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69 Anamaria Prates Roteiro de Direito Processual Civil 2008

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________________________
Conteúdo
1. JURISDIÇÃO, AÇÃO E PROCESSO........................................................... 09
1.1. JURISDIÇÃO.......................................................................................................09
1.2. AÇÃO................................................................................................................... 10
1.2.1. ELEMENTOS DA AÇÃO............................................................................... 10
1.2.2. CONDIÇÕES DA AÇ ÃO :...............................................................................11
1.2.3. CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES:.................................................................. 11
1.3. PROCESSO....................................................................................................... 11
1.3.1. PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL............................................................11
^.C O M P E T Ê N C IA .....................................................................................................14
2.1. FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA.......................................................................17
2.2. CONTROLE DA COMPETÊNCIA...................................................................19
2.2.1. EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA:............................................................. 19
2.2.2. CONFLITO DE COMPETÊNCIA:.................................................................19
31SUJEITOS DO PROCESSO................................................................................21
X l . PARTES E PROCURADORES......................................................................... 21
3 J .1 . DOS DEVERES DAS PARTES E DOS PROCURADORES.....................12
3.2. LITISCONSÓRCIO........................................................................................... 22
3.3.; INTERVENÇÃO DE TERCEIROS...................................................................28
^ MINISTÉRIO PÚBLICO.....................................................................................32
3.5. CURADORIA ESPECIAL................................................................................. 32
(&à. JUIZ .................................................................................................................... 32
4^ATOS PROCESSUAIS......................................................................................... 33
4.1. COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS............................................ 35
4.2. NULIDADES PROCESSUAIS......................................................................... 36
5..FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO........................38
~%) PROCEDIMENTO..................................................................................................41
é7l> PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO............................................. ! .....41
6.1.1. FASE POSTULATÓRIA................................................................................. 41
6.itj1 .1. PETIÇÃO INICIAL:...................................................................................... 41
6.1.1.2. DESPACHO DA PETIÇÃO INICIAL..........................................................44
6.1.1.3. DEFESAS DO RÉU.....................................................................................45
6.1.2. FASE SANEADORA.......................................................................................50
6.1.2.1. PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES............................................................50
6.1.2.2. JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO............... 51
6.1.2.3. SANEAMENTO/AUDIÊNCIA PRELIMINAR.............................................51
6.1.3. FASE INSTRUTÓRIA................................................................................... 51
6.1.3.1. PROVAS EM ESPÉCIE..............................................................................54
*□ .3 .2 . AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO .................................60
6.'t.4. FASE DECISÓRIA...........................................................................................61
6.1.4.1. SENTENÇA.................................................................................................. 61
6.1.4.2. COISA JULGADA........................................................................................64
6.1.4.3. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA................................................................. 65
6.1.4.4. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA (ARTS. 4754 A 475-H).................. 67
6.1.5. AÇÃO RESCISÓRIA......................................................................................68
^^P R O C E D IM E N T O SUMÁRIO.......................................................................... 70
6.3. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO (JEPC)................................................. 72
^ R E C U R S O S ...........................................................................................................77
TEORIA GERAL DOS RECURSOS................................................................ 77
@ RECURSOS EM ESPÉCIE...............................................................................80
7.3. INCIDENTES RECURSAIS..............................................................................86
8. PROCESSO DE EXECUÇÃO
(ÊXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL)....................................................... 87
j y ) DA EXECUÇÃO EM GERAL........................................................................... 87
ESPÉCIES DE EXECUÇÃO.............................................................................92
8.3. DEFESAS DO DEVEDOR...............................................................................101
Ç PROCESSO CAUTELAR.................................................................................. 103
9.1. PARTE GERAL................................................................................................. 103
9.2. AÇÕES CAUTELARES ESPECÍFICAS....................................................... 109
10. ALGUNS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DO CPC.................................136
BIBLIOGRÀFIA......................................................................................................... 148
ROTEIRO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
1. JURISDIÇÃO, AÇÃO e PROCESSO
1.1. JURISDIÇÃO
A partir do momento, que o homem vive em sociedade, é natural que surjam 
conflitos. Quando alguém deseja satisfazer uma necessidade sua, e outrem não se su­
bordina aos interesses daquele, temos uma lide. ou seja, um conflito de interesses 
qualificado por uma pretensão resistida.
Várias são as formas de solução da lide: autotutela ou autodefesa (lei do mais for­
te), autocomposição (abdicação e transação), arbitragem e a jurisdição, que é quando o 
Estado chama para si a função de resolver tais conflitos.
Jurisdição é o poder do Estado, através de um órgão a isso determinado, de 
ju lgar as causas que lhe sejam apresentadas; é uma lunção monopolizada em que o 
Estado tem o poder de dizer o direito, de aplicar o direito a um caso concreto, que lhe 
é apresentado.
Finalidade: resguardar a ordem jurídica
Princípios:
1. do ju iz natural ou investidura: só pode exercer a jurisdição aquele órgão a que 
a Constituição atribui o poder jurisdicional; a jurisdição só pode ser exercida por quem 
dela se ache legitimamente investido;
2. aderência ao território: o exercício da jurisdição deve estar previamente vincu­
lado a uma delimitação territorial;
3. improrrogabilídade: a jurisdição não pode ser exercida fora do território fixado 
ao juiz - (exceção: incompetência relativa);
4. inércia: o juiz, em regra, deve aguardar a provocação da parte;
5. indelegabilidade: não pode o juiz delegar suas atribuições, pois as exerce com 
exclusividade;
6. indeclinabilidade: o órgão constitucional investido do poderjurisdicional tem o 
dever de prestar a tutela jurisdicional e não apenas a faculdade.
Classificação: as divisões da jurisdição só têm importância quanto ao aspecto 
de funcionalidade de justiça, pois a jurisdição é una.
- especial: trabalhista, militar, eleitoral;
- comum: por exclusão;
9
Anamaria Prates
- contenciosa: para composição de litígios;
- voluntária: administração pública de interesses privados; constituição de novas 
relações jurídicas.
1.2. Ação
É o direito de pedir a jurisdição, de invocar o exercício da função jurisdicional. 
Características:
- direito público subjetivo: é um poder de agir, provocando a atuação de um 
órgão jurisdicional;
- autônomo: tem natureza diferente do direito material afirmado pela parte;
- abstrato: tem existência independente da existência do direito material, ob­
jeto da controvérsia;
• Lide = conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida;
• Interesse = posição em que alguém procura se colocar para satisfazer 
uma necessidade;
• Pretensão = exigência que subordina o interesse de outrem perante o seu;
• Litígio = é a lide quando deduzida em juízo.
1.2.1. Elementos da ação
São idênticas as ações quando têm as mesmas partes, o mesmo objeto e a 
mesma causa de pedir
■ litispendência: quando duas ou mais ações idênticas (mesmas partes, mesmo 
objeto e mesma causa de pedir) estão tramitando ao mesmo tempo (em curso), impedindo, 
assim, o prosseguimento da ação que foi proposta em segundo lugar. (CPC, art. 301 §1s)
• coisa julgada: repetição de ação já definitivamente julgada por sentença de 
mérito, isto é, por sentença que se pronunciou sobre o pedido, da qual não caiba mais 
recurso; obsta o julgamento da ação proposta depois que a ação idêntica já fora defini­
tivamente julgada no mérito. (CPC, art. 301 §1Q)
• conexão: quando há vínculo entre duas ou mais ações, sendo-lhes comum o 
objeto ou a causa de pedir; impõe a reunião das ações entre as quais ocorre um desses 
vínculos. (CPC, art. 103)
Elementos da Ação (denunciam a identidade da ação) 
POC
Partes 
Objeto 
Causa de pedir
1 0
ROTEIRO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
■ continência: quando, numa determinada ação, há as mesmas partes, a mesma 
causa de pedir, tendo uma dessas duas ações objeto maior que o da outra e, por isso, 
abrangente do objeto daquela; há identidade parcial de ações. (CPC, art. 104).
1.2.2. Condições da ação:
A falta de uma das condições da ação gera a carência de acão e, por 
conseqüência, extinção do feito sem mérito.
1.2.3. Classificação das ações:
1.3. processo
A jurisdição é inerte, somente é exercida por provocação, sendo que é a ação 
judicial o direito de invocar a jurisdição. O exercício da ação faz surgir alguns vínculos 
que unem as pessoas numa relação. Essa relação jurídica que a ação faz nascer cons­
titui o processo.
• procedere: pro = para a frente; cedere = caminhar;
• meio ou método pelo qual o Estado exerce a jurisdição;
• é uma relação jurídica, que é um vínculo entre pessoas disciplinado pelo direito.
Processo é o instrumento da jurisdição; é o meio de que se vale o Estado para 
exercer sua função jurisdicional, isto é, para resolução das lides e, em conseqüência, 
das pretensões. A finalidade do processo é a composição da lide.
A acão provoca a iurisdicão aue se exerce por meio de um complexo de 
atos denominados processo.
Processo (procedere) - conjunto de atos ordenados visando ã com ­
posição da lide, que é o conflito de interesses qualificado por uma 
pretensão resistida.
1.3.1. P r in c íp io s d o P r o c e s s o C iv il
P r in c íp io s In fo r m a tiv o s
1 - lóg ico: os atos processuais são realizados visando à sentença, vinculando 
tanto partes quanto juiz;
2 - juríd ico: o processo deve ser regido pela lei, observando-se os princípios 
processuais constitucionais;
3 - político: sendo uma função estatal, deve estar adequado à estrutura política 
do país, assegurando a todos acesso à justiça;
11
Anamaria Prates
4 - econômico: os resultados devem ser otimizados visando a uma economia 
maior possível.
