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Rio de Janeiro
REVISÃO AV1 
DIREITO DO TRABALHO II 
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Rio de Janeiro
Férias
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Quadro esquemático
MEMORIZE: 
- Até 5 faltas, permanece o direito aos 30 dias.
 Cada intervalo considera 9 faltas.
 Cada período de férias desconta-se 6 dias.
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Faltas justificadas – NÃO GERAM DESCONTOS NO PERÍODO DE FÉRIAS
Art. 131 da CLT diz que: não será considerada falta ao serviço a ausência do empregado:
I – nos casos do art. 473
II – licença maternidade;
III – acidente de trabalho;
IV – justificada pela empresa;
V – para responder inquérito administrativo ou prisão preventiva
VI – nos dias que não tenha havido serviço
Falecimento de familiar
Nascimento de filho
Doação de sangue
Alistamento eleitoral
Serviço militar
Vestibular
Comparecer em juízo, etc.
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Férias proporcionais
Para cada mês ou fração superior a 14 dias de trabalho o empregado tem direito a 1/12 de férias.
Se o contrato extinguir antes de completar um ano, terá o empregado direito a férias proporcionais, §Ú do art. 146 da CLT.
  Parágrafo único - Na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze) meses de serviço, o empregado, desde que não haja sido demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de acordo com o art. 130, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias
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Cabimento:
As férias proporcionais não são devidas quando o empregado for demitido por justa causa. Artigo 147 da CLT e súmula nº 171 do TST.
As férias proporcionais são devidas pela metade em caso de culpa recíproca (súmula nº 14 do TST).
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Remuneração dobrada nas férias 
Art. 137 - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração. 
§ 1º - Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as férias, o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas. 
§ 2º - A sentença cominará pena diária de 5% (cinco por cento) do salário mínimo da região, devida ao empregado até que seja cumprida.
§ 3º - Cópia da decisão judicial transitada em julgado será remetida ao órgão local do Ministério do Trabalho, para fins de aplicação da multa de caráter administrativo
O pagamento das férias leva em consideração a remuneração no momento do seu gozo (art.142), acrescido do adicional (gratificação) constitucional de 1/3, previsto no art. 7°, VXII. Portanto, a dobra pelo descumprimento do prazo concessivo de 12 meses após a aquisição do direito (art.134), deve considerar também o adicional de 1/3.
 SÚMULA Nº 450 STJ.FÉRIAS. GOZO NA ÉPOCA PRÓPRIA. PAGAMENTO FORA DO PRAZO. DOBRA DEVIDA. ARTS. conversão da Orientação 137 E 145 DA CLT. ( OJ nº 386 da SBDI-1)
É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o terço constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda que gozadas na época própria, o empregador tenha descumprido o prazo previsto no art. 145 do mesmo diploma legal.
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Abono de férias:
É facultado ao empregado converter 1/3 do período de férias a que tiver direito em dinheiro, desde que seja requerido até 15 dias antes do término do período aquisitivo, na forma do art. 143 caput e 143 §1º da CLT.
Dos 30 dias, poderá o empregado “vender” 10 dias das suas férias. Não poderá o empregador se recusar a comprar, por se tratar de direito potestativo do empregado.
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Rio de Janeiro
Indenização por Tempo de Serviço - FGTS
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Base de cálculo do FGTS
O recolhimento mensal corresponde a 8% da remuneração do empregado.
Toda parcela que tiver natureza salarial, mesmo que paga de forma eventual serve de base de cálculo para o FGTS. Nesse sentido súmulas 63 e 148 do TST.
Exceção: aprendiz (2%) – Art. 15, §7º da lei.
O pagamento relativo ao aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito a contribuição do FGTS.
Prazo para recolhimento: O empregador tem até o dia 7 (sete) do mês subsequente para recolher o FGTS – art. 15 da lei. – súmula 305, TST.
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 Cálculo da indenização da multa de 40% 
	> A indenização deve ser calculada sobre todos os depósitos efetuados na conta do trabalhador, inclusive sobre os valores já sacados. 
