+ que sai na urina sai em forma de H2PO4-.
Observação: No interior da célula, também podem agir como tampões as proteínas, visto que elas existem em grande quantidade dentro da célula. Assim, elas podem agir neutralizando as cargas positivas (H+) pois muitas proteínas têm carga negativa, que se liga ao H+. Essa ligação ao H+ pelas proteínas é possível através dos grupos istidina e amino, que são negativos, sendo eles os responsáveis por neutralizar o H+. Então quanto mais grupos istidina ou amino estiverem presentes nas proteínas, maior poder de tamponar o H+ ela terá.
↳ Hemoglobina: 98% do O2 necessário é transportado pela Hb. Seu mecanismo de atuação é:
O oxigênio chega ao alvéolo do pulmão, sendo esta estrutura circundada por capilares. 
O oxigênio sai do alvéolo e atravessa para o capilar por meio da difusão simples, visto que a membrana dos capilares e dos alvéolos são finas e o oxigênio é um gás (apolar). 
Do capilar, o O2 vai para o plasma. 
Do plasma, ele deve ir ao interior da hemácia para ser transportado (processo ocorrendo no capilar).
Antes do O2 chegar na hemácia, a Hb estava reduzida, isto é, ligada ao H+. Ou seja, quando as hemácias chegam ao capilar, elas possuem Hb na forma reduzida.
Dentro da hemácia, o gás O2 encontra a hemoglobina, se ligando à ela. Cada Hb possui 4 grupos heme, ligando, portanto, 4 moléculas de O2. O átomo central do Heme é o ferro. Quando a grande quantidade de O2 vai do alvéolo para o capilar (aonde estão as hemácias), o O2 desloca o H+ que estava ligado à hemoglobina a qual veio dos tecidos e chegou aos capilares. Isso ocorre devido a Lei das Massas.
O H+ que foi deslocado sai da hemácia e reage com o bicarbonato do plasma, formando ácido carbônico, que, uma vez instável, se transforma em CO2 e H2O. O CO2 vai para o alvéolo e o pulmão o expele para o ambiente.
A Hb, agora com oxigênio, vai para os tecidos para oxigená-los. Ela chega aos tecidos com forma oxidada, a oxihemoglobina (com 4 oxigênios).
Os tecidos possuem grandes quantidades de CO2, produto dos processos metabólicos. Esse CO2 também consegue entrar na hemácia, reagindo com a água e realizando a reação contrária, produzindo bicarbonato e H+, (ácido carbônico).
O bicarbonato vai para o plasma, ficando no interior da hemácia, o H+, ligado à Hb. Uma ligação de maior afinidade do que a ligação de O2 com Hb.
O O2 liberado vai para os tecidos.
As hemácias voltam aos capilares que circundam os alvéolos e o ciclo recomeça.
Conclui-se que a Hb também serve para realizar tamponamento do H+, ligando-se à ele e neutralizando-o, visto que a Hb tem muitos grupos amil histidina (grupos negativo que neutralizam o H+). Portanto, a Hb é um tampão importante especificamente dentro da hemácia. Essas treze etapas constituem o denominado EFEITO BOHR.
RESUMINDO
No pulmão, a 
Hb
 vai ligar ao O2, soltando H+ que vai produzir o CO2.
No tecido, a 
Hb
 vai soltar o O2 porque ele encontra com o H+, e o O2 vai para o tecido.
O H+ provém do CO2 que reagiu com H2O.
	
Observação: Não se dá sangue a fim de subir a pressão do paciente! Volume sanguíneo não tem a ver com pressão, mas sim com transporte de oxigênio. O que regula a pressão do indivíduo é a pressão osmótica (que depende do Na+ - que puxa água) e a pressão colóideosmótica ou oncótica (que depende das proteínas). Essas pressões regulam o líquido dentro dos vasos e são importantes para subir a PA do paciente.