P r in c íp io s F u n d am en tais
■ P r in c Ipio s pr o c e s s u a is e le n c a d o s na C o n s t it u iç ã o F e d e r a l :
1 - devido processo legal (CF, art. 5o, LIV): direito de tutela dos bens da vida em 
seu sentido mais amplo. Pode ser dividido em: sentido material (garantia do direito ma­
terial em si) e processual (possibilidade efetiva de a parte ter acesso à justiça);
2 - isonomia processual (CF, art. 5o caput e art. 125,1 do CPC): permitir a utilização 
pelas partes de meios de ataques e defesas de idênticos valores, garantia que não pode ser 
apenas formal, mas substancial, ou seja, tratar desigualmente as situações desiguais;
• O benefício do prazo diferenciado (ex.: CPC, art. 188) é uma afirmação 
e efetivação do princípio da isonomia e não uma ofensa, tratando desi­
guais, desigualmente, consagrando, assim, a igualdade substancial.
3 - juiz natural (CF, art. 5o, XXXVII e L lll): ninguém poderá ser processado e ju l­
gado senão pelos integrantes dos órgãos jurisdicionais definidos na Constituição, não 
podendo haver tribunal de exceção (é aquele criado, temporariamente, para julgar um 
caso determinado);
• O princípio do promotor natural, também, encontra-se consagrado no 
art. 128 ,1, b, da Constituição Federal, o qual garante ao indivíduo o direi­
to de ser processado apenas pela autoridade competente.
4 - inafastabilidade do controle judiciário ou do direito de ação (CF, art. 5o, XXXV): 
direito de ação - “a lei não excluirá do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” , não ha­
vendo necessidade de esgotar-se a via administrativa, para valer-se do Poder Judiciário;
• Apenas no que concerne à disciplina e à competência desportivas é 
que a CF exige que sejam esgotadas as instâncias desportivas, pri­
meiramente.
5 - contraditório (CF, art. 5o, LV): é a ciência pelas partes dos atos e termos do 
processo e a possibilidade de contrariá-los;
6 - motivação das decisões (CF, art. 93, IX): todas as decisões judiciais devem ser 
motivadas, sob pena de nulidade;
7 - proibição da prova ilícita (CF, art. 5o, LVI): a prova proibida pode ser a) ilegí­
tima, quando afrontar normas de natureza processual ou b) ilícita, aquela que afrontar 
normas de direito material;
12
ROTEIRO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
8 - publicidade dos atos processuais (CF, art. 5o, LX): os atos processuais devem 
ser públicos, salvo em defesa da intimidade ou quando o interesse social exigir;
9 - duplo grau de jurisdição: a atual CF, como o fez a Constituição do Império de 
1824, não consagra de forma expressa tal princípio, entretanto, há disposições quanto à 
existência de tribunais com competência recursal, o que, implicitamente, leva à previsão 
para a existência de recursos;
Como não há dispositivo expresso do duplo grau de jurisdição, não ha­
veria, assim, uma garantia absoluta, o que permite ao legislador infra- 
constitucional limitar o direito de recurso, como ocorre, por exemplo, 
no Juizado Especial de Pequenas Causas.
10 - assistência jurídica gratuita e integral aos necessitados (CF, art. 5o, LXXXIV): o 
direito à assistência judiciária gratuita é um corolário do princípio da igualdade proces­
sual entre as partes e uma decorrência do princípio do direito de ação.
• A expressão assistência jurídica é mais abrangente do que assistência 
judiciária, pois aquela, além da postulação em juízo (assistência judiciá­
ria), engloba informação e orientação jurídica extrajudicial.
■ Princípios processuais elencados no Código de Processo Civil:
1 - da iniciativa da parte ou da inércia (CPC, arts. 2o): cabe à parte iniciar o pro­
cesso. É a liberdade de pedir ou não a tutela jurisdicional.Esse princípio impõe um 
dever ao juiz: imparcialidade. Representa a inexistência da jurisdição sem ação (sine 
iudex sine actore);
2 - da demanda (CPC, 128): O juiz fica atrelado aos limites da lide: art. 128 do CPC. A 
maioria da doutrina não faz distinção entre o princípio da inércia e o da demanda;
3 - impulso ofic ia l (CPC, art. 262): uma vez instaurada a relação processual, com ­
pete ao juiz mover o processo, até decisão final;
4 - lealdade processual (CPC, arts. 14, II, 16 e 18): as partes devem agir com 
boa-fé e lealdade, não se utilizando do processo para fins espúrios;
5 - oralidade (CF, art. 5o, XXXV): apesar de o processo civil brasileiro não ser exclu­
sivamente oral, ele guarda algumas conseqüências do princípio da oralidade:
5 .1. identidade física do ju iz (CPC, art. 132): o mesmo juiz que preside a audiên­
cia, colhendo as provas orais, deverá sentenciar, salvo a possibilidade de convocação, 
licença, afastamento por qualquer outro motivo, como promoção e aposentadoria;
13
Anamaria Prates
5.2. imediação ou imediatidade (CPC, arts. 336 e 410): as provas devem ser co­
lhidas direta e pessoalmente pelo juiz, sem intermediários;
5.3. concentração (CPC, art. 278): os atos processuais devem ser realizados com 
a maior proximidade possível, permitindo uma sentença mais justa;
6 - eventualidade ou preclusão: (CPC, art. 300): os atos processuais devem ser 
exercidos em momento oportuno, sob pena da perda da oportunidade de praticá-los;
7 - persuasão racional do ju iz ou livre apreciação da prova pelo ju iz (CPC, arts. 
130 e 131): tem o juiz a liberdade de analisar as provas colhidas, retirando delas seu 
próprio convencimento, podendo, inclusive, determinar provas que julgue necessárias, 
bem como indeferir provas que entenda inconvenientes ou inoportunas.
2. competência 'JflA $
É o limite da jurisdição; é o poder de exercer a jurisdição nos limites estabeleci­
dos pela lei; é a quantidade de jurisdição atribuída em exercício a cada órgão.
• Há necessidade, assim, da organização de um sistema de critérios para que se 
possa saber, diante de um caso concreto, que juízo, dentre todos que estão investidos 
na jurisdição, tem competência para processar e julgar determinada causa.
■ Tais critérios servem também para diferenciar competência absoluta de compe­
tência relativa.
Critérios:
1. Funcional - normas de organização judiciária.
2. Territorial - que se divide em:
2.1. pelo domicílio das partes (em regra, domicílio do réu - art. 94);
2.2. pela situação da coisa (como no caso de imóveis) e
2.3 pelo lugar de certos atos ou fatos (como na reparação de danos por acidente 
automobilístico).
3. Objetivo:
3.1. em razão da matéria - assunto;
3.2. em razão das pessoas - qualidade ou atribuição de certas pessoas e
3.3. em razão do valor da causa - critério econômico.
R o t e ir o p a r a e s c o l h a d a c o m p e t ê n c ia
14
ROTEIRO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
1 ° P a s s o
Verifica-se se a competência é da justiça brasileira.
- competência internacional da justiça brasileira, que pode ser:
a) exclusiva (ações relativas a imóveis situados no Brasil; inventário e partilha de 
bens situados no Brasil - CPC, art. 89) ou
b) concorrente (réu domiciliado no Brasil, independentemente da nacionalidade; 
obrigação a ser cumprida no Brasil; ação oriunda de fato ocorrido ou ato praticado no 
Brasil - CPC, art. 88).
• Nos casos de competência concorrente, não há litispendência, mas po­
derá haver coisa julgada.
22 P a s s o
Em sendo competente a justiça brasileira, deverá ser averiguado se há previsão 
constitucional para que a causa seja julgada em algum tribunal.
3 g P a s s o
Verificar se a competência seria de alguma justiça especial (justiça federal; elei­
toral; militar; trabalhista). Caso a lide não esteja especificada em uma dessas hipóteses, 
será justiça comum (estadual ou distrital e federal).
4 5 P a s s o
Como os juizes de d ire ito estão territoria lm ente d istribuídos pelo Brasil inteiro, 
deve-se defin ir em qual com arca, qual foro, a ação deverá ser proposta - C om petên­
cia Territorial:
- Ações pessoais e ações fundadas em direito real sobre bens móveis - Re­
gra geral - domicílio do réu:
1. Se o réu tiver mais de um domicílio - qualquer um deles.
2. Domicílio incerto ou desconhecido - onde for encontrado ou do autor.
3. Não tiver domicílio no Brasil - no do autor (caso o autor também não tenha no 
Brasil - qualquer foro).
4 . Dois ou mais réus com domicílios diferentes - qualquer um deles à escolha do autor.
- Ações fundadas em direito real sobre bens imóveis:
1. Direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de 
terras e nunciação de obra nova - foro da situação da coisa (absoluta).
15
Anamaria Prates
2............... Quando não recair sobre quaisquer hipóteses acima, o autor pode
escolher o foro do domicílio do réu ou o foro de eleição (que consta no contrato).
- Ações relativas à herança (inventário, partilha, arrecadação, cumprimento 
de disposições de última vontade e todas as ações em que o espólio for réu):
1. Foro do domicílio do autor da herança.
2. Se não possuía domicílio certo - situação dos bens.
3. Se não possuía domicílio certo e possuía bens em diferentes lugares - do
lugar em que ocorreu o óbito.
