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Guia Trabalhista v. 2 Reforma Getulio Alves

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GUIA TRABALHISTA
Volume 2
 
Getúlio Zenit Alves
Graduado em Direito e Ciências Sociais pela Universidade Paulista
Docente do Instituto Brasileiro de Capacitação e Gestão - IBCG
Membro da Academia Brasileira de Direito
 
18 ª Edição
2018
 
Tradebook
Editora
© Copyright by Ozéias de Jesus dos Santos
© Copyright by Editora Tradebook
Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, sejam quais forem os meios
empregados, sem autorização por escrito do autor. O infrator ficará sujeito, nos
termos da Lei nº 6.895, de 17/12/80, com as alterações introduzidas pela Lei nº
9.610, de 19/02/98, à penalidade prevista nos artigos 184 e 186 do Código
Penal, a saber: reclusão de um a quatro anos.
 
 
 
Volume 2
 
Capítulo VIII
Horas In Itinere
Conceito de Direito do Trabalho
Natureza Jurídica do Direito do Trabalho
Autonomia do Direito do Trabalho
Preceitos do NCPC que Não se Aplicam no Processo do Trabalho
O Novo CPC no Processo do Trabalho
Prazos dos Recursos no Processo do Trabalho
Aplicação do NCPC no Processo do Trabalho
Decisão Surpresa
Desconsideração da Personalidade Jurídica
Do Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica
Improcedência Liminar do Pedido
Incidente de Demandas Repetitivas
Embargos de Declaração
Ordem dos Processos no Tribunal
Inquirição Direta das Testemunhas
Admissão do Recurso de Revista
Cheque e Nota Promissória
Conciliação e Mediação na Justiça do Trabalho
Resolução CSJT
Política de Tratamento Adequado das Disputas de Interesses no Âmbito
da Justiça do Trabalho
Incentivo à Pacificação Social
Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Disputas
Da Comissão Nacional de Promoção da Conciliação
Do Portal da Conciliação
Código de Ética de Conciliadores e Mediadores Judiciais
Fundamentação das Decisões Judiciais
Intimações no Processo do Trabalho
Execução Trabalhista
Produção de Provas
Distribuição Dinâmica do Ônus da Prova
Saneamento do Processo
Sentença no Processo do Trabalho
Audiência de Conciliação, Instrução e Julgamento
Ordem Cronológica de Julgamento
Empregador
Grupo Econômico
Empregado
Tempo de Serviço
Horas In Itinere
Horas In Itinere e Condução Fornecida pelo Empregador
Supressão de Horas Extras
Equiparação Salarial
Trabalho a Domicílio e Teletrabalho
Categorias não abrangidas pela CLT
Integração das normas jurídicas trabalhistas
Súmula nº do TST e artigo º da CLT
Nulidade de Atos
Sucessão de Empregadores
Direito de Ação e Prescrição
Regime de Seguro Social
Precedentes Normativos do Tribunal Superior do Trabalho
Trabalho Voluntário
Trabalho Rural
Empregador Rural 
Solidariedade de grupo econômico ou financeiro
Empregado Rural 
Da Jornada de Trabalho 
Prorrogação
Interrupções Decorrentes de Causas Acidentais – Compensação
Compensação
Descanso Semanal Remunerado
Trabalho Noturno 
Trabalhador Menor 
Descontos
Moradia e Bens Destinados à Produção Para Sua Subsistência - Não
Integração no Salário 
Safrista
Férias do Empregado Rural
13º Salário 
Do Aviso Prévio 
Seguro-Desemprego 
Escola Primária – Obrigatoriedade 
Prescrição Trabalhista
Contribuição Previdenciária 
FGTS 
Segurança e Higiene do Trabalho 
Licença-Maternidade 
Licença-Paternidade 
Salário-Família
Contribuição Sindical
Participação nos lucros
Documentos mensais para remessa à contabilidade
Prática
Acúmulo de Funções
 
