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Trabalho Final de Curso defendido em 2016/2 1 Estudo da pasta de gesso secundário com adição de resíduos de pneu. Ferreira, A.M.M 1; Silva, R.P.2 Graduandos, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil Resende, P.S.O. 3 Professor MSc., Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil 1 amandammferreira@hotmail.com; 2 rhuanphablo21@gmail.com; 3 preengenharia@gmail.com RESUMO: O presente trabalho trata da importância da reciclagem dentro da construção civil. Com o objetivo de comprovar a viabilidade do reaproveitamento do gesso, a pesquisa em questão teve como primeira abordagem as características favoráveis para o uso do gesso após a reciclagem, comparando os resultados com quando se adiciona resíduos de pneus, nos teores de 15%, 25%, 35% e 45%. A maioria das empresas estão em busca de materiais reciclados ou até mesmo a reutilização do material, logo o gesso é um material muito promissor para reciclagem. O gesso é um material de baixo custo, porém seu preço final tem um forte crescimento em consequência dos meios de transportes insuficiente e precário. Foi comprovado que a viabilidade da reciclagem e um fato bastante promissor. Através dos estudos concluiu-se que a inserção desse material na construção civil será viável, podendo classificar o teor de 25% como o melhor dessa pesquisa, orientando solução para o gesso e pneus que seriam descartados de forma incorreta. Palavras-chaves: Gesso, reciclagem, fibra de pneu. Área de Concentração: 01 – Construção Civil. 1 INTRODUÇÃO O Brasil é conhecido internacionalmente pela extensão territorial e pelas diversas riquezas naturais. A gipsita encontrada no Araripe pernambucano possui alto teor de pureza e economicamente viável, pois encontra-se a céu aberto. No Polo Gesseiro do Araripe são gerados 13,9 mil empregos diretos e 69 mil empregos indiretos com cerca de 750 industrias de pré-moldados (SINDUSGESSO,2014). O Polo Gesseiro de Araripe corresponde cerca de 95% da produção brasileira de gesso (CAMPELLO, 2011). Atualmente há uma grande necessidade de adequação da indústria da construção ao modelo de sustentabilidade, visando o desenvolvimento econômico sem alterar a cadeia produtiva. Para não haver alterações na cadeia, é preciso que cada segmento seja sustentável, visando a redução de matéria prima, redução de resíduos, reutilização e a reciclagem. O gesso na construção apresenta uma cadeia bastante favorável para sustentabilidade, devido ao baixo consumo de energia no processo de produção e a viabilidade de reciclagem dos resíduos gerados. (JOHN; CINCOTTO, 2007). O volume de resíduos produzidos é desconhecido pelas unidades produtoras. Porém sabe –se que esse volume é grande podendo haver um grande volume de material reciclado. (JOHN; CINCOTTO, 2003). O pneu depende de um gerenciamento adequado de resíduos, pois constitui um grande desafio enfrentado a anos pelos municípios devido a questões ambientais e econômicas envolvidas. No Brasil, foram implantados procedimentos de descartes e metas para pneus inservíveis foram estabelecidos, quanto a prazos e quantidades para coleta e destino final, por meio das Resoluções CONAMA n° 258/99 e 301/02, PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Pontifícia Universidade Católica de Goiás 2 regulamentada pela Instrução Normativa n° 8/02 do IBAMA. A elaboração de materiais reciclados é a melhor opção nos processos de produção sustentável na construção civil, que são necessários para amenizar os problemas ambientais gerados em grande escala. Atualmente, buscam-se soluções viáveis para minimizar alguns problemas, por meio de estudos que consideram vários aspectos, como: reciclagem; aproveitamento de resíduos; redução de