Porque esse tampão é o mais importante atuante no LIC e no líquido tubular renal? Porque é no interior da célula em que encontramos moléculas dotadas de fosfato: AMP, ATP, ADP, 2,3DPG, DNA, RNA, por exemplo. Além disso, grande quantidade de fosfato é produzida pelas células tubulares, caindo no filtrado glomerular.
Interpretação do gráfico:
Ponto de viragem: pKa =pH = 6,8 (o pH da urina varia de 4,4 a 7,8, então o pKa deste tampão está na faixa do pH da urina).
Ponto operante normal do corpo: espectro de pH em que melhor o tampão fosfato atua (entre 5,8 e 7,8).
Linha constante: quando o sistema tampão não mais atua (em pHs menores que 5,8 e maiores que 7,8).
Observação: Se o sistema-tampão fosfato abrange o espectro ideal de pH para atuar no LEC, porque ele é eficiente só no LIC? Porque há uma quantidade muito pequena de fosfato no plasma.
2ª LINHA: REGULAÇÃO RESPIRATÓRIA – PULMÕES
O pulmão manipula o CO2, isto é, ele expele constantemente CO2 para o ambiente. O CO2 é um óxidoácido derivado do H2CO3. Portanto, expulsar CO2 é expulsar, diminuir a característica ácida do sangue e segurar CO2 significa segurar um ácido no sangue. É expulsando e segurando CO2 que o sistema respiratório atua na regulação acidobásica do organismo.
Observação: 70% do corpo humano é água. O CO2 produzido do metabolismo encontra essa água e forma H+, devido a grande quantidade de anidrase carbônica. 
Situação de acidose: pH baixo (quer dizer que tem muito oxidoácido no sangue), a frequência respiratória aumenta, isto é, ocorre a hiperventilação. (É o caso da cetoacidose diabética).
Situação de alcalose: pH alto (quer dizer que tem pouco óxidoácido no sangue), a frequência respiratória diminui, isto é, ocorre a hipoventilação.
Medir o CO2 no sangue: Se o CO2 é um gás, mede-se através da pressão -> PaCO2. (pressão parcial arterial). [HCO3-] no sangue é de 24 mmol/L. PaCO2 no sangue é de 40 mmHg. Então, deve-se controlar e manter o CO2 próximo desse valor.
Se PaCO2 > 40 = HIPERVENTILAÇÃO 
Se PaCO2 < 40 = HIPOVENTILAÇÃO 
Na hiperventilação, os pulmões expelem o CO2 a fim de diminuir a PaCO2 no sangue. A diminuição dela é denominada HIPOCAPINIA ou HIPOCARBIA. Quando o paciente realiza hipocapinia, ele realiza uma alcalose de origem respiratória, pois esse fenômeno ocorre devido ao excesso de ventilação do pulmão, resultando em aumento do pH sanguíneo.
Na hipoventilação, os pulmões retém o CO2 a fim de aumentar a PaCO2 no sangue. O aumento dela é denominado HIPERCAPINIA ou HIPERCARBIA. Quando o paciente realiza hipercapinia, ele realiza uma acidose de origem respiratória, pois esse fenômeno ocorre devido à menor atividade de ventilação do pulmão, resultando em diminuição do pH sanguíneo.
Quem controla a ventilação dos pulmões? O centro respiratório, um controle realizado por neurônios (neural), localizado na região do bulbo e da ponte. O controle neural regula a ventilação (aumenta ou diminui a ventilação) através de controles químicos por meio de quimiorreceptores centrais ou periféricos. Os quimiorreceptores centrais controlam o pH licórico enquanto os quimiorreceptores periféricos controlam a pressão arterial de O2 (quanto se tem de O2 no sangue arterial).
pH do líquor: Toda vez que o paciente realiza uma hipoventilação, isto é, realiza acidose respiratória, devido à forçada parada de inspiração, o pH do sangue cai, resultando em acidose sanguínea. Nessa situação, a acidose do sangue vai resultar também na acidose do líquor, e o líquor ácido estimula a ventilação, anulando o sistema cortical do paciente forçando-o a respirar. 