Capítulo IX
Intervalos de Descanso
DSR – Descanso Semanal Remunerado
Intervalo Interjornada
Intervalo Intrajornada para Refeição e Descanso
Intervalo Intrajornada para Mecanógrafos e Digitadores
Supressão do Intervalo
Intervalo e Turno de Revezamento
Serviços Permanentes
Prática
Intervalo Intrajornada
 
Capítulo X
Controle de Ponto
Controle de Ponto
Exibição de Documento
Presunção da Verdade
Intimação e Prazo
Motorista e Controle por Tacógrafo
Prática
Embargos de Declaração
Recurso Ordinário da Reclamada por Horas Extras e Reflexos
Razões de Recurso Ordinário
Contrarrazões ao Recurso Ordinário
 
Capítulo XI
Horário de Trabalho
Prova do Horário Trabalhado
Ônus da Prova
Horário Anotado
Autenticação de Documento pelo Advogado
Prática
Reclamação Trabalhista - Férias e 13º
Reclamação Trabalhista e Adicional Noturno
 
Capítulo XII
Aviso Prévio
Tipo de Contrato
Indenização Rescisão Antecipada
Cláusula Assecuratória
Contrato de Prazo Determinado
Aviso Prévio Trabalhado
Aviso Indenizado
Nova Lei do Aviso Prévio
Direitos do Empregado e do Empregador
Redução de jornada durante o prazo do aviso
Cálculo do aviso prévio proporcional ao tempo de serviço e períodos
incompletos de um ano
Período do aviso que supera trinta dias e reflexos nas demais verbas
trabalhistas
Anotação da data de saída na CTPS do empregado com aviso prévio for
indenizado
Cálculo do prazo prescricional
Cálculo do aviso prévio nos casos de já existir norma coletiva prevendo
aviso prévio proporcional
Aviso Prévio
Definição 
Contagem do prazo e formalização 
Modalidades
Aviso Prévio Trabalhado 
Dispensa de cumprimento do aviso prévio trabalhado 
Aviso Prévio Indenizado
Aviso prévio domiciliar 
Aplicações 
Concessão 
Prazo de duração 
Integração ao tempo de serviço
Redução da jornada de trabalho 
Redução da jornada diária - horas 
Jornada inferior a horas ou horas e minutos 
Redução de dias 
Trabalhador Rural
Ausência da Redução 
Pagamento do período de redução
Encargos sociais 
Aviso prévio durante as férias 
Aviso prévio durante a garantia de emprego 
Enunciados
Interrupção e suspensão
Auxílio-doença previdenciário 
Auxílio-Doença Acidentário 
Reconsideração 
Falta grave no curso do aviso prévio
Rescisão Indireta
Indenização adicional
Prática
Reclamatória Trabalhista
Reclamação Trabalhista
 
Capítulo XIII
Da Estabilidade
CIPA e Estabilidade
Estabilidade do Cipeiro
Período da Estabilidade
Dirigente sindical e membro da CIPA
Gestante
Licença Maternidade
Pagamento do Salário Maternidade
Notificação da licença maternidade
Aumento do período de repouso
Parto Antecipado
Aborto Não Criminoso
Transferência das Funções
Consultas Médicas
Gravidez e Rescisão do Contrato
Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário
Afastamento e Suspensão do Contrato
Salário no Período da Licença Maternidade
Amamentação
Adoção e Guarda Judicial
Desconhecimento da Gravidez
Reintegração e Indenização
Contrato de experiência
Contagem da estabilidade
Empregado Acidentado
Afastamento
Pagamento dos quinze primeiros dias
Auxílio Doença
Auxílio Doença Acidentário
Estabilidade oriunda de acidente e de doença normal
Redução da capacidade laborativa
Reintegração de Empregado Acidentado
Responsabilidade da Empresa
Diretor eleito em Sociedade Anônima
Reintegração – Vantagens da Categoria – Conversão em Indenização
Negativa de Estabilidade
Prática
Estabilidade Reintegração no Emprego
 
Capítulo XIV
Anotação do Registro
Apresentação da CTPS
Anotação do Registro
Admissão de Empregados
Documentos Necessários para Admissão
Prática
Busca e Apreensão dos Livros e Documentos
Arguição de Falsidade de Documento
 
