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ROSEMERI TECCHIO PROTOCOLO FISIOTERAplCO POS-CIRURGICO PARA REPARO E REABILITACAO DE RUPTURAS DE TENDAO DE AQUILES CURITIBA 2001 ROSEMERI TECCHIO PROTOCOLO FISIOTERAplCO POS-CIRURGICO PARA REPARO E REABILlTAC;:AO DE RUPTURAS DE TENDAO DE AQUILES Monografia apresentada para obtenlYao do titulo de p6s~gradua\=ao no Curso de Anatocinesiologia do Saude, Universidade Tuiuti do Parana. Orientador: Mathy Demit Filho. CURITIBA 2001 SUMARIO RESUMO .. ABSTRACT... INTRODUr;:AO .. 1 MATERIAL E METODOS .. 2 REVISAO BIBLIOGRAFICA .. 2.1 ANATOMIA. 2.2 RUPTURA DE MUSCULOS E TENDOES ... 2.2.1 Extremidade Inferior - Ruptura Recente do Tendao de Aquiles .. 22 ETIOPATOGENIA E ESTUDO CLiNICO .. 3 DIAGNOSTICO E TRATAMENTO DAS LESOES DO TENDAO DE AQUILES .. 4 PROGRAMA DE REABtLlTAr;:AO FISIOTERApICA ... 4.1 ULTRA-SOM .. 4.2 CRIOTERAPIA. 4.3 MASSAGEM ... 4.4 TENS .. CONCLUSAO .. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .. BIBLIOGRAFIA ... jii iv 3 4 4 9 13 19 23 27 29 31 31 31 39 44 45 RESUMO o presente trabalho apresenta meios de tratamento par a ruptura do tendao de Aquiles, que sao baseados em pesquisa bibliogr<3fica e na observ8<;8o clfnica evolutiva de pacientes na Clinica de Fisioterapia San Rafael, com registro diario e na escolha de exames complementares para orienta<;ao do tratamento p6s cirurgico. iii ABSTRACT This work presents in this paper a diagnostic approach in the case of rupture of the Achilles tendon based on evolutive clinical observation of patients in Clinica de Fisioterapia San Rafael, consisting of detailed diary notes and cost-benefit reasoning concerning the use of complementarydiagnostic aiming to achieve a consistent database, to decide between the conservative or surgical treatment. iv INTRODU<;Ao o Tendao de Aquiles localiza-s8 na regiao do tornozelo e e 0 maior tendao do organismo. Origina-se do musculo gameD e salear e S8 insere no meio da superffcie posterior do calcanea. E 0 tendao que S8 rompe com maior frequencia e facilidade em nosso corpo. Pode romper-s8 durante urn esfon;o fisico incomum, par desgaste e esgan;:amento par excesso de atrito, regeneragc30 intrinseca au divisao tendinosa por um objeto cortante(trauma direto). Existem varias tecnicas cirurgicas descritas para 0 reparo do tendao de Aquiles, mas essa pesquisa nao devera aborda-Ias especificamente mas sim detendo-se no tratamento fisioten3pico. o tratamento fisioterapico, posterior a cirurgi8, e essencial para a completa recuperag80 dos pacientes. Sendo assim, este trabalho descrevera de forma abrangenle e detalhada, 0 protocolo de reabilila980 que ja vem sendo utilizado com sucesso em nosso servi90. Ap6s verificar a Ilteratura atual, observa-se a pouca descri9210 de relatos sobre a reabilitaryao fisioterapica, nos casas de pacientes submetidos ao reparo cirurgico de ruptura de Tendao de Aquiles. Sendo assim,surgiu 0 interesse de divulgar aos profissianais atuantes na area, a protocolo fisiaterapica atuante em nassa serviryo. o reparo cirurgico, reforrya a regiao rompida de forma bastante eficaz, diminuindo assim a risco de re-rupturas posteriores. Atraves do acompanhamento a longo prazo dos pacientes, percebe-se que raramente ocorrem complica90es.O individuo volta a ter uma vida normal, realizanda atividades profissionais e esportivas sem restric;oes. Raros sao os casos de novas rupturas no mesmo tendao, quando previamente bem recuperado e trabalhado. A recuperaC;80 fisioterapica tem sido bastante eficaz de acordo com 0 protocolo aplicado em nosso servic;o. Exatamente por essas vantagens observadas, tanto na tecnica cirurgica quanto na reabilitaC;8o fisioterapica e que se pretende d;vulgar, de forma cientffica, 0 protocolo utilizado. Pretende-se que um maior numero de fisioterapeutas possa se utilizar desse programa de reabilitaC;8o, para que um maior numero de pacientes possa se recuperar de forma rapida e eficaz. 1 MATERIAL E METODO Esta pesquisa foi realizada na Clinica de Fisioterapia San Rafael, localizada na Rua Brigadeiro Franco, 350, na cidade de Curitiba. Foram analisados pacientes com ruptura de Tendao de Aquiles, submetidos a cirurgia reparadora que estiveram realizando tratamento fisioterapico. Inicia-se 0 acompanhamento do paciente logo ap6s a interveng80 cirurgica, atraves de uma avaliag80 previa junto ao medico cirurgiao, cnde este relatara 0 desempenho da mesma. Nessa fase que anteeede 0 tratamento fisioten3ipico, continuaremos colhendo informac;oes sabre a evoluc;ao do padente atraves da ficha de avalia98o. Serao utilizados as seguintes recursos fisioterapicos: crioterapia, tens, bicicleta ergometrica, tornozeleiras (pesos), ultra som, col chonetes, maca, bola, ficha de avalia<;ao, goniometro, fita metrica, maquina fotografica, step, esteira, prancha de equilibrio, rampa, escada e thera-band. Trac;:aremos 0 protocolo fisioterapico ideal para cada fase do tratamento, concluindo em um prazo de 6 meses de evolutyao. Nao serao levados em conta aspectos como idade (faixa etaria), sexo, tipo de atividade profissional e/ou esportiva, forma como ocorreu a ruptura (mecanismo da lesao), grau de instrutyao e nivel socia economico. 2 REVISAO BIBLIOGRAFICA o Tendao de Aquiles localiza-se na regiao do tornozelo e e 0 maior tendao do organismo. Origina-se do musculo gem eo e salear e S8 insere no meio da superficie posterior do calcanea. E 0 tendao que se rompe com maior frequemcia em nosso corpo. Pode romper-se durante urn esfon;o fisica incomum, por desgaste e esgan;:amento par excesso de atrfta, degenerac;ao intrfnseca ou divis8a tendinosa por objeto cortante (trauma direto). Existem varias tecnicas cirurgicas descritas para reforyar a regiao rompida de forma bastante eficaz que diminui 0 risco de re-rupturas posteriores, mas essa pesquisa nao devera aborda-las especificamente, mas sim deter-se no tratamento fisioterapico. o tratamenta fisioterapico, posterior a cirurgia, e essencial para a completa recuperac;ao dos pacientes. E exatamente par essas vantagens observadas que pretende-se divulgar, de forma cientifica, a protocol a utilizado, Pretende-se que a maior numero de fisioterapeutas possa utilizar-se desse programa de reabilita98o, para que um maior numero de pacientes possa se recuperar de forma fC3pida e eficaz. 2.1 ANATOMIA o tornozelo e uma articulayao em dobradi98 na qual 0 astragalo se adapta em um encaixe formado pel a tibia e peronio. 0 encaixe, ou soquete, e aprofundado posteriormente pelo ligamento tibioperoneiro transverso. As extremidades inferiores da tibia e do peronio sao mantidas juntas pelo ligamento inter6sseo e os ligamentos tibioperoneiros antero-inferior e p6stero-inferior. Ligamentos. A capsula da articula9aO do tornozelo e composta de varios ligamentos reunidos. 0 ligamento anterior e delgado, largo, membranoso e se estende da superficie distal da tibia ate 0 colo do astragalo. 0 ligamento posterior e curto e delgado, estendendo-se do bordo posterior da tibia para a superficie posterior do astragalo. 0 forte ligamento delt6ide interno e fixado em cima ao maleolo interno e distalmente se irradia para adiante ate a tuberosidade do navicular calcaneoescaf6ide e colo do artragalo; diretamente abaixo do sustentaculo tali e a parte posterior no corpo do astragalo. Atraves do ligamento calcaneoescaf6ide ele ajuda a sustentar a cabec;a do astragalo e, portanto, 0 arco longitudinal. Os ligamentas estabilizam a lada externa na articula~aa (Fig.1). 0 ligamenta astragaloperoneiro anterior corre para adiante a partir do maleolo externo ate 0 colo do astragalo. 0 ligamento astragaloperoneiro posterior corre para tras a partir do maleolo externo ate 0 tuberculo posteriordo astragalo. 