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Decretação. Revogação. O OBJETIVO DESSE AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM SERÁ A APRESENTAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA, SUA DECRETAÇÃO E REVOGAÇÃO Prisão preventiva DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA A prisão preventiva só poderá ser decretada pela autoridade judiciária competente (vide Art. 5º, inciso LXI da Constituição Federal brasileira). O Art. 311 do Código de Processo Penal, com a redação alterada pela Lei 12.403/2011, regulamenta a decretação da prisão preventiva, repita-se, decretada apenas pelo juiz ou tribunal, conforme o caso. Portanto, a prisão preventiva terá cabimento quando decretada por órgão do Poder Judiciário. Ademais, a medida cautelar extrema poderá ser decretada durante a fase do inquérito policial ou da ação penal. Na fase de investigação preliminar (inquérito policial, Comissão Parlamengtar de Inquérito (vide Art. 58 § 3º da Constituição), ou procedimento de apuração preliminar equivalente) o juiz não poderá decretar a prisão preventiva "ex officio", ou seja, sem qualquer provocação. Nessa fase o juiz dependerá de solicitação de alguém para poder decretar a prisão preventiva. Por conseguinte, na fase de investigação preliminar o juiz poderá decretar a prisão preventiva sempre por provocação de um dos legitimados do Art. 311. O juiz poderá decretar prisão preventiva, na fase da investigação preliminar, mediante representação da autoridade policial, requerimento do Ministério público, requerimento do querelante ou requerimento do assistente de acusação. No entanto, na fase do processo penal o juiz poderá decretar a prisão preventiva de ofício ou por provocação dos legitimados do Art. 311 do Código de Processo Penal. NÃO SE ESQUEÇA: O juiz ao receber o auto de prisão em flagrante poderá decretar a prisão preventiva, em último caso, quando não for cabível sua substituição por medidas cautelares diversas da prisão (vide Art. 319 do CPP). Sendo assim, o juiz só poderá converter a prisão em flagrante em prisão preventiva, em último caso, quando não compatíveis as medidas cautelares diversas da prisão. Nesse sentido é o que prevê expressamente o Art. 310, inciso II do Código de Processo Penal. Ademais, é importante ressaltar que a prisão preventiva não poderá de decretada em até 5 (cinco) dias antes e 48 (quarenta e oito) horas depois das eleições, haja vista o que dispõe o Art. 236 da Lei 4.737/65, ou seja, o Código Eleitoral. A decretação da prisão preventiva pela autoridade judiciária competente, deverá, sempre, ser devidamente fundamentada sob pena de constrangimento ilegal (vide Art. 5º, inciso LXI da Constituição Federal). Nesse mesmo sentido o Art. 93, inciso IX da Constituição determina que todas as decisões judiciais, inclusive a que decreta a prisão preventiva seja devidamente fundamentada. Portanto, como corolário das regras constitucionais o Art. 315 do Código de Processo Penal exige fundamentação adequada nos termos dos Arts. 312 e 313 c/c Art. 282 todos do CPP. Destarte, o juiz está obrigado a indicar no mandado de prisão os fatos que se subsumem à hipótese autorizadora da decretação da prisão preventiva (vide Art. 285 do CPP). Por fim, é importante salientar que a prisão preventiva, em nenhuma hipótese será decretada quando houver indícios de que o agente atuou sob o manto de qualquer das excludentes de antijuridicidade, previstas no Art. 23, incisos I a III do Código Penal, ou seja, legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito (vide Art. 314 do Código de processo Penal). REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA A prisão preventiva poderá ser revogada quando desaparecerem os motivos para sua decretação, aliás, é o que prevê o Art. 314 do Códigod e Processo Penal brasileiro, que determina in verbis: "O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem". Exemplo disso ocorre, quando o acusado, durante o curso da ação penal, estiver coagindo testemunhas para impedir a apuração dos fatos, nesse caso o juiz decreta sua prisão preventiva, com fulcro na conveniência da instrução criminal. No entanto, após a oitiva das testemunhas não haverá mais necessidade para a prisão preventiva, assim, poderá ser devidamente revogada pelo juiz. No entanto, se necessário poderá tornar a decretá-la. Quiz 1 O juiz durante o curso do inquérito policial: Poderá decretar prisão preventiva de ofício. Poderá decretar prisão preventiva, somente mediante requerimento da autoridade policial. Poderá decretar prisão preventiva, somente mediante representação do Ministério Público. Poderá decretar prisão preventiva mediante representação da autoridade policial, bem como de requerimento do Ministério Público, do querelante, e do assistente de acusação. 2 A respeito da prisão preventiva é correto afirmar que: Poderá ser decretada nas hipóteses de legítima defesa, pois tal excludente será apurada durante o processo penal, não impedindo a medida cautelar. Não poderá ser decretada quando o agente praticou o fato em legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento de dever legal e exercício regular de direito. A prisão preventiva independe de fundamentação judicial. nenhuma das alternativas anteiores está correta. Referências ALENCAR, Rosmar Rodrigues; TÁVORA, Nestor. Curso de Direito Processual Penal. 8.ed. Salvador, BA: JusPODIVM, 2013. BONFIM, Edilson Mougenot. Curso de processo penal. 7.ed. São Paulo: Saraiva, 2012. FERRAJOLI, Luigi. Direito e Razão: Teoria do garantismo penal. 4.ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014. LOPES, Aury. Direito Processual Penal. 9.ed. São Paulo: Saraiva, 2012. NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. 5d. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010. NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal comentado. 14.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013. RANGEL, Paulo. Direito processual penal. 22.ed. São Paulo: Atlas, 2014.
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