Capítulo XV
Trabalho do Menor
O trabalho do menor é tratado pela Consolidação das Leis do Trabalho,
que estabelece:
Da Proteção do Trabalho Do Menor
Trabalho do Menor
Trabalho Noturno, Insalubre ou Perigoso
Locais Insalubres, Perigosos e Prejudiciais à Imoralidade
Implicações e Obrigações
Trabalho nas Ruas e Praças
Duração do Trabalho do Menor
Frequência às Aulas
Aprendizagem
Tipificação do Contrato de Aprendizagem
Prazo do Contrato do Aprendiz
Cursos de Aprendizagem
Extinção do Contrato de Aprendizagem
Duração do Trabalho do Aprendiz
Salário Mínimo do Aprendiz
 
Capítulo XVI
Mão-de-Obra Temporária
Trabalhador Temporário
Empresa de Trabalho Temporário
Tomadora de Serviço
Registro da Empresa
Contrato entre as Empresas
Contrato Terceirização
prazo máximo de dias
Contrato escrito com o trabalhador
Cláusulade reserva contratação
Direitos do Trabalhador
Remuneração Equivalente
Jornada de oito horas e horas extras
Férias Proporcionais
Repouso Semanal Remunerado
Adicional Noturno
Indenização por dispensa sem justa causa
Seguro acidente do trabalho
Proteção Previdenciária
Contribuição Previdenciária
Registro do Trabalhador Temporário
Acidentes do Trabalho do Trabalhador Temporário
Motivos para Justa Causa
Obrigações da Empresa
Falência – Solidariedade
Contratação de Estrangeiros
Descontos Ilegais
Competência da Justiça do Trabalho
Prática
Defesa Trabalhista na Mão de Obra Temporária
 