EX.: se o depósito efetuado na conta vinculada ao longo da vigência do contrato de trabalho totalizou um valor de R$ 70.000,00, mas o trabalhador já sacou R$ 30.000,00 para aquisição da casa própria, o percentual de indenização de 40% deverá incidir sobre o valor de R$ 70.000,00, desconsiderando o saque efetuado. 
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 Efeitos da rescisão do contrato de trabalho no FGTS
> Se o empregado for dispensado SEM JUSTA CAUSA, poderá movimentar o FGTS e receberá uma indenização de 40% sobre o valor do mesmo; 
> Se o empregado for dispensado POR JUSTA CAUSA ou pedir DEMISSÃO, não poderá sacar a importância do depósito, tampouco terá direito a receber a indenização de 40% sobre o valor deste fundo; 
> No caso de despedida por culpa recíproca ou força maior, desde que reconhecida pela justiça do trabalho, o empregado poderá receber o valor do FGTS, e fará jus ao percentual de indenização de 20% sobre o FGTS. 
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Rio de Janeiro
Estabilidade 
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2. Estabilidade sindical
Estabilidade do dirigente sindical. O empregado eleito para o cargo de direção sindical, titular ou suplente (máx. de 7) tem estabilidade no emprego desde o registro de sua candidatura e, se eleito, até um ano após o término do mandato, salvo se cometer falta grave devidamente apurada e comprovada em inquérito judicial. 
Art. 543, §3º da CLT c/c art. 8º, VIII da CF, c/c súmula 369 e 379 do TST. – Imunidade sindical.
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3. Estabilidade da Gestante
De acordo com o art. 10, II, b, do ADCT (ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS) a empregada gestante não pode ser dispensada desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto.
Importa saber: 
a) conhecimento do empregador, 
b) conhecimento pela empregada, 
c) reintegração ou indenização, 
d) interrupção da gravidez, 
e) contrato a termo, 
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a. Conhecimento pelo empregador
Art. 10, II, b do ADCT. 
Art. 391 da CLT.
Gestação é fato jurídico que dá estabilidade à gestante. Sendo assim, mesmo que o empregador desconheça o estado gravídico da empregada, não poderá demiti-la.
No mesmo sentido súmula: 244, I do TST.
A estabilidade visa PROTEGER A GESTANTE até 5 meses após o parto!
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT).
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5. Estabilidade do Acidentado
Art. 118 da Lei. 8.213/91, o empregado acidentado goza de estabilidade de 12 meses após a cessação do auxílio-doença. Nesse sentido a súmula 378, I do TST. 
Os rurais possuem este direito.
 Súmula 378, I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado.
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Rio de Janeiro
Aviso Prévio
CABIMENTO 
Como regra geral, o Aviso Prévio é cabível apenas nos contratos por prazo indeterminado. Os contratos por prazo determinado que se extinguirem antecipadamente, são indenizados, conforme arts. (479 e 480 CLT)
Exceção: nos contratos pro prazo determinado que contiverem cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antecipada (art.481) enseja o aviso prévio. 
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Falta cometida no curso do aviso prévio.
Qualquer ato ilícito cometido por um ou por outro, no decorrer do aviso prévio, dará direito àquele prejudicado de promover a rescisão por justa causa (artigo 482, CLT), conforme previsto nos artigos 490 e 491 da CLT.
Art. 490 - O empregador que, durante o prazo do aviso prévio dado ao empregado, praticar
ato que justifique a rescisão imediata do contrato, sujeita-se ao pagamento da remuneração correspondente ao prazo do referido aviso, sem prejuízo da indenização que for devida.
Art. 491 - O empregado que, durante o prazo do aviso prévio, cometer qualquer das faltas consideradas pela lei como justas para a rescisão, perde o direito ao restante do respectivo prazo.
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O empregado terá direito apenas ao:
 saldo de salário dos dias do aviso prévio trabalhados;
 férias vencidas; 
 1/3 das férias. 
Não terá direito às:
 férias proporcionais + 1/3; 
 décimo terceiro salário proporcional;
 multa de 40% do FGTS;
 saque dos depósitos do FGTS.
