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Teníase e Cisticercose Classe: Cestoda (endoparasitos desprovidos de epiderme e sistema digestivo. Órgãos de fixação estão localizados na extremidade anterior). Família: Taeniidae (parasitos de mamíferos, especialmente carnívoros) Gênero – Taenia (homem como hospedeiros definitivos e obrigatórios). Zeder (1800) – gênero Cysticercus; Küchenmeister (1885) – cisticerco e tênia; Estima-se que 77 milhões de pessoas tenham teníase por Taenia saginata; Brasil, Argentina, Venezuela, México, Colômbia, Uruguai – incidência variando de 0,2 a 2,6%; Santiago do Chile - 39,1% em 50mil pessoas estudadas; Taenia solium – 2,5 milhões de pessoas no mundo; Cisticercose – 8,1% Sudeste, 5,8% Nordeste, 5,3% Centro-Oeste, 3,5% Sul; Perdas econômicas – EUA (1/2 milhão de dólares/ano). MORFOLOGIA Vermes Adultos – divididos em escoléx ou cabeça, colo ou pescoço e estróbilo ou corpo; Escólex – fixação do cestoda na mucosa intestinal; Quatro ventosas. Taenia solium rostelo ou rostro armado com acúleos; Taenia saginata não possui rostelo. 2. Colo – abaixo do escólex. Crescimento ou formação de proglotes. 3. Estróbilo – união de proglotes. Oitocentos a mil e atingir 3 metros (T. solium) ou mais de mil proglotes atingindo 8 metros (T. saginata). Jovens, maduras e grávidas. T. solium quadrangular e dendríticas (80 mil) T. saginata retangular e dicotômicas (160 mil) Taenia solium Taenia saginata 4. Ovos – indistinguíveis. Embrióforo (oncosfera ou embrião, três pares de acúleos). 5. Cisticerco – Cysticercus cellulosae (4 ventosas, rostelo e colo); Cysticercus bovis (ausência de rostelo). BIOLOGIA Taenia solium e T.saginata – intestino delgado do homem; Cysticercus cellulosae – tecido subcutâneo, muscular cardíaco, cerebral e olhos de suínos. Acidentalmente no homem; Cysticercus bovis – tecidos de bovinos. Homem como hospedeiro definitivo e obrigatório. TRANSMISSÃO Taenia saginata – ingestão de carne bovina crua ou mal cozida infectada pelo C. bovis; Taenia solium – ingestão de carne suína crua ou mal cozida infectada pelo C. cellulosae; Cisticercose humana – ingestão acidental de ovos viáveis de T. solium ( auto-infecção externa, auto-infecção interna, heteroinfecção). PATOGENIA Apesar de chamada de solitária, um indivíduo pode albergar mais de um exemplar da mesma espécie; Fenômenos alérgicos, hemorragia, destruição do epitélio, produção de inflamação com infiltrado celular com hipo ou hipersecreção de muco; Parasito X suplemento nutricional X Hospedeiro; Tonturas, apetite excessivo, náuseas, vômitos, dor no abdômen, perda de peso; Cisticercose – reprodutores velhos, cães (cisticercos de C. cellulosae no SNC provocando sintomas nervosos semelhantes à raiva); Cisticercose humana, neurocisticercose e cisticercose ocular; Manifestações dependentes de localização, número de parasitos, estágio de desenvolvimento e características orgânicas do paciente; Neurocisticercose: córtex, cerebelo e medula espinhal. Manifestações após alguns meses da infecção; Amadurecimento aos 6 meses, morte, processo inflamatório e calcificação; Lesões nos hemisférios, base do cérebro – dores de cabeça, vômitos, ataques epiletiformes, desordem mental, prostração, alucinações, hipertensão intracraniana (visão afetada); Cisticercose cardíaca – palpitações e ruídos anormais ou dispnéia; Cisticercose ocular – deslocamento ou perfuração da retina, atingindo o humor vítreo. Reações inflamatórias com opacificação do humor vítreo, uveítes. Perda parcial ou total da visão e até perda do olho. Pode causar catarata; Cisticercose muscular – reação local, calcificação. Dores nas pernas, região lombar, nuca, fadiga, cãimbras. DIAGNÓSTICO Clínico Praticamente impossível em assintomáticos. Nos sintomáticos está associado às alterações desencadeadas pelo cisticerco. Raios X e Tomografia computadorizada. Laboratorial Parasitológico - Pesquisa de proglotes, de ovos de tênias nas fezes pelos métodos de rotina ou pelo método de fita gomada. - Para a identificação da espécie, a técnica de tamização para recuperação das proglotes é a técnica mais indicada. Imunológico Pesquisa de anticorpos anticisticercos no soro, LCR e humor aquoso: - Reação de Fixação do Complemento; - Hemaglutinação Indireta - Reação imunoenzimática – alta sensibilidade e especificidade com soros diluídos a partir de 1:32. Falso-positivos para amostras não diluídas (sífilis e outras helmintíases) - Neurocisticercose – utilização de pelo menos 2 das técnicas citadas. EPIDEMIOLOGIA Encontradas em todas as partes do mundo onde as pessoas têm hábito de consumir carne crua ou mal cozida; Taenia saginata rara entre os hindus; Taenia solium rara ente os judeus; Gaivotas na Inglaterra; Grande disseminação devido às precárias condições de higiene; Método de criação extensiva dos animais; Hábito de ingerir carne de porco ou boi crua ou mal cozida; Criação de porcos soltos (coprofagia); Homem ingerindo ovos: água com dejetos humanos, disseminação dos ovos por insetos, acidentes de laboratório; Deficiência ou ausência de serviço de inspeção de carnes. PROFILAXIA Construção de pocilgas para abrigar os animais; Uso de latrinas ligadas à rede de esgoto; Tratamento dos infectados; Destruição pelo fogo dos exemplares de tênias adultas eliminadas; Inspeção de carcaças em matadouros; Liberação, tratamentos de carnes com cisticercos ou rejeição total; Pagamento mais caro por animais sem cisticercos. TRATAMENTO Teníase: Niclosamida (Atenase) – sistema nervoso da tênia. Leite de magnésio; Praziquantel (Cestox) – não indicado em casos de teníase e cisticercose. Efeitos colaterais: cefaléia, dor de estômago, náuseas e tontura. Pouca duração. Cisticercose: Praziquantel – morte do cisticerco. Intensa reação inflamatória local. Corticóides. Graves efeitos colaterais; Albendazol – menos tóxico e menos doses.
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