- Ações relativas a ausentes - último domicílio.
- Ações quando o réu for incapaz - domicílio de seu representante.
- Ações em que a União for autora, ré ou interveniente - foro do domicílio da 
outra parte; se versar sobre propriedade de um bem, foro da situação da coisa.
- Ações em que o Território for autor, réu ou interveniente - foro da ca­
p ital do Território.
Exceções: ações de acidente de trabalho; execução fiscal; insol- 
vência civil.
- Contratos de adesão:
A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser de­
clarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo do domicílio do 
réu. Entretanto, a competência será prorrogada se o juiz não declinar de ofício, e o réu 
não opuser exceção.
- Foros especiais
1. Residência da mulher - separação, conversão e anulação de casamento.
2. Domicílio ou residência do alimentando - ação de alimentos.
3. Domicílio do devedor - ação de anulação de títulos extraviados ou destruídos.
4. Quando for ré pessoa jurídica:
4.1. Na sede.
4.2. Se as obrigações foram contraídas na sede ou sucursal - foro da sede 
ou sucursal.
4.3. Sociedade de fato ou irregular - foro da atividade principal.
76
ROTEIRO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
4.4. Ação de cumprimento de obrigação - onde a obrigação foi contraída.
5. Ação de reparação de dano - lugar do ato ou fato quando não houver delito. 
Com delito - foro do autor ou local do fato.
6. Ação em que for réu o administrador ou gestor de negócios - lugar do ato ou fato.
5 g P a s s o
Determinada a comarca territorial, terá que ser analisada em qual vara dessa 
comarca a ação deverá ser proposta. Aqui, então, haverá a divisão de acordo com a 
matéria ou valor da causa.
6 9 P a s s o
Em havendo mais de um juiz competente no mesmo local, proceder-se-á à dis­
tribuição.
Competência relativa
- Territorial - geral, em razão de pessoa ou do domicílio e em razão dos atos e fatos
- Em razão do valor da causa (de mais para menos).
- Pela situação do imóvel ou em razão da coisa (art. 95 do CPC onde há opção).
Competência absoluta
- Funcional.
- Em razão da matéria.
- Em razão do valor (de menos para mais).
- Pela situação do imóvel ou em razão da coisa (nos casos de direito de propriedade, 
vizinhança, servidão, posse, divisão, demarcação de terras, nunciação de obra nova).
2.7. Fixação da competência
A com petência é fixada no m omento em que a ação é proposta. A regra é a 
adoção do princíp io da perpetuação de jurisdição ou perpetuatio jurisdictionis 
(CPC, art. 87):
- quando definida a competência de um juiz que é determinada no momento em 
que a ação é proposta, permanece ela até o julgamento definitivo da causa, tendo por 
(Inalidade impedir que modificações, possíveis de ocorrer, depois de proposta a deman­
da, interfiram no juízo competente para sua decisão;
17
Anamaria Prates
■ a competência determinada no momento em que foi proposta a demanda não 
mais se altera, ainda que modifiquem os “dados” , de fato ou de direito, em função dos 
quais se operou tal determinação. O processo desloca-se do juízo onde foi proposta a 
ação apenas se as normas legais suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a compe­
tência em razão da matéria ou da hierarquia (competências de natureza absoluta).
Entretanto, há situações que justificam a reunião de duas ou mais ações como 
na conexão e na continência.
C o n exã o
É a relação e a ligação existentes entre duas ou mais causas ou ações que exijam 
decisões por um só e mesmo julgamento. A conexão determina a competência poden­
do modificá-la. Havendo conexão, o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das 
partes, pode ordenar a reunião de ações propostas em separado, a fim de que sejam 
decididas simultaneamente, (art. 105 do CPC)
- comum a causa de pedir ou o objeto de pedir;
- permite a prorrogação da competência, ou seja, permite que um juiz, incompeten­
te, segundo os critérios normais de competência, transforme-se em juiz competente,
Continência
- pedido de uma causa é mais amplo, abrangendo o pedido de outra causa;
- o juiz pode ordenar a reunião das ações propostas em separado, a fim de que 
sejam decididas simultaneamente;
- é uma form a especial de conexão, não só a mesma causa de pedir, mas ain­
da, a identidade quanto às pessoas e que o objeto de uma, por mais amplo, abranja 
o das outras.
• Prorrogação da competência
A competência é prorrogável ou improrrogável. Ela é prorrogáve/ 
em todos os casos em que a competência não seja absoluta, se 
as partes anuírem em escolher o juízo (prorrogação expressa), e 
o não-uso da exceção de incompetência determina a prorrogação 
(prorrogação tácita).
É o fenômeno pelo qual o juiz incompetente se transforma em juiz 
competente. Pela prorrogação, a competência de um juízo é am­
pliada, para abranger determinada causa que, pelas regras gerais, 
nela não estaria incluída..............................................
18
ROTEIRO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
2.2. Controle da Competência
É dever do juiz de ofício, conforme os critérios da competência absoluta, verificar 
se é competente ou não para conhecer da demanda em questão, Dessa forma, todo juiz 
acaba por ser competente para apreciar sua própria competência. Contudo, a decisão 
de um juiz não obriga outros (Princípio da competência sobre a competência - o juiz 
acaba sendo competente para apreciar sua própria competência).
Existem duas formas de ser feito o controle de competência: exceção de incom­
petência e conflito de competência.
2.2.1. Exceção de incompetência:
- competência relativa, que não pode ser declarada de ofício pelo juiz;
- compete ao réu levantar a questão, qual seja, argüir a incompetência relativa do 
(oro onde o autor propôs a demanda;
■ é uma das formas da resposta do réu à petição inicial do autor. O réu suscitará 
a incompetência relativa no prazo da contestação, sendo que a exceção de incompetên­
cia será apensada aos autos principais, sendo passível de agravo de instrumento;
- se as partes, ou algum interveniente quiserem argüir a questão da competência 
absoluta, ela deverá ser feita por meio de prelim inar de contestação, ou em qualquer 
outro momento, menos na exceção de incompetência.
- Poderá o réu opor a exceção de incompetência no juízo de seu domicílio, re­
querendo o imediato envio ao juízo que determinou a citação.
2.2.2. Conflito de competência:
- quando dois ou mais juizes se declaram competentes para conhecer de deter­
minada causa (conflito positivo), ou quando se consideram incompetentes para conhe­
cer de determinada causa (conflito negativo) e também no caso de controvérsia sobre 
reunião ou separação de processos (conexão ou continência);
- o conflito pode ser levantado por qualquer das partes, pelo Ministério Público 
ou pelo juiz, e é decidido pelo tribunal, sendo que o tribunal pode encarregar um dos 
|uízes para praticar atos emergenciais até determinar quem é competente;
a parte que ofereceu exceção de incompetência não poderá suscitar o 
conflito de competência.
- quem dirime o conflito entre os juizes é o Tribunal de 2a instância; entre juizes e 
o tribunal, entre juiz estadual e federal e entre juiz de direito e juiz do trabalho, é o Supe­
rior Tribunal de Justiça; entre Tribunais Superiores é o Supremo Tribunal Federal.
Súmulas do STJ sobre competência
19
Anamaria Prates
Súmula 324 - Compete à Justiça Federal processar e julgar ações de que participa
a Fundação Habitacional do Exército, equiparada à entidade autárquica federal, 
supervisionada pelo Ministério do Exército.
Súmula 270 - O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente fe- 
-•'deral em execução que tramita na Justiça Estadual, não desloca a competência para a 
Justiça Federal.
Súmula 254 - A decisão do Juízo Federal que exclui da relação processual ente 
federal não pode ser reexaminada no Juízo Estadual.
Súmula 238 - A avaliação da indenização devida ao proprietário do solo, em razão de 
alvará de pesquisa mineral, é processada no Juízo Estadual da situação do imóvel.
Súmula 236 - Não compete ao Superior Tribunal de Justiça dirimir conflitos de com­
petência entre juizes trabalhistas vinculados a Tribunais Regionais do Trabalho diversos.
Súmula 235 - A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já 
foi julgado.
Súmula 225 - Compete ao Tribunal Regional do Trabalho apreciar recurso contra 
sentença proferida por órgão de primeiro grau da Justiça Trabalhista, ainda que para 
declarar-lhe a nulidade em virtude de incompetência.
Súmula 224 - Excluído do leito o ente federal, cuja presença levara o Juiz Estadual a 
declinar da competência, deve o Juiz Federal restituir os autos e não suscitar conflito.
Súmula 222 - Compete à Justiça Comum processar e julgar as ações relativas à 
contribuição sindical prevista no art. 578 da CLT.
Súmula 218 - Compete à Justiça dos Estados processar e julgar ação de servi­
dor estadual decorrente de direitos e vantagens estatutárias no exercício de cargo em 
comissão.
Súmula 206 - A existência de vara privativa, instituída por lei estadual, não altera 
a competência territorial resultante das leis de processo.
Súmula 161 - É da competência da justiça estadual autorizar o levantamento 
dos valores relativos ao PIS/PASEP e FGTS, em decorrência do falecimento do titular 
da conta.
Súm ula 150 - Com pete à jus tiça federal decid ir sobre a existência de in te­
resse ju ríd ico que jus tifique a presença, no processo, da união, suas autarquias 
ou em presas públicas.
20
ROTEIRO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
3. sujeitos do processo
Sujeitos parciais do processo - partes: autor e réu
Sujeito imparcial do processo - juiz
3.7. Partes e Procuradores
Partes são as pessoas que pedem, ou em face das quais se pede, em nome 
próprio, a tutela jurisdicional. São aqueles que participam como sujeitos interessados 
da relação jurídico-processual.