Neste sentido é a Súmula n. 73 do C. Tribunal Superior do Trabalho - TST: 
“A ocorrência de justa causa, salvo a de abandono de emprego, no decurso do prazo do aviso prévio dado pelo empregador, retira do empregado qualquer direito às verbas rescisórias de natureza indenizatória”
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TIPOS DE AVISO PRÉVIO
1. TRABALHADO: nada mais é do que a aplicação do art. 488 da CLT:
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2. INDENIZADO
A) Indenizado pelo empregador: o patrão estará obrigado ao pagamento dos salários do período do aviso prévio quando impedir o trabalhador de trabalhar no período do aviso. (Art. 487, §1º, CLT)
 § 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço.
Natureza jurídica do aviso prévio indenizado é INDENIZATÓRIA, pois a lei determina o pagamento de SALÁRIO. Em razão dessa natureza, o aviso integra o tempo de serviço para todos os efeitos legais.
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ATENÇÃO!
Em razão de sua natureza salarial, o aviso prévio integra o tempo de serviço para todos os efeitos legais, nos termos do art. 487, §1º.
SÚMULA 305, TST.
Aviso Prévio - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito à contribuição para o FGTS.
OJ 82. AVISO PRÉVIO. BAIXA NA CTPS A data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda que indenizado.
OJ.83.  AVISO PRÉVIO. INDENIZADO. PRESCRIÇÃO A prescrição começa a fluir no final da data do término do aviso prévio. Art. 487, § 1º, da CLT.
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B) Indenizado pelo empregado: No caso do empregado o pagamento da indenização ocorre mediante desconto em suas verbas resilitórias do valor correspondente ao aviso prévio que este não concedeu a seu empregado. (Art. 487, §2º, CLT).
§ 2º - A falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo.
A natureza jurídica do aviso neste caso é de indenização tarifada, uma vez que o empregado não paga salário para o empregador.
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BASE DE CÁLCULO
A base de cálculo é o salário.
Como a base não é a remuneração, as gorjetas não integram o cálculo. -> Súmula 354, TST
As horas extras habitualmente prestadas integram o cálculo do A.P
Em se tratando de salário variável, apura-se o valor do A.P com base nos últimos 12 meses.
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Prazo: Lei: 12.506/2011
Assim dispõe o §Ú do art. 1º da Lei: “Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3(três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 dias.”
PARA CADA ANO COMPLETO DE SERVIÇO O EMPREGADO TERÁ MAIS 3 DIAS, ATÉ O LIMITE MÁXIMO DE 60 DIAS, SOMADOS AOS 30 DO AVISO, TOTALIZANDO O MÁXIMO DE 90 DIAS.
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Rio de Janeiro
Terminação do Contrato de Trabalho
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MODALIDADES
As modalidades de extinção do contrato de trabalho podem ser normais e anormais.
Essas modalidades extintivas tendem a produzir efeitos jurídicos diferenciados, os quais se expressam, em regra pela incidência de verbas rescisórias de tipo e importância também distintos.
Extinção Normal
É a morte natural do contrato, pode ter também a terminologia caducidade ou resolução do contrato. 
São as extinções que ocorrem com o implemento do termo final.
As formas normais de extinção são aplicadas aos contratos com prazo (ou tempo) determinado, em que exista um termo final previsto. 
Art. 443, § 1º CLT
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Espécies de Extinção Normal
Pode ser:
a) Terminação com cumprimento do prazo prefixado
b) Terminação antecipada do contrato a termo;
Iniciativa do empregador
Iniciativa do empregado
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a) Terminação com cumprimento do prazo prefixado
DIREITOS:
Extinto o contrato por prazo determinado ou a termo, em seu fim o empregado terá direito a levantar o FGTS sem o acréscimo de 40 %, receber o saldo salários dos dias trabalhados, férias proporcionais com 1/3 (art. 147, CLT) e 13º proporcional.
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b) Terminação Antecipada do Contrato a Termo
I. Iniciativa do empregador: de acordo com o Art. 479, CLT a extinção antecipada do contrato a termo, por iniciativa do empregador, sem justa causa do empregado, dá a este o direito a uma indenização correspondente à metade da remuneração do período que restava para o término natural do contrato.
