Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PATOLOGIA ESPECIAL VETERINÁRIA II PATOLOGIAS DO SISTEMA URINÁRIO Componentes: rins, ureteres, vesícula urinária, uretra, veia cava e veia renal. Rins: suas funções são fazer o equilíbrio ácido básico, reciclando bicarbonato e eliminando hidrogênio, conservar agua, formar urina, excretar metabólitos, manter os níveis normais de potássio, eliminando fosfato, pois esse é toxico em grandes quantidades ao musculo cardíaco. Também possui funções endócrinas, como síntese de calcitriol (vitamina D ativada), síntese de eritropoietina, e síntese de renina, quando baixa a tensão de oxigênio, retendo líquidos para aumentar a pressão sanguínea. Barreira de filtração: Tamanho molecular Estrutura da substancia Carga elétrica da substancia Exemplo: glicose passa, mas é absorvida. Já a albumina passa A urina do cavalo tem mais proteína e muco, sendo uma urina mais turva (não confundir com cistite!). A pelve e a vesícula urinária, se tiverem vazias, terão muito muco (não confundir com pus!). Avaliação MACRO: Avaliação das suas posições em relação as vertebras e vísceras abdominais Tamanho em relação ao tamanho normal (aprox. 2,5 a 3 vertebras de comprimento) Avaliar cor, contorno, aspectos topográficos, a turgidez, espessura e os graus de aderência da capsula. Rim com lesão crônica – ulcerado (tec. Conj) – irreversível Rim com lesão aguda fica aumentado de tamanho para compensar – reversível Dano de mais de 70% em ambos os rins: INSUFICIENCIA! Resposta a agressão Lesão glomerular: Necrose ou proliferação de células ou membrana de glomérulos Infiltração de leucócitos, se for alteração inflamatória/infecciosa (imunocomplexos) Atrofia e fibrose do tufo Atrofia secundaria dos túbulos Lesão tubular: Degeneração, necrose, atrofia Hipertrofia compensatória Regeneração Quando lesão na membrana basal – cicatrização Perda de segmentos tubulares Reparação funcional insuficiente Perda permanente da função Atrofia INSUFICIENCIA OU FALENCIA RENAL Fatores pré-renais, como hipóxia, diminuição da pressão ou trombos Alguma doença renal, como bactéria, vírus, imunocomplexos Causas pós- renais: obstrução do ureter ou tudo que inibir o fluxo da urina Resultado: azotemia ou uremia Morte: cardiotoxidade ou acidose AZOTEMIA: é a retenção de componentes do plasma que são eliminados pela urina, com aumento intravascular de componentes nitrogenados, como a urina e creatinina. Saber diferenciar de uremia, pois nesse caso, o animal não apresenta manifestações clinicas. Pode ser pré renal: com hipoperfusão, renal com lesão renal extensa, ou pós renal com obstrução no fluxo. As consequências são o acumulo de metabolitos, como ureia, ácido úrico, creatinina, redução do ph sanguíneo, causando uma acidose metabólica, alteração das concentrações dos íons do plasma, desencadeando uma síndrome toxica chamada UREMIA, com sintomas e transtornos multiorgânicos. LESÕES EXTRA RENAIS DE UREMIA: Estomatite ulcerativa/ gastrite aguda hemorrágica Aumento da permeabilidade vascular Edema pulmonar Endocardite por lesão endotelial Anemia: não produz eritropoietina (crônica) Hiperparatireoidismo (secundária) Osteodistrofia fibrosa Calcificação metastática (nefrocalcinose) Desequilíbrio cálcio/fosforo, com o aumento de fosforo e diminuição do cálcio, aumentando o trabalho da paratireoide, produzindo muito paratormônio (tira cálcio do osso), com o aumento do paratormônio, há o aumento da reabsorção óssea, com o aumento de cálcio no sangue, acumulando nos tecidos (calcificação metastática). O osso tem substituição por tecido conjuntivo devido à grande retirada de cálcio: osteodistrofia fibrosa. INSUFICIENCIA RENAL AGUDA Redução súbita da função renal Glomerulonefrite agudas Necrose tubular aguda Oligúria, anúria, azotemia e hiperpotassemia Pouca ou nenhuma lesão extra renal Macro: rim tumefeito, pálido ao corte com estriações evidentes. INSUFICIENCIA RENAL CRÔNICA Incapacidade dos rins de desempenhar função normal Perda progressiva e gradual do tecido normal Lesões renais crônicas Uremia!! MACRO: tamanho renal menor, superfície irregular, mais rígido, mais difícil de cortar. ALTERAÇÕES CONGÊNITAS Aplasia/agenesia renal: na gênese não houve formação daquele tecido. Podendo ser unilateral ou bilateral. Hipoplasia renal: Desenvolvimento incompleto Uni ou bilateral Não confundir com fibrose renal (MICRO!) Descartar doença adquirida Displasia