P r e s s u p o s t o s p r o c e s s u a is r e f e r e n t e s à p a r te : 1) capacidade de ser parte; 2) capa­
cidade de estar em juízo (legitimatio ad processum) e 3) capacidade postulatória.
1) Capacidade deser parte - é aptidão para praticar atos jurídicos processuais; 
ó a condição de ser pessoa natural ou jurídica, pois toda pessoa é capaz de ter direitos. 
Têm capacidade de ser parte as pessoas naturais, as pessoas jurídicas e as pessoas 
formais (espólio, massa falida, herança jacente ou vacante).
2) Capacidade de estar em juízo ou legitimidade ad processum (para o proces­
so - processual) - é a capacidade de estar em juízo. Não basta que seja pessoa, tem que 
ter capacidade para agir, para praticar os atos processuais. Os absolutamente incapazes 
deverão ser representados, e os relativamente incapazes deverão ser assistidos.
• A legitimação processual nâo pode ser confundida com a legitimação para 
a causa. A primeira é pressuposto processual, e a segunda é condição da 
ação.
Legitimidade ad causam (para a causa) é a relação que o titular do direito 
material tem com o direito processual; não pode ser aferida em abstrato, mas única e 
exclusivamente em função de um contexto; relação a um sujeito e a um objeto. É con­
dição da ação. Pode ser:
a) legitimação ordinária - postular em “nome próprio” “direito próprio” ;
b) legitimação extraordinária ou substituição processual - postular em nome 
próprio direito alheio, mediante autorização legal. (CPC, art. 6S).
Efeitos da substituição processual:
1. o substituto não pode confessar, renunciar, transigir ou praticar qualquer ato 
de disposição do direito;
2. o substituto responde pelas despesas da lide como se parte fosse;
3. os efeitos da decisão produzem coisa julgada para o substituído;
27
Anamaria Prates
4. na hipótese de reconvenção, o substituído deverá ocupar seu lugar no proces­
so, na posição de reconvindo.
Substituição processual = Substituição da parte ou sucessão processual
S u b s t itu iç ã o d a parte
Regra: no curso do processo, não é permitida a substituição voluntária 
das partes. Proposta a demanda, conservam-se as partes até o final, ainda que 
haja alteração da titularidade do direito litigioso - perpetuação de legitimidade 
ou perpetutio legitimationis. Só é permitida a substituição da parte nos casos 
previstos em lei.
Excecão 1: em caso de alienação da coisa ou do direito litigioso, caso a parte 
contrária concorde. (CPC, art. 42 §1s)
Exceção 2 : Sucessão processual - em caso de morte de uma das partes, quan­
do se tratar de direito transmissível. (CPC, art. 43)
Exceção 3 : Na hipótese de nomeação à autoria (CPC, art. 66)
Exemplos elucidativos:
1. Joáozinho, menor impúbere, é locador de um imóvel, e seu inquilino, Jimmy, 
não vem pagando o aluguel.
Joãozinho tem legitimidade ad causam para propor ação de despejo contra 
Jimmy, mas não tem legitimidade ad processum, devendo ser representado por seus 
genitores ou tutores.
2. Maria e José são casados há 30 anos. Da união do casal adveio um filho, Caio, 
atualmente com 25 anos de idade. Contudo, nos últimos 02 anos José tem sido infiel, 
quebrando, assim, um dos deveres do casamento.
Caio, filho do casal, tem legitimidade ad processum , pois é maior e capaz, mas 
não tem legitimidade ad causam para propor separação judicial contra José. A única 
que tem legitimidade ad causam para tal ação é a própria Maria.
3) Capacidade postulatória - é a aptidão que se tem para procurar em juí­
zo (advogados, defensores públicos, procuradores do Estado). O advogado pode ser 
substituído no curso da ação. Se o advogado renunciar, deverá notificar a parte para 
que constitua um outro causídico no prazo de 10 dias, durante os quais continuará re­
presentando a parte. Morrendo o procurador, será dado à parte o prazo de 20 dias para 
constituir novo advogado (CPC, art. 265 §2S).
3.1 .1 . Dos DEVERES DAS PARTES E DOS PROCURADORES
22
ROTEIRO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Deveres
1. Expor os fatos conforme a verdade.
2. Lealdade e boa fé.
3. Não formular pretensões nem alegar defesa, cientes de que são destituídas 
de fundamento.
4. Não produzir provas nem praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração 
de defesa do direito.
5. Cumprir com exatidão os provimentos fundamentais e não criar embaraços à 
efetivação de provimentos judiciais.
Obs.: A violação da hipótese 05 constitui ato atentatório à jurisdição, po­
dendo o juiz aplicar multa não superior a 20% do valor da causa, que, não sendo 
paga, será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado. Não se incluem em tal 
sanção os advogados que se sujeitam exclusivamente aos estatutos da OAB.
Proibições
1. Empregar expressões injuriosas - quando escritas, o juiz manda retirá- 
las. Quando orais, o juiz pede para o advogado não usar sob pena de ter a palavra 
cassada.
• Má-fé - multa (não precisa provar o prejuízo) de até 1% do valor da cau­
sa indenização (não pode passar de 20% sobre o valor da causa; em 
verificando que possa ultrapassar 20%, mandará ser liquidado por arbi­
tramento) de ofício ou a requerimento que abrangerá:
a) prejuízos da parte;
b) honorários advocatícios;
c) despesas efetuadas pelo lesado;
2. defesa ou pretensão contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
3. alterar a verdade dos fatos;
4. usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
5. opor resistência injustificada do processo;
6. proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
7. provocar incidentes manifestamente infundados;
23
Anamaría Prates
8. interpor recurso com intuito manifestamente protelatório.
Despesas e multas
• Ônus financeiro do processo
- A prestação da tutela jurisdicional é serviço público remunerado, a não ser nos 
casos de miserabilidade em que o Estado concede à parte o benefício da gratuidade 
de justiça.
- Custas - verbas pagas aos serventuários da Justiça e aos cofres públicos pela 
prática de ato processual.
- Despesas - demais gastos feitos pelas partes na prática dos atos processuais, 
com exclusão dos honorários advocatícios.
• Antecipação das despesas
- Ônus processual de pagar antecipadamente as despesas dos atos que a parte 
realizar ou requerer, no curso do processo.
- Ao autor cabe antecipar as outras despesas dos atos que o juiz ordenar de 
ofício, ou a requerimento do MP.
- Não cumprimento - o ato não se realiza - caso interrompa o prosseguimento do 
processo - abandono do processo (no caso de recurso, haverá deserção; quando for custas 
iniciais que a parte deixar de pagar - com 30 dias decreta a extinção do processo).
- Perícia - cada parte paga seu assistente; a do perito será paga pela parte que 
requereu a perícia.
- Adiamento ou repetição do ato - paga a parte que deu causa.
• Sucumbência
- Obrigação da parte vencida de ressarcir à vencedora todos os gastos que ante­
cipou - o processo não deve redundar em prejuízo para quem tinha razão.
Exceções à sucumbência
- Quando o réu deixa de alegar fatos impeditivos, modificativos ou extintivos de 
direito, será condenado a custas a partir do saneamento e ainda não terá direito a ho­
norários, se vencido.
- Atos manifestamente protelatórios, impertinentes ou supérfluos - a parte que os 
provocou arca com as despesas - má-fé (honorários também).
- Quem desistiu do pedido ou o reconheceu paga as despesas.
2 4
ROTEIRO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
- Transação - se nada tiver sido ajustado, as despesas são divididas.
Sucumbência recíproca - quando o autor sai vencido e vencedor.
Multas - quem receber custas indevidas ou excessivas deverá restítuí-las em dobro.
- Honorários advocatícios
- Só a sentença fixa honorários advocatícios (diferentemente das despesas que 
podem ser fixadas em outras decisões).
- Não importa o contrato firmado entre a parte e seu advogado.
São fixados entre 10% e 20% do valor da condenação com base 1) no grau de 
zelo profissional; 2) no lugar da prestação doserviço; 3) na natureza da causa.
Súmula 306 do STJ Os honorários advocatícios devem ser compensados quan­
do houver sucumbência recíproca, assegurado o direito autônomo do advogado à exe­
cução do saldo sem excluir a legitim idade da própria parte.
Súmula 201 do STJ - Os honorários advocatícios não podem ser fixados em 
salários-mínimos,
3.2. Litisconsórcio
A simplicidade do processo está na presença de apenas um autor e um réu, mas 
a lide pode estar ocorrendo entre vários sujeitos. A tal fenômeno processual dá-se o 
nome de litisconsórcio (pluralidade de partes, pluralidade subjetiva da lide).
Entretanto, a formação litisconsorcial não está a critério das partes, devendo ha­
ver uma relação de direito material envolvendo as partes (autores e réus), relação essa 
prevista em lei, onde são encontrados os pressupostos e fontes do litisconsórcio.
Classificação
I. Quanto à pluralidade de partes ou quanto ao pólo da relação processual
• Ativo - pluralidade de autores
• Passivo - pluralidade de réus
■ Misto - pluralidade de autores e de réus
II. Quanto ao momento de sua formação:
• Inicial - ocorre quando da propositura da ação (vários autores) ou quando da 
citação inicial (vários réus).