 + 40% sobe o FGTS de acordo com o art. 14 do Decreto nº 99.684/90. Que aduz: nas extinções antecipadas dos contratos a termo (sem justa causa) é devida a indenização de 40% incidente sobre o FGTS, sem prejuízo do disposto no art. 479 da CLT.
+ saldo se salário, férias proporcionais com 1/3 (art. 147, CLT), 13º salário proporcional e depósitos do FGTS.
II. Iniciativa do empregado: quando o empregado toma a iniciativa de romper antecipadamente o contrato a termo, sem justa causa, a indenização é tarifada pelo Art. 480 da CLT.
De acordo com a JURISPRUDÊNCIA o valor da indenização será de forma idêntica ao preceituado no art. 479 da CLT, sem exigir a prova do dano. Trata-se portanto, de indenização por perdas e danos, já que o empregado não paga ao seu patrão indenização por tempo de serviço.
DIREITOS:
Saldo salários dos dias trabalhados, férias proporcionais com 1/3 (art. 147, CLT) e 13º proporcional.
OBS.: ART.481 da CLT
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Extinção Anormal
Aplica-se ao contrato por prazo indeterminado, que é a regra do contrato de trabalho, sua forma de extinção se dará, sempre, de forma anormal, pois será necessária a ocorrência de um dos fatos legais para que se tenha a sua ruptura.
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Espécies de Extinção Anormal
Resilição – distrato, despedida e demissão.
Resolução – justa causa, rescisão indireta e culpa recíproca.
Rescisão – nulidade do contrato.
Força maior – impossibilidade de execução.
Factum principis – paralisação temporária do trabalho.
Morte – do empregador pessoa física.
Extinção da empresa, fechamento e falência.
Aposentadoria - de 3 tipos.
Ope judicis – determinação judicial.
Suspensão disciplinar por mais de 30 dias consecutivos – Art. 474 da CLT.
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Resilição 
É a extinção do contrato sem justa causa. 
São hipóteses de resilição: 
 
 
1. Distrato: Quando ambas as partes ajustam o fim do contrato, chama-se distrato.
2. Dispensa ou despedida: é a terminação unilateral do CT indeterminado, cuja iniciativa é do rompimento é do empregador, sem justa causa do empregado.
3. “Pedido de demissão”: é o tipo de terminação unilateral do CT indeterminado, cuja iniciativa é do empregado, sem justa causa do empregador.
Resolução 
É a extinção do contrato por:
 justa causa
despedida indireta 
culpa recíproca.
Arts. 482, 483, 484, CLT.
Rescisão
 Rescisão é a extinção do contrato em face de sua nulidade.
Ex. objeto ilícito do contrato, simulação etc.
Nestes casos nada é devido, salvo o saldo de salários se ainda não foi pago e o FGTS.
 Contratos de trabalho efetivados pelas entidades estatais, sem a observância de prévio concurso público (Súmula 363,TST).
 Contratos que concretizem atividade ilícita – objeto ilícito (ilustrativamente, OJ 199, SDI-I/TST).
Força Maior
Considera-se força maior o acontecimento
inevitável, em relação à vontade do empregador , e para a realização do este não concorreu , direta ou indiretamente (art. 501 da CLT). 
A imprevidência do empregador exclui a razão de força maior (§ 1° do art. 501 da CLT).
 Redução pela metade as indenizações rescisórias previstas no art. 502 da CLT.
Para estes casos a lei concede a benesse de o empregador pagar a indenização adicional do FGTS pela metade – 20% , conforme art. 18 , § 2°, Lei n. 8.036, de 1990.
Súmula 44/TST - 26/10/2016. Aviso prévio. Cessação da atividade. CLT, art. 487.
«A cessação da atividade da empresa, com o pagamento da indenização simples ou em dobro, não exclui, por si só, o direito do empregado ao aviso prévio.»
§ 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior, reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º será de 20 (vinte) por cento. 
Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte do empregador, ficará este obrigado a depositar na conta vinculada do trabalhador no FGTS os valores relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente anterior, que ainda não houver sido recolhido, sem prejuízo das cominações legais.  