renal: Anomalia na organização estrutural, resultante de uma diferenciação anormal durante a nefrogenese Uni ou bilateral Difuso ou focal Diferenciação assincrônica de néfrons Tecido mixomatoso Ductos metanéfricos Epitélio tubular atípico Tecido cartilaginoso ou ósseo Fibrose renal Cistos DIAGNOSTICO HISTOPATOLOGICO! Rins fundidos (forma de ferradura): acontece bem em felinos. `Pode causar hidronefrose: interrupção do fluxo de urina. Cistos renais: Podem ser solitários ou múltiplos Gatos persas (alteração genética comum da raça) Córtex e medular Podem comprometer função renal Esféricos, paredes finas, epitélio achatado com liquido claro seroso no interior Podem ser adquiridos, além de congênitos Podem estourar, causando uma peritonite química! DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS HIPEREMIA E CONGESTÃO: h (sangue arterial – rim vermelho vivo) c (dificuldade de retorno venoso – rim mais escuro). Acumulo de sangue nos vasos devido inflamação. Hipostase. Hemorragias: lesão vascular, diminuem fatores de coagulação (fígado, toxico), alterações da permeabilidade vascular, CID Infarto renal: isquemia, como um trombo, que pode levar a um infarto. Isquemia pode ser cortical, medular ou tubular (nefrose). ** Necrose tubular aguda nefrotóxica: pode ser toxica ou por hipóxia, como por mioglobina, hemoglobina, bile, metais pesados, antibióticos, aines, plantas toxicas, etc. ** Necrose: por uso de medicamentos como AINE’s. HIDRONEFROSE Anormalidades predisponentes: Esvaziamento incompleto da vesícula urinaria, pois, o fluxo urinário está destruído Ureter ectópico Parasitos Cateteres urinários Estenose vaginal Hidroureter Pode ser congênita, mas o mais frequente é ser adquirida. Pode ser relacionada com cálculos. Pielonefrite DOENÇAS TUBULARES NECROSE TUBULAR AGUDA (NEFROSE) NECROSE TUBULAR ISQUEMICA: anemia hemolítica (hemoglobinúria intravascular), hipotensão, hipovolemia. NECROSE TUBULAR TOXICA: toxinas sintéticas/naturais para o rim. O rim e urina ficarão com a cor do pigmento. Obs: mioglobina, hemoglobina, bilirrubina só serão toxicas em caso de hipoperfusão. TRISTEZA PARASITÁRIA: *Rabdomiólise: problemas musculares -> animal tem morte por insuficiência renal (hipoperfusão). IRA: fluidoterapia. NECROSE TUBULORRETICA (MEMBRANA BASAL) Reparação imperfeita -> atrofia e fibrose Degeneração, necrose e descamação TCP mais sensíveis Uremia, oliguria ou anuria Rins tumefeitos, superfície capsular lisa e pálida com aspecto transparente. Oliguria: explicada pelo decréscimo transitório no fluxo sanguíneo para os rins e vazamento de urina dos túbulos lesados para o interstício Anuria: obstrução intratubular por epitélio necrótico descamado: sobrecarga de sódio e agua. Hipercalemia; acidose metabólica; ureia e creatinina anormais: azotemia Micro: epitélio tubular tumefeito, picnose, cariorrexia e cariolise, descamação, citoplasma vacuolizado, túbulos dilatados, etc (regeneração epitelial) Cães/gatos: mais comum é a intoxicação por etilenoglicol -> cristais nos túbulos Bovinos: plantas toxicas como Amaranthus. DOENÇAS GLOMERULARES: Dano: proteinúria (lesão barreira de filtração – nefropatia com perda de proteína) Gotas hialinas nas células epiteliais dos túbulos contorcidos proximais Luz tubular dilatada e preenchida por material proteinaceo Perda prolongada e grave -> hipoproteinemia -> edemas -> síndrome nefrótica -> sai na urina: cilindrohialina. GLOMERULITES VIRAIS Hepatite Infecciosa Canina Infecção por citamegalovirus – primatas não humanos Arterite equina, Peste suína Doença de Newcastle (aves) Anemiaequina -> hemólise -> alteração sistema nervoso GLOMERULITE SUPURATIVA/ NEFRITE EMBOLICA Actinobacillus equuli (potros) Erysipelotrixs spp. Streptococcus spp. Actinomyces spp. Micro: capilares glomerulares com colônias bacterianas, necrose e infiltração por neutrófilos. Macro: focos esbranquiçados aleatórios GLOMERULONEFRITES IMUNOMEDIADAS: Envolvem anticorpos contra membrana basal do glomérulo Deposição de complexos imunes, podendo ser proliferativa, membranosa (mais frequente nos gatos), membrano proliferativa (mesangiocapilar/mesangioproliferativa – piometra) Leishmaniose, ehrliquiose, leptospirose podem liberar imunocomplexos. Pode ser autoimune “por que um animal com piometra aumentam os níveis de creatinina e ureia?” por causa dos imunocomplexos que saem das bactérias! Casos crônicos: glomérulos atrofiam, aumento