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ANATOMIA MACROSCÓPICA DO TRONCO CEREBRAL I. Generalidades: No encéfalo adulto, o tronco encefálico representa apenas 4,4% do peso total do encéfalo, o cerebelo, 10,5%; e o cérebro, 85,1%. 1. Conceito: - é a parte do sistema nervoso central situada entre a medula espinhal e o diencéfalo, ventralmente ao cerebelo. Porção cranial do sistema nervoso segmentar, sua estrutura é constituída pelos núcleos dos nervos cranianos, núcleos próprios do TE, fibras de passagem e formação reticular. 2. Constituição: 2.1 - Bulbo ou Medula Oblonga (inferior) 2.2 - Ponte (média) 2.3 - Mesencéfalo (superior) 2.4 - Formação reticular: é uma rede de células e fibras que se estende por todo tronco cerebral ocupando os espaço deixados pelos núcleos do tronco. 2.5 - IV ventrículo: cavidade do tronco situado entre o bulbo, ponte e cerebelo 2.6 - Aqueduto cerebral: cavidade do mesencéfalo 3. Funções: centro do vomito, centro respiratório, centro vaso-motor, controle do ciclo sono-vigília, reflexo da cabeça, controla a síntese de alerta. 4. Origem Embriológica: 4.1 - Bulbo - mielencéfalo 4.2 - Ponte – porção anterior do metencéfalo 4.3 - Mesencéfalo – mesencéfalo II - Estudo do bulbo: 1. Limites: 1.1 - Superior - sulco bulbo-pontino 1.2 -Inferior- plano horizontal acima do primeiro filamento radicular do nervo espinhal. 2. Elementos descritivos: 2.1 - Sulcos: 2.1.1 - Fissura mediana anterior 2.1.2 - Sulco mediano posterior 2.1.3 - Sulcos laterais anterior e posterior 2.1.4 - Sulco intermédio posterior- inicia nos segmentos cervicais, separa os fascículos cuneiforme e grácil. 2.2 - Áreas ou Faces: o que na ME eram funículos, no TE são apresentadas como faces. 2.2.1 - Face anterior ou ventral: a) Pirâmide - eminência alongada, constituída de um feixe compacto de fibras nervosas descendentes que ligam as áreas motoras do cérebro aos neurônios motores da medula - trato córtico-espinhal b) Decussação das pirâmides - parte caudal do bulbo, onde 75-90% das fibras cruzam o plano mediano, obliterando a fissura mediana anterior - para continuar como trato córtico-espinhal lateral. 2.2.2 - Face lateral: Olivas - Acidente formado por grande massa de substância cinzenta - núcleo olivar inferior, o qual recebe fibras do córtex cerebral, da medula espinhal e do núcleo rubro. Liga-se ao cerebelo (fibras olivo- cerebelares). Relaciona-se com a aprendizagem motora, a qual permite realizar determinada tarefa com velocidade e eficiência cada vez maiores se for repetida. 2.2.3 - Posterior ou Dorsal: a) Fascículos grácil e cuneiforme - conduzem a propriocepção consciente, tato epicrítico, e a sensibilidade vibratória. Fibras vindas da medula espinhal para terminar em duas pequenas elevações; b) Tubérculos dos núcleos grácil e cuneiforme - massa de substância cinzenta c) Pedúnculo cerebelar inferior (corpo restiforme)- melhor visto em peças com corte sagital, em conjunto com o cerebelo. 2.3 - Emergências de nervos cranianos: 2.3.1- Nervo hipoglosso (XII) - sulco lateral anterior 2.3.2 - Nervo acessório (XI) - a raiz bulbar do sulco lateral posterior, inerva vísceras da cavidade torácica bem como estruturas da laringe; já as raízes espinhais inervam musculatura estriada esquelética - esternocleidomastóideo e o trapézio. 2.3.3 - Nervo vago (X) - sulco lateral posterior 2.3.4 - Nervo glossofaríngeo (IX) - sulco lateral posterior III - Estudo da ponte: Repousa na parte basilar do osso occipital e dorso da sela túrsica. É a parte do TE interposto entre o bulbo e o mesencéfalo, localiza-se ventralmente ao cerebelo. A ponte é dividida em uma porção ventral ou base e uma porção dorsal ou tegmento. Observa-se entre no limite destas estruturas um conjunto de fibras mielínicas de direção transversal ( o corpo trapezóide (constituído por fibras dos núcleos cocleares dorsal e ventral que cruzam para o lado oposto) 1. - Base: 3.1 - Fibras longitudinais- T. córtico-espinhal, T. córtico-nuclear e T. córtico- pontino. 