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CRIOTERAPIA Profa. Ms. Michelle Tiezzi Galhardo Viana CRIOTERAPIA DEFINIÇÃO: É a aplicação terapêutica de qualquer substância ao corpo que resulta em remoção do calor corporal , ↓, assim a temperatura dos tecidos. n É a aplicação do frio com finalidades terapêuticas. CRIOTERAPIA As mudanças atingidas na temperatura por meio do resfriamento variam muito e podem ser atribuídas: n Aos diferentes métodos de aplicação; n Ao período de tempo de aplicação do resfriamento; n A T inicial da técnica utilizada (ex. Água) CRIOTERAPIA É de suma importância no trauma agudo Possui aplicações clínicas tanto na reabilitação como em outras áreas da medicina CRIOTERAPIA Reabilitação: n Controle da inflamação, dor e edema n Redução de espasticidade (…) n Facilitação de movimento Classificação das técnicas (conforme o objetivo): Atendimento imediato → ↓ dor, ↓ espasmo e ↓ metabolismo. Reabilitação → ↓ dor e espasmo musc. → mobilização precoce. Classificação das técnicas (conforme o objetivo): Auxiliar cirúrgico → antes, durante e após cirurgia → ↓ metabolismo e dor. Criocirurgia → sondas de temperatura muito baixa (-20° a -70°C) → congelamento e destruição do tecido. Diversas → ↓ de cólicas menstruais, dessensibilização nas injeções dolorosas. EFEITOS FISIOPATOLÓGICOS DA CRIOTERAPIA: ↓ da temperatura ↓ do metabolismo celular ↓ da dor ↓ do espasmo muscular ↑ da rigidez tecidual EFEITOS CIRCULATÓRIOS: ↓ do fluxo sangüíneo Vasoconstrição (VC) x Vasodilatação n VC → é tida sem sombra de dúvidas na literatura como a reação inicial pela aplicação do frio. Sob a pele ocorre uma irritação local. Toda região onde se aplica o gelo temos uma vasoconstricção, porém na pele há um aumento da vascularização (o frio produz prostaglandinas – sinais químicos- que ↓ o limiar dos nociceptores havendo uma hiperalgesia) EFEITOS CIRCULATÓRIOS: Ocorre aumento de prostaglandina: na pele ocorre uma irritação à a pele fica mais espessada e mais alta (formação de placas locais que somem em horas - Eritema ) Teste: Coloca-se o gelo à Se ocasionar reação alérgica à parar imediatamente a aplicação EFEITOS CIRCULATÓRIOS: n Inicialmente ocorre VCà após 5 min ocorre uma VD signicativa. n Hipótese mais provável: a VIF seja decorrente do efeito direto da baixa temperatura causando paralisia da contração da musculatura lisa nos vasos sanguíneos. n A VIF pode fornecer proteção aos tecidos contra lesão causada por resfriamento prolongado e pela isquemia relativa. FATORES QUE TENTAVAM EXPLICAR A VIF SENSAÇÃO DE CALOR REFERIDA DURANTE O RESFRIAMENTO n Estudos mostraram que não ocorreu aumento de T quando os pacientes sentiram “calor” e adormecimento, e a queda da T continuou gradual. Concluiu-se que era uma sensação mais psicológica do que fisiológica e que possivelmente ocorresse devido à redução da sensação de dor. FATORES QUE TENTAVAM EXPLICAR A VIF HIPEREMIA n O resfriamento promove uma maior redução do retorno venoso do que no influxo arterial, e portanto resultará uma predominância do sangue arteriolar na pele (hiperemia). n A redução do metabolismo tecidual durante o resfriamento, reduz a troca de O2 entre os tecidos e capilares. Esta redução na troca resulta em sangue mais oxigenado (vermelho) no sistema venoso da pele. FATORES QUE TENTAVAM EXPLICAR A VIF RAPIDEZ DE RESOLUÇÃO DAS LESÕES n Criocinética n Benefícios decorrentes dos exercícios n O frio apenas diminui a dor residual permitindo o início mais rápido dos exercícios e os mesmos serem mais vigorosos. JOGO DAS TEMPERATURAS SUPERFICIAL X PROFUNDA : Temperatura superficial: Declínio imediato → platô. Após aplicação ↑ rapidamente e a seguir de forma prolongada e gradual retorna a temp. pré-aplicação. JOGO DAS TEMPERATURAS SUPERFICIAL X PROFUNDA : TEMPERATURA DOS TEC. PROFUNDOS: dependem da profundidade e do tipo de tecido. Ø subcutâneos → reação = a pele Ø profundos → ↓ alguns minutos após a aplicação → redução gradual e de < magnitude. Após aplicação → continua ↓. Tecido adiposo → isolante térmico JOGO DAS TEMPERATURAS SUPERFICIAL X PROFUNDA : JOGO DAS TEMPERATURAS SUPERFICIAL X