desperdícios; utilização de materiais de fontes renováveis; uso consciente do meio ambiente (RODRIGUES, FERREIRA, 2010). No Brasil alguns materiais estão sendo reaproveitados, porém essas inovações ainda são restritas, como os pneus inservíveis e demais derivados da borracha, que ainda são sendo descartados inadequadamente no meio ambiente. São vários os impactos ambientais que os pneus podem causar ao meio ambiente, e, sendo os materiais que compõem a estrutura dos pneus de difícil decomposição, estando disposto por mais tempo no meio ambiente. O desafio atual para amenizar os danos ambientais causados por esses resíduos no mundo consiste em aplicar as alternativas tecnológicas para o aumento da vida útil dos pneus, pesquisar formas para sua reutilização e promover a reciclagem dos pneus inservíveis (RODRIGUES, FERREIRA, 2010). Os resíduos gerados por esses pneus inservíveis podem ser adicionados em argamassas para melhorar a ligação e a aderência do material, aumentando também a flexibilidade, para fazer o uso do resíduo de pneu no gesso deve – se triturar o pneu e fazer a dosagem em relação ao gesso. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O gesso tem sido visto pelas construtoras como material alternativo, com sua qualidade e baixo custo, como revestimento pode substituir a camada de chapisco, a argamassa (emboço/massa única), e a massa corrida (ANTUNES e JOHN, 2000). De acordo com Dias e Cincotto (1995), o gesso como revestimento deve ser aplicado diretamente sobre a base, dispensando camadas de regularização. Em acabamento decorativo elimina a massa corrida resultando uma redução no tempo de execução em torno de 50%. A Resolução nº 307 (CONAMA, 2002), estabelece que o gesso se classificava como Classe C, não tendo viabilidade de reciclagem e reutilização. Em 2011, de acordo com a CONAMA, sua classificação foi alterada passando para Classe B, que agrupa os resíduos recicláveis para outras destinações. A Resolução nº 307 (CONAMA, 2002) ainda atribui responsabilidades aos geradores de resíduos da construção civil pelos resíduos gerados. Além da responsabilidade, os geradores deverão ter objetivo prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem, o tratamento e disposição final. Considerando que a disposição final não seja feita em aterros de resíduos sólidos urbanos, em encostas, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei, conforme a Resolução nº448 (CONAMA, 2012). A construção civil é um dos grandes vilões quando se fala de desperdício, pois é um dos principais meios de geração de resíduo e desperdício, além do descarte indevido de material de obra em aterros sanitários. Grande parte dos resíduos possuem potencial para ser reinserido novamente no mercado, como é o caso do gesso. A reciclagem do gesso deverá atender os quesitos ecológicos e também viabilidade econômica, sendo mais vantajoso para o consumidor final um produto mais barato e com propriedades físicas similares ao do produto original além da economia de tempo e frete. Alguns fatores devem ser considerados no processo de reciclagem, como a gestão adequada na produção de resíduos, de forma a reduzir a contaminação e os teores de impureza no resíduo e o desenvolvimento de processos de moagem e calcinação que proporcionem ao material reciclado as características necessárias (JOHN; CINCOTTO, 2003). No Brasil existem cerca de 100 milhões de pneus inservíveis abandonados no meio ambiente que não obtiveram o destino correto (ECHIMENCO, 2001). Estes pneus inservíveis se encontram em aterros, terrenos baldios, rios, lagos e em ruas das cidades, segundo informações da Associação Nacional da Industria de Pneumáticos (ANIP,2003). E cada ano que se passa, dezenas de milhões de pneus novos são fabricados