0 tuberculo posterior pode existir como uma parte independente do ossa fixado ao astragalo por meio de tecido fibroso ou cartilagem e e conhecido como trigono. 0 ligamento calcaneoperoneiro passa em sentido descendente da extremidade do maleolo externo para a superficie externa do calcaneo. Quando 0 pe esta fletido no sentido plantar, 0 ligamento astragaloperoneiro anterior se localiza em uma dire9ao vertical e, portanto, e 0 ligamento mais provavelmente rota nas entorses do tornozelo. FIGURA 1: LlGAMENTOS NA FACE EXTERNA DO TORNOZELO ligamenta aSlragaloooroneiro posterior Llgamento ca1caneoperoneifO LIgamenta aslraga1oc.iJlcJnt'lo c)(lerno Fonte: TUREK, 1991, p.1577. Movimentos da Articula~ao do Tornozelo. A cavidade e mais ampla na frente do que atras. Da mesma forma, a superficie articular distal do astragalo e mais larga. Os movimentos sao de dorsiflexao e flexao plantares. Quando a tornozelo esta dorsifletido, a astragalo fica firmemente presQ entre as dais malaolos garantincto desse modo a estabilidade. Na flexao plantar, a parte posterior estreita do astragalo S8 localiza entre as malemlos e e passivel uma pequena quanti dade de movimento lateral. Quando 0 intervalo intermaleolar e estreitado par lesao au doenya, 0 astragalo anterior nao pode encaixar -S8 no malhete e a dorsiflexao e limitada. Musculos posteriores da perna, camada superficial. A camada superficial e formada pelo musculo triceps da perna. Este muscuclo compoe-se do musculo s61eo (1 ), do musculo gastrocnemio (2), e (quando presente) do musculo plantar (3). o musculo s61eo origina-se da cabe9a e do ter90 superior da fibula (4), da linha do musculo s61eo da tibia (5) e do arco tendineo entre a cabe9a da fibula e a tibia, arco tendineo do musculo s61eo, distal ao musculo popliteo (6). Seu forte tendao terminal une-se ao tendao terminal do musculo gastrocnemio e se insere como tendao de Aquiles, tendao do calcimeo (7), na tuberosidade do calcimeo (8). Entre as superficies aproximadas da tuberosidade do calcanea e do tendao, encontra-se a bolsa do tendao do calcimeo. (KHALE, 19950, p.258) FIGURA 2 MUSCULOS DA PERNA Fonte: KHALE, 1995, p.259. 22 RUPTURA DE MUSCULOS E TENDOES A ruptura tendinosa na regiao do pe e muito comum, podendo ser devido a urn traumatismo ou produzida espontaneamente, devido a degenera~ao intrinseca do tendao. Como relata Me Masters, urn tendao unarmal", nao S8 rompe de forma espontanea e e par esta razao que a maiaria das rupturas "espontaneas" sao devidas, provavelmente, a urn processo degenerativQ na estrutura do tendao. Segundo Gilcreast, a causa mais frequente de ruptura parcial ou com pi eta de urn musculo ou tendao e a aplicayao brusca de urna forya de estiramento sobre urn musculo que S8 encontra na fase de contrayao vigorosa. Ocasionalmente, param, urn golpe direto com a borda pontiaguda de urn objeto sabre urn musculo em contrac;ao ativa pode causar urna ruptura suficientemente grande para exigir reparo cirurgico. LIPSCOMB (1950) relata que os tendoes do ser humano nao toleram mais de 1500 a 2000 manipulal'oes (contral'oes ativas) por hora. A aceleral'ao da velocidade do trabalho fisico, a esfon;o prolong ado realizado par uma pessoa sedentaria pode causar traumatismos, podendo levar a uma ruptura do tendao. Segundo DIURIESfTlNMAN (1986), alguns tend6es devem ser reparados cirurgicamente, sendo que cada um apresenta problemas especificos. INGLLlS (1976) propos que individuos sedentarios ou jovens nilo desportistas fossem tratados com os pes em equino. Porem, os pacientes que sofrem ruptura de Tendao de Aquiles, tratados cirurgicamente, tem maiores possibilidades de obter melhar funcionabilidade. o tratamento da ruptura do tendeo de Aquiles foi primeiro descrito na literatura por Ambroise Pare em 1575, segundo Arner. Em 1920, teve inicio 0 10 tratamento cirurgico, com as primeiros trabalhos tendo side publicados par Abrahansan (1923) e Queru & Staianavitch (1929). Fai apes a trabalha de Arner & Lindholm que 0 tratamento cirurgico tornaU-S8 mais difundido. Varias sao as tecnicas utilizadas para reparac;:ao cirurgica do Tendao de Aquiles. 0 trabalho fisioterapico p6s-cirurgico e de essencial importancia na reabilitac;:ao funcional do pe e/au tornozelo, mais especificamente do Tendao de Aquiles. Como descreveu DIURIESfTlNMAN (1986) em uma das paucas publical'oes da epaca ende fo; abordado 0 trabalho fisioterapico na reabilitac;:ao do Tendao de Aquiles, a restabelecimento fisioterapico deve ser objetivado para restabelecer 0 areo completo de movimento e 0 fortalecimento da musculatura envolvida. De acarda com DIURIESfTlNMAN (1986), as musculas salrem ruptura mais frequentemente que as tend6es nas pessoas jovens: 0 inverse ocorre nas pessoas mais idosas. As rupturas musculares bastante significativas a ponto de exigirem reparo cirurgico sao raras. E prov8vel que 0 "estiramento" seia 0 mais comum: ocorre na forma de uma ou mais pequenas rupturas incompletas dentro dos musculos da coxa dos atletas. Segundo Gilcreast, a causa mais frequente de ruptura parcial ou cornpleta de urn musculo ou tendao e a aplicagao brusca de uma forga de estiramento sobre um muscul0 que se encontra na fase de contragao vigorosa. o mesmo autor explica ainda que, ocasionalrnente, porern, um golpe direto com a borda pontiaguda de urn objeto sobre um musculo em contrag2o ativa pode causar uma ruptura suficientemente grande para exigir reparo cirurgico. Quando um muscul0 funcionalmente importante safre ruptura, especial mente em uma pessoa jovem e vigorosa ou em um trabalhadar, a reparo cirurgica precoce esta indicado 11 Oesta forma, as extremidades laceradas sao desbridadas, para poder cotocar em boa aposi.yao urn tecido muscular sadio. Pontcs de colchoeiro interrompidos de material inabsorv(vel sao colocados perta e a intervalos regula res ao redor da circunfer€mcia do muscul0, incluindo a bainha muscular quando passive!. A seguir, a reparo pode ser refon;ado com varies pontcs de colchoeiros profundos de fascia-lata. Urn tendao pade romper -se durante uma atividade normal au durante urn esfon;o fisico incomum, como ocorre ao levantar urn objeto excessivamente pesado au aD aplicar uma fon;:a incomum au inesperada; um exemplo e a avulsao de urn tendao extensor dos dedos de sua inser<;ao na falange distal par urn golpe brusco aplicado na ponta digital. A avulsao de urn tendao de sua inseryao no osso ou a ruptura em sua junyao musculotendinosa e quase sempre traumatica Oesta maneira, na maioria dos casos a ruptura dentro de urn tendao s6 ocorre quando 0 mesmo e anormal, seja par degeneraQao intrfnseca ou por desgaste e esgarQamento por atrito: como exemplos temos a ruptura do tendao da longa porQao do biceps braquial e a ruptura tardia do tendao do extensor longo do polegar. KELLY e col. (1992) reviram 13 pacientes com 0 que foi por eles descrito como sendo urn joelho de saltador em estagio terminal. Eles sugerem que a ruptura dos tend6es patelar e quadricipital resulta de microtraumas repetitivos e constitui 0 estagio terminal desse processo cr6nico. Em seu experimento, eles nao conseguiram correlacionar 0 uso de injeQ6es ester6ideas dentro de seus tend6es com a frequemcia da ruptura. Alem disso, certas condiQoes tipo artrite reumat6ide, lupus eritrematoso, hiper-partireoidismo, 12 hiperbetalipoproteinemia (xantoma) e hemangioendolelioma pod em enfraquecer um tendao. Os ester6ides sistemicos e as injegoes de ester6ides diretamente dentro de um tendao tambem podem predispor para a ruptura tendinosa. A ruptura de urn tendao par estresse, degeneragEio intrinseca au atrito difere da divisao de urn tendao par urn objeto cortante agindo externamente; no ultimo case a infeClyao epassive1 a partir da ferida suja. 0 melhor tratamento