PROFUNDA : EFEITOS NEUROLÓGICOS E NEUROMUSCULARES : ↓ da velocidade de condução nervosa (5 min.) n 5 min. de aplicação → 15 min. para reversão n 20 min. de aplicação → 30 min. ou mais para reversão devido à grande redução da temperatura n Nervos sensitivos e motores EFEITOS NEUROLÓGICOS E NEUROMUSCULARES : ↑ do limiar de dor n Liberação de opióides n Redução do espasmo muscular (quebra do ciclo dor- espasmo-dor) n ↓ velocidade de condução nervosa sensitiva n ↓ da formação do edema pós-lesão n Redução da excitabilidade das terminações nervosas livres n Redução do metabolismo e fluxo sangüíneo → alívio dos efeitos nocivos da isquemia nos tecidos e minimização das reações da fase inflamatória aguda, controlando a formação do edema pós-lesão. EFEITOS NEUROLÓGICOS E NEUROMUSCULARES : Redução de espasticidade Facilitação da contração muscular n O estímulo causado por uma breve aplicação da crioterapia, facilita a atividade do neurônio motor alfa. EFEITOS METABÓLICOS ↓ da taxa metabólica ↓ da necessidade de oxigênio ↓ das lesões por hipóxia secundária Inibição das enzimas condrolíticas (colagenase, elastase, hialuronidase e protease) – 30o ou menos. Contra-indicada quando a reparação estiver atrasada. EFEITOS METABÓLICOS Controle da Inflamação Aguda: n A crioterapia pode controlar a inflamação aguda e dessa forma acelerar a recuperaçõa da lesão. n ↓ da temperatura tecidual ↓ → a taxa de reações químicas inflamatórias, reduzindo assim os sinais flogísticos da inflamação. n ↓ direta do calor pela ↓ da temperatura da área. n ↓ fluxo sangüíneo (vc + ↑ viscosidade sg.) + ↓ da P vasc. → impedem o movimento do fluido dos capilares para o interstício → controle do edema. n Desta forma quanto antes, melhor o benefício. Principais Indicações para Crioterapia: Trauma Agudo n Controle da inflamação, hipóxia secundária e edema Dor Miofascial Espasmos Musculares Analgesia Controle de Espasticidade Facilitação Criocinética Crioalongamento Contra-indicações da Crioterapia: Distúrbio Cardíaco Grave. Distúrbios vasoespásticos (circulação local) Crioglobulinemia. Intolerância ao frio. Hipersenssibilidade ao Frio. n Urticária Causada pelo Frio. Contra-indicações da Crioterapia: Distúrbios Vasoespásticos: n Fenômeno de Raynaud: n Patologia que ocassiona alterações funcionais locais na circulação, como menor fluxo sangíneo nos dedos e vasoconstrição excessiva em resposta à estimulação simpática. n Livedo Reticular: n Mancha azulada semipermanente da pele das mãos e dos membros inferiores, também conhecida por Púrpura. Sensibilidade Na aplicação a primeira sensibilidade é: 1. Frio 2. Queimação 3. Dor 4. Anestesia Sensibilidade Essa sensação pode ser alterada quando é aplicado o gelo em uma região próxima da lesão, ou mesmo em cima da lesão. ***Para chegar em um tratamento satisfatório precisamos atingir TODAS as etapas: frio, queimação, dor e anestesia. Precauções da Crioterapia: Não use qualquer tipo de crioterapia por mais de uma hora continuamente. Sobre um ramo nervoso superficial. Úlceras abertas. Pacientes muito novos ou idosos. Não aplicarcompressas de gel frio sob bandagem de compressão; ulceração por frio. Não apertar muito a bandagem de compressão. Precauções da Crioterapia: Cautela ao aplicar em pacientes com: n Afecções Reumatóides. n Doenças Hipertensivas. n Pacientes Paralizados ou em Coma / déficit sensitivo ou cognitivo. TÉCNICAS (MODALIDADES) DE CRIOTERAPIA (“termo muito amplo”): Compressas de gelo Massagem com gelo Colocação de uma queimadura sob água corrente Criocinética (gelo × exerc. ativo) Crioalongamento (gelo × along. musc.) Banhos de água fria (piscina/ balde com gelo parcialmente derretido) Criocirurgia Tratamento dos pontos gatilhos Hipotermia corporal Métodos de Aplicação de Frio: Compressas de Gelo: Métodos de Aplicação de Frio: Compressas de Gelo: n Diretamente na pele n Elevação e compressão É usado principalmente para a inflamação aguda - àimpede o aumento do edema Máquina de produção de gelo Métodos de Aplicação de Frio: Turbilhão: Métodos de Aplicação de Frio: Em geral de 12 a 20 minutos e com temperatura de 13 a 21oC Métodos