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Objetiva retardar a progressão da DRC e tratar as complicações decorrentes da perda de função renal. Dieta hipoprotéica protege os rins dos danos subsequentes, diminui a pressão intraglomerular, reduz a velocidade da progressão da lesão renal, reduz a produção de amônia (consequentemente uréia, ácido úrico, fósforo), reduz o risco de morte, prolonga o tempo do paciente para a entrada em diálise. Equipe multiprofissional: nefrologista, nutricionista, enfermeiro, psicólogo, assistente social. A quantidade de proteína recomendada depende do nível de função renal, dado pela TFG. PROTEÍNAS Peso ajustado = [peso ideal (Kg) – peso atual (Kg)] x 25 + peso atual (kg) Se o paciente estiver em Diálise: ◦ HEMODIÁLISE: 1,2 g/Kg/dia (ao menos 50% AVB) ◦ DIÁLISE PERITONEAL: 1,2 a 1,4 g/Kg/dia (ao menos 50% AVB) PROTEÍNAS Peso ajustado = [peso ideal (Kg) – peso atual (Kg)] x 25 + peso atual (kg) Pactes com TFG < 30mL/min podem também receber o tratamento dietoterápico com cetoácidos. São análogos de aminoácidos essenciais, sem o N, de forma que o fígado, pela transaminação incorpora N no cetoácido formando aa essencial. TTO COM CETOÁCIDOS Ao mesmo tempo que se supre a necessidade de aa’s essenciais, também se reduz a formação de compostos nitrogenados tóxicos. Há redução dos sintomas urêmicos, acidose metabólica, hiperfosfatemia, resistência à insulina; porém, para que seja satisfatório, o pcte precisa ter adesão à dieta. Esquema dietético: 0,3 g/kg ptn da dieta 0,3g/kg cetoácidos TTO COM CETOÁCIDOS Pontos negativos: 1 comprimido para cada 5kg de peso. Muitos comprimidos ao dia. A dieta é praticamente a base de alimentos vegetais. Séria restrição alimentar, dificuldade para o pcte seguir adequadamente o plano alimentar calculado . Assim, os cetoácidos não funcionam. Alto custo. TTO COM CETOÁCIDOS Exemplos de produtos disponíveis: - Ketosteril® - Fresenius Kabi ® E x e m p lo d e p ro to c o lo a li m e n ta r h o s p it a la r / C lí n ic a s d e N e fr o lo g ia ??? ??? Visto a maior dificuldade de se alcançar o fornecimento preconizado de energia, em razão à restrição de açúcares simples, e da maior suscetibilidade ao catabolismo protéico na vigência de hiperglicemias, utiliza-se 0,8 g/kg de proteínas. Se houver redução rápida e acentuada da TFG, orienta-se 0,6 g/kg. PROTEÍNAS > Pacientes diabéticos ENERGIA, CHO, LIP descontada É usual o uso de alimentos com alta densidade energética: mandioca e derivados, doces, açúcar, mel, óleos... Objetivo: assegurar o balanço nitrogenado positivo. Muitas vezes encontra-se dificuldade em atingir 30 a 35 Kcal/Kg/dia devido à restrição protéica e outras restrições, dependendo das doenças co-existentes. DM Dislipidemia ENERGIA, CHO, LIP Pacientes em diálise peritoneal absorvem glicose do dialisato. Ajustes são necessários em casos de obesidade, DM (ajuste de U de insulina). O paciente renal muitas vezes está ou corre o risco de entrar em desnutrição. Nestes casos o mínimo é 35 Kcal/Kg/dia. A desnutrição secundária à DRC é multifatorial: Anorexia crônica decorrente do processo inflamatório dos rins Náuseas, vômitos, perda do paladar Estado hipercatabólico inflamatório Restrições alimentares Excesso de medicamentos Estado emocional abalado, medo da morte Perda da qualidade de vida, isolamento, compromisso com a diálise ENERGIA, CHO, LIP PODE SER PRECISO SUPORTE NUTRICIONAL! Um certo cuidado deve ser tomado com relação à oferta de lipídeos na dieta. Pacientes renais costumam apresentar 30x mais casos de morte por DCV (devido à dislipidemia)que a população normal. Dislipidemia mista com predomínio de hipertrigliceridemia, HDL-c baixo, LDL-c pequenas e densas. Aumento do CT costuma ser discreto. O mecanismo da dislipidemia da doença renal crônica não é bem conhecido, mas acredita-se que RI, aumento do estresse oxidativo e alterações na estrutura e na função das apolipoproteínas sejam os fatores mais importantes. - Geralmente é recomendado estatinas. ENERGIA, CHO, LIP A elevação de potássio é mais frequente nos estágios 4 e 5 da DRC. A hiperpotassemia não inclui apenas fatores dietéticos, está relacionada também à acidose metabólica, uso de medicamentos