de uma ruptura recente de tend eo e a aposig8o precisa de suas extremidades sem ten sao ate que a cicatriz8g8o seja completa. As partes do tendao macigamente esgargadas ou degeneradas em geral devem ser excisadas. Ao reparar a ruptura de um grande tendao, tiras de fascia-lata podem ser entrelac;a· das atraves da linha de reparo para refon;:a-la. A seguir 0 tendao deve ser protegido par urn aparelho gessado ou uma tala 8t com freqOemcia, par urn fic metalico exteriorizado ou uma de suas modifica<;ees ate ocorrer a cicatrizagao. A sutura terminoterminal e impossivel ao reparar alguns tendees, como aquele do extensor lango do palegar apes ruptura tardia. Desta maneira, pode-se observar que em alguns casos 0 defeito pode ser substituido p~r um enxerto tendinoso livre, porem, em outros e melhor uma transferencia de tendao. Quando uma ruptura tendinosa e negligenciada, 0 reparo e complicado por uma retragao lixa da extremidade proximal do tendao e pela fibrose form ada no local da ruptura que resulta freqOentemente em alongamento funcional do tendao. Quando 0 tendao de um musculo ou grupo muscular funcionalmente importante sofre ruptura, a retrayao deve ser corrigida da maneira rna is completa possivel, quer por tragao esqueletica preliminar quando exequivel, quer por 13 mobiliza~o livre e tr8980 distal sobre 0 tendao par ocasiao do reparo. Apos 0 reparo de uma ruptura negligenciada, a protec;ao das suturas par fix8c;:ao externa e particularmente necessaria ate que a cicatriz8r;:8o seja completa. Os tend6es e musculos que sofrem ruptura com maior freqOencia sao 0 tendao supra-espinhoso, 0 tendao e 0 muscuto quadriceps (raramente 0 tendao patelar), os tend6es e 0 musculo do biceps braquial e 0 tend§.a calcaneano. A avulsao do adutor magna da tuberosidade isquiatica 56 raramente requer cirurgia, porem, 0 reparo das rupturas do adutor longo au do grande peitoral pode ser necessaria. -,... , \c,,":j .•..~:!:~IJ'.!..l\<'.'.,2.1.1 Extremidade inferior -Ruptura Recente do Tendao de Aouites o estudo de DE DAVEY et at (1984) explica que quando 0 tendao de Aquiles (calcanea no) safre ruptura, as fibras tendinosas em geral fieam esgan;adas em tiras longitudinais irregulares perto da jungao musculotendinosa ou, entao, 0 tendao e lacerado perto de sua insergao no calcanea. oesta maneira, a ruptura perta da juntyao musculotendinosa ocorre mais frequentemente em pessoas jovens e a ruptura perto da calcanea e mais frequente nas pessoas que ja ultrapassaram a meia-idade. Em ambas as localizagoes e em todos as grupos etarias, e diffcil reparar a tendao rota. Thompson abservou que, na ruptura recente do tendao, com certa frequencia a diagn6slico deixa de ser feito au e retardado pelo fato de 0 pe poder realizar a flexao plantar aliva. Ele descreveu um teste destinado a ajudar no diagnostico: com a paciente em decubito ventral e com ambos os pes estendendo-se al8m da 14 extremidade da mesa de exame, as museu los da panturrilha no lado afetado sao comprimidos pelo examinador; S8 a tendao estiver intacto, 0 pe realizara flexao plantar e, pelo contrario, S8 0 tendao estiver rota, nao havera flexao. Verificau-se que esse teste e fidedigno. o estudo de DE DAVEYet al (1984), alem do teste de Thompson para ruptura do tendao de Aquiles, O'Brien descreveu recentemente urn "teste com agulha" no qual urna agulha calibre 25 e introduzida em a.ngulo reta atraves da pele da panturrilha imediatamente par dentro da Ilnha media em urn ponto a 70 em aeirna da borda Superior do calcaneo. A ponta da agulha deve ficar exatamente dentro da substancia do tendao calcanea no. o movimento do encaixe da agulha em urna direc;ao oposta aquela do tendao durante a dorsiflexao passiva e a flexao piantar do pe Confirmara um tend eo intacto distalmente ao nivel de introdugao da agulha. Reparo fechado vs. aberto para rupturas recentes do tendao de Aquiles. Existem muitas controversias na literatura acerca do melhor tratamento, aberto ou fechado, para as rupturas do tendao de Aquiles. DE DAVEY et al (1984) lembra que as complica<;6es do reparo aberto das rupturas recentes incluem cicatriza<;ao retardada, infec<;ao, necrose da pele e nova ruptura. Em um estudo retrospectivo de 44 pacientes, Rubin e Wilson citados par DE DAVEY et al (1984) relataram 6,8% de complicag6es das feridas e 2.8% de novas rupturas. Os resultados funcionais globais foram satisfat6rios e conclufram que os beneficios do tratamento cirurgico superam as possfveis complica<;6es das feridas. Por outro lado, em um estudo prospectivo relatado em 1982, Nistor constatou que, de 105 pacientes escolhidos ao acesso para tratamento aberto ou fechado de ruptura aguda fechada do tendao de Aquiles, houve apenas diferen,as 15 insignificantes nos resultados finais dos dois grupos. As complica~6es no grupo tratado cirurgicamente incluiram duas infecc;oes profundas e duas novas rupturas. No grupo tratado sem cirurgia houve cinco novas rupturas. Nistor concluiu que 0 tratamento conservador of ere cia vantagens em relaC;Elo 80 tratamento cirurgico. Ainda, pode-s8 citar que dependendo de seu nivel de atividade e da presenC;8 ou ausencia de doenC;8 sistemica, acha-s8 que 0 tratamento fschadc deve ser considerado como uma alternativa eficaz. Quando S8 escolhe a cirurgia aberta, a seguinte tecnica revelou-se bem-sucedida na maiaria dos casas, especial mente quando nao existe qualquer anormalidade intrinseca do tendao ou quando esse tendao foi tacerado. Tecnica. Fazer uma incisEio longitudinal postero-medial com cerea de 20 em de comprimento e expor a parte fota do tendao. Introduzir urn fio metalico de 1 mm a ser exteriorizado, como descrito aqui. DE DAVEY et al (1984) citam que ao reparar um tendao desse tamanho, e preferivel uma modificac;ao da sutura metalica exteriorizc3vel (pull-out) usada par Bunnell. Comec;ar na superficie rota do tendao; introduzir uma extremidade do fio metalieD atraves da parte proximal do tendao rota, passa-Ia proximal mente, encurva- la lateral mente atrav9S do tendEIO e a seguir distal mente atraves de sua margem lateral e deixar que saia sobre a superficie rota. Colocar cada extremidade do fio em uma longa agulha reta: introduzir cada uma detas distal mente por 2,5 a 5 cm atraves das faces medial e lateral da parte distal do tendao seccionado e a seguir atraves da pele da sola do pe. Colocar a al9a metalica exteriorizc3vel ao redor da parte mais proximal do primeiro tio e exterioriz;3'la atraves da pele perto do centro da panturrilha. 16 Nesse ponto, testar a sutura exterioriz8.vel para determinar S8 desliza livre mente para eima e para baixo. Exercer tr8980 sabre as fios que passam atraves do calcanhar para eliminar a tensEio sabre a linha de sutura planejada. Colocar as extremidades esgan;adas dos tend6es na POSiC;80 rnais normal passive I e reparar a ruptura com multiplos pontcs interrompidos de categute cromado ou de material inabsorvivel. Reforc;ar essas suturas entrelac;ando pontcs de finas tiras de fascia-lata au cobrindo-as com urna larga lingOeta ou tira de tendao rodada de cima para baixo ate a ruptura; fixa-Ia firmemente no local com pontcs inabsorviveis interrompidos. A seguir fechar a ferida. Acolchoar 0 calcanhar e a sola do pe com feltre branco e introduzir as fios metalicos a serem exteriorizados atraves do feltro. Com a joelho em flexao e 0 pe em equino para reduzir a tensao sabre as suturas, aplicar urn aparelho gessado cruropodalico e deixar que as fios metalicos fa9am protrusao atraves do me sma. Exercer tra9ao constante sabre as fios enquanto a aparelho esta sendo aplicado. Depois que a aparelho estiver seco, amarrar as fios entre si por sabre a gesso. P6s-0perat6rio.0 estudo de DE DAVEY (1984) lembra que 0 aparelho e removido ap6s sels semanas e utiliza-se uma tecnica asseptica para cortar as fios metalicos exterioriza-se ao nivel da pele, retirando-os a seguir. ApJica-se entao uma bota gessada para deambular.;:ao, mantendo a pe em ligeiro equin~. o paciente reinicia paulatinamente a marcha com sustentar.;:ao parcial do peso apoiado em muletas durante as pr6ximas duas semanas; a seguir a marcha e permitida sem muletas. 