do tecido conjuntivo fibroso (membrana basal), matriz mesangial e obstrução dos capilares glomerulares, estes são hipocelulares e não funcionais: glomeruloesclerose MACRO: rins tumefeitos, superfície capsular lisa, coloração normal ou pálida e pequenos pontos vermelhos na superfície de corte do córtex. Córtex atrófico com granularidade. AMILOIDOSE: Amiloide é uma proteína fibrilar insolúvel, que pode se depositar em qualquer tecido (onde tá, fica acumulado). Amiloide AL – cadeias leves de imunoglobulinas (anormais) (célula que produz imunoglobulinas é o plasmócito – câncer de plasmócito = plasmocitoma) Amiloide AA – proteína sérica de fase aguda associada à amiloide (SAA) Shih-tzu tem predisposição genética a amiloidose. MACRO: rins aumentados de volume e pálidos, com aspecto de cera, superfície capsular lisa ou finalmente granular, pequenos pontos bronzeados nas superfícies capsular e de corte, com a aplicação de lugol os glomérulos ficam marrons, tornam-se purpura quando expostos ao ácido sulfúrico diluído. DOENÇAS TUBULARES INTERSTICIAIS/ NEFRITES INTERSTICIAIS Pode ser aguda ou crônica Linfoplasmatica: E.coli, leptospira, brucella, salmonella Granulomatosas: micobacterias, histoplasma, aspergillus (doença fúngica sistêmica) Supurativas: diversas bactérias ascendentes Embólicas: embolos sépticos Rins pintados de branco – bovinos – febre catarral maligna ou E.coli Pielonefrite: é um exemplo de doença túbulo intersticial supurativa Pielite: infecção na pelve Pielonefrite: se atingir parênquima renal Lesão túbulo intersticial supurativa (bact. Ascendentes) Raramente hematógena Patogenia: refluxo de urina, aumento da pressão da vesícula urinaria, cistite compromete a válvula vesicouretral, Cistite e ureterite (não te ureterite sem haver uma cistite/nefrita), endotoxinas. Macro: membranas mucosas da pelve e ureter avermelhadas, rugosas ou granulares e recobertas por exsudato purulento, crista medular ulcerada. LESOES PARASITARIAS – PIELITE Dioctophyma renale: cães raposas e martas, dois anos ou mais, hospedeiros intermediários aquáticos (peixes e rãs) habita a pelve renal. Pielite hemorrágica ou purulenta e obstrução; destruição do parênquima renal -> cisto nematódeo e exsudato purulento. FIBROSE RENAL: é sinônimo de nefrite intersticial crônica. Rim em estágio terminal. Em shih-tzu é congênito. Manifestação crônica de uma lesão renal preexistente; insuficiência renal e uremia, poliúria e isostenúria, desidratação, polidipsia, anemia hipoplásica. MACRO: rins pálidos, diminuindo de volume e firmes, irregular, capsula aderida. A fibrose segue o padrão da lesão preexistente (difusa, granular, multifocal...) MICRO: calcificação – fibrose. NEOPLASIAS: incomum, metástase é mais comum. Com origem mesenquimal ou epitelial, menos de 1% dos casos, adenoma, carcinoma, nefroblastoma. Metastases pulmonares acontecem (via linfática, a tendência é ir pro pulmão, via sanguínea vai para o fígado) TRATO URINÁRIO INFERIOR (TUI) Componentes; ureter, vesícula urinaria e uretra Anomalias do desenvolvimento Aplasia (agenesia) uretral Ureteres ectópicos Úraco persistente: divertículo vesical, predispõe cistite Urolitíase: cálculo urinário, pode ocorrer em qualquer local do TUI, variam de tamanho e forma, podem ser solitários ou múltiplos, superfície lisa ou rugosa, estrangúria (n consegue urinar) desúria ou hematúria. Afeta mais os machos. MACRO: Vesícula urinária distendida, turgida ou rompida Ureter ou pelve dilatados Pielonefrite Parede da vesícula delgada e hemorrágica Ruptura: sangue coagulada + fibrina + peritonite (química, se for apenas urina) UROLITÍASE EM RUMINANTES SINAIS: dor abdominal Anorexia, inquietação, dificuldade de andar Disúria, gemidos Goteja urina com sangue Deposito de minerais no prepúcio Ruptura da bexiga: melhora aparente -> depressão marcada, aumento de abdome. LESOES INFLAMATÓRIAS Cistite mais comum Fêmeas são mais acometidas Infecções bacterianas (E.coli, C. renale...) Causas químicas – ciclofosfamida (antineoplásico) Ingestão de samambaia (Pteridium aquilinum) CISTITE: MACRO: parede espessada, urina turva, flocular, malcheirosa, amoniacal, tingida de vermelho, mucosa com erosão e/ou ulceração + placas de exsudato e detritos (pacientes com diabetes melito é bem comum a cistite enfisematosa). Neoplasia do sistema urinário: bovinos, quando ficam viciados em comer samambaia. Em cães e gatos é bem incomum.
Compartilhar