Capítulo VIII
Horas In Itinere
 
O Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943,
aprova a Consolidação das Leis do Trabalho, já com as
alterações trazidas pela Lei n. 13.467, de 13 de julho de
2017, denominada Reforma Trabalhista, que estabelece:
“Art. 1º - Esta Consolidação estatui as normas
que regulam as relações individuais e coletivas de
trabalho, nela previstas.
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa,
individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da
atividade econômica, admite, assalaria e dirige a
prestação pessoal de serviço.
§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os
efeitos exclusivos da relação de emprego, os
profissionais liberais, as instituições de beneficência, as
associações recreativas ou outras instituições sem fins
lucrativos, que admitirem trabalhadores como
empregados.
§ 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo,
embora, cada uma delas, personalidade jurídica
própria, estiverem sob a direção, controle ou
administração de outra, ou ainda quando, mesmo
guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo
econômico, serão responsáveis solidariamente pelas
obrigações decorrentes da relação de emprego. (Lei
13.467, de 13.07.2017) 
§ 3o Não caracteriza grupo econômico a mera
identidade de sócios, sendo necessárias, para a
configuração do grupo, a demonstração do interesse
integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação
conjunta das empresas dele integrantes. (Lei 13.467, de
13.07.2017) 
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa
física que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Parágrafo único - Não haverá distinções
relativas à espécie de emprego e à condição de
trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e
manual.
Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o
período em que o empregado esteja à disposição do
empregador, aguardando ou executando ordens, salvo
disposição especial expressamente consignada.
§ 1o Computar-se-ão, na contagem de tempo de
serviço, para efeito de indenização e estabilidade, os
períodos em que o empregado estiver afastado do
trabalho prestando serviço militar e por motivo de
acidente do trabalho. (Lei 13.467, de 13.07.2017) 
§ 2o Por não se considerar tempo à disposição
do empregador, não será computado como período
extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda
que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no §
1o do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado,
por escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso
de insegurança nas vias públicas ou más condições
climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas
dependências da empresa para exercer atividades
particulares, entre outras: (Lei 13.467, de 13.07.2017) 
I - práticas religiosas;
II - descanso; 
III - lazer; 
IV - estudo; 
V - alimentação; 
VI - atividades de relacionamento social;
VII - higiene pessoal;
VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não
houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa.
Art. 5º - A todo trabalho de igual valor
corresponderá salário igual, sem distinção de sexo.
Art. 6o Não se distingue entre o trabalho
realizado no estabelecimento do empregador, o
executado no domicílio do empregado e o realizado a
distância, desde que estejam caracterizados os
pressupostos da relação de emprego.
Parágrafo único. Os meios telemáticos e
informatizados de comando, controle e supervisão se
equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos
meios pessoais e diretos de comando, controle e
supervisão do trabalho alheio.
Art. 7º Os preceitos constantes da presente
Consolidação salvo quando fôr em cada caso,
expressamente determinado em contrário, não se
aplicam:
a) aos empregados domésticos, assim
considerados, de um modo geral, os que prestam
serviços de natureza não-econômica à pessoa ou à
família, no âmbito residencial destas;
b) aos trabalhadores rurais, assim considerados
aqueles que, exercendo funções diretamente ligadas à
agricultura e à pecuária, não sejam empregados em
atividades que, pelos métodos de execução dos
respectivos trabalhos ou pela finalidade de suas
operações, se classifiquem como industriais ou
comerciais;
c) aos funcionários públicos da União, dos
Estados e dos Municípios e aos respectivos
extranumerários em serviço nas próprias repartições;
d) aos servidores de autarquias paraestatais,
desde que sujeitos a regime próprio de proteção ao
trabalho que lhes assegure situação análoga à dos
funcionários públicos.
Parágrafo único - (Revogado pelo Decreto-lei nº
8.249, de 1945)
Art. 8º - As autoridades administrativas e a
Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou
contratuais, decidirão, conforme o caso, pela
jurisprudência, por analogia, por equidade e outros
princípios e normas gerais de direito, principalmente do
direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e
costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira
que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça
sobre o interesse público.
§ 1o O direito comum será fonte subsidiária do
direito do trabalho. 
§ 2o Súmulas e outros enunciados de
jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do
Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Trabalho não
poderão restringir direitos legalmente previstos nem
criar obrigações que não estejam previstas em lei.
§ 3o No exame de convenção coletiva ou acordo
coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará
exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais
do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da
Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e
balizará sua atuação pelo princípio da intervenção
mínima na autonomia da vontade coletiva. (Lei 13.467,
de 13.07.2017)
Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos
praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou
fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente
Consolidação.
Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura
jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos
por seus empregados.
Art. 10-A. O sócio retirante responde
subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da
sociedade relativas ao período em que figurou como
sócio, somente em ações ajuizadas até dois anos depois
de averbada a modificação do contrato, observada a
seguinte ordem de preferência: (Lei 13.467, de
13.07.2017) 
I - a empresa devedora;
II - os sócios atuais; e 
III - os sócios retirantes.
Parágrafo único. O sócio retirante responderá
solidariamente com os demais quando ficar comprovada
fraude na alteração societária decorrente da
modificação do contrato. 
Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes
das relações de trabalho prescreve em cinco anos para
os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois
anos após a extinção do contrato de trabalho. (Lei
13.467, de 13.07.2017) 
I - (revogado); 
II - (revogado).
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica às
ações que tenham por objeto anotações para fins de
prova junto à Previdência Social.
§ 2o Tratando-se de pretensão que envolva
pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração
ou descumprimento do pactuado, a prescrição é total,
exceto quando o direito à parcela esteja também
assegurado por preceito de lei. 
§ 3o A interrupção da prescrição somente
ocorrerápelo ajuizamento de reclamação trabalhista,
mesmo que em juízo incompetente, ainda que venha a ser
extinta sem resolução do mérito, produzindo efeitos
apenas em relação aos pedidos idênticos.” (NR) 
Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no
processo do trabalho no prazo de dois anos. (Lei 13.467,
de 13.07.2017)
§ 1o A fluência do prazo prescricional
intercorrente inicia-se quando o exequente deixa de
cumprir determinação judicial no curso da execução.
§ 2o A declaração da prescrição intercorrente
pode ser requerida ou declarada de ofício em qualquer
grau de jurisdição.
Art. 12 - Os preceitos concernentes ao regime de
seguro social são objeto de lei especial.”
 
