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CONTABILIDADE E MERCADO DE TRABALHO_AULA 5

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AULA 5
Introdução
Um dos mais relevantes propósitos da Contabilidade é fornecer a seus usuários informações sobre os resultados alcançados e dados de natureza patrimonial, orçamentária, econômica e financeira. Isso é feito por meio das demonstrações contábeis ou financeiras.
Diferentes grupos – gestores, acionistas, credores, investidores, governo e sociedade – têm interesse nessas demonstrações, pois necessitam delas para suas atividades e, principalmente, para tomar decisões.
Mediante sua análise, também é possível conhecer a composição da estrutura de capital da empresa. Nesta aula, estudaremos tais assuntos.
Estrutura conceitual para elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro
A estrutura conceitual básica da Contabilidade fornece um conjunto de princípios e de normas que tem o objetivo de guiar a prática contábil.
No Brasil, algumas instituições tratam dessa estrutura. São elas:
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC)
Entre os atos do CFC, encontra-se a Resolução CFC nº 1.374/2011, que dá nova redação à NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro.
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM)
Aquelas que tem o objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil.
A CVM emite instruções que estabelecem normas e procedimentos para, entre outros aspectos, a elaboração de demonstrações financeiras.
COMITE DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC)
De acordo com a Resolução CFC nº 1.055/2005, trata-se daquele que tem como objetivo:
“[...] o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais”.
Saiba mais
Conforme aponta o Pronunciamento Conceitual Básico (R1), emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis:
“[...] as demonstrações contábeis são elaboradas e apresentadas para usuários externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas. Governos, órgãos reguladores ou autoridades tributárias, por exemplo, podem determinar especificamente exigências para atender a seus próprios interesses. Essas exigências, no entanto, não devem afetar as demonstrações contábeis elaboradas segundo esta Estrutura Conceitual”.
Demonstrações contábeis
A NBC TG 26, aprovada pela Resolução CFC nº 1.185/2009, estabelece requisitos gerais para a apresentação das demonstrações contábeis, diretrizes para a sua estrutura e os requisitos mínimos para seu conteúdo, em consonância com o CPC 26, de 15/12/2011.
Conceito
• Exposição resumida e ordenada de um conjunto de dados colhidos pela Contabilidade, que permite evidenciar a posição patrimonial e financeira, bem como o desempenho da entidade em determinado período;
• “[...] representação monetária estruturada da posição patrimonial e financeira em determinada data e das transações realizadas por uma entidade no período findo nessa data” (IBRACON, 2017).
Objetivo
• Relatar às pessoas que utilizam a Contabilidade (usuários) os principais fatos contábeis registrados em determinado período, bem como informar as posições (patrimonial e financeira), o desempenho e os Fluxos de Caixa da entidade, visando subsidiar o processo de tomada de decisão;
• “[...] fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade, que são úteis para uma ampla variedade de usuários na tomada de decisões” (IBRACON, 2017).
Para satisfazer seus objetivos, as demonstrações contábeis devem proporcionar informações acerca da entidade, que juntamente com outros esclarecimentos constantes das notas explicativas, possam ajudar os usuários a terem uma visão das posições, econômica, patrimonial, financeira, do desempenho e dos Fluxos de Caixa, de forma a melhor qualificá-los para a tomada de decisão.
Conforme disposto no item 13 da ITG 2000 – Escrituração Contábil –, todas as Demonstrações Financeiras devem ser transcritas no Livro Diário, completando-se com as assinaturas do titular ou do representante legal da entidade e do profissional da Contabilidade legalmente habilitado.
As demonstrações contábeis fornecem informações a respeito de:
Além das informações fornecidas pelas demonstrações contábeis, o processo de tomada de decisão também deve considerar outras, como, por exemplo:
• Condições econômicas gerais;
• Perspectivas para o setor (indústria, comércio e serviços);
• Eventos e clima políticos;
• Leis e regulações.
