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CCJ0107 – CIÊNCIA POLÍTICA Aula 15: O Estado e suas perspectivas contemporâneas (1ª parte) Ciência Política Objetivos AULA 15: O Estado e suas perspectivas contemporâneas (1ª parte) 1 – Compreender que o chamado paradigma neoconstitucionalista propõe um novo equilíbrio de forças no processo de divisão de poderes no Estado; 2 – Entender os motivos pelos quais o reconhecimento da universalidade dos direitos humanos contribuem para a relativização do conceito de soberania estatal; 3 – Reconhecer as dificuldades dos Estados contemporâneos em se relacionarem com as divergentes demandas das vertentes pluralistas e multiculturalistas. Ciência Política Tarefas de uma constituição • Organizar politicamente o Estado; • Estabelecer rol de direitos e garantias fundamentais aos indivíduos; • Externar os princípios fundamentais que orientam as ações estatais. AULA 15: O Estado e suas perspectivas contemporâneas (1ª parte) Ciência Política O neoconstitucionalismo e suas consequências jurídico-políticas • Reconfiguração da relação entre os três poderes (principalmente entre legislativo e judiciário) buscando um novo equilíbrio entre os mesmos; • Concessão de especial papel às normas constitucionais que passam a ser verdadeiro filtro valorativo do sistema jurídico, irradiando os valores jurídico-constitucionais em direção a todas as normas do sistema jurídico. AULA 15: O Estado e suas perspectivas contemporâneas (1ª parte) Ciência Política Judicialização da Política e Ativismo Judicial AULA 15: O Estado e suas perspectivas contemporâneas (1ª parte) Leis Constitucionalização do Direito Produto da política – Leitura das leis pela lente papel preponderante do constitucional/ampliação do poder Poder Legislativo do Poder Judiciário Onipresença constitucional e maior intervenção do Estado-juiz Judicialização da Política /Ativismo Judicial Ciência Política Judicialização da Política e Ativismo Judicial – a reconfiguração na divisão de poderes AULA 15: O Estado e suas perspectivas contemporâneas (1ª parte) Ativismo/judicialização Forte Ativismo/judicialização Fraco Atuação forte do Autocontenção do Poder Judiciário Poder Judiciário Ciência Política Os direitos humanos e a relativização do conceito de soberania Se a soberania, como se viu, é um atributo que possuem os Estados nacionais e que os autoriza a não reconhecerem poder superior ao seu na ordem externa, nem igual na ordem interna, como poderiam ser relativizados pelos direitos humanos? AULA 15: O Estado e suas perspectivas contemporâneas (1ª parte) X Ciência Política Direitos humanos Direitos inerentes a todos os seres humanos independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição. AULA 15: O Estado e suas perspectivas contemporâneas (1ª parte) Ciência Política Direitos humanos X Estados nacionais Nenhum Estado está autorizado a cometer violações graves, repetidas e sistematizadas, de tais direitos, sob pena de se considerar legítima a intervenção pela comunidade internacional. Os direitos humanos representam uma real limitação à soberania legislativa, executiva e judiciária dos Estados. AULA 15: O Estado e suas perspectivas contemporâneas (1ª parte) Ciência Política Direitos humanos Conquistas históricas no tempo Organização das Nações Unidas (ONU) Declaração Universal dos Direitos do Homem AULA 15: O Estado e suas perspectivas contemporâneas (1ª parte) A primazia do ser humano e sua dignidade Supremacia Interesses estatais Ciência Política Democracia liberal e o fato do pluralismo O advento da Modernidade e o fato do pluralismo A Democracia liberal contemporânea e seus ideais norteadores: • Igualdade e liberdade que pressupõem a tolerância; • Pluralismo intenso incentivado (apoio à diversidade); • Aceitação ao relativismo cultural. AULA 15: O Estado e suas perspectivas contemporâneas (1ª parte) Ciência Política Multiculturalismo: a complexização das sociedades contemporâneas O acirramento dos ideais pluralistas e as novas demandas das linhas de pensamento multiculturalistas: Exigência de reconhecimento das diferenças que caracterizam os grupos minoritários (e