anti-hipertensivos, constipação intestinal, etc. O excesso de K pode levar à morte por arritmia e parada cardíaca súbita, sendo assim, se houver elevação do potássio sanguíneo, deve-se restringir o potássio da dieta (máx. 50 a 70 mEq/dia). ÁGUA E ELETRÓLITOS Se houver hipercalemia (hiperpotassemia) - restringe-se as maiores fontes de potássio: - hortaliças, frutas, leguminosas, oleaginosas - Cozinha-se em água eliminando a água Reduz 60% o potássio do alimento. - Seleciona-se as fontes com menor teor de K (quadro) ÁGUA E ELETRÓLITOS Toxina: caramboxina. Quando consumida por pacientes acometidos de insuficiência renal ou lesão aguda nos rins, a caramboxina pode induzir crises de soluços, vômito, confusão mental, agitação psicomotora, convulsões prolongadas (estado de mal epiléptico) e até a morte. GARCIA-CAIRASCO, N. et al. Elucidating the Neurotoxicity of the Star Fruit. Angewandte Chemie. 2013 Pacientes renais se beneficiam da restrição de sódio por alguns motivos: Melhor controle da pressão sanguínea Menor retenção hídrica (edema) Consequentemente, melhor controle do ganho de peso interdialítico (para pctes em diálise). ÁGUA E ELETRÓLITOS A recomendação de sódio é 2.000 a 2.300 mg por dia (aprox. 5 a 6g de sal de adição) É restringido o consumo de industrializados, embutidos... Não é indicado o SAL LIGHT !!! (cloreto de potássio) Cuidado! A restrição de sal não pode colocar o paciente em risco nutricional – Bom senso!! ÁGUA E ELETRÓLITOS Pode ocorrer hiperfosfatemia, principalmente omo consequência da baixa eficiência da diálise. Essa condição agrava os distúrbios ósseos. As principais fontes dietéticas de fósforo são as fontes protéicas: carnes, peixes, ovos, queijos, leguminosas... Se os níveis de fósforo não conseguirem ser mantidos através da restrição protéica planejada + diálise, então será necessário o uso de quelantes de fósforo, pois reduzir mais ainda a oferta protéica pode ser perigoso. ÁGUA E ELETRÓLITOS Pode ocorrer hiperfosfatemia, principalmente omo consequência da baixa eficiência da diálise. Essa condição agrava os distúrbios ósseos. As principais fontes dietéticas de fósforo são as fontes protéicas: carnes, peixes, ovos, queijos, leguminosas... Se os níveis de sódio não conseguirem ser mantidos através da restrição protéica planejada + diálise, então será necessário o uso de quelantes de fósforo, pois reduzir mais ainda a oferta protéica pode ser perigoso. ÁGUA E ELETRÓLITOS Ex. de quelantes: Carbonato de cálcio / Cloritrato de sevelamer Devem ser usados junto da refeição rica em fósforo. Além destes, Cálcio, Ferro e outros elementos podem ser necessários: Pacientes em tratamento conservador geralmente não necessitam de restrição hídrica. Em pacientes em hemodiálise, a ingestão hídrica é calculada somando-se 500 mL de líquido à diurese residual de 24h (volume de urina). O objetivo é manter o peso interdialítico entre 4 e 4,5% do peso seco. Paciente com 60kg pode ganhar entre 2,4 a 2,7 kg entre as sessões de diálise. Mais do que isso indicará retenção de líquidos, sendo necessário reduzir a ingestão. ÁGUA E ELETRÓLITOSÉ preciso ensinar o paciente a ter controle do quanto de líquido que se bebeu: Leite, sucos, chás, refrigerantes, gelo, café, sopas, frutas como melancia, melão, laranja – contam como mL de líquidos. Não beber refrigerante pois aumenta a sede (Na). (?) Evitar o excesso de doces pois aumenta a sede. Preferir líquidos gelados, preferir água com gotas de limão. Chupar gelo. Não consumir comidas ou alimentos salgados. ÁGUA E ELETRÓLITOS O tratamento dietoterápico não visa somente ao controle da sintomatologia urêmica e distúrbios hidroeletrolíticos, mas também atua nas doenças correlatas: ◦ Desnutrição energético-protéica ◦ Hiperparatireoidismo secundário ◦ Doenças ósseas ◦ Anemia ◦ Alterações do metabolismo da insulina ◦ Dislipidemia ◦ DCV O único recurso para o portador de DRC deixar a rotina de diálise é o transplante de um rim de doador compatível. Terapia imunossupressora por longo prazo traz efeitos indesejáveis: Catabolismo protéico Intolerância à glicose – RI Ganho de peso Dislipidemia No primeiro mês pós-transplante, recomenda-se dieta de maior teor protéico: 1,3 a 1,5 g/kg Maiores valores podem ser necessários em casos de febre, infecção, stress cirúrgico: 1,6 a 2 g/kg Energia: 30 a 35 kcal/kg Após, é usual 1 g/kg de proteína e energia necessária para manter o EN paciente. Pode ocorrer excesso de peso, neste caso conduzir o tratamento nutricional conforme a condição atual do paciente. Na é individualizado com base na retenção de líquidos e na pressão sanguínea. O paciente deve ser encorajado a voltar ao consumo de líquidos (aprox. 