Decisões tomadas com base nas demonstrações contábeis
De acordo com a Resolução CFC nº 1.374/2011, as demonstrações contábeis devem satisfazer as necessidades comuns da maioria dos seus usuários, uma vez que quase todos eles utilizam-nas para a tomada de decisões econômicas, tais como:
• Decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais;
• Avaliar a administração da entidade quanto à responsabilidade que lhe tenha sido conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua prestação de contas;
• Avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e proporcionar-lhes outros benefícios;
• Avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados à entidade;
• Determinar políticas tributárias;
• Determinar a distribuição de lucros e dividendos;
• Elaborar e usar estatísticas da renda nacional;
• Regulamentar as atividades das entidades.
O nível de utilidade das informações contidas nas demonstrações contábeis varia conforme as suas características, na medida em que elas sejam mais ou menos:
• Relevantes;
• Fidedignas;
• Comparáveis;
• Verificáveis;
• Tempestivas;
• Compreensíveis.
Conjunto das demonstrações contábeis
O conjunto completo das demonstrações contábeis está previsto no item 10 da NBC TG 26 R4:
A entidade pode usar outros títulos nas demonstrações em vez daqueles usados na NBC TG 26 R4, desde que não contrarie a legislação societária brasileira vigente.
Obrigatoriedade de elaboração e divulgação das demonstrações financeiras
A obrigatoriedade de elaborar as demonstrações contábeis está contida nas seguintes legislações:
A obrigatoriedade de elaborações divulgação das demonstrações financeiras varia conforme os seguintes tipos e portes da entidade:
PEQUENA E MÉDIA EMPRESA (PME)
No que se refere às demonstrações contábeis para Pequenas e Médias Empresas (PMEs), as seções 03 a 09 da NBC TG 1000 (R1), que trata da Contabilidade para empresas desse porte, cuidam da questão.
• Balanço Patrimonial (BP);
• Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
• Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) – que pode ser substituída pela DLPA;
• Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) – obrigatória se substituir a DRA ou a DMPL;
• Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) – que pode ser substituída pela DLPA;
• Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC);
• Notas Explicativas (NEs).
De acordo com a redação da ementa da Lei nº 11.638/2007:
“[...] estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras”.
Há controvérsia quanto à obrigatoriedade de publicação das demonstrações financeiras pelas sociedades limitadas de grande porte.
Entende-se por sociedade de grande porte as que tiverem ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões (parágrafo único do artigo 3º da Lei nº 11.638/2007).
MICROEMPRESA (ME) E EMPRESA DE PEQUENO PORTE (EPP)
No que se refere às demonstrações contábeis para Microempresas (MEs) e Empresas de Pequeno Porte (EPPs), os itens 26 e 27 da Resolução CFC nº 1.418/2012, que aprova a ITG 1000 – Modelo Contábil para Microempresa e Empresa
de Pequeno Porte, tratam da questão:
“A entidade deve elaborar o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado e as Notas Explicativas ao final de cada exercício social. Quando houver necessidade, a entidade deve elaborá-los em períodos intermediários.
A elaboração do conjunto completo das Demonstrações Contábeis, incluindo além das previstas no item 26, a Demonstração dos Fluxos de Caixa, a Demonstração do Resultado Abrangente e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, apesar de não serem obrigatórias para as entidades alcançadas por esta Interpretação, é estimulada pelo Conselho Federal de Contabilidade”.
SOCIEDADE ANÔNIMA (SA)
As únicas sociedades obrigadas a publicar suas demonstrações financeiras são aquelas constituídas por ações, de capital aberto ou fechado, com as seguintes exceções:
• A companhia fechada que tiver menos de vinte acionistas, com Patrimônio Líquido inferior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), poderá deixar de publicar suas demonstrações financeiras, desde que elas sejam arquivadas na Junta Comercial (artigo 294, inciso II, da Lei nº 6.404/1976);
• A companhia fechada, com Patrimônio Líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), não será obrigada à elaboração e publicação da DFC (artigo 176, parágrafo 6º, da Lei nº 6.404/1976);
• Apenas as companhias abertas estão obrigadas a elaborar e publicar a Demonstração do Valor Adicionado (inciso V do caput do artigo 176 da Lei nº 6.404/1976).