Quimiorreceptores periféricos: Paralela à esta situação, a PaO2 diminui também (situação de hipóxia). Toda vez que isso ocorre, há estímulo de quimiorreceptores periféricos que se localizam nas grandes artérias (aorta e carótida). O estímulo desses quimiorreceptores deveacontecer em situação extrema de hipóxia, por exemplo, em mergulhos profundos, em alpinismo, onde o O2 é rarefeito.
3ª LINHA: REGULAÇÃO RENAL
Para regular a concentração de H+ no corpo, o rim expele os ácidos não voláteis, isto é, os ácidos fixos, dentre eles, o H originado do ácido clorídrico, sulfúrico, fosfórico, etc. Assim, o rim vai eliminar todo o excesso de ácidos não voláteis. No controle renal (quando esses ácidos fixos em excesso não são tamponados) eles têm que ser excretados via urina.
Urina: tratando-se de um indivíduo normal, a urina sempre será acida, porque nas reações metabólicas há a geração de H+ e ácidos fixos. Seu pH varia de 4 a 8.
Cálculo de H+ na urina normal: Se a massa do indivíduo é de 80kg, ele excretará 80milimol de H+ por dia, ao final de 24 horas. Ou seja, o rim é responsável por eliminar, todo dia, 1milimol de H+ por kg na urina. 
Reabsorção do bicarbonato: Ao mesmo tempo em que o rim elimina H+, ele reabsorve bicarbonato, pois ele possui uma grande importância no sangue ao ser um dos elementos do sistema-tampão bicarbonato. Dessa forma, pode-se dizer que quem é responsável por manter o nosso tampão sanguíneo é o rim, trazendo de volta o bicarbonato. Da equação de dissociação H2CO3 -> H+ + HCO3-, o rim age expelindo H+ e reabsorvendo HCO3-. 85% do bicarbonato é reabsorvido no túbulo proximal e já volta para o sangue. 10% é reabsorvido na parte ascendente da alça de Henle e o restante é reabsorvido na porção final do néfron.
H+ e HCO3- no rim: O rim filtra por dia 3320 mil milimol de bicarbonato. No plasma, tem-se 24 milimol de bicarbonato. Ou seja, o rim filtra muito bicarbonato. Entretanto, ele filtra e reabsorve tudo, porque enquanto ele filtra e reabsorve depois o bicarbonato, ele filtra e elimina o H+ (ter a reação de ionização em mente, os dois íons sempre andarão juntos). Portanto, não se perde bicarbonato na urina, a não ser que haja situação de alcalose. Só há perda de H+ pela urina.
Acidose e rim: Em situação de acidose metabólica, o rim excreta mais H+. A urina fica ácida.
Alcalose e rim: Em situação de alcalose metabólica, o rim excreta HCO3-, porque ele está em excesso, deixando a urina básica.
Mecanismo de filtração: 
Túbulo proximal: No túbulo proximal, há filtração de plasma (contém Na+ e HCO3-). Todos os elementos do plasma são filtrados, exceto proteínas. O Na+, parte dele pode ser reabsorvido no túbulo proximal através do antiporte Na+/H+. O H vai para luz e o Na volta para a célula. O H+ que é secretado e caiu na luz vai encontrar o bicarbonato que foi filtrado, produzindo ácido carbônico (presença de grande quantidade de anidrase carbônica). Assim, há formação de CO2 e H2O. O CO2 volta para dentro da célula e encontra a água, formando ácido carbônico, favorecendo sua ionização em bicarbonato e H+. Por fim, o bicarbonato é reabsorvido para a corrente sanguínea e o H+, seu par, será secretado. Todo o processo que ocorre aqui depende da anidrase carbônica. 