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Extinção da empresa, fechamento ou falência:
São devidas ao empregado todas as parcelas decorrentes da extinção – súmula 44 do TST. 
Para maior parte da doutrina, nesse caso é devido o aviso prévio, indenização adicional de 40%, bem como as penalidade previstas nos artigos 477, §6º, e 467 da CLT. 
Cessação da Atividade da Empresa - Indenização - Aviso Prévio
   A cessação da atividade da empresa, com o pagamento da indenização, simples ou em dobro, não exclui, por si só, o direito do empregado ao aviso prévio.
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Factum principis – Responsabilidade do Estado
É a paralisação temporária ou definitiva do trabalho em razão de ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou resolução que impossibilite a continuação da atividade.
A autoridade que tomou a medida será responsável pela indenização resultante do contrato de trabalho. Art. 486, caput, CLT.
A responsabilidade da  Administração Pública está limitada à indenização adicional do FGTS (40%) e ao aviso prévio indenizado, sendo as demais verbas de responsabilidade dos empregadores, na medida em que a norma prevista no artigo 486 da CLT dispõe expressamente que o pagamento de “indenização” ficará a cargo da Administração Pública, o que não se confunde com a totalidade das verbas rescisórias, que permanecerá sob a responsabilidade dos recorrentes.
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Justa Causa*
É a penalidade disciplinar máxima aplicada ao trabalhador. Só admitida quando: 
cometer falta muito grave/gravíssima;
Descumprir grosseiramente o contrato;
Quando a lei autorizar – Art. 482, CLT – nosso sistema legislativo é taxativo – não há justa causa sem previsão legal.
* A jurisprudência considera sinônimas as expressões justa causa e falta grave. A CLT usa ambas também, vide Arts. 453 e 482.
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Entendendo o Art. 482, CLT
Art. 482 – Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
a) ato de improbidade;
b) incontinência de conduta ou mau procedimento;
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena;
e) desídia no desempenho das respectivas funções;
f) embriaguez habitual ou em serviço;
g) violação de segredo da empresa;
h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
i) abandono de emprego;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
l) prática constante de jogos de azar.
Parágrafo único. Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios contra a segurança nacional.
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a) Ato de improbidade
De acordo com a corrente majoritária (subjetiva), improbidade é todo ato de desonestidade, ato contrário aos bons costumes, à moral, à lei, enseja justa causa.
Segundo Délio Maranhão, improbidade é a violação a um dever moral. 
A corrente objetiva entende que a improbidade como ato praticado contra o patrimônio da empresa.
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b1)Incontinência de conduta
Ela existirá quando o empregado levar uma vida irregular fora da empresa, que de alguma forma (direta ou indireta) interfira no seu trabalho, ferindo a imagem da empresa.
Deve existir habitualidade nesta vida desregrada. O comportamento desordenado pode estar ligado a desvios sexuais. 
Ex. envio de e-mails de conteúdo pornográfico; expor partes íntimas, etc.
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b2) Mau procedimento
Para a maioria da doutrina é tudo que não se enquadra nos demais tipo legais. (Conceito - controvertido)
É definido pela quebra de regras sociais de boa conduta, como a falta de paciência e educação.
Atos contrários ao bom viver. Ex. tem o hábito de proferir palavrões.
É diferente da incontinência porque ela ocorre fora do trabalho e este dentro do emprego.
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c1) Negociação Habitual (Concorrência à Empresa)
A negociação deve ser habitual, fora do serviço, sem o conhecimento do empregador e desde que importe em concorrência e desvio de clientela.
Atenção: a falta só estará caracterizada se houver concorrência efetiva e prejuízo real. Tendo o empregado vantagem ou não. Há quem entenda que uma negociação de forma eventual, é caso de improbidade.
Concorrência desleal é toda prática desonesta em matéria industrial e comercial.
Previsão criminal: Art. 195, Lei. nº 9279/96.
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c2) Negociação habitual (Prejudicial ao serviço)
Neste caso o empregado pode ter ciência do fato e nada fazer, contudo, se a negociação estiver trazendo prejuízo ao trabalho e perturbando seu bom andamento, estará caracterizado o tipo.