Conceito de Direito do Trabalho
O conceito de direito do trabalho ao longo dos
anos tem evoluído e assim permanecerá no futuro, eis que
assim exige a dinâmica científica da matéria.
Leciona Sérgio Pinto Martins que o Direito do
Trabalho é o conjunto de princípios, regras e instituições
atinentes à relação de trabalho subordinado e situações
análogas, visando a assegurar melhores condições de
trabalho e sociais ao trabalhador, de acordo com as
medidas de proteção que lhe são destinadas. (Sérgio Pinto
Martins, Direito do Trabalho, 25ª ed. São Paulo: Atlas,
2009, p. 16).
O Direito do Trabalho tem por finalidade regular
as relações típicas de emprego, bem como as situações
dos trabalhadores avulsos, temporários, domésticos e
eventuais, protegendo os princípios e normas, tendo como
objetivo a melhora das condições sociais do trabalhador.
 
Natureza Jurídica do Direito do Trabalho
O Direito do Trabalho é um ramo do Direito
Privado, sendo que este se divide em direito individual e
coletivo.
O direito individual cuida das relações entre
empregado e empregador, enquanto que o direito coletivo
é ramo do Direito do Trabalho que estuda os princípios e
normas que regulam as relações laborais e as atividades
dos trabalhadores.
 
Autonomia do Direito do Trabalho
A autonomia do Direito do Trabalho é reconhecida
em razão de possuir princípios próprios, normas próprias
como a CLT, leis esparsas, com Doutrina e Jurisprudência.
As regras do Direito do Trabalho estão dispostas
na Consolidação das Leis do Trabalho, eis que engloba
também as regras do Direito Individual do Trabalho,
Direito Administrativo do Trabalho, Direito Processual
do Trabalho e Direito Coletivo do Trabalho.
Referidas relações sociais de trabalho restaram
normadas, pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 01 de maio de
1943, com início de vigência em 10.11.1943.
 
Preceitos do NCPC que Não se Aplicam no
Processo do Trabalho
Sem prejuízo de outros, não se aplicam ao
Processo do Trabalho, em razão de inexistência de
omissão ou por incompatibilidade, os seguintes preceitos
do Novo Código de Processo Civil:
I - art. 63 (modificação da competência territorial
e eleição de foro);
II - art. 190 e parágrafo único (negociação
processual);
III - art. 219 (contagem de prazos em dias úteis);
IV - art. 334 (audiência de conciliação ou de
mediação);
V - art. 335 (prazo para contestação);
VI - art. 362, III (adiamento da audiência em razão
de atraso injustificado superior a 30 minutos);
VII - art. 373, §§ 3º e 4º (distribuição diversa do
ônus da prova por convenção das partes);
VIII - arts. 921, §§ 4º e 5º, e 924, V (prescrição
intercorrente);
IX - art. 942 e parágrafos (prosseguimento de
julgamento não unânime de apelação);
X - art. 944 (notas taquigráficas para substituir
acórdão);
XI - art. 1010, § 3º(desnecessidade de o juízo a
quo exercer controle de admissibilidade na apelação);
XII - arts. 1043 e 1044 (embargos de divergência);
XIII - art. 1070 (prazo para interposição de
agravo).
 