no país. Cada Brasileiro descarta atualmente quatro vezes mais pneus que não tem mais condição de uso do que na década de 60. Ambientalmente falando, pode-se definir pneus como resíduos sólidos particularmente intratáveis, uma vez que não se decompõem, podem desencadear efeitos nocivos e adversos se utilizados em incineradores de resíduos domésticos, podem romper a compactação em aterros e, se empilhados, são ambientes propício para o PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Pontifícia Universidade Católica de Goiás 3 desenvolvimento de mosquitos e roedores, além de apresentarem risco potencial de incêndio e serem visualmente indesejáveis (CIMINO, BALDOCHI, 2002). 3 METODOLOGIA Neste trabalho experimental enfatiza-se o aproveitamento dos materiais constituintes dos pneus inservíveis (FIGURA 1), em associação com o resíduo de gesso coletado em obras (FIGURA 2), promovendo a reciclagem do gesso, permitindo assim obtenção de novos produtos de baixo custo aplicáveis na construção civil e que também contribuem para a preservação dos recursos naturais não renováveis. Essa prática demonstra a possibilidade de associar crescimento econômico com desenvolvimento sustentável, levando à preservação dos recursos naturais e ao equilíbrio do meio ambiente, promovendo assim a melhoria da qualidade de vida de nossa sociedade. Figura 1 – Resíduo de pneu. Figura 2 – Gesso coletado na construção civil. 3.1 Reciclagem do gesso secundário A reciclagem do gesso foi executada conforme Figura 3, primeiramente foi coletado o material e separado todo o gesso, em seguida feito a britagem em um britador mecânico do laboratório de construção civil, da Escola de Engenharia da PUC - GO (FIGURA 4), o próximo passo foi peneirar o material, o que não passou no peneiramento foi britado e peneirado novamente. Figura 3 – Fluxograma. COLETA DO MATERIAL TRITURAÇÃO, MOAGEM E PENEIRAMENO CALCINAÇÃO DETERMINAÇÃO DA PASTA DE CONSISENCIA NORMAL E DO TEMPO DE PEGA MOLDAGEM DOS CORPOS DE PROVA ROMPIMENTO DOS CORPOS DE PROVA ANALISE DOS RESULTADOS PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Pontifícia Universidade Católica de Goiás 4 Figura 4 – Britador. Colocamos todo o material passante em uma estufa (FIGURA 5) com temperatura de 200ºC por 12 horas. Logo após peneiramos novamente o material na peneira de 2,00 mm, pesamos os materiais passantes e os descartados. Figura 5 – Gesso secundário na estufa. 3.2 Granulometria, modo de finura Foi executado de acordo com a norma NBR 12127 (ABNT, 1991). Separamos 1000g de gesso secundário e colocamos em um funil sobre as peneiras e com uma espátula fazer o material passar, raspar sem compactar e pesar o material, para determinar a quantidade de material passante. Classificando o material como pulverulento. 3.3 Relação a/g e Tempo de pega Para determinação da relação a/g utilizou - se a norma NBR 12128 (ABNT 1991), onde tomamos uma quantidade de amostra, de 300g, necessária para a determinação das propriedades físicas da pasta logo depois passamos através da peneira de 2,00 mm com auxílio de um pincel macio. Em seguida adicionamos o material pesado juntamente com a água e batemos a mesma em forma circular por 1 minuto para que fosse obtido uma pasta uniforme. Logo após foi levado a pasta para o molde e sem deixar bolhas de ar foi feito razoamento do mesmo, centralizamos a sonda cônica e a soltamos sendo assim determinando a pasta de consistência normal (FIGURA 6). A partir desses parâmetros a pasta que teve melhor consistência foi a relação de 0,9 de agua/gesso. Para determinação do tempo de pega foi utilizado o mesmo procedimento do ensaio anterior só que ao invés da sonda cônica foi utilizado a agulha de Vicat (FIGURA 7). Figura 6 – Sonda cônica. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Pontifícia Universidade Católica de Goiás 5 Figura 7 – Agulha de Vicat. Nas pastas de gesso, a trabalhabilidade depende de dois fatores: a consistência e os tempo de pega, que devem ser adequados a finalidade de seu uso. O tempo de pega deve garantir o manuseio do material, a consistência deve garantir a moldagem e a coesão do material. (JOHN; CINCOTTO, 2007). 3.4 Determinação da resistência a tração na flexão e a compressão. A dureza e resistência a tração na flexão e a compressão foram feitas para atender a NBR 13279 (ABNT 2005). Para moldar os corpos de prova de gesso secundário puro, foi utilizado a quantidade de 1500 gramas de gesso secundário e adicionamos a relação de 0,9 de agua e mexemos de forma continua procurando desfazer grumos de gesso e bolhas de ar da mistura. Isto durou 1 minuto. Daí transferimos rapidamente a pasta para o molde rasando com espátula para evitar o aprisionamento de ar logo após colocamos o molde sobre a mesa flow table e efetuamos 20 golpes para remover todo o ar aprisionado. Quando atingiu o tempo de início de pega nivelamos a superfície dos corpos de prova com uma espátula sem alisar a superfície (FIGURA 8). Figura 8 – Corpos de prova na forma. Efetuamos a desmoldagem após completo endurecimento da pasta, que e identificada também pelo fim da fase exotérmica. Fizemos a identificação dos corpos de prova conforme cada teor moldado e deixámos secar ao ar livre em temperatura ambiente. Para as dosagens com pneu conforme a Tabela 1 com as quantidades utilizadas. Tabela 1 – Dosagem de pneu. Foram moldados 6 corpos-de-prova prismático de 40 mm x 40 mm x 160 mm curados 24 horas para cada teor (FIGURA 9). Figura 9 – Corpos de prova moldados. TEOR GESSO ÁGUA PNEU 0% 1500,00 g 1350,00 g - 15% 1275,00 g 1147,50 g 46,70 g 25% 1125,00 g 1012,50 g 77,83 g 35% 975,00 g 877,50 g 108,96 g 45% 825,00 g 742,50 g 140,10 g PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Pontifícia Universidade Católica de Goiás 6 A prensa utilizada para romper os corpos de prova foi uma prensa CBR (FIGURA 10) onde a sensibilidade para efetuar a ruptura dos corpos de prova e mais sensível, e foi utilizado a mesma pelo gesso ter uma resistência baixa, dificultando a verificação de ruptura em prensas maiores e podendo até ter uma leitura da carga de ruptura errada. Figura 10 – Prensa CBR. O ensaio a flexão se deu com a utilização de um dispositivo especifico para o ensaio a flexão onde a prensa aplica uma carga sobre o dispositivo, fazendo com que o dispositivo fizesse a ruptura do mesmo no meio, através de roletes que se encontram no meio na parte superior e nas extremidades da base do dispositivo (FIGURA 11). O dispositivo conta com um manômetro onde a carga aplicada e aferida por meio do mesmo e a aplicação da carga no mesmo e feita manualmente pelo material ter uma resistência baixa, e para ter uma precisão melhor na hora da ruptura. Figura 11 – Rompimento a flexão. No ensaio de compressão são reaproveitados os corpos de prova do ensaio de flexão, onde os 3 corpos-de- prova após serem ensaiados se transformam em 6 metades para o ensaio de compressão. Os corpos de prova do ensaio de flexão que foram rompidos são colocados em outro dispositivo semelhante ao de flexão só que o mesmo não possui os roletes, possui apenas uma superfície que e onde aplica a carga igualmente nos corpos de prova fazendo assim a ruptura por compressão (FIGURA 12). Figura 12 – Rompimento a compressão. Após os rompimentos dos copos de prova, geramos assim 3 resultados de rompimento a flexão e 6 resultados de rompimento a compressão (FIGURA 13). PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Pontifícia Universidade Católica de Goiás 7 Figura 13 – Corpos de provas rompidos a flexão e compressão. 