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AGÊNCIAS REGULADORAS

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AGÊNCIAS REGULADORAS
Disciplina: Direito Administrativo I
Discentes:Jonathan Mateus, Samantha Ribas, Uirá Coimbra, 
Diamantina, Setembro de 2016
UNIVESIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE CIENCIAS JURIDICAS
CURSO DE DIREITO 
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CONTEXTUALIZAÇÃO
No final do século passado sobreveio uma transformação nas concepções do papel do Estado. A partir desse significado foram adotadas novas medidas tais como: a descentralização como estratégia, redução de suas dimensões envolvendo a privatização, terceirização e publicização, a recuperação da capacidade financeira e administrativa, fortalecimento da função reguladora, fiscalizadora e fomentadora e aumento de governabilidade. (GROTTI, 2006)
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Segundo Grotti (2006), se redefinido o papel do Estado é necessário redefinir juntamente o perfil da Administração Pública. Adota-se nesse contexto princípios básicos como estratégias dominantes, são eles: desburocratização, descentralização, transparência, accountability, ética, profissionalismo, competitividade e enfoque no cidadão. Na seara da cidadania proliferam-se os direitos difusos caracterizados pela pluralidade indeterminada de seus titulares. 
CONTEXTUALIZAÇÃO
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Segundo o portal do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, entre as funções de uma agência reguladora estão:
o levantamento de dados sobre o mercado de atuação;
elaboração de normas disciplinadoras para o setor regulado;
 fiscalização dessas normas;
defesa de direitos do consumidor;
gestão de contratos de concessão de serviços públicos delegados e
incentivo à concorrência, minimizando os efeitos dos monopólios naturais e desenvolvendo mecanismos de suporte à concorrência
CONTEXTUALIZAÇÃO
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A criação de agências reguladoras possuem antecedentes históricos no direito internacional que fomentam a neutralidade política. No Brasil, agencia reguladora é “qualquer órgão da Administração Direita ou entidade da Administração Indireta com função de regular a matéria específica que lhe está afeta” (DI PIETRO, 2003, p.265). 
CONTEXTUALIZAÇÃO
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A partir da segunda metade da década de noventa que são criadas as agências setoriais de regulação que são: 
[...] dotadas de autonomia e especialização, com a natureza jurídica de autarquias com regime especial, vinculadas a uma particular concepção político ideológicas, que visam impedir influências políticas sobre a regulação e disciplina de certas atividades administrativas (GROTTI, 2006,.p.4). 
CONTEXTUALIZAÇÃO
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Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello (2004), agências reguladoras “são autarquias ultimamente criadas com a finalidade de disciplinar e controlar certas atividades” (MELLO, 2004, p.157). (Grifo nosso)
Entende-se como Agência Reguladora a entidade da Administração Indireta, que criada sob forma de autarquia em regime especial tem competência para regular serviços públicos delegados por concessão ou permissão à iniciativa privada ou sobre atividades econômicas relevantes. 
CONTEXTUALIZAÇÃO
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 A ESTRUTURA JURIDICA E OS ASPECTOS NORMATIVOS DAS AGENCIAS REGULADORAS
Segundo Carvalho Filho (2016), durante o processo de modernização do Estado, uma das medidas adotadas pelo governo foi a criação de um grupo especial de autarquias denominadas agências, com o objetivo institucional de controle de pessoas privadas que são incumbidas de prestação de serviços públicos, em regra sob a forma de permissões e concessões, também a intervenção estatal no domínio econômico, quando necessário para evitar abusos nesse campo (CARVALHO FILHO, 2016, p.518-519).
.
8
As agências se classificam em duas categorias: 
Fonte: CARVAHO FILHO, 2016 – Elaboração Própria.
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A Lei nº 9.491/97 instituiu o Plano Nacional de Desestatização (PND) com o objetivo estratégico de, dentre outros, reduzir o déficit público e sanear as finanças governamentais e para isso foi necessário transferir à iniciativa privada atividades que o Estado exercia de forma indevida. O afastamento de Estado dessas atividades haveria de exigir a instituição de órgãos reguladores.
 A ESTRUTURA JURIDICA E OS ASPECTOS NORMATIVOS DAS AGENCIAS REGULADORAS
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Nesse cenário, vieram a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), criada pela Lei nº9.427/96; a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), criada pela Lei, nº 9.472/97; e a Agência Nacional de Petróleo (ANP), criada pela Lei nº 9.478/97 (Cf. CARVALHO FILHO, 2016, p. 521).
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O legislador enquadrou as agências reguladoras no gênero autarquia, pessoa jurídica de direito público. Sendo autarquias, subordinam-se as normas constitucionais impostas pelo Art. 37.
 
 A ESTRUTURA JURIDICA E OS ASPECTOS NORMATIVOS DAS AGENCIAS REGULADORAS
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Possuem tripla regulação.