17 Ap6s mais quatro a sels semanas, 0 gesso e removido e a marcha e a sustentaC;;80 do peso sao reiniciadas paulatinamente em uma ortese com bloqueio do tornozelo em 90 graus, que sera usada par tres meses. Lindholm elaborou um metodo para reparar as rupturas do tendao de Aquiles que refon;a as suturas com fascia viva e impede as aderencias do tendao reparado com a pele suprajacente. Tecnica (Lindholm). DE DAVEY (1984) cita que com paciente em decubito ventral, fazer uma incisao curvilfnea posterior desde a parte media da panturrilha ate o calcimeo. Incisar a fascia profunda na linha media e expor a ruptura do tendao. Oesbridar as extremidades esgarc;;adas do tendao e caleca-las em aposic;;ao com urn ponto de colchoeiro tipo caixa de material de sutura inabsorvivel e resistente ou de arame; utilizar tambem pontos interrompidos delicados (Fig. 1). A partir do tendao proximal e da aponeurose do gastrocnemio, eonfeeeionar agora dois retalhos, eada um deles com aproximadamente 1 em de largura e 7 a 8 em de eomprimento. 18 Figura 3: TECNICA DE LINDHOLM PARA 0 REPARO DAS RUPTURAS DO TENDAO DE AQUILES Deixar esses retalhos presos em urn ponto 3 em aeirna do local da ruptura. Rodar agora cada retalho em 180 graus sobre si mesmo de forma que sua superficie externa lisa fique pr6xima do tecido subcutaneo 80 ser rodado distal mente par sabre a ruptura. Suturar cada retalho ao coto distal do tendao e urn ao Dutro, de forma a recobrir completamente 0 local da ruptura. Fechar a ferida, tendo os devidos cuidados em aproximar a bainha tendinosa sobre 0 local do reparo. P6s-0peratorio. 0 pos-operatorio e 0 mesma da ruptura recente do tendaa de Aquiles. 19 2.2 ETIOPATOGENIA E ESTUDO CLiNICO As les6es totais do tendao de Aquiles causadas par fatares intrinsecos sao observadas no inicio da pratica esportiva, quando 0 alongamento e a aquecimento nao sao realizados de forma adequada; durante a pratica esportiva, quando ha condicionamento fisieD deficiente, e no final do exercicio fisico, quando, apesar de urn born rendimento atletico, houve excesso de atividade, ocorrendo exaustao. Os fatares causais mais freqCJentes, estudados na etiopatogenia das les6es musculares, sao relatados par diversos autores na literatura internacional. o alongamento e 0 aquecimento aumentam a temperatura, a eficiencia da contra9c30 muscular e a amplitude do movimento das articulac;oes pela redugao da rigidez muscular. Garret desenvolveu estudos de fisiopatologia e biomecanica que permitiram grande avan<;o nos cuidados profilaticos, diagn6stico e no tratamento das lesoes musculares. Comprovaram a grande consumo de energia nas eontra<;oes tetanicas, quando comparadas com as contra<;oes sinergicas, e que as roturas museu lares resultam de contra<;oes violentas, durante um alongamento for<;ado e excessivo. Alem disso, e essencial a escolha de cal<;ados adequados, fabricados com refor<;o de solado e contra-sola, especificos para cada modalidade esportiva, confeccionados com materiais de ultima gera<;ao como 0 acetato de etilenovinil e 0 gel de poliuretano, que sao eonfigurados para se adaptarem as exigencias cineticas e mecanicas de determinado esporte, principal mente no que tange a absorryao de impaeto. Tambem os problemas biamecanicas geradas par altera<;oes estruturais (pe cavo, pe plano e suas associa90es ao calcaneo pronado e supinado, etc.) 113m que ser analisados e corrigidos atraves da utiliza<;ao de palmilhas campensatorias. 20 o alongamento e 0 aquecimento dos membros superiores, inferiores e da coluna vertebral, com a obediencia das regras basicas, propiciarao melhor flexibilidade e permitirao arranques e alternancias de ritmo sem risco de les6es. No repousa, somente sao dos capilares estao abertos a circulaC;8o sanguinea no musculo; a medida que a atividade muscular aumenta, abrem-se, paralela e proporcionalmente, as capilares que fornecerem ao muscul0 0 sangue de que este vai necessitando pata seu trabalho. Porem estao contra-indicadas as manobras passivas, abruptas para 0 alongamento muscular, produzindo micro-hemorragias, e posteriormente les6es localizadas, sobretudo na area das inserc;6es musculares. 0 alongamento devera ser sempre constituido de movimentos ativQs, utilizando-se, as vezes passivamente, 0 peso do proprio corpo, como para alongar a musculatura posterior da coxa e da perna. Os raios de movimento, que eram inicialmente limitados, gradualmente vaa-se ampliando e 0 sinergismo muscular e atingido, ao mesmo tempo em que ha 0 inicio da transpira,ao. A carga de exerdcios devera ser programada, dividindo 0 grupo em subgrupos e, dentro de cada subgrupo, deve-se respeitar a individualidade biologica, considerando 0 biotipo, peso, caracteristica da massa muscular, faixa etaria, caracteristicas do esporte que pratica e posicionamento na equipe de esporte coletivo. As fibras vermelhas sao lentas e as fibras brancas sao rapidas. 0 padrao de pigmenta9ao varia de acordo com a concentra98o de proteinas contendo ferro, constituindo a mioglobina e as mitoc6ndrias das fibras, que estao relacionadas com o potencial de con sumo de oxigenio. 21 As fibras vermelhas possuem concentrac;ao menor de glicogenio do que as fibras brancas. 1550 quer dizer que as fibras vermelhas sao lentas e altarnente oxidativas e as fibras brancas sao rapidas e lanc;am mao da degraday80 do glicogenio para lactato, como fonte prima ria na produgao do ATP. A metodologia do condicionamento fisico tern sofrido evolUl;ao con stante, com aprimoramento das condi96es aer6bicas e anaer6bicas, e qualidades de proprioceP9c3o, do treinamento com circuito em estac;oes para a desenvolvimento da fan;a, flexibilidade e velocidade e da estrutura9ao muscular, com maquinas isocineticas que propiciam urn masculo rna is forte, mais rapido, rna is flexivel, rna is resistente e menes exposto a lesao. o estudo de LOPES et al (1996) cita tambem que as modificagoes de pronac;8.o e supina980 do pe nao envolvem somente a articulaC;ao subtalar; os movimentos sao complexos e atingem 0 membra inferior envolvido. A supinaC;8a participa da estabilizac;aa durante 0 apoia do calcanhar e a fase de propulsao, enquanta a pronac;ao oferece uma melhor capacidade de adaptaC;8o a superficie e absorC;8o de choque. No impacta do calcanhar, a pe esta levemente supinada e a tibia em ratac;ao externa; ap6s 0 impacta do calcanhar, a pe prona e permanece nesta pasic;aa, durante a fase de suporte. Durante a pranac;aa, a tibia sofre uma rataC;8o sabre a talus, proporcional ao nfvel de pronac;ao. o angulo Q formado pela linha do musculo quadricipital e 0 tendao patelar se altera com a pronac;ao e a supinaC;ao. No impacto do calcanhar, a tibia esta em rotagao externa e 0 tendao patelar e angulado lateral mente. A pronagiio determina um grau consideravel de rataC;80 interna, reduzindo 0 angulo Q. 22 Qualquer interferencia no mecanismo da prona980-supina980 produzira sobrecargas anormais no membra inferior correspondente. Se a pronaC;8o e excess iva, a tornozelo S8 desloca medial mente e aumenta a rotay80 interna da tibia, com repercuss5es nas estruturas do joelho e pe. A hiperpronaC;8o e urn mecanismo compensador para 0 genuvaro, tibia vara, encurtamento do tendao de Aquiles, gastrocnemio e s6leo. o joelho usualmenteIlete em 30' a 40', dependendo do tamanho da passada durante a corrida; passadas curtas propiciam angula<;oes de 15° a 20°; a extensao maxima e atingida logo ap6s a fase da impulsao motara, com flex80 do primeiro pododactilo e passagem para a lase aerea. A posi<;ao rotacional do pe e determinada pelo grau de rotac;ao externa ou interna do quadril, tonrao da tibia, femur e anteversao do colo do femur. 