O Capítulo XV da Lei nº 6.404/1976 trata das demonstrações financeiras, e o artigo 176 traz a relação das demonstrações contábeis, cujas elaboração e publicação são obrigatórias por parte das S.A.
A Deliberação CVM nº 676/2011 também trata dessas demonstrações.
São elas:
• Balanço Patrimonial (BP);
• Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);
• Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
• Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC);
• Demonstração do Valor Adicionado (DVA) – obrigatória se for companhia aberta;
• Notas Explicativas (NEs);
• Demonstração do Resultado Abrangente (DRA);
• Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).
Uma companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão possam ser ou não negociados em bolsa ou em mercado de balcão.
Demonstrações contábeis e legislação do Imposto de Renda
No Brasil, a questão tributária tem elevada complexidade e demanda um amplo conhecimento por parte dos gestores.
Além da divulgação de informações a terceiros, as demonstrações contábeis são também utilizadas, entre outros fins, no processo de prestação de contas dos administradores e para a apuração do resultado sobre o qual, via de regra, incide o Imposto de Renda (IR).
A Lei nº 9.430/1996 estabelece que, a partir do ano-calendário de 1997, o IR das Pessoas Jurídicas será determinado com base no lucro real, presumido, ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário, observada a legislação vigente.
Dessa forma, torna-se necessário que as empresas privadas brasileiras e as estrangeiras com operação no Brasil elaborem, ao final de cada período de incidência do IR, as demonstrações financeiras, de forma que seja possível apurar a base sobre a qual incidirá o IR.
O Decreto nº 3.000/1999 regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza.
Decreto nº 3.000/1999
Art. 274. Ao fim de cada período de incidência do imposto, o contribuinte deverá apurar o lucro líquido mediante a elaboração, com observância das disposições da lei comercial, do balanço patrimonial, da demonstração do resultado do período de apuração e da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados.
§ 1º O lucro líquido do período deverá ser apurado com observância das disposições da Lei nº 6.404, de 1976 (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 67, inciso XI, Lei nº 7.450, de 1985, art. 18, e Lei nº 9.249, de 1995, art. 5º).
§ 2º O balanço ou balancete deverá ser transcrito no Diário ou no LALUR (Lei nº 8.383, de 1991, art. 51, e Lei nº 9.430, de 1996, arts. 1º e 2º, § 3º).
Art. 275. O contribuinte deverá elaborar demonstração do lucro real, discriminando (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 8º, § 1º, e Lei nº 9.430, de 1996, arts. 1º e 2º):
I - o lucro líquido do período de apuração;
II - os lançamentos de ajuste do lucro líquido, com a indicação, quando for o caso, dos registros correspondentes na escrituração comercial ou fiscal;
III - o lucro real.
Parágrafo único. A demonstração do lucro real deverá ser transcrita no LALUR (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 8º, inciso I, alínea “b”).
Estrutura de capital das empresas
Para a doutrina contábil, o termo capital engloba, em sentido amplo, todas as origens e aplicações dos recursos (ativo, passivo e Patrimônio Líquido).
Por isso, precisamos diferenciar essa aplicação abrangente para a doutrina de seu sentido restrito, que nos remete apenas aos recursos dos sócios (capital social ou individual).
A estrutura de capital de uma empresa refere-se aos recursos que lhe financiam, que podem ser de duas origens:
Capital próprio ou Patrimônio Líquido (PL) – recursos dos acionistas ou proprietários da empresa.
Capital de terceiros (passivo) – recursos dos credores.
Nesse contexto, financiar a empresa significa alocar os recursos que têm origem no passivo e no PL em bens e direitos que integram o ativo. (O passivo e o PL constituem a origem de todos os recursos que são aplicados em bens e direitos e que integram o ativo.)
Capital próprio X Capital de terceiros
Tanto o capital próprio quanto o de terceiros podem ser materializados por meio de materiais, produtos, mercadorias e dinheiro.