Fonte:(Cf. GROTTI, 2006, p.7-8). Elaboração Própria
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A legislação instituidora de cada agência estabelece um conjunto de procedimentos, garantias e cautelas no que diz respeito a autonomia político administrativa. E dessa forma que os dirigentes são escolhidos pelo Presidente da República e nomeados após a aprovação do Senado Federal. Estes não podem ser exonerados pelo Presidente da República porque exercem mandato fixo, a prazo certo e só podem perder seu cargo antes do termino por processo administrativo ou por condenação judicial transitada em julgado. 
 A ESTRUTURA JURIDICA E OS ASPECTOS NORMATIVOS DAS AGENCIAS REGULADORAS
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A lei nº 9986/00 qualifica os cargos de diretoria das agências reguladoras como cargos comissionados de direção incorpora a concepção de que os cargos em comissão podem ser providos por prazo determinado. As agencias são dirigidas em regime de colegiado por um Conselho Direto ou Diretoria nos termos do Art. 4º da referida lei supracitada. A autonomia econômico financeira dessas agências é assegurada pela existência de receitas próprias arrecadadas em seu favor, provenientes de “taxas de fiscalização” e “taxas de regulação” ou das participações em contratos, acordos e convênios. 
 A ESTRUTURA JURIDICA E OS ASPECTOS NORMATIVOS DAS AGENCIAS REGULADORAS
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No que abrange o regime jurídico dos servidores, a Lei nº 9.986/00 previa o regime de emprego público, de caráter trabalhista regulados pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) sendo previstos alguns cargos em comissão regidos pelo regime estatutário. Tal diploma foi derrogado pela Lei nº 10.781/04 alterando o regime trabalhista dos servidores, instituiu o regime estatutário e dispôs sobre a criação de carreiras e organização de cargo efetivos. Hodiernamente os servidores das agências reguladoras devem se sujeitar ao regime estatutário respectivo (CARVALHO FILHO, 2016, p.521).
 A ESTRUTURA JURIDICA E OS ASPECTOS NORMATIVOS DAS AGENCIAS REGULADORAS
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De acordo com Grotti (2006), as agências reguladoras gozam de um amplo poder normativo, envolvem de um lado, a regulamentação das leis que regem o campo das atividades a elas atribuídas e por outro, a edição de normas independentes sobre matérias não disciplinadas pela lei. Os ministros de Estado podem também expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos. A lei garante a agência o poder de regulamentar a própria lei que a instituiu. 
 A ESTRUTURA JURIDICA E OS ASPECTOS NORMATIVOS DAS AGENCIAS REGULADORAS
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Atividades afetas a disciplina e controle de agências reguladoras:
Serviços Públicos Propriamente ditos: Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT);
Atividades de fomento e fiscalização de atividade privada: Agência Nacional do Cinema (ANCINE);
Atividades exercitáveis para promover a regulação, a contratação e a fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria de petróleo: Agência Nacional de Petróleo (ANP);
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Atividades que o Estado preconiza, mas que, paralelamente, são facultativas aos particulares: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS);
Agência
reguladora do uso de bem público: Agência Nacional de Águas (ANA). (MELLO, 2004, p.157- 158).
Atividades afetas a disciplina e controle de agências reguladoras:
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Agências reguladoras brasileiras. 
Anatel - Agência Nacional de Telecomunicações
Competências: regular o setor de telefonia (fixa e móvel), internet e TV por assinatura; celebrar e gerenciar contratos de concessão; fiscalizar a prestação de serviços; aplicar sanções; controlar reajustes de tarifas; expedir normas sobre prestação de serviços e realizar intervenções, se necessário; editar resoluções que dão diretrizes e preenchem lacunas legislativas do setor.
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ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar
Competências: vinculada ao Ministério da Saúde, a ANS é responsável pela regulação, normatização, controle e fiscalização das atividades relativas à saúde suplementar no Brasil. Cabe a ela verificar a atuação das operadoras de planos de saúde e o cumprimento da lei; regular a relação das operadoras com os prestadores de serviço (médicos, laboratórios e hospitais) e consumidores; normatizar os aspectos da Lei de Planos de Saúde; autorizar os reajustes das mensalidades dos planos individuais e familiares; entre outras.
Agências reguladoras brasileiras. 
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Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Competências: ligada ao Ministério da Saúde, a Anvisa tem a obrigação de coordenar o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, que, por sua vez, tem o papel de fiscalizar a comercialização de alimentos, bebidas, medicamentos, produtos e equipamentos médicos para controle sanitário, assim como os serviços de saúde, como hospitais, clínicas e laboratórios.
Agências reguladoras brasileiras. 
