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RESUMO PESQUISA EM PSICOLOGIA

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Pesquisa em Psicologia
OBJETO DE PESQUISA EM PSICOLOGIA
Na sociedade ocidental, a CIÊNCIA é a forma hegemônica da realidade. Razões: 
	Externas: a possibilidade de responder a questões técnicas e tecnológicas evidenciadas pelo desenvolvimento industrial.
	Internas: os cientistas conseguiram estabelecer uma linguagem fundamentada em conceitos, métodos e técnicas para a compreensão do mundo, das coisas, dos fenômenos, dos processos e das relações. Essa linguagem é utilizada de forma coerente, controlada e instituída por uma comunidade científica que a controla e administra sua reprodução.
As interrogações acerca do estatuto científico da Psicologia, de sua cientificidade, repousam no fato de seu maior objeto de estudo ser idêntico ao agente promotor de pesquisa.
Entretanto, buscar a objetividade própria das ciências naturais na Psicologia é correr o risco de descaracterizar o que há de essencial nos fenômenos e processos sociais, ou seja, o profundo sentido dado pela subjetividade.
A cientificidade deve ser pensada como uma ideia reguladora de alta abstração e não como sinônimo.
Toda ATIVIDADE CIENTÍFICA caminha em duas direções:
1 – elabora suas teorias, seus métodos, seus princípios e estabelece seus resultados;
2 – inventa, ratifica seu caminho, abandona certas vias infrutíferas e encaminha-se para certas direções privilegiadas que possam ampliar o escopo de sua eficácia.
Nesse percurso, é imprescindível que os pesquisadores aceitem os critérios da historicidade, da colaboração de quem sabe que qualquer conhecimento da realidade, franqueado pela pesquisa científica, é apenas aproximado.
O objeto do conhecimento científico no âmbito da pesquisa em Psicologia está submetido a quatro categorias:
	Histórica • Identidade • Ideológica • Qualitativa
1 – Histórica. Considerando que as sociedades humanas existem num determinado espaço cuja formação e configuração são específicas. A subjetividade está submetida ao presente, marcada pelo passado e projetada ao futuro. Nesse sentido, a provisoriedade, o dinamismo e a especificidade são características essenciais de qualquer questão das ciências humanas.
2 – Identidade. A pesquisa em Psicologia, por razões culturais, de classe, de faixa etária, ou por qualquer outro motivo, têm um substrato comum de identidade entre o objeto e o pesquisador, tornando-os solidariamente imbricados e comprometidos. Nas palavras de Levi-Strauss (1975, p. 215), “numa ciência onde o observador é da mesma natureza que o objeto, o observador, ele mesmo, é uma parte de sua observação. ”
3 – Ideológica (relativo a ou que se funda em ideias). A pesquisa em Psicologia, assim como nas ciências sociais, é intrínseca e extrinsecamente ideológica. Toda forma de ciência é comprometida. Ela veicula interesses e visões de mundo historicamente construídas, embora suas contribuições e seus efeitos teóricos e técnicos extrapolem as intenções de seu desenvolvimento. A visão de mundo e a ética que a orienta está implicada em todo o processo do conhecimento científico depurada pela pesquisa. Essa implicação vai desde a concepção do objeto do conhecimento científico aos resultados do trabalho e à sua aplicação.
4 – Qualitativa. Nessa categoria, a realidade subjetiva implica o próprio dinamismo da vida individual e coletiva com toda a riqueza de significados dela transbordante. A subjetividade humana é mais complexa que qualquer teoria que dela se aproxime e furta-se constantemente de qualquer pensamento que possamos elaborar sobre ela.
A ÉTICA E O CONSELHO DE ÉTICA NA PESQUISA EM PSICOLOGIA
	Enquanto conceito, a ética é objeto de estudo de diversas obras sobretudo filosóficas desde a Antiguidade, passando pela Idade Média e Idade Moderna e chegando a Contemporaneidade. Considerando a vasta teorização sobre o termo, sua definição se diversificará a partir do discurso que a aborda, seja ele originário das ciências sociais ou humanas. 