O capital próprio é composto pelos recursos que os sócios colocaram na organização, para realizar os investimentos necessários ao seu funcionamento.
Quando maior for o volume de capital próprio, maior será a participação dos sócios nos resultados, mas, por outro lado, também maiores serão seus riscos.
O capital de terceiros é comporto pelos recursos vindos de fora da sociedade, ou seja, não vem dos seus sócios.
Em relação ao capital de terceiros, deve-se considerar seu custo, que é traduzido pelos juros, pelas taxas e pelas margens de lucro dos fornecedores.
O capital de terceiros é remunerado com o resultado da atividade operacional da empresa.
Dessa forma, se a empresa tiver muito esse tipo de capital, terceiros usufruirão mais dos resultados da organização que, por outro lado terá menos riscos, pois os riscos são daqueles que a financiam, no caso terceiros (fornecedores, governo, bancos etc.).
Atividades e diferenças de estruturas de capitais
A estrutura de capital de uma empresa varia de acordo com o seu ramo de atuação.
Por exemplo, a estrutura de capital de um banco não tem a mesma estrutura de capital de uma indústria.
Um banco pode ter 10% de recursos de seus sócios, contra 90% de recursos de seus depositantes e outros credores que essa configuração será considerada confortável, mantendo a instituição em equilíbrio.
Por outro lado, uma indústria, normalmente, para ter uma configuração confortável, necessita de maior volume de capital de seus sócios e menor participação de terceiros.
Capital sob a perspectiva do ativo – capital circulante e capital fixo
Como vimos, o capital próprio e o capital de terceiros constituem a fonte de financiamento dos bens e direitos que integram o ativo.
Sob essa perspectiva, o capital traduzido em bens e direitos se classifica em dois grupos, conforme o grau de liquidez:
Ativo circulante
O conceito de capital circulante está relacionado com este grupo, que engloba os ativos que permanecem dentro da empresa por um curto período de tempo, de acordo com o ciclo operacional (normalmente um ano).
Esses bens são convertidos em espécie com maior rapidez (realizáveis),
ou já estão disponíveis, normalmente em dinheiro (uso imediato).
O inciso I do artigo 179 da Lei nº 6.404/1976 aponta os itens que devem ser classificados no grupo ativo circulante.
Ativo não circulante
O conceito de capital fixo está relacionado com este grupo, especialmente no que se refere ao subgrupo ativo imobilizado, que é integrado por bens necessários ao funcionamento da empresa e que não desaparecem em um único ciclo operacional da empresa.
O capital fixo vai sendo reduzido em função da depreciação, amortização ou exaustão, resultantes da ação do tempo, da utilização ou da obsolescência.
Os incisos III, IV e V do artigo 179 da Lei nº 6.404/1976 definem os itens que devem ser classificados no grupo ativo não circulante.
1 - A estrutura conceitual básica da Contabilidade fornece um conjunto de princípios e de normas que tem o objetivo de guiar a prática contábil.
No Brasil, algumas instituições tratam dessa estrutura. Entre elas, podemos citar o CFC, cuja atribuição é: Regulamentar as práticas contábeis no Brasil.
As demonstrações contábeis fornecem informações a respeito de:
a) Ativos a) Ativos, b) Passivos, c) Patrimônio, d) Patrimônio Líquido
O nível de utilidade das informações das demonstrações contábeis varia conforme suas características, na medida em que elas sejam mais ou menos:
a) Relevantes, c) Comparáveis, d) Verificáveis, e) Tempestivas
I. Os fluxos operacionais são refletidos pelas receitas e pelos gastos decorrentes da industrialização, comercialização ou prestação de serviços da organização.
II. Os fluxos de investimento são os gastos efetuados no realizável a longo prazo, em investimentos, no imobilizado ou no intangível, e as entradas decorrentes de venda dos ativos registrados nos citados subgrupos de contas.
5 - Que característica determina se uma companhia é aberta ou fechada?
A possibilidade de negociar ou não os valores mobiliários de sua emissão em bolsa ou em mercado de balcão.

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