3.2 - Núcleos pontinos - são pequenos aglomerados de neurônios dispersos em toda a base da ponte. Neles terminam fazendo sinapse as fibras córtico-pontinas, com origem no córtex cerebral (conduz informações dos hemisférios cerebrais ao cerebelo). Representando uma importante conexão entre os córtices cerebral e cerebelar, participantes na coordenação do movimento. O cerebelo modula a força e a taxa de movimento e está envolvido na aprendizagem da habilidade motora. 3.3 - Fibras transversais - constituído por axônios dos núcleos pontinos. Também chamadas de fibras pontinas ou ponto-cerebelares. Tem direção transversal cruzam o plano mediano e penetram no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar médio. Formam a via córtico-ponto-cerebelar. 2. Tegmento (dorsal): tem estrutura muito semelhante ao bulbo e ao tegmento do mesencéfalo, com os quais continua. Apresenta fibras ascendentes, descendentes e transversais, além de núcleos de nervos cranianos (VIII, VII, VI E V) e a substância própria da ponte. 3. Braço (pedúnculo cerebelar médio), pela emergência do V par. O dorso da ponte não apresenta uma linha de demarcação, constituindo o assoalho do 4° ventrículo. As fibras pontocerebelares, originadas nos núcleos pontinos, chegam ao cerebelo pelos pedúnculos cerebelares médios. 4. Limites: 4.1 - Superior - plano horizontal que passa na altura da fossa interpeduncular 4.2 - Inferior - sulco bulbo pontino 5. Elementos descritivos: 5.1 - Sulco basilar (repousa a artéria basilar) 5.2 - Sulco bulbo-pontino 5.3 - Pedúnculo cerebelar médio 6. Emergências de nervos cranianos: 6.1 - Nervo trigêmeo (V) - emerge no corpo da ponte, apresenta uma raiz sensitiva (maior) e uma raiz motora. 6.2 - Nervo abducente (VI) - sulco bulbo pontino 6.3 - Nervo facial e intermédio (VII) - sulco bulbo pontino (intermédio - raiz sensitiva e motora visceral -dá origem a fibras pré-ganglionares -n. salivatório superior e n. lacrimal conduzem impulso para inervação das glândulas submandibular, sublingual e lacrimal) 6.4 - Nervo vestíbulo-coclear (VIII) - sulco bulbo pontino. IV - Estudo do mesencéfalo: Interpõe-se entre a ponte e o diencéfalo. Controla muitas funções sensoriais e motoras, incluindo os movimentos dos olhos e a coordenação dos reflexos visual e auditivo. 1. Limites: 1.1 - Superior - plano horizontal que liga os corpos mamilares situados no diencéfalo a comissura posterior. 1.2 - Inferior - plano horizontal na altura da fossa interpeduncular. 2. Elementos descritivos: 2.1 - Aqueduto cerebral - percorre longitudinalmente o mesencéfalo e é circundado por uma espessa camada de substância cinzenta - periaquedutal. Relacionada a liberação de substâncias químicas que modulam a dor - opióides endógenos: encefalinas ou endorfinas. 2.2 - Tecto: linha imaginária que passa na altura do aqueduto. Nos seres invertebrados é um centro muito importante relacionado com a integração das funções sensoriais e motoras. 2.2.2 - Colículos superiores (relacionados com os órgãos da visão) e colículos inferiores (relacionados com a audição) 2.2.3 - Braços dos colículos superiores e inferiores 2.3 - Pedúnculos cerebrais: 2.3.1 - Substância negra – apresenta neurônios pigmentados, contendo melanina, que sintetizam a dopamina, como seu neurotransmissor.Esses neurônios se projetam para o núcleo caudado e putâmen (núcleos da base, no telencéfalo). A degeneração da substância negra está relacionada à doença de Parkinson. 