não a mera tolerância), com proteção aos direitos histórico- culturais de grupos (e não apenas aos direitos individuais), principalmente pelas seguintes vias: • Promoção pelo Estado de políticas públicas de proteção e incentivo aos grupos minoritários nas esferas social, política e jurídica; • Produção de legislação com os mesmos fins. AULA 15: O Estado e suas perspectivas contemporâneas (1ª parte) Ciência Política Multiculturalismo: a complexização das sociedades contemporâneas AULA 15: O Estado e suas perspectivas contemporâneas (1ª parte) Ciência Política Críticas da Democracia liberal às vertentes multiculturalistas • Dificuldade de caracterização qualitativa do que venha a ser “grupos minoritários” passíveis de proteção pelo Estado; • A “diversidade” nos moldes defendidos pela vertente multicultural acarreta a fragmentação do corpo social, criando nichos culturais exclusivos, com desintegração dos elos entre os diversos grupos formadores de um Estado; • As demandas multiculturalistas criam um elemento estranho ao Estado democrático de direito: a separação (racial, cultural, de povos etc.). AULA 15: O Estado e suas perspectivas contemporâneas (1ª parte) Ciência Política Questão proposta “Catalunha faz consulta popular sobre independência da Espanha – Votação foi considerada inconstitucional pela Justiça espanhola e só terá valor 'simbólico'. O povo da Catalunha, região autônoma ao norte da Espanha está votando neste domingo em uma polêmica consulta popular sobre sua independência. Os cidadãos estão sendo questionados se querem a criação de um Estado catalão e se este Estado deve ser independente. A Justiça espanhola considerou a votação inconstitucional, mas o líder do Executivo catalão, Artur Mas, alertou que o governo central não deveria interferir no processo. AULA 15: O Estado e suas perspectivas contemporâneas (1ª parte) Ciência Política Questão proposta (cont.) "Não sei o que eles (do governo central) farão. Isso não depende da gente. Contudo, qualquer medida contra a votação seria um ataque direto contra a democracia e os direitos fundamentais", disse Mas; o Tribunal Constitucional da Espanha havia suspendido a realização de um referendo oficial sobre o assunto. Nesta semana, a mesma corte exigiu que a votação fosse suspensa. Entretanto, o governo da Catalunha decidiu seguir em frente com a "consulta a seus cidadãos". O primeiro-ministro Mariano Rajoy disse que a votação não terá efeitos práticos e pediu que a Catalunha retornasse à "sanidade". AULA 15: O Estado e suas perspectivas contemporâneas (1ª parte) Ciência Política Questão proposta Analisando o texto anterior, é possível afirmar que a pretensão do povo catalão encontra bases teóricas em posições multiculturalistas? No caso anterior, observou-se que a disputa foi levada a Corte Constitucional espanhola. É possível afirmar que nos países em que se reconhece o neoconstitucionalismo como linha teórico-jurídica hegemônica, o Poder Judiciário possui maior relevância em um quadro de divisão de poderes? Como tivemos a oportunidade de estudar na disciplina História do Direito Brasileiro, o golpe militar, que deu início a uma ditadura que perdurou por 21 anos no Brasil,ocorreu em um contexto histórico de Guerra Fria, com disputa entre americanos e soviéticos por áreas de influência. AULA 15: O Estado e suas perspectivas contemporâneas (1ª parte) Ciência Política Questão proposta Neste sentido pergunta-se: a) O regime militar implantado em 1964 pode ser classificado como um regime autocrático? Justifique. b) Em relação ao Golpe de 1964, ocorrido em um quadro de disputas por áreas de influência e lutas ideológicas entre Estados Unidos e União Soviética, é-nos possível afirmar que os norte-americanos representaram a defesa do regime liberal-democrático, enquanto os soviéticos representavam a defesa das posições socialistas de cunho autoritário? Justifique. c) Por último, podemos dizer que o Brasil vivenciou a experiência totalitária no decorrer do regime militar de 1964? Justifique. AULA 15: O Estado e suas perspectivas contemporâneas (1ª parte)
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