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Anac - Agência Nacional de Aviação Civil
Competências: preservar o equilíbrio econômico-financeiro do sistema de aviação civil; zelar pelo interesse dos usuários; outorgar concessões de serviços aéreos e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária; aprovar os planos diretores dos aeroportos; estabelecer o regime tarifário da exploração da infraestrutura aeroportuária, entre outros.
Agências reguladoras brasileiras. 
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Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica
Competências: regular e fiscalizar a produção, a transmissão, a distribuição e a comercialização de energia elétrica no Brasil; mediar agentes do setor e consumidores de energia elétrica; conceder, permitir e autorizar instalações e serviços de energia elétrica; entre outras.
Agências reguladoras brasileiras. 
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Bacen - Banco Central do Brasil - Apesar de ser uma autarquia ligada ao governo federal, o Banco Central gerencia a política econômica nacional e funciona, de certa forma, como uma agência reguladora.
Competências: formular, executar, acompanhar e controlar as políticas monetária, cambial, de crédito e de relações financeiras com o exterior; organizar, disciplinar e fiscalizar o sistema financeiro.
Agências reguladoras brasileiras. 
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Fonte:http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/economia/noticia/2012/12/agencias-reguladoras-recebem-apenas-um-terco-do-orcamento-3983359.html
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DISCUSSÃO 
É profícuo a independência das Agencias Reguladoras para poderem “desempenhar o papel a que forma confiadas pela Lei que as criou e para o bem estar do Estado, dos fornecedores de produtos e dos prestadores de serviços e principalmente da sociedade, na qual se encontram os usuários e consumidores finais” (GODOI JUNIOR, 2008.p.101). Grifo nosso.
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Pode-se afirmar que sem essas agências surgiria o inevitável risco de que pessoas privadas pratiquem abuso de poder econômico, visando a dominação dos mercados e a eliminação da concorrência, provocando o aumento arbitrário de seus lucros. 
. Se há interferência política do governo, o sistema perde sua pureza e vocação. A redução do poder das entidades denota distorção no processo de desestatização (CARVALHO FILHO, 2016, p.522). 
DISCUSSÃO 
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Para Mello (2004), as autarquias são frutos de uma Reforma Administrativa tramada. Cumpre investigar em cada caso o que se pretende com o regime especial as define. A ideia continua a ser de desfrutar de uma liberdade maior do que as demais autarquias, dentre as particularidades marcantes pelo regime especial é a nomeação pelo Presidente da República, sob aprovação do Senado, com garantia de um mandato a prazo certo, dessa forma possuem estabilidade temporária durante o período que exercem sua função.
DISCUSSÃO 
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As agências quando editam suas normas estão atuando no exercício de sua função administrativa, nesse caso, não estão exercendo indevidamente o poder de legislar. Os atos administrativos advindos das agências reguladoras produzem efeitos sobre os administrados e não fere o princípio da legalidade (GODOI JUNIOR, 2008,p.103). 
DISCUSSÃO 
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Neste mesmo ano, houve uma mudança na estrutura das Agências Reguladoras, segundo o portal G1, o Governo de Temer deve tirar das agências reguladoras a função de elaborar editais e contratos. 
Para o novo governo existe conflito quando a agência elabora os contratos de concessão e depois fiscaliza a execução deles. Ainda sim, o governo também anunciou que apoia o projeto de lei que altera as nomeações para conselheiros e diretores das agências reguladoras, exige conhecimento técnico para quem for nomeado para as agências. 
DISCUSSÃO 
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Ademais, as agências reguladoras exercem sua função para o aperfeiçoamento dos setores regulados e somente com o tempo e sua utilização é que surgirão problemas e por conseguinte seu aperfeiçoamento. 
DISCUSSÃO 
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BIBLIOGRAFIA
AGUIAR, Rodrigo Rodrigues. O poder normativo das agências reguladoras. Universidade Escola de Ciências Jurídicas. Rio de Janeiro, 2011. 
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 30 ed.rev., - São Paulo: Atlas, 2016.
Disponível em:< http://www.idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/conheca-o-papel-das-agencias-reguladoras.> Acesso em 27/09/2016.
Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/09/governo-temer-deve-tirar-de-agencias-funcao-de-elaborar-editais-e-contratos.html > Acesso em 27/09/2016.
GODOI JUNIOR, José Vicente. Agências Reguladoras: características, atividades e força normativa. (Dissertação de Mestrado). Programa de Mestrado em Direito. Universidade de Marília. Marília, 2008.
GROTTI,Dinorá Adelaide Musetti. As agências Reguladoras. In: Revista Eletronica de Direito Econômico. Salvador, Instituto de Direito Público da Bahia, nº6 maio/junho, 2006. Disponível em: <www.direitodoestado.com.br> Acesso em 21/09/2016
MELLO, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 17ªed. – São Paulo: Malheiros Editores, 2004.
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