Se tais atos não prejudicarem o trabalho, não haverá falta a ser punida.
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d) Condenação criminal Transitada em Julgado
Essa falta pressupõe três requisitos: condenação criminal, que haja transito em julgado, que inexista condicional da pena.
Não é a condenação criminal em si, mas a impossibilidade física do empregado de continuar prestando o serviço.
Desnecessário que os fatos processuais estejam relacionados com o serviço.
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e) Desídia
O tipo caracteriza o empregado relapso, imprudente, negligente, desinteressado, imperito que não exerce suas atividades de forma produtiva, quantitativa e qualitativamente.
Em regra a desídia não se caracteriza por único ato, e sim por uma síntese de atos faltosos de menor gravidade. Excepcionalmente, a desídia pode ocorrer por único ato*.
A desídia pressupõe culpa, que se divide em imprudência, negligencia e imperícia.
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f) Embriaguez habitual ou em serviço
A embriaguez deve ser entendida além do sentido “alcoólatra”, para poder atingir todas as substâncias químicas embriagantes, tóxicas ou entorpecentes, como: éter, haxixe, ópio, maconha, cocaína, morfina, crack etc.
A embriaguez habitual relaciona-se com o uso frequente pelo trabalhador fora do serviço da droga causadora do estado alucinógeno.
A embriaguez em serviço ocorrida uma única vez enseja a justa causa.
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g) Violação de segredo da Empresa
Violar significa, divulgar sem permissão um segredo e tornar público, de conhecimento de todos.
Segredo é algo sigiloso, secreto que você tem “posse” e não deve propalar. Na empresa é tudo ao que se refere à produção ou ao negócio.
Não constitui violação de segredo o empregado que divulga informação sigilosa que seja ilegal, abusiva, fraudulenta, etc.
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h) Insubordinação e indisciplina
Ato de insubordinação e indisciplina revela-se quando há violação na obrigação do empregado em obedecer às ordens do patrão.
A subordinação decorre do Art. 3º, CLT.
Insubordinação é o desrespeito intencional de uma ordem específica (determinada a uma pessoa ou grupo para agir de tal modo) de caráter pessoal dada pelo superior hierárquico.
A indisciplina é a desobediência de uma ordem geral (destinada a todos os empregados da empresa).
Ninguém é obrigado a cumprir ordem ilegal ou abusiva.
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i) Abandono de emprego
Configura-se o abandono de emprego a ausência injustificada ou não justificada tempestivamente e sem a permissão do patrão, que ocorra de forma reiterada e sucessiva. 
O decurso do prazo de 30 dias (súmula 32, TST), faz presumir a intenção do empregado em abandonar o emprego.
Mesmo que o motivo das faltas seja justo, previsto em lei, se o empregado não comunica em 30 dias, a justa causa pode ser aplicada, salvo se comprovar que não tinha como se comunicar.
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§Ú) Atos atentatórios à segurança nacional
O tipo está previsto no art. 482, §Ú. Foi criado para atender interesses momentâneos de uma situação política particular. É a única justa causa que não estava prevista na CLT. 
O pressuposto está em desuso mas não foi revogado.
Os atos atentatórios estão postulados na Lei nº 7.170/83. – Crimes contra Seg. Nacional.
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Nomenclaturas:
Despedida indireta, 
Dispensa indireta, 
Rescisão forçada, 
Demissão forçada, 
Justa causa do empregador.
O empregador é quem comete falta grave na relação de emprego.
RESCISÃO INDIRETA
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Conceito
É a faculdade que possui o empregado de romper o contrato por justo motivo quando o empregador praticar uma das hipóteses prevista em lei como justa causa.
Diploma legal: Art. 483, CLT.
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Forma - Teórica
Em tese, a despedida indireta se opera-se apenas com a declaração de vontade emitida pelo empregado ao empregador. - Ope iuris.
Bastaria simples comunicação ao empregador da extinção do contrato, seja via telegrama, pessoalmente ou através de ação judicial.
O legislador expressamente apontou as únicas hipóteses em que o trabalhador poderá permanecer em serviço e postular judicialmente a resolução contratual. Art. 483, §3º, CLT. Nas demais hipóteses, a permanência no emprego é incompatível com a falta alegada.