de Aplicação de Frio: Criomassagem: Métodos de Aplicação de Frio: Criomassagem n A melhor indicação é para o espasmo muscular. Deve-se realizar uma aplicação do gelo com uma pressão na direção das fibras à tornamos mais ativa a ação muscular. O resultado dessa técnica é muito rápido, aproximadamente 1-2 min. Métodos de Aplicação de Frio: Imersão: Métodos de Aplicação de Frio: Imersão (2 a 4oC): n Seletivo para as extremidades Também serve para o controle da espasticidade O objetivo da aplicação de imersão é ajudar o tratamento de cinesioterapia. Métodos de Aplicação de Frio: Máquinas de Frio: Métodos de Aplicação de Frio: É utilizado no trauma agudo O que assegura a compressão é um enfaixamento com um velcro, ou seja, o enrola-se uma bolsa contendo gelo. Métodos de Aplicação de Frio: Sprays Refrigerantes: n Cloreto de etila e fluorometano Métodos de Aplicação de Frio: n Quando esse nódulo é pressionado, palpado ocorre o sinal do pulo (é uma contração involuntária, reflexa) n Qdo é palpado a dor é referida para uma região distante n Ela pode estar acompanhada de fenômenos autonômicos como dor, piloereção, sudorese, náuseas, zumbido no ouvido, perda de convergência visual, tontura Métodos de Aplicação de Frio: Se o paciente tem um ponto gatilho no braço colocamos o músculo numa posição de alongamento máximo e aplicamos o spray que resfria a temperatura em segundos e inibe os disparos das fibras que irá gerar um relaxamento provisório do músculo para esse poder ser trabalhado. Desvantagens: muito caro! Métodos de Aplicação de Frio: Trata a Síndrome da disfunção miofascial, que se caracteriza pelos pontos gatilho muscular (PGM). PONTO GATILHO n Há uma banda de tensão do músculo (fora dessa banda o músculo está normal) n Dentro dessa banda há um nódulo em tensão Crioterapia Técnicas Estabilização (Proteção), Repouso, Gelo, Compressão e Elevação - PRICE Justificativas: n ↓Dor; ↓Edema Efeitos: n Inibe a lesão por hipóxia secundária n Limita o edema n Controle do edema n Relaxamento muscular Estabilização (Proteção), Repouso, Gelo, Compressão e Elevação - PRICE Vantagens n Menor área lesada n Menor Edema = Diminuição da dor n Custo Estabilização (Proteção), Repouso, Gelo, Compressão e Elevação - PRICE Desvantagens: n Efetividade do frio diminui com o tempo n Pouco benefício quando iniciada após 8 a 12 horas após a lesão. Estabilização (Proteção), Repouso, Gelo, Compressão e Elevação - PRICE Indicações: n Atendimento imediato de lesões agudas Contra – indicações: n Hipersensibilidade ao frio Precauções: n Tempo de aplicação n Aplicação direta sobre a pele Estabilização (Proteção), Repouso, Gelo, Compressão e Elevação - PRICE Equipamento n Compressa de gelo n Bandagem elástica de 15 cm n Travesseiros n Órtese Estabilização (Proteção), Repouso, Gelo, Compressão e Elevação - PRICE Método: n Aplicar diretamente sobre o local n Aplicar até 10 min após a intercorrência n Evitar o uso de compressas químicas n Prender a compressa com a bandagem n Posicionar o membro em elevação Estabilização (Proteção), Repouso, Gelo, Compressão e Elevação - PRICE Tempo de Aplicação: n 30 a 40 minutos com intervalos de 60 a 90 minutos Estabilização (Proteção), Repouso, Gelo, Compressão e Elevação - PRICE Freqüência da Aplicação: n Repouso: sem dor n Gelo: intermitente 12 a 24 horas após lesão n Elevação: máximo possível (24 horas) n Compressão: constante (sem edema) n Estabilização: sem dor Entorse Criocinética: Combinação de técnicas Justificativas: n Exercício livre de dor n Mobilização precoce Criocinética: Efeitos: n Redução da dor n Aumento do fluxo sanguíneo (exerc) n Restabelecimento neuromuscular (exerc) Vantagens: n Mobilização precoce n Retarda a atrofia muscular n Reduz o edema n Custo Criocinética: Desvantagens: n Dor inicial devido a imersão Indicações: n Entorses de tornozelo (+ eficaz) n Entorses de n Dedos n Punho n Ombros n Joelhos Criocinética: Contra–indicações: n Não realizar atividades que cause dor n Hipersensibilidade Precauções: n Dor como critério n Corrigir a marcha (MMII) n A dor pode aumentar em 4 a 8 hs após o tto Criocinética: Equipamentos: n Balde ou compressas de gelo n Dedeira n Toalha Criocinética: Preparo psicológico: n Dor Procedimentos de Aplicação: n Hipoestesia local (criomassagem ou imersão) de 12 a 20 min n Ajudar na adaptação ao frio n Dedeira (Tornozelo) n Exercícios de curta duração (2 a 3 min) n Exercícios livre de dor Criocinética: Procedimentos de Aplicação: n Exercícios ativos n Exercícios rítmicos e coordenados n Não importa o número de repetições, nem o tempo gasto para realização da atividade n O objetivo principal é realizar as atividades de forma progressiva O momento da lesão. Movimento livre de extensão. Reaplica-se o gelo, para então começar outra bateria de exercícios. A fisioterapeuta ensina à paciente a realizar o exercício de flexão e extensão na teia de aranha. Todo o exercício terá duração de 3 minutos. Aplica o gelo novamente. Crioalongamento: Combinação de 3 técnicas: n Aplicação de frio n Alongamento estático n Contração e relaxamento muscular Crioalongamento: Efeitos: n Analgesia pelo gelo n Alongamento inibe o reflexo de proteção n Relaxamento > após a cont. musc. Vantagens: n Combinação eficaz Desvantagens: n Dor devido ao gelo Crioalongamento: Indicações: n Espasmos musculares leves ou residuais n Distensões de 1º grau n Rigidez muscular devido a imobilizações Crioalongamento: Contra – indicações: n Não realizar exercícios que causem dor n Hipersensibilidade Precauções: n Dor como critério n Dor pode ↑ após 8 hs do tto n Chegada a contração max. deve ser gradual Crioalongamento: Equipamento: n Cubos de gelo ou compressas n Toalhas Preparo psicológico: n Explicar a dor como critério n Explicar a progressão da técnica Crioalongamento: Procedimentos da Aplicação:n Treinamento p/ contração específica dos músculos n Hipoestesia local (10 a 20 min) n Alongamentos passivos graduais n Contração isométrica contra resistida Crioalongamento: Observações: n Alongar o max. possível dentro dos limites de dor n Bateria completa de exercícios consiste em duas séries de exercícios along. passivo/ contração isométrica com cerca de 60 s cada em intervalos de 20s n Realize o tto de 2 a 3 vezes ao dia com intervalos de 3 horas entre as sessões. Crioalongamento: Procedimentos: Aplicar o gelo até anestesiar (12 à 20 min); Ensinar o indivíduo a fazer contração isométrica no membro contralateral; Terapeuta inicia o alongamento (manter por 20 segundos), antes da dor, e pede-se ao paciente que ele faça a contração isométrica lentamente como treinado da outra perna e pede que ele mantenha por 5 segundos; Crioalongamento: Pedir que ele relaxe lentamente, terapeuta alonga um pouco mais, até o limite da dor, por 10 segundos; Pedir nova contração isométrica por 5 segundos, pede para ele relaxar e alonga por 10 segundos; Após as 2 repetições deixar o membro em repouso por 20 segundos; Reaplicar o gelo por 10 a 12 minutos; Realizar esta técnica de 2 a 3 vezes por dia; Após 2 a 3 dias associar criocinética, iniciando com crioalongamento. Aplicamos o gelo na área afetada de 20 – 30 minutos até alcançarmos uma anestesia local. Começamos com alongamento dos músculos afetados por 20 segundos. Solicitamos então, a contração isométrica do músculo por 5 segundos. Em seguida a paciente relaxa por exatos 20 segundos. A terapeuta após o relaxamento, realiza novamente um alongamento um pouco maior por mais 20 segundos. Crioalongamento: Combinação Crioalongamento e Criocinética n 1ª série de crioalongamento n Seguida de 2 ou 3 sereis de exercícios criocinéticos n Finalizando com uma última série de crioalongamento Crioterapia em P. O: Crioterapia em P. O: Procedimentos Avaliação adequada da lesão; Aplicar logo após a lesão; Ver contra-indicações; Posicionar o paciente de forma adequada, elevar o membro 10 à 15 cm em acima do coração; Explicar o procedimento; Procedimentos Repouso: até analgesia; Gelo: intermitente nas primeiras 12 à 24 horas; Elevação: máximo de tempo possível (primeiras 24 horas); Compressão: constante, evitando edema; Estabilização: até ter função sem dor. OBS: muletas, tipóias Acompanhamento médico !
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