■ Ulterior ou incidental - surge no decorrer do processo, depois da citação, so­
mente sendo admissível quando previsto em lei. Ex.: denunciação da lide em que o
25
Anamaria Prates
denunciado fica ao lado do denunciante (CPC, art. 74); chamamento ao processo (CPC, 
art. 79); no caso de substituição de parte em que há mais de um substituto (CPC, arts. 
42 e 43); citação de terceiros ante a sua indispensabilidade na relação processual (CPC 
art. 47, parágrafo único).
III. Quanto à natureza do vínculo que une os litisconsortes ou quanto à obri­
gatoriedade de sua formação
• Facultativo - aquele que fica a critério da parte, mas não arbitrária, devendo 
recair nas hipóteses do art. 46, CPC.
Hipóteses:
I a - Comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide
Há um único direito com mais de um titular ou uma única obrigação com mais 
de um devedor ou credor. Ocorre na solidariedade passiva e ativa, na composse e na 
co-propriedade.
2a- Comunhão de direitos ou de obrigações resultantes de um mesmo fato ou de 
um mesmo direito
O mesmo fato gera situações jurídicas diferentes, como, por exemplo, no caso 
de uma indenização decorrente de um mesmo ato ilícito que deixou conseqüências di­
ferentes nas vítimas ou quando fatos diferentes geram a mesma situação jurídica.
3a - Conexão de causas
Mesma causa de pedir ou mesmo pedido, É aqui que reside a conexão. Ex,: dois 
ou mais locatários demandam no mesmo processo contra o locador que os notificou de 
aumento de aluguel, previsto no contrato por todos assinados.
4a - Afinidade de questões
Questão é o ponto que se tornou controvertido. Ex.: vários empregados, tendo 
assinado contratos separados, resolvem propor uma ação contra o patrão para declarar 
nula uma cláusula contratual.
O litisconsórcio facultativo pode ser irrecusável, quando não admite recusa pelos 
réus em razão da possibilidade de decisões contraditórias e recusável (CPC, art. 46 pa­
rágrafo único), quando não há possibilidade de decisões contraditórias, admite recusa 
(desmembramento do processo) mediante provocação dos réus, alegando prejuízo ou 
de ofício, podendo o ju iz limitar o número de litisconsortes.
• Necessário - a formação é obrigatória para se dar validade ao próprio processo, 
seja determinado por lei, seja pela natureza jurídica da relação processual.
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ROTEIRO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
IV. Quanto aos efeitos da sentença ou quanto ao destino dos litisconsórcios 
no plano do direito material
• Unitário - quando o juiz tem que decidir a lide de modo uniforme. Não obstante 
serem vários os litigantes, esses são considerados parte única, haja vista que a senten­
ça será igual para todos. Ex.: anulação de casamento proposta pelo Ministério Público.
Exemplos de litisconsórcios necessário-unitário: anulação de casamento (rela­
ção juríd ica); ação pauüana (relação jurídica); divisão e demarcação de terras (por força 
de lei); pretensão real imobiliária (por força de lei).
Exemplos de litisconsórcios facultativos-unitários: anulação de assembléia pro­
posta por dois acionistas; ação popular.
• Não-unitário, simples ou comum - o juiz não precisa decidir a lide de modo 
uniforme. Ex.: usucapião.
D is c ip l in a p r o c e s s u a l d o l it is c o n s ó r c io
- prazo em dobro, se tiverem procuradores diferentes.
Simples
- no litisconsórcio simples os litisconsortes são considerados como litigantes dis­
tintos em face da parte contrária;
- os atos e as omissões de um dos litisconsortes não prejudicarão e nem bene­
ficiarão os demais;
- apesar de serem considerados litigantes distintos, toda e qualquer defesa do 
que for comum a todos, será aproveitada;
- a confissão e o recurso feitos por um litisconsorte não prejudicarão os demais;
- o recurso interposto por um litisconsorte não se estende aos demais que não 
hajam recorrido.
Unitário
- como a decisão será de modo uniforme para todos, a autonomia dos litiscon­
sortes é limitada;
- os atos benéficos praticados por um comunicam-se a todos os litisconsortes, o 
que já não ocorre com os atos prejudiciais.
Unitário-necessário
- os atos de disposição só serão eficazes se praticados por todos;
- a contestação aproveita ao réu revel;
- a confissão só será eficaz quando feita por todos os litisconsortes;
27
Anamaria Prates
- só haverá revelia se todos não contestarem (em um contestando, não será 
decretada a revelia);
- o recurso interposto por um estende-se aos demais.
Unitário-facult ativo
- pode haver ato de disposição sem consentimento dos demais.
P e s s o a s c a s a d a s ( C P C , A r t . 1 0 )
Pólo ativo (autores): se a ação versar sobre direitos reais imobiliários, os côn­
juges podem litigar sozinhos, mas com o consentimento do outro. Se houver injusta 
recusa no consentimento, o juiz poderá supri-lo.
Pólo passivo (réus): se a ação versar sobre direitos reais imobiliários; for resultan­
te de fatos que digam respeito a ambos ou de atos praticados por eles; ações fundadas 
em dívidas contraídas pelo marido a bem da família, mas cuja execução tenha de recair 
sobre o produto do trabalho da mulher ou os seus bens reservados e as que tenham por 
objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóveis de um ou 
de ambos os cônjuges, ambos os cônjuges deverão ser citados - há um litisconsórcio 
necessário apenas no pólo passivo.
• Nas ações possessórias, a participação do cônjuge somente é indispensá­
vel nos casos de composse ou de ato praticado por ambos.
3.3. Intervenção de terceiros l ' U Q tvS-
A relação jurídico-processual é instaurada, em princípio, entre autor e réu. En­
tretanto, há situações em que um terceiro, estranho à lide originária estabelecida entre 
autor e réu, tem interesse na lide em questão, dando margem, assim, à intervenção de 
terceiros: assistência, oposição, nomeação à autoria, denunciação da lide e chamamen­
to ao processo.
Espontânea - o terceiro vem sem ser “chamado” : assistência e oposição.
Provocada - o terceiro vem mediante provocação das partes originárias: nome­
ação à autoria, denunciação da lide e chamamento ao processo.
Ad coadjuvando - o terceiro visa ajudar.
Ad excludendum - o terceiro visa excluir uma ou ambas as partes.
1. Assistência
O assistente é coadjuvante da parte principal, intervindo com a finalidade de 
auxiliar a parte assistida a obter uma sentença favorável. Pode ser:
Simples ou adesiva (CPC, art. 50) - o assistente tem interesse jurídico, pois os
2 8
ROTEIRO DE DIREITO PROCESSUALCIVIL
efeitos da sentença podem refletir na relação jurídica do assistente com o assistido 
(nunca com a parte contrária): a relação jurídica que está em litígio é conexa com a 
relação jurídica do assistido. Ex.: sublocatário que é assistente do réu em uma ação de 
despejo em que figura como autor o locador e como réu o sublocatário.
- não se pode opor aos atos do assistido (CPC, art. 53):
- se o assistido for considerado revel, o assistente será seu gestor de negócios 
apresentando contestação em seu lugar (CPC, art. 52 parágrafo único) - somente os 
atos benéficos praticados pelo assistente serão considerados (a gestão de negócios 
não atinge a relação material, como, p.ex., não poderá o assistente reconhecer o pedido 
ou renunciar ao direito em que se funda a ação);
- poderá o assistente se valer da exceptio male gesti processus, ou seja, é asse­
gurada ao assistente a possibilidade de discutir a justiça da decisão em futura demanda 
contra o assistido, se provar que: 1. foi impedido de produzir provas, pelo estado que 
recebeu o processo, ou pelas declarações e atos do assistido ou 2. desconhecia a exis­
tência de alegações ou de provas de que o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu 
(CPC, art. 55).
Litisconsorcial ou qualificado (CPC, art. 54) - o assistente tem relação jurídica 
com a parte contrária à assistida, sobre a qual a sentença influirá. O assistente litiscon­
sorcial poderia ter sido litisconsorte facultativo; a relação jurídica que está em litígio per­
tence também ao assistente. Ex.: condôm ino que move sozinho uma ação para anular 
assembléia; qualquer outro condômino poderia ter sido litisconsorte facultativo, como 
não o foi, poderá ser assistente litisconsorcial.
- pode atuar, mesmo contrariamente ao assistido, entretanto só se comunicam 
os atos benéficos.
Pressupostos de admissibilidade da assistência simples e litisconsorcial:
I) Lide pendente e II) existência de interesse jurídico do terceiro (assistente)
- pode ocorrer desde a citação até o trânsito em julgado, recebendo o assistente 
os autos no estado em que se encontram.
• É cabível no processo de conhecimento sob rito comum e ordinário ou sob 
procedimentos especiais; e no processo cautelar.
• Não é cabível em processo de execução (apenas é admissível nos embargos).
2. Oposição
O opoente (terceiro) ingressa como autor em uma relação jurídica contra o autor
29
Anamaria Prates
e o réu de uma ação originária. Ex.: A e B litigam sobre um determinado bem. C, julgan­
do-se o verdadeiro titular do bem em questão entra com uma oposição contra A e B . A e 
B serão litisconsortes passivos necessários na oposição que tem C como autor.
Procedimento:
- o terceiro tem que apresentar petição inicial nos termos do art. 282 do CPC;
* É cabível apenas em processo de conhecimento, sob o rito ordinário ou 
sumário; ou em procedimentos especiais se adotarem o rito ordinário após 
a contestação.
• É incabível no processo de execução.