2L / dia) A.M.S, 47 anos, com HAS, deu entrada no hospital com diagnóstico principal de IRC. . História da doença atual: HAS descompensada mesmo com medicação e IRC em tratamento conservador. . História da doença pregressa: diagnóstico principal de IRC e com doenças associadas, HAS, anemia, hipercolesterolemia. . História familiar: pai hipertenso e mãe com IRC em hemodiálise. . História social: sem hábito de fumar ou de ingerir bebida alcoólica. . Exames laboratoriais: Hemoglobina – 10 g/dL \ Hematócrito – 28% \ Sódio – 170 mEq/ L \ Potássio – 10 mEq/L \ Colesterol total – 287 mg/dL Uréia – 180 mg / dL \ Creatinina – 8,5 g / dL . Exame físico: hipoclorada, hidratada, acianótica, febril (picos térmicos de 38,5 / 39º), MMII com edema (3+ / 4+), anictérica. . Avaliação antropométrica: Peso atual (seco) – 45 kg - James (1989). \ Estatura – 165 cm CALCULE: a) IMC e classificação b) Peso Ideal c) Peso ajustado d) TMB ou GEB e) NET ou GET f) Qual a conduta e prescrição dietoterápica? g) Discuta os exames bioquímicos vs dietoterapia. CUPPARI, L. Nutrição nas doenças crônicas não-transmissíveis / 2009. CUPPARI, L. Nutrição Clínica no Adulto / 2002. MAHAN. Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia / 2010. = Glomerulonefrite aguda Condição clínica onde há inflamação dos capilares que formam o glomérulo. Surge de forma abrupta Dura pouco tempo, podendo evoluir para a cura ou para a Síndrome nefrótica ou para DRC Manifestação primária: Hematúria Elevação da pressão arterial, perda parcial da função renal. Principal causa: Infecção por Estreptococus Tratamento nutricional: Manter EN enquanto a infecção é solucionada. Se houver uremia ou aumento de creatinina plasmática faz-se restrição protéica cfme TFG: < 1,0 g/kg/dia Se houver hipercalemia significativa: - restringe-se as maiores fontes de potássio: hortaliças, frutas, leguminosas, oleaginosas - Cozinha-se em água eliminando a água - Seleciona-se as fontes com menor teor de K (quadro) Se houver HAS, restringe-se o sódio dietético (1 a 3g) SAL LIGHT (KCl), NÃO ! Ocorre perda da barreira glomerular às proteínas (princ. albumina) proteinúria A função renal vai se deteriorando. 95% das causas: DM, Lúpus Eritematoso Sistêmico, doença renal pré-existente. - Hipoalbuminemia - Edema - Dislipidemia (inflamação / estresse oxidativo) Tratamento Nutricional: Objetiva controlar edema, dislipidemia, reduzir os riscos de DRC e manter o EN. Antigamente preconizava-se dieta hiperprotéica. Atualmente usa-se 0,8 g/kg/dia que reduz a proteinúria sem afetar a albumina sérica. 50 a 60% AVB Manter balanço nitrogenado positivo Energia = 35 Kcal / Kg / dia em adultos 100 a 150 Kcal / Kg / dia em crianças Tratamento Nutricional: Amenizar o EDEMA resultante da hipoalbuminemia (redução da pressão oncótica do sangue) com restrição moderada de sódio: 3g / dia. Cuidados nutricionais evitando-se fontes ricas de gorduras saturadas (produtos de origem animal) e produtos industrializados, devido ao maior risco de DCV. Elevação de TG Redução de HDL-c Elevação de LDL-c pequenas e densas O estudo das apolipoproteínas no doente renal mostra importante redução das apolipoproteínas A1 (apoA1) e A2 (apoA2) acompanhando a redução do HDL-c, e o aumento da apoB e da apolipoproteína C3 (apoC3) acompanhando o excesso de VLDLs. A apoC3 desenvolve um papel significativo na fisiopatologia dessa dislipidemia, pois inibe a atividade da lipase lipoprotéica, favorecendo assim o aumento dos triglicérides e a redução do HDL-c. A hipertrigliceridemia é secundária tanto ao excesso na produção hepática de VLDL como ao déficit no seu clearance periférico pela lipase lipoprotéica; e isso poderia ser causado pela RI.
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