	Segundo Marcondes (2007, p. 9) “A ética é uma das áreas que maior interesse desperta atualmente no campo da filosofia, sobretudo porque diz respeito diretamente à nossa experiência cotidiana, levando-nos a uma reflexão sobre os valores que adotamos, o sentido dos atos que praticamos e a maneira pela qual tomamos decisões e assumimos responsabilidades em nossa vida. Hoje, por exemplo, a maioria das profissões tem seus próprios códigos de ética, numa tentativa precisamente de sistematizar os princípios de orientações para seus profissionais. No entanto, sentimos cada vez mais que vivemos uma crise ética que vai desde a situação política do país, passando por questões de corrupção na sociedade e no governo, até problemas de relacionamento familiar”.
	Etimologicamente, a palavra Ética origina-se do termo grego ethos, que significa o conjunto dos costumes, hábitos e valores de uma determinada sociedade ou cultura. Os romanos o traduziram para o termo latino mos, moris (que mantém o significado de ethos), dos quais provém moralis, que deu origem a palavra moral em português.
	A problemática da ética é, portanto, um sentido amplo, diz respeito à determinação do que é certo ou errado, bom ou mau, permitido ou proibido, de acordo com um conjunto de normas e valores adotados historicamente por uma sociedade. Esta definição é importante porque o ser humano deve agir de acordo com tais valores para que sua ação possa ser considerada ética. Desta forma se introduz uma das noções mais fundamentais da ética: a do dever.
	No tocante à Pesquisa em Psicologia no Brasil, era no CFP (Conselho Federal de Psicologia) que encontrávamos sua ancoragem legal e de onde se ramificavam suas especificidades. Isso porque, a Resolução do CFP nº 016/2000, que trazia em sua Ementa a seguinte circunscrição: Dispõe sobre a realização de pesquisa em Psicologia com seres humanos, foi REVOGADA pela Resolução nº010 de 2012, também do CFP. Neste sentido, é na Resolução do CNS (Conselho Nacional de Saúde) nº 466/2012, que vamos encontrar os parâmetros éticos da pesquisa com seres humanos.[1: Em suma, a Resolução nº 016/2000 do CFP foi revogada pela Resolução nº 010 de 2012 também pelo CFP, pois não era de sua competência criar esta resolução. Por conseguinte, o Conselho Nacional de Saúde criou uma nova resolução com esta finalidade, a Resolução nº 466/2012.]
PROBLEMA DE PESQUISA E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
	Como vimos nas aulas anteriores, o OBJETO do conhecimento científico, com todas as peculiaridades que comporta para o campo da Pesquisa em Psicologia, é o horizonte sobre o qual se debruça o pesquisador. Também vimos que para conhece-lo faz-se necessário alinhar a pesquisa aos parâmetros ÉTICOS concebidos pelo conjunto normativo estabelecido pelo CFP (Conselho Federal de Psicologia) e de modo consentâneo ao determinado pelo CNS (Conselho Nacional de Saúde), precisamente a Resolução nº466/2012. 
Por que pesquisar?
Todo aquele que se inclina a problematizar um determinado OBJETO acaba por transformá-lo em um objeto do conhecimento científico. Desse objeto emana um problema que, para ser resolvido, necessariamente precisa envolver uma série de procedimentos incluindo a REVISÃO BIBLIOGRÁFICA sobre o tema. Isso porque a atividade científica resulta de um processo cumulativo de aquisição do conhecimento relativo a um objeto científico. Tal processo se sedimentou em extensas obras que contém as pesquisas desenvolvidas pelos pesquisadores. Nesse sentido, a elaboração de uma pesquisa ensejada por um problema necessariamente deve se referenciar ao conjunto de dados acumulados de todas as outras pesquisas precedentes realizadas naquela área, sobre um determinado assunto. 
Cada pesquisa desenvolvida acrescenta um elo adicional de conhecimento para formar uma rede complexa de resultados sobre um determinado fenômeno. Por isso, ao iniciar uma pesquisa, faz-se necessário ler e estar ciente do conjunto de conhecimento acumulado sobre o problema que você quer investigar. 
A formulação do PROBLEMA DE PESQUISA pressupõe a REVISÃO BIBLIOGRÁFICA (consulta a pesquisas anterioressobre o tema a ser pesquisado para ter maior propriedade sobre o assunto) sobre o assunto. Quanto maior o número de pesquisas que se lê sobre um assunto, mais condições ter-se-á de formular um problema de pesquisa interessante, pertinente e original. Sabendo o que já foi feito e o que já se sabe sobre um assunto, tem-se mais condições de determinar qual o próximo passo a ser dado para aumentar este conhecimento.