- momento oportuno - até a sentença.
a) se proposta antes de iniciada a audiência de instrução do processo em curso, 
correrá simultaneamente, sendo autuada em apartado; o processo em trâmite é suspenso 
até que a oposição alcance a mesma fase do originário, quando então a instrução será con­
junta, e a sentença julgará primeiramente a oposição e depois a matéria em litígio.
b) se proposta depois de iniciada a audiência, será autuada autonomamente, 
com prevenção de juízo; é facultado ao ju iz suspender os autos principais por um prazo 
máximo de 90 (noventa) dias para julgá-las em conjunto; caso a oposição não alcance, 
durante tal período, a fase em que a ação principal se encontra, o juiz julgará a ação e, 
posteriormente, a oposição.
c) depois de proferida a sentença, não cabe mais oposição e sim uma ação au­
tônoma que não terá natureza da intervenção de terceiros.
3. Nomeação à autoria
Instituto exclusivo do réu, que tem por objetivo corrigir a ilegitimidade passiva ad 
causam , onde o primitivo réu nomeia o verdadeiro autor do fato. para que o substitua na 
demanda. Ex.: O caseiro de um determinado imóvel é demandado em uma açáo reivín- 
dicatória. Como o caseiro é apenas detentor, deverá nomear à autoria o proprietário ou 
possuidor do imóvel.
Cabimento:
1g - demandado o detentor, esse detentor nomeia à autoria o proprietário ou 
possuidor.
23 - em ação de indenização, se demandado o autor material dos prejuízos, tal 
autor nomeia à autoria aquele que lhe deu ordens ou instruções para a prática do ato.
30
ROTEIRO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Procedimento:
- o réu, quando do prazo da defesa, nomeia o terceiro, sendo ouvido o autor 
para aceitar ou não a nomeação; em o autor aceitando, será o terceiro citado que po­
derá aceitar, recusar ou permanecer inerte (o silêncio presume aceitação); em o terceiro 
aceitando ou permanecendo inerte, ocorrerá a extromissão: o nomeante retira-se, e o 
nomeado passa a ser réu.
4. Denunciação da lide
Autor ou réu denunciam um terceiro (denunciado) contra quem o denunciante 
terá direito a uma ação de regresso. O denunciado, além de réu na ação regressiva, 
torna-se litisconsorte do denunciante na ação principal. Há duas relações jurídicas: uma 
entre as partes e outra entre uma das partes e o denunciado.
- pode ser sucessiva.
Cabimento:
1- - evicção: o evicto denuncia o alienante, na ação reivindicatória movida pelo 
evencente;
2Q - perda da posse cedida no caso de usufruto, penhor ou locação: o possuidor 
direto denuncia o possuidor indireto ou proprietário, para garantir eventuais prejuízos;
32 - garantia de indenização dos prejuízos do que perder a demanda, quando a 
lide ou o contrato assim declarar: direito de regresso.
Obs.1: Na 1ã hipótese, a denunciação da lide é obrigatória, nas demais é facultativa.
Obs.2: No que concerne ao direito de regresso de entidade pública contra fun­
cionário, o STF entende não ser obrigatória a denunciação do funcionário. Já o STJ 
entende que, mesmo não sendo obrigatória a denunciação, é recomendável que o fun­
cionário seja denunciado.
• Não é cabível no processo cautelar e no processo de execução.
5. Chamamento ao processo
Institu to exc lus ivo do réu, que cham a os co -ob rigados, am p liando , assim , 
o po lo passivo.
Cabimento:
1Q - fiador chama devedor principal;
2e - fiador chama os demais fiadores;
31
3e - devedor chama os demais devedores solidários.
• Não é cabível no processo cautelar e no processo de execução.
3.4. MINISTÉRIO PÚBLICO
O Ministério Público atuará como fiscal da lei nas seguintes hipóteses:
1. nas causas em que há interesses de incapazes;
2. nas causas concernentes ao estado da pessoa, poder familiar, tutela, curatela, 
interdição, casamento, declaração de ausência e disposições de última vontade;
3. nas ações que envolvem litígios coletivos peia posse rural e nas demais causas 
em que há interesse público evidenciado pela natureza da lide ou qualidade de parte;
4. mandados de segurança;
5. conflitos de competência;
6. usucapião;
7. procedimentos de jurisdição voluntária;
8. inventário.
3.5. Curadoria especial
Será dado curador especial, que é exercido pela Defensoria Pública:
1. réu revel citado por edital;
2. réu revel citado por hora certa;
3. réu preso;
4. incapaz, quando não tem representante legal;
5. incapaz, quando seus interesses colidirem com os interesses do representante legal;
6. no inventário, ao ausente, se o não tiver;
7. no inventário, ao incapaz, se concorrer na partilha com o seu representante.
3.6. Juiz
O juiz deve ser imparcial, sendo que, se for suspeito ou impedido, deve suscitar 
de ofício, ou mediante requerimento da parte interessada.
Anamaria Prates -------------------------------------------------------------------------------------------32
ROTEIRO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
4. atos processuais
O Código de Processo Civil agrupa os atos processuais segundo o sujeito do 
processo de que emanam, podendo, portanto, ser: I - atos das partes (arts. 158-161);
II - atos do juiz (arts. 162-165); e III - atos do escrivão ou do chefe de secretaria (arts. 
166-171).
- as partes têm ônus processual.
ônus processual - dever processual
Como diz Vicente Greco Filho: “dever é obrigação, a que, no outro pólo da 
relação jurídica, corresponde um direito. (...) Ônus é a oportunidade de agir, pre­
vendo a lei, no caso de omissão, determinada conseqüência jurídica que a parte 
escolhe livremente”.
• Não cabe recurso dos despachos de mero expediente.
L u g a r - São praticados na sede do juízo.
Exceções: a) deferência; b) interesse da justiça e c) obstáculo argüido pelo inte­
ressado e acolhido pelo juiz.
Tempo
- Dias úteis das 6 às 20 horas (podem prosseguir os atos iniciados antes).
Exceções: citação e penhora, para evitar procrastinação ou mesmo o pereci- 
mento do direito; podem ser realizados em domingos e feriados, fora do horário de 
expediente. O autor deve pedir expressamente.
- Os atos processuais não correm durante as férias.
Exceção: art. 173 - cautelares; jurisdição voluntária; os necessários à conserva­
ção de direito quando o retardamento puder ser prejudicial; causas de alimentos provi- 
sionais, de dação ou remoção de tutores ou curadores e as de procedimento sumário.
Prazos
Termo inicial = d/es a quo = a partir do qual o ato pode ser praticado.
Termo final = dies ad quem = momento até quando o ato pode ser praticado.
Classificação:
• Legais - pretederminados no Código
• Judiciais - fixados pelo Juiz
3 3
Anamaria Prates
• Convencionais - acordo entre as partes
• Dilatórios - comportam redução ou prorrogação por vontade das partes, desde 
que requeiram antes de findar o motivo legítimo
• Peremptórios - não podem ser alterados por vontade das partes
• É permitido, entretanto, ao juiz, em casos excepcionais, a ampliação de todo e 
qualquer prazo, mesmo os peremptórios, desde que seja difícil o transporte na comarca 
(por no máximo 60 dias), ou tenha ocorrido caso de calamidade pública (dependendo 
do caso, pode ultrapassar 60 dias).
C o n t a g e m d o s p r a z o s - Exclui o dia do começo, inclui o dia final.
Citação/ Intimação:
1) pessoal ou com hora certa - juntada aos autos do mandado cumprido
2} vários réus - a partir da juntada aos autos do último réu
3) edital - termo final estipulado pelo juiz no próprio edital para aperfeiçoamento 
da diligência
4) precatória, rogatória ou carta de ordem - juntada aos autos
5) vta postal: juntada aos autos do AR
Termo final: prorroga-se até o próximo dia útil.
P r e c l u s ã o - Decorrido o prazo, extingue-se, independentemente de declaração 
judicial, o direito de praticar o ato. Pode ser:
Temporal - perda da faculdade de praticar um ato processual, pelo não exercício 
em tempo hábil.
Consumativa - quando a parte esgota a oportunidade de praticar determinado 
ato, praticando-o de uma das maneiras alternativamente previstas em lei. Ex.: a parte 
apenas contesta sem apresentar reconvenção,
Lógica - quando a parte fica impedida de praticar um ato porque praticou outro 
absolutamente incompatível com o primeiro. Ex.: preclusão lógica para recorrer, sem 
reservas da decisão.
Regras Especiais:
■ Fazenda Pública - quádruplo para contestar e dobro para recorrer. Funda­
mento: em virtude de interesses que defende e dificuldades burocráticas de atua- 
ção.
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_______ _______
ROTEIRO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
- Em dobro: Defensoria Pública e Litisconsortes com procuradores diferentes.
Forma
Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quan­
do a lei expressamente exigir, entendendo válidos os atos processuais que mesmo rea­
lizados de outra forma atinjam sua finalidade (CPC, art. 154).
A prática e comunicação dos atos processuais podem se dar por meio eletrônico 
sendo que a lei que disciplina a informatização do processo judicial é a Lei 11.419 de 
19.12.2007 (com vacatio legis de 90 dias).
4.1. COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS
Citação - art. 213 do CPC
É o ato de chamamento do sujeito passivo a juízo e que o vincula ao processo e 
«eus efeitos. Sem citação não se forma a relação jurídica processual.