3.5 Determinação da densidade. As densidades dos teores foram feitas conforme com a Tabela 2. Tabela 2 – Densidade dos corpos de prova. TEORES VOLUME MASSA DENSIDADE 0% 256,00 cm³ 236,71 g 0,92 g/cm³ 15% 256,00 cm³ 226,27 g 0,88 g/cm³ 25% 256,00 cm³ 231,53 g 0,90 g/cm³ 35% 256,00 cm³ 235,90 g 0,92 g/cm³ 45% 256,00 cm³ 222,35 g 0,87 g/cm³ 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO No peneiramento observou que mesmo após a britagem uma parte do material ainda se encontrava em granulometria elevada, necessitando de uma nova britagem para adequar o material a norma NBR 12127 (ABNT, 1991). A granulometria elevada se dá devido ao aparelho não ser adequado para este tipo de britagem ou alguma deficiência do britador. Para os resultados de consistência normal o gesso reciclado apresentou valores de 270 ml de água para 300 g de gesso representando um a/g correspondente a 90% do total de gesso. Mostrando que o mesmo após a desidratação necessita de mais agua para ter uma pasta de consistência normal do que um gesso comercial onde o a/g varia de 40 a 60 % de agua. No ensaio resistência a tração na flexão e a compressão percebe-se que o gesso reciclado apresentou maior valor de 9,37 MPa, já o gesso comercial conforme Godoy e Honorato (2016), apresentou maior valor de 9,74 MPa. Comparados conforme Tabela 3, Figura 14 e 15. Tabela 3 – Comparação Gesso Primário X Secundário. Figura 14 – Corpos de provas rompidos a flexão e compressão. 2 ,0 1 1 ,2 6 2 ,0 1 1 ,4 8 1 ,3 4 1 ,4 7 1 0 ,0 6 8 ,3 0 1 0 ,5 6 8 ,0 5 8 ,0 5 1 1 ,1 9 9 ,7 4 4 ,2 7 2 ,8 7 ,8 9 5 ,1 6 7 ,8 5 1 2 3 Gesso Secundário - Flexão Gesso Primário - Flexão Gesso Secundário - compressão 2 Gesso Secundário - compressão 1 Gesso Primário - compressão 2 Gesso Primário - compressão 1 RESISTÊNCIA (MPa) FLEXÃO COMPRESSÃO COMPRESSÃO PRIMARIO 1,48 7,89 9,74 1,34 5,16 4,27 1,47 7,85 2,8 SECUNDARIO 2,01 8,05 10,06 1,26 8,05 8,30 2,01 11,19 10,56 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Pontifícia Universidade Católica de Goiás 8 Figura 15 – Corpos de provas rompidos a flexão e compressão. O valor de resistência a compressão dos outros com adição de fibra de borracha de pneu todos atingiram a resistência mínima exigida pela norma, mostrando ainda que mesmo adicionando a borracha a sua resistência não foi prejudicada, muito pelo contrário a borracha agiu como um bom agregado onde a borracha teve uma ótima aderência ao gesso e fez com que o gesso ganhasse um pouco de resistência com sua adição, para os teores de borracha de 15,25,35 e 45% foi observado que o teor ótimo foi o de 25% onde se teve a maior resistência encontrada, de 12,07 MPa. Outro fator observado foi que o gesso reciclado com borracha ao ser feito o ensaio de compressão tem outro tipo de fissura ao corpo de prova ser rompido, mostrando que a borracha impede a fissura no local de aplicação da carga e retarda o esmagamento. Os valores encontrados nos rompimentos foram de acordo com as Tabelas 4 e 5, ilustrados nas Figuras de 16 a 19. Tabela 4 – Resultados dos ensaios de flexão. RESISTÊNCIA A FLEXÃO TEORES MAIOR VALOR MENOR VALOR VALOR MEDIO 0% 2,01 MPa 1,26 MPa 1,76 MPa 15% 2,06 MPa 1,76 MPa 1,95 MPa 25% 2,01 MPa 1,76 MPa 1,89 MPa 35% 1,89 MPa 1,13 MPa 1,59 MPa 45% 2,01 MPa 1,13 MPa 1,59 MPa Figura 16 – Resultados dos ensaios de flexão. Tabela 5 – Resultados dos ensaios de compressão. RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO TEORES MAIOR VALOR MENOR VALOR VALOR MEDIO 0% 11,19 MPa 8,05 MPa 9,37 MPa 15% 10,31 MPa 8,38 MPa 9,34 MPa 25% 12,07 MPa 7,29 MPa 9,14 MPa 35% 10,56 MPa 7,80 MPa 9,35 MPa 45% 9,06 MPa 7,29 MPa 8,26 MPa R² = 1 R² = 1 R² = 1 R² = 1 R² = 1 R² = 1 0 MPa 2 MPa 4 MPa 6 MPa 8 MPa 10 MPa 12 MPa 