Observação: Inibidor da anidrase carbônica diminui absorção de Na+ que passa a ficar no túbulo. Por isso, a água também fica no túbulo e é expelida na urina. Essa droga, portanto, é diurética (aumenta a diurese), e ela pode causar o efeito colateral de acidose metabólica, porque gera a acumulação de H+ no corpo. (devido ao antiporte Na+/H+ - Na+ sai para o túbulo e H+ fica no organismo).
Alça de Henle: Nela, ocorrem os mesmos processos descritos no túbulo proximal, entretanto, em menor quantidade devido à menor existência da anidrase carbônica.
Túbulo distal: O H+ chega ao túbulo distal através de dois mecanismos: a) Bomba K+/H+ ATPase e b) Bomba protônica H+. O H+, no túbulo, se liga ao bicarbonato formando H2CO3, que se transforma em CO2 e água. O CO2 é reabsorvido, reagindo com a água da célula na presença de anidrase carbônica, gerando H+ e HCO3-. Assim, o H+ é secretado pela bomba e o bicarbonato é reabsorvido.
Para cada H+ eliminado na urina, 1 HCO3- é reabsorvido, dada a proporção da equação química da ionização do ácido carbônico.
Quadro clínico – acidose tubular renal:
 
É a incapacidade de o rim secretar H+ do túbulo distal. O H+ não consegue ser expelido e fica no nosso organismo devido ao mau funcionamento das bombas protônica e K+/H+ 
ATPase
.
Pergunta:
 Se não existisse essa maneira – a dos rins
, na qual o H+ se junta a um sal,
 – de eliminar H+ que nosso corpo 
produz,
 quantos litros de urina nós deveríamos produzir por dia para eliminar todo o H+ necessário? 
Sabendo-se que 
a cada
 kg, eliminamos 1milimol de H+.
 Por exemplo, uma pessoa de 
70kg
 elimina 70milimol de H+. Quanto é necessário de urina para ela eliminar 70 
milimol
 de H+?
Se o 
pH
 da urina é de 4 a 8, a maior concentração de H+ que pode-se ter na urina (no pH = 4) é: [H+] = 1x10-4 mol/L. 
1L
 de urina ---------------- 1X10-4 mol de H+
 
1L
 ------------------------ 1X10-1 
milimol
 de H+
 X ------------------------- 70 
milimol
 de H+
 Logo X = 7.10-2 = 700L de urina por dia.
Conclusão:
 Nós urinamos por dia cerca de 1 a 
2 L
 de urina, isso porque o H+ geralmente se combina com um sal, e assim ele sai mais facilmente na urina sem precisar de 700L para o H+ sair.
Ácidos tituláveis ou não voláteis: O H+ que está sendo eliminado pela urina é através de uma combinação, formando um sal. 
O H+ pode se juntar ao HPO4- —fora do túbulo, formando H2PO4-. Como visto nos sistema-tampões, o fosfato é um importante componente no meio intracelular e também um importante tampão no meio urinário. O H2PO4- pode se juntar ao Na+, por exemplo, formando o sal diidrogêniofosfato de sódio, e este é que sai na urina. Representa 40% do H+ que sai na urina.
O H+ pode se juntar ao NH3 – dentro do túbulo, formando NH4+, o amônio. O amônio, ao sair do túbulo, encontra o íon cloreto (Cl-), formando o sal cloreto de amônio, e este é o que sai na urina. Representa 60% do H+ que sai na urina.
Como calcular o tanto de ácido que sai na urina: 
Se o H+ sai de duas formas (conclusão), o tanto de ácido que sai no total é a soma delas.
Quando cada H+ 
sai na urina (se combinando e formando um sal)
,
 significa que um bicarbonato está preso no sangue (porque em situações normai
s ele não é excretado na urina). Mas se o bicarbonato sair, devido ao caso de acidose tubular renal, o H+ fica preso no sangue. Neste contexto, a quantidade total de ácido excretado fica a soma do ácido 
titulável
 e do amônio menos a quantidade de bicarbonato excretada.