23 3 DIAGNOSTICO E TRATAMENTO DAS LESOES DO TENDAO DE AQUILES De acordo com SOUZA et al (1995), a ruptura do tendao de Aquiles, patologia relativamente frequente, pode apresentar dificuldades diagnosticas pelos meios propedeuticos habituais. De fato, 0 teste de Thompson, que consiste na compressao manual antero- lateral da panturrilha com desencadeamento da flexao plantar do pe, utilizado na investigac;:ao daquelas rupturas, pode apresentar resultado falsamente negativo. Exames. subsidiarios como a ultra-sonografia, a tomografia computadorizada e a ressonE'mcia eletromagnetica sao decisivos, mas, freqOentemente, nao S8 encontram aD alcance do especialista e oneram 0 tratamento. Copeland desenvolveu metoda simples e barato para ser acrescentado ao arsenal propedeutico das rupturas aquileanas. Baseia-s8 na tomada da pressao da panturrilha com 0 pe em flexao plantar e dorsoflexao passivas. Em condic;6es norma is, a dorsotfexao do pe faz com que 0 tendao de Aquiles tracione os museu los gastrocs61eos para baixo, ende deve estar colocado 0 manguito do esfigmomanometro, deslocando mais ar para 0 pneumatico e, portanto, aumentando a pressao no seu interior, a qual E registrada no aparelho. Nos casos de ruptura do tendao de Aquiles, essa variaC;8o de pressao, decorrente da dorsoflexao do pe, deixa da existir. De acordo com SOUZA et al (1995), os resultados de seus estudos para os casos-controle e para os membros inferiores normais contralaterais a ruptura do tendao de Aquiles mostram que a variac;ao de pressao da panturrilha apes a dorsoflexao do pe e superior a verificada por Copeland. Tal discrepancia poderia estar relacionada a execuC;8o tecnica da dorsofiex8:o, bem como a peculiaridades 24 das amostras utilizadas nas duas pesquisas. Uma dessas peculiaridades poderia ser a idade, pais no grupo-controle verificou-se que a varia980 da pres sao da panturrilha tende a reduzir-se com 0 avanyar da idade. Seja qual for a explic89ao, esse fato sugere que ao se aplicar 0 teste de Copeland em um membro com suspeita de ruptura aquileana ou para acompanhamento da recupera980 funcional, 0 padrao de normalidade deve ser aquele que S8 obtem no membro contralateral ao lesado. Comparando-se os valores do teste de Copeland nos membros submetidos a tenoplastia (tecnica de Vulpius) ha mais de dais anos, com as dos seus contralaterais, observou-se que nos lados operados a pressao da panturrilha aumentou durante a dorsoflexao do pe ate no maximo 10mmHg a menes que no membra oposto, quando a recupera9ao funcional foi consider ada clinicamente satisfat6ria Essa vatia~o entre a pressao da panturrilha no lade normal e opera do com boa recupera9ao funcional esta de acordo com 0 que foi verificado no grupo- controle entre lado direito e esquerdo, de 10mmHg. Os dois casos com resultados insatisfatorios mostraram que a pressao na panturrilha do membra operado foi de 15 a 20mmHg menor que no lado sao. Esses dados sugerem que 0 teste de Copeland permite detectar deficiencia do tratamento cirurgico. Estudando 0 comportamento da pressao da panturrilha no p6s-operatorio das rupturas aquileanas, Copeland observou que com dois meses alcan9a 20mmHg e, no decimo, eleva-se para 35mmHg, sendo que nos casos-controles esse valor e de 40mmHg. Oessa forma, concluiu-se que 0 metodo, alem de contribuir para 0 diagnostico daquelas lesoes, tam bern serve para avaliar sua evolu9ao pos-cirurgica. o mesmo estudo revela que os meios classicamente utilizados para verifica~ao da integridade funcional aquileana e do metodo de Copeland, poderiam 25 ser empregados com mais tempo de evoluC;Elo e na terapeutica cirurgica daquelas rupturas com mais sucesso .. De acordo com LOPES (1996) as les6es musculares dos esportistas continuam sendo tema atualizado e apaixonante para os especialistas que tern a grande responsabilidade de manter em excelentes condi<;oes a estrutura osteomioarticular dos aUelas possibilitando assim melhor rendimento fisico, tecnico e tatieD. o aperfei<;oamento dos meies de diagnostico e a evolw;ao das pesquisas de laboratorio possibilitaram a analise das alterac;6es bioquimicas celulares, permitindo melhor conhecimento das modific8ryoes anatomofisiopatol6gicas que acontecem nas les6es do aparelho locomotor. o diagnostico precoce correta e 0 prognostico de tempo para voltar as atividades sao as primeiras informac;oes que devem chegar ao departamento tecnico, para avaliag80 das interferencias no desempenho da equipe e, muitas vezes, no resultado financeiro da competic;ao. Deve-se fazer sempre estudo clinico minucioso de cada les80, com observac;oes praticas anotadas na evoluC;80 diaria, interpretando e valorizando os meios de pesquisa clfnico-Iaboratoriais que ofereceram as melhores condic;oes para urn diagn6stico e que possibilitaram uma classific8C;aO: A) Lesoes musculares produzidas por fatores causais extrfnsecos - Contuseo muscular: a) leve; b) moderada; c) grave. 8) Lesoes museu lares produzidas por fatores causa is intrfnsecos - a) Sem roturas de fibras: 1) caimbras; 2) contratura muscular; 3) estiramento; b) Com roturas de libras: 1) les6es parciais; 2) les6es totais. 26 Ap6s 0 diagnostico, inicia-se imediatamente a tratamento, seja conservador ou cirurgico, com planejamento adequado. De acordo com LOPES (1996) as les6es totais do tendao de Aquiles sao produzidas par fatores causais intrinsecos que determinam as roturas das fibras muscu[ares e 0 tratamento sera sempre cirurgico. A cirurgia reparadora do musculo OU tendao devera ser realizada obedecendo as regras basicas, que permitam urn tecido cicatricial com ausencia de aderencias rnusculares no p6s-operat6rio. o prognostico de retorno para as atividades de campo, ap6s a regeneraC;8o total, e de oito a dez semanas. 0 retorno precoce sem uma programa9<3o de reabilitac;ao adequada produzira les6es recidivantes graves. 27 4 PROGRAMA DE REABILlTA«AO FISIOTERAplCA Na ruptura do Tendao de Aquiles a reabilitac;:c3o 13 tao importante quanta a intervenC;:80 cirurgica adequada, 0 tratamento atualizado e 0 conhecimento da regiao a ser tratada. Este trabalho deve ser realizado juntamente entre paciente, fisioterapeuta e ortopedista, para que 0 processo de reabilita,8o seja concluido da melhor forma passivel. A melhora ocorre lentamente dia ap6s dia. As orientac;:oes do fisioterapeuta quanta aos exercicios e condutas a serem realizadas em casa sao muito importantes para a evoluc;:ao mais rapida e satisfatoria. A dar e 0 edema no p6s-operatorio pareee ser urn empecilho para 0 iniciD ou execuc;:ao da reabilitac;:8o. A dor e urn mecanismo de defesa que sinaliza aD organismo que ha necessidade de algum cuidado com 0 local que d6i. Geralmente, 0 repouso alivia a dor musculo-esqueletica, 0 que leva as pessoas instintivamente a repousar quando sente dor. Do mesmo modo, que a reac;ao inflamatoria, 0 repouso tem urn importante papel de regenerac;ao dos tecidos lesados. Mas quando e excessivo, tambem pode afetar desfavoravelmente 0 processo de cura, da mesma rnaneira que a reac;ao inflamatoria. A qualificac;ao do repouso e do processo inflamatorio depende de inumeras variaveis, e 0 conhecimento das diversas fases do processo de cicatrizac;ao pode ajudar a decidir quando 0 tendao tem condic;6es de ser mobilizado. o processo cicatricial depende da forrnac;ao deum tipo especializado de tecido conjuntivo. 4-0Anf'::.-.. (~V l'c- : '; a!BlIOTF('[~~~, . . '.I.