Ao realizar a REVISÃO BIBLIOGRÁFICA sobre o PROBLEMA DE PESQUISA que se quer investigar, deve-se:
1 – deixar claro como esse problema se insere na área de conhecimento sobre o assunto e em que ponto se encontra o estado do conhecimento sobre o mesmo. 
2 – explicitar o contexto teórico no qual o problema se insere, especificamente, quais os modelos teóricos que foram desenvolvidos para explicar o fenômeno. 
3 – explicitar o estado de conhecimento empírico e experimental que foi acumulado até então sobre aquele problema, o quanto e o que se sabe sobre o assunto. Nessa explicitação inclui-se tanto os conhecimentos já estabelecidos sobre aquele problema, quanto os aspectos que ainda não foram investigados, assim como as contradições que existem sobre os resultados obtidos e as dúvidas sobre sua explicação. Para isto, deve-se descrever, na revisão de literatura, as principais pesquisas publicadas sobre o assunto e fazer uma análise crítica das mesmas. 
A realizar a REVISÃO BIBLIOGRÁFICA, as lacunas e as contradições do conhecimento sobre o fenômeno devem ficar evidentes. Ela permite não só justificar e precisar o problema e as hipóteses a serem formuladas, mas serve também para melhor definir a estratégia de pesquisa mais adequada para investigar o objeto-problema e a análise de dados mais pertinente a ser adotada. Trata-se, portanto, de uma parte básica, essencial, pela qual o pesquisador inicia seu trabalho. 
Levantamento da Bibliografia: 
Consulta aos artigos que abordam o tema e, a partir deles, buscar as referências contidas nos mesmos até chegarmos à saturação. Como complementação, pode-se consultar os índices das revistas mais conceituadas da área que se pretende investigar e através da leitura dos resumos é possível selecionar os mais oportunos para a leitura detalhada.
Principais Fontes:
artigos científicos (são privilegiados por condensar as informações mais importantes e relevantes);
dissertações de mestrado;
teses de doutorado;
capítulos de livros.
Aspectos relevantes da REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:
A escrita do contexto teórico e prático da pesquisa deve privilegiar dois aspectos:
1 – deve-se dissertar sobre as pesquisas que foram realizadas sobre problemas similares ao que será abordado.
Exemplo:
A Gestalt-terapia com pacientes com desordem de personalidade borderline.
Pesquisar sobre Gestalt-terapia & desordem de personalidade borderline.
2 – deve-se dissertar sobre aspectos metodológicos, quais os métodos de medidas mais adequados para a pesquisa. Recolhidas as informações, o pesquisador precisar desenvolver uma dissertação, uma análise crítica sobre o tema. É importante construir um texto que evidencie as contribuições anteriores para o avanço da ciência na compreensão do fenômeno em questão bem como os impasses delas decorrentes. A confecção desta dissertação deve considerar os principais autores e pesquisadores da área investigada.
Hipóteses de pesquisa:
Considerando que a atividade científica resulta de um processo cumulativo de aquisição do conhecimento e que este se sedimenta em bibliografias, é imprescindível à pesquisa científica formular hipótese de trabalho a partir de um modelo teórico acerca do fenômeno que se pretende investigar. A formulação de uma hipótese a partir do modelo teórico faz parte da atividade dedutiva e posteriormente de forma indutiva, onde se apresentam as generalizações. Depois de formulada a hipótese de trabalho a partir do modelo teórico utilizado, faz-se necessário conceber a estratégia de pesquisa para pôr à prova a hipótese. Para tal, colhe-se dados por intermédio de observação empírica, por exemplo. 
Num segundo momento, onde já testamos a hipótese de trabalho de modo empírico, interpreta-se os dados colhidos e se realizam as generalizações sobre o fenômeno ou objeto científico investigado. Com base nas generalizações empíricas, é possível realizar considerações críticas sobre a teoria que orientou a hipótese de trabalho, confirmando seu poder preditivo ou objetando-os e propondo modificações ou acréscimos, se for o caso.

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