O Novo CPC no Processo do Trabalho
Da mesma forma que inexiste Lei Processual
relativa ao Direito Constitucional, Direito Administrativo
ou Direito Tributário, o mesmo se dá com o Direito do
Trabalho, de maneira que se utiliza o Código de Processo
Civil para dirigir os processos.
A Lei n. 13.105/2015, denominada Novo Código
de Processo Civil, traz novas regras processuais que
afetam o Direito Processual do Trabalho.
Da exegese do Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de
maio de 1943, Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
verificamos que o legislador prevê que em casos de
omissão o direito processual comum será fonte
subsidiária do direito processual do trabalho, exceto
quando incompatível com normas e princípios
trabalhistas, entendimento acompanhado pela
jurisprudência e a doutrina trabalhista, como ser possível
a utilização do CPC, ainda que não haja omissão, quando
as normas do Processo Civil forem mais efetivas que as
da CLT.
Assim, se aplica o Código de Processo Civil,
subsidiária e supletivamente, ao Processo do Trabalho,
em caso de omissão e desde que haja compatibilidade
com as normas e princípios do Direito Processual do
Trabalho, na forma dos arts. 769 e 889 da CLT e do art.
15 da Lei nº 13.105, de 17.03.2015.
Em todo caso, deve ser observado, o princípio da
irrecorribilidade em separado das decisões
interlocutórias, de conformidade com o art. 893, § 1º da
CLT e Súmula nº 214 do TST.
Prazos dos Recursos no Processo do Trabalho
No que se refere ao prazo no Processo do
Trabalho, o prazo para interpor e contra-arrazoar todos os
recursos trabalhistas, inclusive agravo interno e agravo
regimental, é de oito dias (art. 6º da Lei nº 5.584/70 e art.
893 da CLT), exceto embargos de declaração (CLT, art.
897-A).
 
Aplicação do NCPC no Processo do Trabalho
Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo
do Trabalho, em face de omissão e compatibilidade, os
preceitos do Código de Processo Civil que regulam os
seguintes temas:
I - art. 76, §§ 1º e 2º (saneamento de incapacidade
processual ou de irregularidade de representação);
II - art. 138 e parágrafos (amicus curiae);
III - art. 139, exceto a parte final do inciso V
(poderes, deveres e responsabilidades do juiz);
IV - art. 292, V (valor pretendido na ação
indenizatória, inclusive a fundada em dano moral);
V - art. 292, § 3º (correção de ofício do valor da
causa);
VI - arts. 294 a 311 (tutela provisória);
VII - art. 373, §§ 1º e 2º (distribuição dinâmica do
ônus da prova);
VIII - art. 485, § 7º (juízo de retratação no recurso
ordinário);
IX - art. 489 (fundamentação da sentença);
X - art. 496 e parágrafos (remessa necessária);
XI - arts. 497 a 501 (tutela específica);
XII - arts. 536 a 538 (cumprimento de sentença
que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer, de
não fazer ou de entregar coisa);
XIII - arts. 789 a 796 (responsabilidade
patrimonial);
XIV - art. 805 e parágrafo único (obrigação de o
executado indicar outros meios mais eficazes e menos
onerosos para promover a execução);
XV - art. 833, incisos e parágrafos (bens
impenhoráveis);
XVI - art. 835, incisos e §§ 1º e 2º (ordem
preferencial de penhora);
XVII - art. 836, §§ 1º e 2º (procedimento quando
não encontrados bens penhoráveis);
XVIII - art. 841, §§ 1º e 2º (intimação da penhora);
XIX - art. 854 e parágrafos (BacenJUD);
XX - art. 895 (pagamento parcelado do lanço);
XXI - art. 916 e parágrafos (parcelamento do
crédito exequendo);
XXII - art. 918 e parágrafo único (rejeição liminar
dos embargos à execução);
XXIII - arts. 926 a 928 (jurisprudência dos
tribunais);
XXIV - art. 940 (vista regimental);
XXV - art. 947 e parágrafos (incidente de
assunção de competência);
XXVI - arts. 966 a 975 (ação rescisória); XXVII -
arts. 988 a 993 (reclamação);
XXVIII - arts. 1013 a 1014 (efeito devolutivo do
recurso ordinário - força maior);
XXIX - art. 1021 (salvo quanto ao prazo do
agravo interno).
 