•i..••.••n" •• '••• o '" JP'\':'\~'" 28 o tecido conjuntivo presente nos tend6es tern maior proporC;:BOde fibras e e mais penoso par apresentar maior resistencia tensil em uma direc;ao preferencial, havendo orientaC;c30 das fibras colagenas. Oessa maneira, havera formac;ao de tecido areolar anda S8 estabelece deslizamento entre pianos e direcionamento das libras solicitadas em tensao. Contrariamente, S8 a tecido e imobilizado durante todo 0 processo de regenerac;ao, uma cicatriz densa, desorganizada e aderida S8 formara. 0 edema au inflamac;ao muito duradouros acentuam a formac;ao de tecido desorganizado e aderido. Logo, 0 edema deve ser combatido e a mobilidade estimulada precocemente para que a amplitude de movimento normal seja recuperada. Do quarto dia ate a 3 semana, na fase de remodelac;ao do tecido conjuntivo ou maturagao, e que pod em ocorrer aderencias teciduais indesejaveis e e onde inicia a intervengao da fisioterapia no pos-cirurgico de Tendao de Aquiles embora narmalmente, e mais tardia. Devido ao tempo de imobilizagao deixado pelo medico por receio de uma reroptura, par se tratar de uma tensao de alta resistencia tensil. o Tendao de Aquiles so recobrara sua resistencia normal apos aproximadamente 1 ano, devenda ser protegidos durante este periodo usanda orteses (muletas, bengalas) e evitando sua exposi9ao a grandes eslor90s. A reabilitagao deve considerar de forma significativa a propriocepgao como parte indispensavel do tratamento do pos-operatorio de Tendao de Aquiles. A propriocepgao e a aferencia dada ao sistema nervoso central pelos diversos tipos de receptores sensorias presentes em dilerentes estruturas (ALTER, 1985; REID, 1992; HALATA, 1983; SEGAL & WOLF, 1990). 29 Varios estudos tern observado que esta aferencia para 0 cerebra e vias medulares e mediada pel a pele, articulag6es e mecanoreceptores museu lares e tendinosos. Parece haver uma interrup,ao nesse mecanismo de "feedback" (retroalimentaC;8o) mecanico com as les5es do tendao, que aparentemente S8 restabelecem parcial mente com a cirurgia e com a reabilitayBo. Os tres niveis do controle motor, reflexo espireal, programac;c3o cognitiva e atividade cerebral devem ser consideractos, visando a melhora da estabilidade funcional e dinamica articular (LEPHART e cols., 1997) Varios pesquisadores tern S8 empenhado em melhorar a proprioceptyao ap6s cirurgia. Urn dos para metros usados e a cinestesia, au habilidade para detectar a movimentayao passiva. Buscando uma reabilitag80 eficaz do p6s-operat6rio de Tendao de Aquiles, a fisioterapeuta lan9a mao de varios agentes fisicos disponiveis, contudo seus efeitos fisiol6gicos devem ser bem compreendidos. 4.1 ULTRASOM o ultra-sam sao ondas de frequencia acima dos limites audiveis humanos, compreendidas a partir de 17.000 Hz. Consiste de compressoes e rarefa90es alternantes, requer urn meio de transmissao e nao se transmite no vacuo, transmite energia e pode ser absorvido, refratado e refletido. Sua Propa9a9ao e melhor nos meios s61idos e liquid as, e sua 30 velocidade de propagaC;2Io na agua e tecidos e de aproximadamente 1,5 x 105 em e seu eomprimento de onda e de 0,15 em. Urn dos efeitos terapeuticos do Ultra-Som e 0 sfeita termico, produc;ao do calor. As ondas mecanicas de alta frequencia provocam uma vibrac;ao nos tecidos e geram calor. o Ultra-Som causa major elev8C;8o de temperatura nos musculos, tend6es e tecidos moles, quando comparado com a Diatremia par andas curtas e microondas. Cerea de 50% da energia aplicada sabre a superficie muscular e tendinea atinge ainda 3 em de profundidade, apresentando aquecimento e, par conseguinte, efeitos terapeuticos mais evidentes nas interfaces osso - tecidos moles, onde podem ocorrer elevac;6es aeirna de SOGe. Os efeitos importantes do Ultra-Sam junto a reabilita~ao de Tendao de AquHes, pode-s8 citar: redu~ao da pereep~ao de cor; aumento da distensibilidade do colageno e tend6es; aceleragao do processo de cicatrizagao. A melhor forma de aplica 0 Ultra-som no tornozelo e de forma indireta, permitindo um bam aeoplamento do aplieador com a superficie da pele, que deve ser mantido a 1 em distante da pele, dentro de um recipiente com agua. Sua dosagem mais utilizada e de 1,5W/em' A dura~ao da apliea~ao e de 8 minutos. 31 4.2 CRIOTERAPIA o usa do gelo como forma terapeutica e feito em grande escala na reabilitaC;80 do Tendao de Aquiles, principalmente diante das alteraryoes vasomotoras (hematomas, edemas) e tambem par seu efeita para analgesia, reduzindo a velocidade da conduy3o nerVOS8, inibindo as termina.yoes nervosas lires e a transmissao a aferencia sensitivas dolorosas. o tempo de aplica9ao recomendado e de 15 minutos, na reabilita9ao do Tendao de Aquiles. 4.3 MASSAGEM Usada como urn meio fisico para alivio de quadro algico, desconforto, estresse, reduy30 de edema e preven<;ao de formac;a,o de fibrose e aderencia. Como 0 objetivo com a massagem e a atu8y80 mecanica para eliminar 0 edema e diminuir a dar, prevenindo a formac;ao de fibrose e contratura, esta deve ser realizada tlpo amassamento, friegao e deslizamento. 4.4 TENS Derivado da sigla americana (Transcutaneous Eletrical Nerve Stimulation), com efeitos fisiologicos estudados pela ~ae- Control Theory", teoria da porta com relac;ao as endorfinas e outras substfmcias. E. utilizado tanto na fase aguda como cronica, possuindo ayao sabre as fibras sensitivas e aumentando a limiar da dar, bloqueio periferico das fibras nervosas. A durayiio se faz de 20 a 30 minutos. A TENS d3ssica, com freqOemcia entre 100 a 500 Hz, e com menor durayao de pulso possivel (60 a 200 ~s), produz uma sensac;aode formigamento e deve ser aplicada com intensidade abaixo do limiar motor. Aplica-se previamente a cinesioterapia, sendo urn metoda eficaz para bloquear a cicio espasmo-dor. Este protocolo foi embasado em varios trabalhos ja publicados, sobre todos os aspectos citados, contudo nao fOI encontrado nenhum protocolo especifico sobre pas-operatario de Tendao de Aquiles. Deve-se ter em mente que a protocolo tem como objetivo facilitar a conduta da equipe envolvida na reabilitayao do paciente, criando parametros de comparac;ao entre a evoluyao dos mesmos. Os fisioterapeutas nao deverao, no entanto, se ater apenas a este protocolo, tendo em vista que existem diferentes tecnicas cirurgicas, diferentes personalidades influenciando 0 empenho em se reabilitar e diferentes graus de condicionamento flsicos previos a lesao. Objetivos Gerais: 1. Alivio de dar antes, durante e apas a sustentac;aode peso. 2. Allvio de dar na movimentayao do tendao. 3. Estabilidade do tornozelo para a deambula<;ao e atividades funcionais. 4. Melhora do rnovimento muscular e for<;a. o treino de marcha com algum tipo de aparelho de assistencia e importante. Apos a cirurgia e util para 0 terapeuta a arientayaa do paciente sabre 0 ajuste e selec;aodo calc;ado. Este protocol0 e dividida em 4 fases: 33 1" fase: Esta fase vai do f cantata com a fisioterapeuta ap6s a retirada da imobilizac;ao, ate 0 inicio da sobrecarga de 30% do peso corporal sobre MI acometido. Nessa fase 0 paciente nao faz apoio do pe no chao, faz 0 usa de muletas axilares, e inicia-se exercicios para aumentar ADM. -Inicia-se com crioterapia juntamente com a TENS po 20°, com paciente deitado e MI em degravita9ilo; Ultra-Som sub-aquatieo; Massagem a medida que for tolerada; Inicia-se exercicios passivDs, autopassivDs e na medida que conseguir ativamente em todos as movimentos do tornozelo, sem apoio. 