1 2 3 Te n sã o Corpos de prova Gesso Secundário - Flexão Gesso Primário - Flexão Gesso Secundário - compressão 2 Gesso Secundário - compressão 1 Gesso Primário - compressão 2 R² = 0,161 R² = 0,6973 R² = 0,7312 1,00 MPa 1,20 MPa 1,40 MPa 1,60 MPa 1,80 MPa 2,00 MPa 2,20 MPa 0% 10% 20% 30% 40% 50% Te n sã o Porcentagem de pneu MAIOR VALOR MENOR VALOR VALOR MEDIO Polinômio (MAIOR VALOR) Polinômio (MENOR VALOR) Polinômio (VALOR MEDIO) PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Pontifícia Universidade Católica de Goiás 9 Figura 17 – Resultados dos ensaios de compressão. Figura 18 – Maiores valores de resultados de rompimento a flexão e compressão. Figura 19 – Comparação dos maiores valores de rompimento a flexão e compressão. Conforme observado na Figura 20, a densidade sofre um crescimento aritmético. Estando dentro dos padrões de densidade das propriedades do gesso, que varia entre 0,80g/cm³, porém o teor de 45% se tornou o menos denso e mais leve. Figura 20 – Densidade. 5 CONCLUSÕES E SUJESTÕES Chegamos a conclusão que a utilização do gesso secundário é muito viável tecnicamente e economicamente, não só para sua utilização novamente na construção, mas também pelo gesso ser um grande poluente e um dos maiores resíduos da construção com grandes impactos ambientais. Além disso verificamos que o gesso secundário quando adicionado a fibra de pneu em um teor de 25% teve uma considerável melhora na resistência a compressão em comparação com o mesmo puro. Sendo assim outra comprovação de que o gesso secundário com adição de borracha de pneu melhorou a sua resistência. Outra coisa observada foi que com a adição de borracha o gesso na hora do rompimento a compressão ele não se rompe totalmente apenas aparecem algumas trincas. A reciclagem do gesso é um fator fundamental para o desenvolvimento sustentável. Porém, para que a reciclagem do gesso seja economicamente viável é importante que o processo de reaproveitamento do material seja realizado de forma que se consuma um mínimo de energia, mas se obtermos um material com propriedades físicas e mecânicas de qualidade equiparáveis ao do gesso comercial desta forma sim conseguiremos reutilizar o material reciclado. Este trabalho teve como enfoque no estudo de caso, um levantamento de dados que demonstram que o resíduo R² = 0,5639 R² = 0,4714 R² = 0,7551 6 MPa 8 MPa 10 MPa 12 MPa 0% 10% 20% 30% 40% 50% T en sã o Porcentagem de pneu MAIOR VALOR MENOR VALOR VALOR MEDIO Polinômio (MAIOR VALOR) Polinômio (MENOR VALOR) Polinômio (VALOR MEDIO) 2 ,0 1 2 ,0 6 2 ,0 1 1 ,8 9 2 ,0 1 1 0 ,5 6 1 0 ,3 1 9 ,0 6 1 0 ,3 1 9 ,0 6 1 1 ,1 9 1 0 ,0 6 1 2 ,0 7 1 0 ,5 6 7 ,8 0 0 % 1 5 % 2 5 % 3 5 % 4 5 % FLEXÃO (MPa) COMPRESSÃO (Mpa) COMPRESSÃO (Mpa) 2,01 2,06 2,01 1,76 2,01 11,19 10,31 12,07 10,31 9,06 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 0 % 5 % 1 0 % 1 5 % 2 0 % 2 5 % 3 0 % 3 5 % 4 0 % 4 5 % 5 0 % TE N SÃ O PORCENTAGEM DE PNEU FLEXÃO COMPRESSÃO R² = 0,9925 0,86 g/cm³ 0,87 g/cm³ 0,88 g/cm³ 0,89 g/cm³ 0,90 g/cm³ 0,91 g/cm³ 0,92 g/cm³ 0,93 g/cm³ 0% 10% 20% 30% 40% 50% D en si d ad e Porcentagem de pneu PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Pontifícia Universidade Católica de Goiás 10 de gesso depois de submetido ao processo de moagem e calcinação a 200 °C durante 12 horas e análise dos ensaios de flexão e compressão e dos tempos de início e tempos de fim de pega descrevem um grande potencial para seu uso. Onde o gesso reciclado teve um comportamento semelhante ao do gesso comercial, mudando apenas algumas propriedades como resistência a compressão e flexão onde o gesso reciclado obteve resultados melhores, o inicio de pega e fim de pega obtiveram resultados semelhantes com início do tempo de pega com 8 minutos e fim de pega