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Forma – Prática
Infelizmente, a prática tem nos demonstrado que ação trabalhista tem sido utilizada como meio para comunicar o empregador do afastamento do empregado em face do término do contrato. 
Assim, cabe ao trabalhador ingressar perante a Justiça do Trabalho com de rescisão indireta do contrato de trabalho. Julgada procedente tal ação, estará extinto o vínculo e, como punição, será o empregador condenado a pagar todas as verbas devidas em caso de despedida sem justa causa.
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Art. 483, §3º, CLT
Apenas nestas hipóteses, alíneas “d” e “g” o empregado pode continuar no trabalho.
Nas demais hipóteses a permanência no serviço é incompatível com a falta alegada. Devendo-se romper o contrato enquanto se ajuíza (ou para ajuizar) a ação trabalhista.
d) Não cumprir o empregador as obrigações do contrato.
g) O empregador reduzir seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa...
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CULPA RECÍPROCA
Conceito: É a concorrência de culpas. Dificilmente é reconhecida pelas partes, pois ambas sempre se julgam com a razão. 
A culpa recíproca na maioria das vezes é reconhecida pelo judiciário, já que as partes sequer alegam-na em sua suas petições. 
É fato conhecido de ofício pelo juiz.
Diploma legal: Art. 484, CLT
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Súmula 14 do TST
A súmula 14 do TST se posicionou pela aplicação analógica do art. 484 da CLT para todas as verbas resilitórias no caso de culpa recíproca.
Direitos: Saldo de salário, 100% das férias vencidas + 1/3, 50% das férias proporcionais, 50% do aviso prévio; 50% do 13º proporcional; além do FGTS + 20%. As férias vencidas e 13º vencidos são devidos integralmente.
Súmula 14/TST - 26/10/2016. Culpa recíproca. Rescisão do contrato de trabalho. Indenização. Aviso prévio. Décimo terceiro. Férias proporcionais. CLT, arts. 129, 484 e 487.
«Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (CLT, art. 484), o empregado tem direito a 50% (cinqüenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais.»
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Rio de Janeiro
Homologação do Contrato de Trabalho
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OBRIGATORIEDADE 
A homologação será obrigatória sempre que se tratar de rescisão de contrato firmado por mais de 1 ano de serviço (art. 477, §1º, CLT), observando que o Termo de Rescisão deverá especificar a natureza de cada parcela paga e o seu respectivo valor, sendo válida a quitação, apenas, relativamente às mesmas parcelas (art. 477, § 2º, CLT).
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Art. 477, §6º
Contudo, a evolução da legislação trouxe a extensão da obrigatoriedade da assistência para todos os contratos de trabalho extintos após um ano de vigência, na fixação de prazos (Art. 477, §6º, CLT) para pagamento das verbas rescisórias
Até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato; ou
Até o décimo dia, contado da data da notificação da demissão, quando da ausência do aviso prévio, indenizado do mesmo, ou dispensa de seu cumprimento.
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Rio de Janeiro
 
 Prescrição
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Exemplo:
Determinado empregado trabalhou por quatro anos sem nunca receber férias e décimo terceiro. Esse trabalhador tem direito a essas verbas. Foi dispensado sem justa causa e ingressou com a reclamação trabalhista após três anos da extinção do contrato (é de dois anos para ingressar na Justiça do Trabalho). Embora persista o direito, ele não tem a exigibilidade, ou seja, o empregador não poderá ser forçado a pagar, pois as verbas estão prescritas.
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Prescrição trabalhista
A prescrição trabalhista possui uma particularidade que é a existência de 2 prazos:
 “prazo prescricional de 5 anos...até o limite de 2 anos após a extinção do contrato” – Art. 7º - XXIX - CF
PRESCRIÇÃO QUINQUENAL
PRESCRIÇÃO BIENAL
01.03.02
01.03.03
01.03.04
01.03.05
01.03.06
01.03.07
01.03.08
01.03.09
EXTINÇÃO CONTRATUAL
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Prescrição bienal
Diz respeito a pretensão, à exigibilidade do direito. 