• O comparecimento espontâneo do réu supre o ato citatório
Modalidades da citação: ficta ou presumida
I. Real ou pessoal - é a feita pessoalmente ao réu. São elas:
1.1. por mandado - é feita pessoalmente pelo oficial de justiça
• Não se fará a citação, salvo para evitar perecimento do direito:
1) a quem estiver assistindo a culto religioso;
2) ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consangüineo ou afim, em 
linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos sete 
rílas seguintes;
3) aos noivos, nos três primeiros dias do casamento;
4) aos doentes, enquanto em estado grave.
1.2. pelo correio - a citação poderá ser feita pelo correio, em geral, para qualquer 
comarca do País.
• Exceções (não será feita a citação pelo correio):
1) ações de estado; 2) quando for ré pessoa incapaz; 3) quando for ré pes- 
«oa de direito público; 4) nos processos de execução; 5) quando o réu residir em 
local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência; 6) quando o autor 
« requerer de outra forma.
3 5
Anamaria Prates
II. Ficta ou presumida
11.1. com hora certa - quando o oficial de justiça procura o réu por três vezes e 
suspeita que o mesmo está se ocultando, intimará qualquer pessoa da residência do réu 
ou vizinho, informando que, no dia imediato, voltará, com hora marcada, para citar o réu. 
Em retornando, no dia e hora marcados, se o oficial, novamente, não encontrar o réu, 
dará o réu por citado, deixando a contrafé com alguém da família ou vizinho.
11.2. por edital - quando o réu é pessoa incerta ou se incerto, ignorado ou inaces­
sível for o lugar em que se encontrar.
- Para efeito da citação por edital, considera-se inacessível o país que não cum­
pre carta rogatória e, no caso de execução fiscal, qualquer país estrangeiro.
• Ao réu revel citado por edital ou por hora certa, ser-ihe-á dado um curador es­
pecial, nos termos do art. 99 do CPC. Quem exerce a Curadoria Especial é a Defensoria 
Pública.
• Não há citação ficta no procedimento sumaríssimo (JEPC).
Efeitos da citação
- Processuais: 1. Prevenção, 2. Litispendência e 3. Litigiosidade da coisa (A ci­
tação válida vincula o bem em litígio ao processo e a seu resultado, podendo até ser 
alienado o bem, mas qualquer alteração na titularidade do bem é ineficaz para o pro­
cesso.)
- Materiais: 1. mora e 2. interrupção da prescrição
Intimações - art. 234 do CPC
É a forma pela qual é dada ciência a alguém dos atos do processo.
Cartas
Carta de ordem - de um tribunal para um juiz que lhe esteja subordinado.
Carta rogatória - se o ato deve realizar-se no exterior.
Carta precatória - se em outra comarca brasileira.
4.2. Nulidades processuais
Sendo a forma uma necessidade do processo, a sua violação importará em uma sanção.
I. Classificação das violações das normas relativas à forma
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ROTEIRO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
■ Inexistência - são aqueles cuja existência é impossível na sua concepção. Ex. 
sentença proferida por quem não é juiz.
• Nulidade Absoluta - não são observados os requisitos legais indispensáveis 
para o andamento processual: o juiz pode decretar de ofício.
• Nulidade Relativa - são aqueles que, apesar de importarem em nulidade do pro­
cesso, devem ser provocados pela parte interessada; deve ser argüida pelo interessado 
na primeira oportunidade que lhe couber falarnos autos sob pena de preclusão.
• Mera Irregularidade - não acarretam sanção alguma.
II. Princípios e normas relativos às nulidades
1. Instrumentalidade - por este princípio fica determinado que o processo é melo 
e não fim para a solução da pretensão deduzida em juízo (CPC, arts. 154 e 244).
2. Causalidade ou conseqüencialidade - como o meio e o fim do processo so 
comunicam, ao ser decretada a nulidade do processo, deverá o ju lgador anular apenas 
os atos que foram atingidos, preservando os demais, em face a um outro princípio o dn 
economia processual (CPC, art. 249).
3. Conservação dos atos processuais - acarretando unicamente anulação dos 
atos que não puderem ser aproveitados (CPC, art. 250).
4. Interesse de agir - tem interesse em argüir a nulidade, a parte que a nulidade 
lhe aproveitará.
5. Prejuízo - não será declarada nulidade se não houve prejuízo às partes, e náo 
aproveita a quem deu causa.
37
Anamaria Prates
5. Formação, suspensão e extinção do processo
Formação
O processo começa por iniciativa das partes, mas desenvolve-se por impulso 
oficial. Uma vez citado o réu, o autor não poderá mais modificar o pedido ou causa de 
pedir, salvo com consentimento do réu, porém sempre antes de saneado o processo.
1o. A propositura da ação vincula autor e ju iz à relação processual.
2°. A citação amplia a relação e nela integra o réu.
3°. Completa a relação, estará assegurado ao Estado o pleno exercício
do poder jurisdicional.
Suspensão do Processo (CPC, a r t . 265)
1. morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, representante 
legal ou seu procurador, salvo se já tiver iniciado a audiência de instrução e julgamento:
- no caso de morte de procurador, a suspensão será de no máximo 20 (vinte) dias;
- se a parte autora não providenciar a substituição, haverá a extinção do processo;
- se a parte ré não providenciar a substituição, o processo seguirá à revelia;
- não haverá a suspensão do processo, se a morte das partes ou de seus repre­
sentantes legais ocorrer depois de iniciada a audiência.
• Quando a ação versar sobre direitos intransmissíveis, a morte da parte 
acarretará extinção do feito sem mérito, sendo assim, somente haverá 
suspensão do processo por morte da parte, se a ação versar sobre direi­
tos transmissíveis.
2. convenção das partes - processo poderá ficar suspenso pelo prazo máximo 
de 06 (seis) meses;
3. oferecimento de exceções processuais - incompetência relativa ou suspeição 
ou impedimento do juiz;
4. quando a sentença de mérito depender de:
I. questão prejudicial - prazo máximo de 01 (um) ano:
a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração da existência ou inexis­
tência da relação jurídica, que constitua o objeto principal de outro processo pendente.
- prejudicialidade externa, suscitada em causa proposta anteriormente à propo­
situra da causa sustada.
38
b) tiver p o r pressuposto o julgamento de questão de estado, requerido como 
declaração incidente.
II. prelim inar:
c) não puder ser proferida senão depois de verificado determinado fato, ou de 
produzida certa prova requisitada a outro juízo.
- somente haverá suspensão, se a prova for requerida antes do saneamento, se 
requerida após o saneamento, não haverá suspensão.
5. por motivo de força maior;
6. nos demais casos que o Código regula.
E x t in ç ã o d o P r o c e s s o
- Extinção do processo sem resolução do mérito - sentença terminativa
(CPC, art. 267)
1. indeferimento da petição inicial:
1e - faltar pedido ou causa de pedir;
a) inépcia 2e - a narração dos fatos não corresponde com a conclusão
- o pedido deve ser congruente, coerente;
3e - pedido juridicamente impossível;
4S - pedidos incompatíveis entre si.
b) parte ilegítima;
c) faltar interesse de agir;
d) decadência ou prescrição;
e) procedimento escolhido for inadequado;
f) petição inicial não contiver o endereço onde o advogado receberá intimação 
(art. 39 parágrafo único) ou não preencher os requisitos legais; e a parte não promover 
a emendas.
2. contumácia das partes - as partes deixam de dar andamento ao feito por mais 
de um ano;
3. abandono da causa pelo autor por mais de 30 dias;
Súmula 240 do STJ - A extinção do processo, por abandono da causa pelo autor, 
depende de requerimento do réu.
_______________________________________________ ROTEIRO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
39
4. ausência dos pressupostos processuais;
5. perempção, litispendência e coisa julgada;
• Perempção: perda do direito de ação por ter o autor dado causa a anteriores 
extinções do processo por abandono, por 03 (três) vezes.
6. ausência das condições da ação (PIL - possibilidade jurídica do pedido; inte­
resse de agir e legitimidade das partes para causa);
Quando o Juiz verificar a ausência de uma das condições da ação, quando 
do recebimento da petição inicial, indeferirá a petição inicial e extinguirá o 
feito com base no art. 267 inciso I. Entretanto, se for averiguado após o re­
cebimento da petição inicial, extinguirá o feito sem mérito com base no art. 
267 inciso VI.
7 . convenção de arbitragem - pacto pelo qual os contraentes acordam submeter 
à arbitragem eventual litígio que possa surgir;
• A Lei n.° 9.307/96 dispõe sobre a arbitragem. Basta existir entre as partes 
uma cláusula compromissória, isto é, convenção mediante a qual as partes 
em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que 
possam vir a surgir, relativamente ao contrato em questão.
8. desistência da ação - após o decurso de prazo para resposta do réu, o autor 
somente poderá desistir da ação mediante a concordância do réu;
9. intransmissibilidade do direito material;
10. confusão;
11. demais casos (art. 13, inciso I; art. 47 parágrafo único; art. 265 §29).
- Haverá resolução do processo com mérito - sentença definitiva (CPC, art. 269)
1. acolhimento ou rejeição do pedido;
2. reconhecimento jurídico do pedido;
3. transação;
4. prescrição e decadência;
• A prescrição e a decadência podem gerar o indeferimento da petição inicial, 
entretanto, haverá resolução do processo com mérito.
5. renúncia ao direito sobre o qual se funda a ação.
Anamaria Prates -------------------------------------------------------------------------------------------
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ROTEIRO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
6. PROCEDIMENTO
Processo - série de atos interligados com um fim: a sentença.