com 26 minutos. O gesso reciclado com adição de borracha de pneu teve um comportamento melhor do que o esperando melhorando sua resistência, diminuindo sua massa, porem foi observado que para ter um bom aproveitamento o ideal seria utilizar o gesso reciclado com adição de 25% de borracha onde obtivemos os melhores resultados. Por fim conclui-se que é possível realizar a reciclagem do gesso, onde pode ser reincorporada como matéria- prima no processo de produção de blocos de gesso, chapas de gesso acartonado, placas ou molduras de gesso e até mesmo como revestimento. E com a adição de borrachas com teor ótimo ao gesso, pode ser feito novos produtor com uma redução de massa e melhor resistência. Demonstra-se assim que o resíduo hoje descartado pode vir a ser reutilizado gerando novos produtos de mercado, como também colocar este produto hoje nocivo ao meio ambiente na esfera sustentável. Sugerimos para trabalhos futuros a realização do ensaio de elasticidade e de compressão diametral e modulo de arrancamento a tração. A realização de blocos com gesso reciclado puro e com a adição de pneu, fazendo assim a verificação da acústica, resistência e desempenho. 6 AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a Deus por ter nos dados saúde e força para superarmos todas as dificuldades. A nossa família que nos apoiou em todos os momentos do curso. Agradecemos ao Técnico de Segurança Doglas Paulino Medeiros e a empresa Sim Engenharia, que nos forneceu todo o gesso utilizado para nosso experimento, e nos ajudou bastante tendo paciência para separar todo o material utilizado neste trabalho. Agradecemos nosso orientador MSc. Paulo Sergio Oliveira Resende, que nos acompanhou nessa jornada e que teve muita paciência, otimismo e principalmente por ter ajudado a desenvolver este trabalho. 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANIP - Associação Nacional de Indústrias de Pneumáticos. Palestra: Alternativas Tecnológicas para Pneumáticos Pós-Uso-Sr. José Carlos Arnaldi, Assessor da Presidência - Sala Eldorado, Senalimp/Feilimp 2003 - Centro de Exposições Imigrantes, mar. 2003. ANTUNES, RPN; JOHN, V. M. O Conceito de Tempo Útil das Pastas de Gesso. São Paulo: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2000. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12127 – MB 3468: Gesso para Construção: Determinação das propriedades físicas do pó. 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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Pontifícia Universidade Católica de Goiás 12 8 APÊNDICE Apêndice 1 - Tabela 6 – Resultados de peneiramento. Apêndice 2 - Figura 20 – Peneiramento. Apêndice 3 – Tabela 7 – Exigências físicas do gesso para construção civil. Apêndice 4 – Tabela 8 – Resultados de ruptura. PENEIRAS AMOSTRA PARCIAL Nº Abertura Massa retida (g) Massa que passa (g) % que passa 4 4,80 415,82 584,18 58,42% 10 2,00 131,89 452,29 77,42% 16 1,20 83,42 368,87 81,56% 30 0,60 120,31 248,56 67,38% 40 0,42 141,10 107,46 43,23% 50 0,30 84,61 22,85 21,26% 100 0,15 19,42 3,43 15,01% 200 0,074 1,50 1,93 56,27% Classificação do gesso Tempo de pega (min) Módulo de finura Início Fim Gesso fino para revestimento > 10 > 45 < 1,10 Gesso grosso para revestimento > 10 > 45 > 1,10 Gesso fino para fundição 4 - 10 20 - 45 < 1,10 Gesso grosso para fundição 4 - 10 20 - 45 > 1,10 Teor de pneu Nº do corpo de prova Tensão (MPa) Flexão Compressão Compressão 0% 1 2,01 8,05 10,06 2 1,26 8,05 8,30 3 2,01 11,19 10,56 15% 1 2,01 10,06 9,06 2 1,76 9,06 8,38 3 2,06 9,18 10,31 25% 1 1,76 8,05 9,06 2 1,89 9,31 7,29 3 2,01 12,07 9,06 35% 1 1,89 8,80 7,80 2 1,13 10,56 9,06 3 1,76 9,56 10,31 45% 1 1,63 7,80 9,06 2 1,13 7,80 8,55 3 2,01 7,29 9,06
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