Começa a fluir após a extinção do contrato.
Seu prazo é de 2 anos. – art. 7º, XXIX, CF c/c art. 11 da CLT.
 Para o início da contagem do prazo prescricional deve-se levar em conta o período do aviso-prévio . Lembre-se de que o período do aviso, mesmo que indenizado, é contado para todos os fins. 
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Prescrição bienal 
Conta-se dois anos PARA FRENTE, a partir da extinção do contrato de trabalho, e então cinco anos PARA TRÁS, a partir da data do ajuizamento da ação (ingresso RT).
A prescrição bienal se dá passado 2 anos da extinção do contrato de trabalho e não sendo proposta ação, PERDE-SE TUDO! 
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Prescrição qüinqüenal
A prescrição qüinqüenal é de 5 anos e torna exigíveis as parcelas anteriores a cinco anos da data de ajuizamento da ação – súmula 308 do TST.
 
. Respeitado o biênio subseqüente à cessação contratual, a prescrição da ação trabalhista concerne às pretensões imediatamente anteriores a cinco anos, contados da data do ajuizamento da reclamação e, não, às anteriores ao qüinqüênio da data da extinção do contrato.
Assim sendo, se demorar para ingressar com a ação judicial, conseqüentemente estará deixando escoar o período pleiteado, de acordo com o posicionamento do TST:  
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Contagem do prazo prescricional
Dispõe a Lei. nº 810/49 c/c art. 132, § 3º, do CC que nos prazos fixados em ano devem ser contados repetindo-se o mesmo dia e mês no ano correspondente.
Se o último dia do contrato recaiu no dia 10/05/05, já incluído o aviso prévio, o trabalhador poderá ajuizar a ação até 10/05/07, último dia de seu prazo.
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Causas impeditivas e Causas Suspensivas
Os fatores impeditivos e suspensivos estão tipificados
pela legislação, atuando de modo direto sobre o efeito prescricional, ora inviabilizam, juridicamente o início da contagem da prescrição (causas impeditivas) ora sustam a contagem prescricional já iniciada (causas suspensivas).
 Verificada a causa impeditiva, a prescrição sequer inicia sua contagem;
 Verifica a causa suspensiva, cessa a contagem do prazo já transcorrido (que será,contudo, reiniciado após o desaparecimento da causa de suspensão).
Em geral as causas impeditivas e suspensivas em se materializam através de fatos ocorridos independentemente da vontade da parte beneficiada pelo impedimento ou suspensão prescricionais. São fatores, externos à vontade do titular do direito, mas que inviabilizam ou restringem a defesa de seus interesses.
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Causas impeditivas no curso da prescrição
Hipóteses legais (taxativas)
- Empregado menor de 18 anos (art. 440, CLT. e Lei nº 5.889/73, § único;
- Contra os ausentes do país em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios (art. 198, II, CC).
- Contra os que acharem servindo as Forças Armadas, em tempo de guerra (198, III)
Pendendo condição suspensiva (art. 199, I, CC)
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Causas suspensivas do curso da prescrição
Hipóteses legais (taxativas):
 Submissão de demanda a Comissão de Conciliação Prévia – Art. 625 – G, CLT;
 Incapacidade absoluta superveniente (art. 3º, III, CC) – causa transitória;
- Auxilio doença ou aposentadoria por invalidez não suspende o curso da prescrição, salvo se o trabalhador fica completamente impossibilitado de recorrer ao judiciário. (OJ – 375, SDI-1, TST).
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Causas interruptivas do curso da prescrição
 Trata-se de fatores , expressamente, especificados pela legislação, que traduzem uma efetiva e eficaz defesa do direito pelo respectivo titular e que, por isso, tem condão de sustar o fluxo do prazo prescricional.
 A Causa mais relevante de interrupção no Dir. do Trabalho é a decorrente da propositura de ação judicial trabalhista, (Art. 202, I, CC);
 A interrupção tem o efeito de apagar o prazo prescricional já fluído;
 A contagem do prazo recomeça, assim, de maneira geral, desde a data do ato de interrupção, (Art. 202, parágrafo único, CC.)
 
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