EUA = EUNH4 + EUAT – EUHCO3-
O que sair de bicarbonato na urina reflete o que está sendo preso de H+ no organismo.Conclusão: Todo H+ que sai na urina é em forma de ácido titulável ou em forma de amônio.
ALTERAÇÕES DO EQUILÍBRIO ÁCIDOBÁSICO
Lembrando que: o tampão do LEC – plasma sanguíneo é o do bicarbonato, e órgão que manipula o bicarbonato é o rim. O rim, nas condições normais, não deixa bicarbonato ser excretado. Assim, o bicarbonato é denominado uma base metabólica. Assim, se o rim segura bicarbonato, quem segura o tampão plasmático é este próprio órgão, visto que, se o rim excretar bicarbonato, vai ficar menos dele no sangue, e o tampão do LEC é comprometido.
QUAIS OS FATORES QUE CARACTERIZAM O PROCESSO FISIOLÓGICO DA REGULAÇÃO?
Equação de Handersson-Hasselbach:
pH = pKa + log [base]/[ácido]
pH = pKa + log [HCO3-]/[H2CO3] **
De um ponto de vista matemático: Se o pKa mudar ou a relação entre bicarbonato e ácido carbônico mudar, o pH do sangue muda. Entretanto, o pKa é uma constante que só muda com a temperatura, o que não acontecerá porque a temperatura do corpo humano é constante. Assim, para o pH do sangue mudar, a relação entre bicarbonato e ácido carbônico é quem deve mudar.
<H2CO3> CO2 + H2O significa: É o tanto de CO2 dissolvido na água do plasma.
Quanto de CO2 tem dissolvido no sangue? Da química, tem-se que a concentração do gás no sangueé sua constante de solubilidade (Ks) multiplicada por sua pressão parcial. Isto é: [CO2] = Ks x pCO2. KsCO2 = 0,03; pCO2 = 40mmHg; [HCO3-] = 24. Em outras palavras, quanto maior for pCO2, maior será a concentração de CO2 dissolvido no sangue e vice-versa.
** Continuando: 
pH = pKa + log [HCO3-]/[CO2] 
porque o intuito é calcular a concentração de ácido no sangue, e o CO2 é um oxiácido contido no sangue por meio do qual se faz esse cálculo. Tendo em vista que H2CO3 = CO2 + H2O.
Logo:
pH = pKa + log [HCO3-]/[0,03x40]
pH = pKa + log 24/0,03x40 = 24/1,2 = 20
pH = 6,1 + log20
Logo pH = 6,1 + 1,3 = 7,4.
Concluindo: do ponto de vista matemático, o pH só vai mudar quando a relação bicarbonato e ácido carbônico mudar, isto é, quando ela for diferente de 20.
QUAIS SÃO OS FATORES QUE CARACTERIZAM ALTERAÇÕES DA FISIOLOGIA DA REGULAÇÃO?
Na relação, quando muda o valor do bicarbonato: alteração METABÓLICA.
Na relação, quando muda o valor do ácido carbônico: alteração RESPIRATÓRIA
Distúrbios primários:
Mecanismos de compensação: grandezas diretamente proporcionais
Observações: 
O que vai compensar uma acidose metabólica é uma alcalose respiratória (diminuição pCO2 no sangue).
O que vai compensar uma alcalose metabólica é uma acidose respiratória (aumento do pCO2 no sangue).
O que vai compensar uma acidose respiratória é uma alcalose metabólica (aumento de bicarbonato no sangue)
O que vai compensar uma alcalose respiratória é uma acidose metabólica (diminuição de bicarbonato no sangue).
Embora o nome seja ao contrário, o efeito é diretamente proporcional.
Distúrbios mistos:
Quando se diz que o paciente tem uma acidose metabólica compensada, quer dizer que o seu organismo está trabalhando para diminuir a PaCO2 no sangue, realizando, então uma alcalose respiratória. 