2.3.2 - Base - parte ventral formada por fibras longitudinais de passagem 2.3.3 - Tegmento - se assemelha a estrutura da ponte a) Núcleos rubros: participam do controle da motricidade somática. Recebe fibras do cerebelo e das áreas motoras do córtex cerebral e dá origem ao tracto rubro-espinhal, através do qual influencia neurônios motores da ME, responsáveis pela inervação da musculatura distal dos membros 2.3.4 - Sulco lateral do mesencéfalo 2.3.5 - Trígono do lemnisco - área localizada entre o sulco lateral do mesencéfalo e o braço do colículo superior, relaciona-se com a audição 2.3.6 - Fossa interpeduncular- profunda fossa triangular a) sulco medial do pedúnculo cerebral b) substância perfurada posterior 3. Emergência de nervos cranianos: 3.1 - Nervos oculomotor (III) - emerge na base do sulco medial do pedúnculo 3.2 -Nervo troclear (IV) - único par craniano que emerge posteriormente, abaixo dos colículos inferiores, contorna o mesencéfalo para surgir ventralmente entre a ponte e o mesencéfalo. V - IV Ventrículo: 1. Conceito: Depressão ampla e rasa, na superfície dorsal do tronco cerebral, por baixo do cerebelo. É rombóide ou de forma losangular. 2. Comunicações: ganham o espaço subaracnoídeo 2.1 - Aberturas laterais - Luscka, localizados nos recessos laterais 2.2- Abertura dorsal (mediano) - Magendie, orifício que perfura o véu medular inferior. Permitindo a comunicação com a cisterna magna. 3. Fossa Rombóide ( assoalho do IV ventrículo): porção aberta do bulbo, onde o que tinha situação posterior relacionando-se com os neurônios sensitivos passa a localizar-se lateralmente; e as fibras anteriores ventrais (motoras) passam a serem visualizadas medialmente. 3.1 - Sulcos: 3.1.1 - Sulco mediano do IV ventrículo - continua-se inferiormente com o canal ependimário. 3.1.2 - Sulco limitante – continua a marcar a divisão dos núcleos subjacentes em seus componentes motores (mediais) e sensitivos (laterais), como fazia no tubo neural embrionário. 3.2 - Elementos descritivos: 3.2.1 - Fóveas superior e inferior: de cada lado, o sulco limitante se alarga para constituir duas depressões: as fóveas. 3.2.2 - Eminência medial - relevo situado lateralmente ao sulco mediano do IV ventrículo 3.2.3 - Colículo facial- relevo / elevação puntiforme na altura da eminência média no assoalho do IV ventrículo. Representa fibras do nervo facial que contorna (joelho interno) o núcleo do nervo abducente. Toma direção ventromedial e ligeiramente caudal para emergir no sulco bulbo-pontino. 3.2.4 - Trígono do vago - projeção no assoalho do IV ventrículo relacionado com o núcleo dorsal do vago 3.2.5 - Trígono do hipoglosso – núcleo subjacente do XII nervo craniano. 3.2.6 - Área vestibular – núcleos vestibulares 3.2.7 - Estrias medulares- finas cordas de fibras nervosas (axônio); cruzam transversalmente a área vestibular; envolvidas com a audição. 3.2.8 - Locus coeruleus - em peças a fresco observa-se como uma área de tonalidade escura. Localiza-se lateralmente a eminência medial. Têm sido responsável pelos mecanismos neurais reguladores do sono, em especial os do sono REM (movimento rápido do olho – rapid eye movement). O sono R.E.M. é conhecido como sono paradoxal (contraditório) pois estudos comprovam que a atividade elétrica durante este sono é a mesma de uma pessoa acordada. Ocorre 90 minutos após o início do sono e pode ocorrer até 6 vezes por noite. Durante este tipo de sono acontece a memorização do dia. 3.3 - Teto: 3.3.1 - Véu medular superior - fina lâmina de tecido subjacente ao cerebelo e que se estende entre os dois pedúnculos cerebelares superiores. 3.3.2 - Véu medular inferior - ou tela coróide, é um plexo coróide muito delgado ou delicado que recobre a parte inferior do IV ventrículo. 3.3.3 - Face anterior do cerebelo (nódulo) 3.3.4 - Tela coróide 3.4 - Plexo coróide: no tecto do IV ventrículo ANATOMIA MACROSCÓPICA DO TRONCO CEREBRAL
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