2' fase: Nesta fase e permitido a sobrecarga de 30% a 50% do peso corporal sobre 0 pet ainda deveraestar usanda muletas axilares. Crioterapia com TENS (se apresentar dor); Ultra-Som sub-aquatico; Massagem; Com 0 edema diminuido, aumentar a flexibilidade, comec;ando com alongamento passiv~ levar no tendao fazendo 0 paciente mover ativamente 0 tornozelo para 0 lado oposto a linha de trayao do tendao (dorsi-flexilo), dentro da amplitude livre de dor. Alongamento do grupo muscular gastrocnemio-solear e importante para que uma dorsiflexao apropriada possa ser conseguida. Progredir 0 alongamento para alongamentos com apoio de peso parcial. 34 pOSiy80 do paciente: sentado com joelhos estendidos. Ele dorsiflexiona com fon;:a seus pes, tentando manter seus dedos relaxados. Posiyao do paciente: sentado com joel has estendidos. 0 paciente caloca uma toalha au cinta sob 0 segmento anterior do pe e puxa-o dorsal mente. Posic;ao do paciente: sentado com 0 pe envoi vida sabre uma prancha de equilibria ou algo similar; aD empurrar 0 calcanhar para baixo ocorre alongamento do sal ear. 0 salear pode tambem ser alongado na posi980 sentada colocando 0 pe aplanado sabre 0 solo e escorregando-o para tras, mantendo 0 calcanhar apoiado. Auto-alongamento dos musculos eversores do tornozelo e pe 1. posi,ao do paciente: sentado, com a pe a ser along ado apoiado no joelho oposto. 0 paciente usa sua mao oposta e assim faz inversao no pe. Enfatizar ao paciente que ele precisa rodar 0 ealeanhar para dentro e nao somente torcer 0 segmento anterior do pe. Atividade de treinamento 1. posi9ao do paciente: sentado, com as pernas estendidas. Primeiro 0 paeiente dorsiflexiona e inerte seus pes para que a enfase seja nos museu los tibiais anteriores; entao faz flexao plantar e inversao para que a emfase seja nos museu los tibiais posteriores. 2. Posi9ao do paciente: sentado, com as pes no chao. 0 paciente empurra seus dedos contra a resistemcia do solo. E colocada uma toalha sob seus pes, e ele tenta en ruga-la, mantendo 0 calcanhar no solo e flexionando os dedos. Isto pode ser feito com 0 paciente em pe. 3. Posic;ao do paciente: sentado, com os pes no chao. 0 paciente tenta erguer os arcos longitudinais mediais enquanto mantem tanto 0 segmento 35 anterior como 0 posterior dos pes no solo (8 rota<;c30 lateral da tibia deve ocorrer e nao a abduyao dos quadris). Ele repete a atividade ate Ter born controle, entaa progride fazendo 0 movimento em pe. Inicio de atividades de fortalecimento: 1. Posi<;ao do paciente: sentado, com uma bola de temis colocada entre a sola de seus pes. 0 paciente rola a bola de lIonis para a Irente e para tras do calcanhar ate 0 segmento anterior do pe. 2. Posic;ao do padente: sentado. Urn certa numero de pequenos objetos, como bolinhas de gude, ou dad os, sao colocados em um lado do pe do paciente. Ele pega um objeto por vez enroscando os dedos do pe nele; entaD coloca-o em uma caixa ou no Dutro lado do seu pe. Isto e born para as musculos plantares, assim como par inversao e eversao. 3. Posi9aO do paciente: sentado, depois em pe. Areia, borracha, ou algum outro material distenslvel dentro de uma caixa pode ser usado como resistencia para as varias movimentos de pe a medida que 0 paciente 0 desloca para frente, para tras e para os lados, ou curva seus dedos. Urn alongarnento leve em cadeia fechada pode ser iniciado com 0 paciente sentado e 0 pe comprometido so be uma prancha de equilibria au balan9a. Terminar a sessao com crioterapia. 3' lase: Retiradas as muletas esta liberado para fazer apoio total, em bora muitas vezes seja orientado a uso de bengalas, ate para suporte psicol6gico. o ultra-som ainda e necessario e a crioterapia ap6s os exercicios. 36 Bicicleta ergometrica livre a lata e recomendada no inicio da sesseo podendo ser associ ada com a crioterapia. o alongamento em cadeia fechada pode S8r feito com a paciente em pe para urn alongamento mais forte. o alongamento em cadeia fechada (com a paciente em pe e 0 pe envolvido no chao) produz uma rea9c3o significativa de foryas do solo sobre as tecidos reparados. Fortalecer progressivamente as museu los do pe e tornozelo. Continuar as exercicios isometricos e acrescentar resist€mcia. Isso pode ser feito com 0 paciente resistindo todos os movimentos do tornozelo com suas maos au com 0 pe oposto. Acrescentar exercfcios isot6nicos e isocineticos resistidos. posiyao do paciente: em pe. 0 paciente da um passo largo para a frente com urn pe, mantendo 0 calcanhar do pe traseiro inteiro no solo. Para dar estabilidade ao pe, 0 paciente roda parcial mente a perna de tras para dentro de modo que 0 pe assume uma posic;ao supinada e trava a articulaC;ao. Ele entao transfere seu peso corporal para a frente sabre 0 pe dianteiro. Para alongar 0 musculo gastrocnemio, 0 paciente mantem 0 joelho da perna de tras. Posic;ao do paciente: em pe, de frente para uma parede, com as maos colocadas contra a parede no n[vel do ombro. 0 paciente inelina-se na parede, mantendo seus calcanhares no solo. Para aumentar a fonya de alongamento, aumentar a distancia dos pes com relaC;ao a parede. Alongar 0 gastrocnemio ou 0 solear mantendo os joel has estendidos ou fletidos respectivamente. 37 Posi9ao do paciente: em pe, com 0 segmento anterior do pe na beira de urn degrau ou banqueta e 0 calcanhar para fora. 0 paciente abaixa lentamente seu calcanhar sobre a beira. Usar uma prancha de equilibria e fazer 0 paciente transferir 0 peso corporal de urn lado para 0 Dutro e para a Frente e para tras, ao mesma tempo que tenta contralar 0 tornozelo. Existe uma grande variedade de pranchas de exercicio comerciais com gradua<;6es no tamanho do balan<;o ou mel a esFera, assim como adaptac;oes para resistencia. As gradu8c;oes de diliculdade podem ser adaptadas de acordo com a habilidade do paciente. Comec;:ando sentado, 0 paciente aprende a controlar a direc;ao do movimento da prancha. Em pe, a paciente pode S9 apoiar com as dUBS maos sabre urn objeto solido e calocar 0 dais pes sabre a prancha, entao progredir para suparte em uma perna. Uma progressao adicional pode ser mudar a quanti dade de movimento permitido pela prancha (usar uma esfera ou balan90 mais largo), entao 0 balan90 sem suporte as maos com os dois pes, e depois com um pe por vez. As reagoes que 0 paciente deve Ter na prancha de equilibrio sao simi lares a ajustes musculares rapidos necessarios na marcha sobre superficies irregulares. 4' lase: Bicicleta ergometrica com carga progress iva durante 20 minutos, desde que sem dar. Inicia-se 0 treinamento de subir e descer escadas, subir e descer rampas. Intensific8-se exercicios de agachamento. 38 Nesta lase espera-se que 0 paciente ja apresente amplitude total de movimento e tendao liberado. Marcha em terrenos de diferentes densidades. Aumenta-se progressivamente todas as atividades: o treino para melhorar a feedback proprioceptiv~ para estabilidade do tornozelo, coordena9ao e resposta reflexa come.ya com 0 usa de uma prancha de balanc;o ou equilibrio e progredir para outras atividades de equilibrio. Dependendo das metas finais da reabilita9E10, treinar 0 tornozelo em atividades de sustenta980 de peso tais como marcha, corrida, e atividades de agilidade como ton;:80 controlada, giro e transferemcia lateral de peso. Ao retarnar para a atividade que provoca sobrecarga, a paciente deve ser orientado sobre preven9ao, que inclui alongamentos, aquecimentos repetidos leves, e 0 usa de urn suporte apropriado nos pes. A importancia de dar tempo para a recupera<;ao da fadiga e microtraumas ap6s trabalhos de alta intensidade precisa tambem ser enfatizada. o paciente s6 estara apto a retarnar as atividades ffsicas anteriores ao trauma aproximadamente 1 ana depois. 