Quando se diz que o paciente tem uma acidose metabólica descompensada, quer dizer que seu organismo não está reagindo ao desequilíbrio (o que faz voltar à situação de distúrbio primário).
Causas da acidose metabólica – diminuir bicarbonato é o mesmo que aumentar H+ - ganho de ácido: 
Cetoacidose diabética: não há insulina e não há como utilizar a glicose. Utiliza-se lipídeo como fonte de energia, e seu metabolismo gera corpos cetônicos. Os corpos cetônicos ácidos (ácido beta hidroxobutílico e ácido acetoacético) vão para o sangue (cetona é expelida na expiração) e isso aumenta a quantidade de H+ neste meio. Cada H+ que aparecer no sangue vai se ligar a um bicarbonato (1ª linha de defesa), ocorrendo a neutralização. Por consequência, há diminuição da quantidade de bicarbonato no sangue, porque eles vão estar se ligando ao H+.
Acidose lática: Em caso de sepse (infecção muito grave), o oxigênio não chega à célula, causando aumento da quantidade de metabolismo anaeróbico. O ácido lático, proveniente do metabolismo anaeróbico, começa a se acumular no sangue. O bicarbonato tenta neutralizar H+ deste ácido no sangue e sua concentração livre de H+ no sangue passa a diminuir.
Causas da acidose metabólica – diminuir bicarbonato é o mesmo que aumentar H+ - perda de HCO3-: 
Diarréia: quando há diarreia violenta e o pâncreas não consegue produzir e excretar de maneira exócrina o bicarbonato para o trato digestivo para, depois, ser reabsorvido pelo organismo, o bicarbonato começa a sair nas fezes.
Fístula pancreática: em caso de cirurgias e a existência de dreno no pâncreas para drenar sua secreção em excesso para fora.
Causas da alcalose metabólica – perda de ácido:
Observação: Não se deve administrar bicarbonato para um paciente com acidez estomacal, pois o bicarbonato reagirá com o ácido, neutralizando-o e formando H2O + CO2. Isso causa distensão estomacal devido à produção do gás que precisa ser expelido. Essa distensão, por sua vez, estimula o estômago a produzir mais ácido. Portanto, não se deve começar um ciclo vicioso. Para essa situação, usa-se hidróxido de magnésio ou hidróxido de alumínio que não produzem gases.
Vômito: O estômago produz H+ e joga para o intestino. Se há grande quantidade de vômito, perde-se H+. (suco gástrico).
TGU: É comum perder H+, mas em excesso causa alcalose metabólica. O uso de diuréticos favorece a perda de H+ pela urina. (diurético de alça furosemida e diurético tiazídico hidroclorotiazida – usados para tratar hipertensão). Perde Na+, perde H2O.
Causas de acidose respiratória – hipoventilação + hipercarpinia/hipercarbia
Perturbação do centro bulbar: drogas (calmante - ópio), TCE (trauma crâniocefálico), apneia do sono (obstrução da via aérea durante a noite). Menor respiração, menos CO2 para fora, provocando acidose, aumentando PA, diminuindo níveis de insulina e etc.
Síndrome de Guillain-Barret: doença em que o sistema imunológico ataca os nervos, causando perda ascendente do tônus muscular.
DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica, ex: enfisema e bronquite crônica. São um conjunto de doenças pulmonares que bloqueiam o fluxo de ar e dificultam a respiração.
Asma: Inflamação, edema das vias aéreas, causando produção de muco extra, o que dificulta a respiração.
Causas de alcalose respiratória – hiperventilação + hipocarpinia/hipocarbia
Estímulo do centro bulbar: sepse, AVC ( interrupção do fornecimento do sangue para o cérebro), hiperventilação histérica.
Hipoxemia (falta de O2): grandes altitudes, pneumonia, anemia.
RESUMINDO:
		Sarah Lisboa XLIX

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