Procedimento - forma pela qual o processo é conduzido; é o rito. O procedimen­
to pode ser comum, que se divide em ordinário e sumário ou especial.
6. t. Procedimento comum ordinário
A doutrina costuma dividir o procedimento comum ordinário em quatro fases: 
postulatória, saneatória ou saneadora, instrutória ou probatória e decisória. A denomi­
nação das fases leva em conta o conteúdo predominante, mas não exclusivo, podendo 
ocorrer manifestações de uma fase em outra, ou mesmo a ausência de uma delas.
A fase postulatória vai desde a petição inicial até a resposta do réu.
Na fase saneadora, ocorrem as diligências.
A fase probatória ou instrutória destina-se à coleta do material probatório.
A fase decisória é quando a sentença é proferida.
6 .1 .1 . F a se p o stu la tó r ia
6.1.1.1. Petição inicial:
O procedimento ordinário começa pela petição inicial escrita, que deverá atender 
aos requisitos dos arts. 282 e 39 do CPC, devendo ser instruída com os documentos 
Indispensáveis à propositura da ação (CPC, art. 283). Os requisitos são:
1-. Autoridade a que é dirigida
- deve ser indicado o órgão judiciário competente e não o nome da autoridade jurisdicional; 
2Ç. Partes e suas qualificações
- nomes e prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência;
3g. Fatos (causa de pedir remota) +fundamentos jurídicos do pedido (causa 
de pedir próxima)
• fundamento juríd ico fundamento legal
fundamento legal: dispositivo legal
fundamento jurídico: direito subjetivo exercitável
- o nosso CPC adotou o princípio da substanciação da causa de pedir (a nar­
ração dos fatos de onde se extrai uma conclusão é essencial) em contraposição ao 
princípio da individualização;
4 1
A ittm u u k i P in to s
4g. Pedido
É o objeto da ação e do processo. O autor pede duas medidas: 1ã - uma sen­
tença (pedido imediato); 2ã - a tutela específica, o bem da vida (pedido mediato). É o 
pedido que qualifica a ação (se o autor objetivar uma condenação do réu, a ação será 
condenatóría). Os pedidos são interpretados restritivamente.
Requisitos do pedido: Certeza e determinação - o pedido deve ser certo (o que 
se quer) e determinado (a extensão do que se quer; a quantidade do que se quer).
O artigo 286 do CPC diz que “o pedido deve ser certo ou determinado". 
A partícula ‘ou’ deve ser entendida como ‘e ’.
Exceções: há situações em que se admite o pedido genérico, indetermináveis 
quando da propositura da ação. São elas:
a) ações universais, quando o autor não puder individualizar os bens (ex.: he­
rança);
b) quando não for possível determinar, definitivamente, as conseqüências do ato 
ou fato ilícito (ex.: indenização decorrente de ato ilícito);
c) quando a determinação do valor da condenação depender de ato do réu (ex.: 
prestação de contas).
• Em todas as hipóteses apenas o quantum devido não será determinado. 
Entretanto, o an debeatur deve estar claro. O pedido nunca poderá ser 
incerto, mas poderá ser indeterminável, nas situações permitidas por lei 
(acima elencadas). Nessas hipóteses, o pedido será ilíquido.
• Se o autor formular pedido líquido, não poderá o juiz proferir sentença 
ilíquida.
Súmula 318 do STJ
Formulado pedido certo e determinado, somente o autor tem interesse recursal 
em argüir o vício da sentença ilíquida.
Espécies de pedido:
A) pedido cominatório (CPC, art. 287) - ações que versam sobre o cumprimento 
de obrigação de fazer ou não fazer, o pedido pode constar de uma cominação de multa 
pelo não cumprimento (astreinte), como meio de coerção.
Obs.: Nas obrigações de fazer de natureza infungível, o pedido cominatório 
é obrigatório, sob pena de inépcia da petição inicial, diferentemente das de caráter
42
ROTEIRO DE DIREITO PROCESSUAl CIVII
fungível, em que o credor pode optar pelo cumprimento da prestação por torcolro 
às expensas do devedor ou perdas e danos;
B) pedido alternativo (CPC, art. 288) - o autor requer ou uma prestação ou 
outra, sendo que a alternatividade está ligada ao pedido mediato. Poderá haver o 
pedido alternativo, quando a obrigação também for alternativa;
C) pedido subsidiário ou eventual (CPC, art. 289) - aqui pode recair tanto 
sobre o objeto imediato do pedido quanto sobre o objeto mediato; o autor formula 
um pedido eventual, na hipótese de não ser atendido o pedido principal. Difere do 
pedido alternativo, pois este decorre de uma obrigação alternativa, e no pedido 
subsidiário ou eventual, há uma ordem de apresentação dos pedidos, sendo que o 
juiz somente analisará o pedido sucessivo em não acolhendo o principal;
D) pedido sucessivo - é justamente o oposto do pedido subsidiário. No pe­
dido sucessivo, o acolhimento dos pedidos posteriores depende do acolhimento 
do pedido principal. Os pedidos sucessivos estão vinculados ao principal. Se o 
principal for negado, o sucessivo também o será.
Cumulação de pedidos - podem os pedidos ser cumulados desde que: 1. sejam 
contra o mesmo réu, mesmo que não haja conexão; 2. sejam pedidos compatíveis entre 
si; 3. haja competência do mesmo juízo para conhecer todos os pedidos; 4. haja ade­
quação dos procedimentos, ou caso não sejam idênticos, escolha pelo procedimento 
ordinário. A cumulação pode ser:
a) simples - o autor pode formular pedidos cumulados, mesmo que não haja 
conexão entre eles, desde que preenchidos os requisitos (CPC art. 292);
b) sucessiva - o autor formula mais de um pedido, sendo que o segundo é pres­
suposto do primeiro (pedido sucessivo);
c) incidental - após a propositura da ação, através de pedido declaratório inci- 
dental (CPC, arts. 5S e 325).
Pedido - limite da sentença
A sentença não pode ser ultra (além), extra (fora) ou infra/citra (aquém) petita. Há 
adoção do princípio da correlação/adstrição/correspondência.
Exceções - pode o juiz decidir independentemente do pedido:
1. correção monetária, juros legais (CPC, art. 293), sucumbência - honorários 
advocatícios (CPC, art. 20);
2. condenação em prestações vencidas no curso da lide (CPC, art. 290);
4 3
Anamaria Prates
3. nas obrigações alternativas (CPC, 288 parágrafo único);
4. astreintes (tutela específica) - CPC, arts. 461 e 644;
* Após a citação do réu, o pedido somente poderá ser aditado, mediante o 
consentimento do réu, e descfe que seja até o despacho saneador, quando, 
então, nào poderá mais ser o pedido aditado, mesmo que o réu consinta.
5e. Valor da causa: toda causa tem um valor certo, mesmo que a questão em 
litígio não tenha cunho econômico. (CPC, arts. 258 a 261)
- pode o valor da causa ter reflexos no campo da competência, (ex.: JEPC)
69. Provas que serão produzidas: os documentos indispensáveis à propositura 
da ação devem ser juntados com a petição inicial. (CPC, art. 283)
- não precisa o autor especificar quais as provas que utilizará, mas tão-somente 
que se valerá dos meios de prova.
7.9 Requerimento de citação do réu: não deve apenas o autor requerer a cita­
ção, mas indicar qual o meio para a citação do réu.
- a jurisprudência tem entendido que, se o autor não requer, o juiz recebe a peti­
ção inicial e, inadvertidamente, manda citar o réu. Não poderia o réu alegar prejuízo para 
defesa, por ter sido suprido com seu comparecimento.
89. Endereço de intimação do advogado: tal requisito consta no art. 39, entre­
tanto, a sua ausência pode gerar indeferimento se não suprida a omissão.
6.1.1.2. Despacho da petição inicial
O juiz, ao receber a petição inicial, poderá tomar quatro decisões:
1®. Deferir a citação - estando a petição em ordem, o juiz determina a citação do réu.
2-. Saneamento da petição - se a petição apresentar lacunas, determinará o juiz que
o autor a emende no prazo de dez dias, sob pena de indeferimento. (CPC, art. 284)
33. Improcedência do pedido (CPC, art. 285-A) - quando a matéria controvertida 
for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total Impro­
cedência do pedido em casos idênticos, poderá o juiz, sem a citação do réu, rejeitar 
liminarmente a inicial proferindo sentença de mérito. Caberá apelação com juízo de 
retratação no prazo de 05 (cinco) dias (CPC, art. 285-A §1e).
4?. Indeferimento da petição - ocorrerá nas hipóteses elencadas no art. 295 do 
CPC. A decisão que indefere a petição inicial é sentença, cabendo, assim, apelação, 
com juizo de retratação no prazo de 48 horas (CPC art. 296):
ROTEIRO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
1. inépcia (falta de pedido ou causa de pedir; pedido juridicamente impossível; 
pedidos incompatíveis; dos fatos não decorrer logicamente o pedido);
2. ilegitimidade de parte;
3. falta de interesse processual;
4. decadência ou prescrição;
5. procedimento inadequado;
6. falta do endereço do advogado ou quando o autor não cumprir a determina­
ção de emenda.
Obs,: Em quase todas as hipóteses de indeferimento, haverá extinção do feito 
sem mérito. Entretanto, na hipótese 4 (decadência ou prescrição), a sentença será com 
mérito e, excepcionalmente, a sentença será com mérito quando o pedido for juridica­
mente impossível ou quando da narração dos fatos não decorrer logicamente a con­
clusão (CPC, art.

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