39 CONCLusAo A importancia do tendao calcanea,para a perfeito funcionamento da mecanica articular do tornozelo, desenvolvimento da marcha, corrida, saito e dan98 com precisao, ja e conhecido hi! muito tempo. Na mitologia grega, encontra-se a origem do nome ~tendaode Aquiles". Conta a Jenda que a mae de Aquiles segurou-o pelos calcanhares para mergulha-Io no rio Estige., a que 0 tornaria invulneravel. Durante a cereD da cidade de Troia, na batalha de mesmo nome, Aquiles foi ferido por uma flecha disferida pelo deus Apolo, atingindo-o na regiao do calcanhar, 0 que 0 tornou impotente na batalha e 0 levou, posteriormente, a morte). o tendao de Aquiles e 0 mais volumoso e resistente tendao do corpo humano, sendo constituido pela fusao das aponeuroses dos museu los gastrocnemio e sol eo, podendo receber tambem, na sua margem medial, 0 tendao do musculo plantar delgado, 0 que 0 transformaria em um tendao quadricipital. o tendao calcElneo ocupa 0 ten;:o inferior da perna, estando disposto no plano frontal de forma vertical, continuando na mesma direc;ao dos museu los dos quais se origina; cruza as articular;6es talocrural e talocalcaneana, delirnitando urn espar;o trianguliforme entre ele e a eminencia postero-superior do cald3neo, onde existe uma bolsa serosa). As fibras tendinosas que formam 0 tendao calcaneo nao sao retilineas, pois se encontram dispostas numa distribuir;ao em espira!. Quando recebem a contribuil'ao do musculo plantar delgado, suas fibras se distribuem principal mente pela face posterior e pela margem medial. Raramente se posicionam junto a face anterior do tendao calcaneo). 40 a musculo gastrocnemio contribui na formag8o da aponeurose juntamente com 0 s6leo, que S8 posiciona anterior e inferiormente a lamina aponeurotica, delimitando a inicio do tendao, aproximadamente a 15 em de tuberosidade posterior do calcanea, onde esta inserido. A largura e espessura do tendao variam em media de 12 a 15mm e de 5 a 6mm, respectivamente). A vascularizac;ao do tendao S8 da a partir dos tecidos 6sseo, muscular e conjuntivD, sendo que estudos macroscopicos mostram que a arteria tibial posterior emite ramas ao tendao pelo seu meson dorsal, estrutura esta que deve receber aten980 especial. Oestaea-S8 tambem a ocorrencia de urna zona de menor vasculariz8t;.30 localizada 2 a 7cm proximal mente a insen;ao do tendao, 0 que Ihe confere maior vulnerabilidade. Hi! varios tipas de lesoes que padem acometer a musculo esqueh§tica e suas porgoes. Padem ser traumaticas au resultado de processos lesivos provocadas par sofrimenta prolan gada, exercicia intenso e forgas de tragao au tensao. A lesao do tendao de Aquiles e resultado da degenerayao e tensElo excessiva no mesmo, especial mente quando da sub ita extensao do tornozela, enquanto as musculos gastrocnemio e s61eo estao contraidos. Os sintomas variam desde ausencia de queixa, quadro de dar cranic8, ate dor subita e impatencia funcianal impartante. o diagnostico da lesao do tendao de Aquiles se faz pela avalia9iio de sintomas e sinais acrescidos de exames subsidiarios, dando preferencia aos nao invasivos com visibilizag80 do tendeo. a) Radiografias para partes moles, em que sao identjficados afilamentos e margens difusas do tendao, parem sem especificidade; 41 b) Tomografia computadorizada, delineando lesoes intra e extratendao, com alto indiee de talsos-negativos; c) Ultra-sonografia, que caracteriza descontinuidade das fibras e areas foeais hipoecoicas, edema e espessamento de baixa ecogenicidade no peritendao. Apresenta poucos falsos-negativos; d) Ressonimcia magnetica, que identifica todos os detalhes das tecnicas aeirna, pon§m com maior custo. D tratamento das les6es do tendao de Aquiles continua sendo 0 centro das atenc;oes e controversias para a mesma finalidade: restaurar a func;ao normal, fon;a e mobilidade sem complica,oes. Muitos cirurgi6es ainda optam pelo tratamento conservador da Ie sao, porem, ja a partir de 1959, nota-s8 0 aumento de indicac;6es do tratamento cirurgico, atrav9S de varias tecnicas, com resultados funcionais favoraveis e melhores quanta a relayao de torque maximo/velocidade da musculatura que age no pe e tornozelo e evidencias de diminui<;8o dos indices de rupturas, quando comparados aos do tratamento conservador. A proposta deste trabalho nao e comparar diferentes tipos de tecnica cirurgica para a repara<;ao do tendao de Aquiles, mas a avalia<;ao das forc;as isocineticas de flexao plantar, extensao, eversao e inversao do pe, ap6s 0 tratamento das les6es do tendao de Aquiles pela tecnica de Teuffer, modificada por Turco & Spinella. o estudo bibliografico juntamente com a observa<;8o dos pacientes da Clinica de Fisioterapia San Rafael revelou que embora 0 treinamento intensivo propicie efeitos beneficos para a crian<;a, pode causar lesoes musculares graves, lesoes cardiovasculares e serias perturba<;6es psicol6gicas, como desequilibrios emocionais. 42 Assim sendo, a microtrauma de repetic;ao e excessos de carga podem causar sindromes compartimentais, dores e contraturas musculares e uma variedade de processos degenerativos e inflamatorios nos tend6es. Os fatores extrinsecos, como erras de planejamento, tecnicas ineficientes e superficies inapropriadas, e fatores intrinsecos, incluindo mau alinhamento e desequilibrio muscular, sao as responsaveis. Relatou-se, no mesma contexto, que em animais (ratos) submetidos a esfofy8S e exercfcios extenuantes (oito haras de corridas a uma velocidade de 17 metros/minuto), observaram-se necrose de fibras e uma resposta de atividade proteolitica seletiva na musculatura. (LOPES et ai, 1996) A capacidade proteolitica acida estava aumentada no 4° dia, ap6s as exercicios, e parcial mente diminuida apas dez dias. A capacidade proteolitica alcalina nao foi afetada na miopatia causada pelo exercfcio extenuante. Acredita-se que a resposta proteolitica nas lesoes agudas, assim como nas atrofias cranicas, e altamente seletiva nas caibras musculares. As altera<,;:oesproduzidas pelo excesso de calor sao multo comuns na pratica do futebol americano, com registro de mortes por interna,ao, segundo relatos de MURPHY (1984). Desta maneira, recomenda-se 0 usa de roupas apropriadas, com 0 maximo de pele exposta ao ar, avaliagao das condigoes do campo de jogo e provisoes de agua e eletralitos. Ap6s a competic;ao, 0 usa de soluyoes eletroliticas e dieta rica em cloreto de sadio. KRETSCH et al (1990) fizeram um levantamento de todos os problemas medicos que aconteceram na maratona de MELBOURNE (1980), com 5.423 participantes, cuja maioria nao eram atletas de alto nivel. Observaram que no 43 treinamento as les6es muscu!o-8squeleticas eram as de maior incidemcia (30%). Antes da competiC;:8o, somente 4% dos participantes possuiam urn sistema adequado de reidratac;:8.o; 33% eram portadores de problemas principalmente rnioarticulares, Qutros apresentavam doenC;:8s vir6ticas au gastrintestinais (41%). Estes participantes teriam suas chances diminuidas em 60% de terminar a corrida Durante a prova foram registradas queixas diversas, na maioria sem grande importancia, em 92% dos participantes. Semente 6% nao terminaram a maratona. Dado 0 exposto, final mente, deve-se abordar a excesso de peso, que, alem de ser extremamente prejudicial ao rendimento tecnico do esportista, e tambem fator predisponente para as lesoes musculares. Recomenda-se, portanto, dieta alimentar hipocalorica e, como atividades ffsicas para auxiliar a perda de peso, a prescric;ao de exercicios: natac;ao e exercicios aer6bicos como bicicleta ergometrica, paca evitar sobrecargas nas articula<;oes dos membros inferiores, col una vertebral e estrutura muscular. 44 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS DE DAVEY, J.R.; RORABECK, C.H. et al. Disturbios traumaticos. Am. JSports Med. 12:391, 1984. DIURIESITINMAN (1986) apud DE DAVEY, J.R.; RORABECK, C.H. et al. Disturbios traumaticos. Am. J Sports Med. 12:391, 1984. 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