Decisão Surpresa
Ao Processo do Trabalho se aplicam as normas do
NCPC que regulam o princípio do contraditório, em
especial os artigos 9º e 10, no que vedam a decisão
surpresa:
“Art. 9º Não se proferirádecisão contra uma das
partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se
aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas
no Art. 311, incisos II e III;
III - à decisão prevista no Art. 701.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum
de jurisdição, com base em fundamento a respeito do
qual não se tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual
deva decidir de ofício.”
Entende-se por “decisão surpresa” a que, no
julgamento final do mérito da causa, em qualquer grau de
jurisdição, aplicar fundamento jurídico ou embasar-se em
fato não submetido à audiência prévia de uma ou de
ambas as partes.
Não se considera “decisão surpresa” a que, à luz
do ordenamento jurídico nacional e dos princípios que
informam o Direito Processual do Trabalho, as partes
tinham obrigação de prever, concernente às condições da
ação, aos pressupostos de admissibilidade de recurso e
aos pressupostos processuais, salvo disposição legal
expressa em contrário.
 
Julgamento Antecipado Parcial do Mérito
Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do
art. 356, §§ 1º a 4º, do CPC que regem o julgamento
antecipado parcial do mérito, cabendo recurso ordinário
de imediato da sentença:
“Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito
quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela
deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II - estiver em condições de imediato julgamento,
nos termos do Art. 355.
§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito
poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou
ilíquida.
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde
logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar
parcialmente o mérito, independentemente de caução,
ainda que haja recurso contra essa interposto.
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em
julgado da decisão, a execução será definitiva.
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão
que julgar parcialmente o mérito poderão ser
processados em autos suplementares, a requerimento da
parte ou a critério do juiz.
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é
impugnável por agravo de instrumento.”
 
Desconsideração da Personalidade Jurídica
A Lei n. 13.467, de 13 de julho de 2017, alterou a
Consolidação das Leis do Trabalho, no que se refere ao
Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica,
dispondo que:
“Do Incidente de Desconsideração da
Personalidade Jurídica
Art. 855-A. Aplica-se ao processo do trabalho o
incidente de desconsideração da personalidade jurídica
previsto nos arts. 133 a 137 da Lei no 13.105, de 16 de
março de 2015 - Código de Processo Civil. (Lei 13.467,
de 13.07.2017)
§ 1o Da decisão interlocutória que acolher ou
rejeitar o incidente:
I - na fase de cognição, não cabe recurso de
imediato, na forma do § 1o do art. 893 desta
Consolidação;
II - na fase de execução, cabe agravo de petição,
independentemente de garantia do juízo;
III - cabe agravo interno se proferida pelo
relator em incidente instaurado originariamente no
tribunal.
§ 2o A instauração do incidente suspenderá o
processo, sem prejuízo de concessão da tutela de
urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 da
Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
Processo Civil).
Se aplica ao Processo do Trabalho o incidente de
desconsideração da personalidade jurídica regulado no
Código de Processo Civil (arts. 133 a 137), assegurada a
iniciativa também do juiz do trabalho na fase de execução
(CLT, art. 878):
“Art. 133. O incidente de desconsideração da
personalidade jurídica será instaurado a pedido da
parte ou do Ministério Público, quando lhe couber
intervir no processo. § 1º O pedido de desconsideração
da personalidade jurídica observará os pressupostos
previstos em lei. § 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo
à hipótese de desconsideração inversa da personalidade
jurídica.
Art. 134. O incidente de desconsideração é
cabível em todas as fases do processo de conhecimento,
no cumprimento de sentença e na execução fundada em
título executivo extrajudicial. § 1º A instauração do
incidente será imediatamente comunicada ao
distribuidor para as anotações devidas. § 2º Dispensa-se
a instauração do incidente se a desconsideração da
personalidade jurídica for requerida na petição inicial,
hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa
jurídica. § 3º A instauração do incidente suspenderá o
processo, salvo na hipótese do § 2º. § 4º O requerimento
deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos
legais específicos para desconsideração da
personalidade jurídica.
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a
pessoa jurídica será citado para manifestar-se e
requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o
incidente será resolvido por decisão interlocutória.
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator,
cabe agravo interno.
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração,
a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de
execução, será ineficaz em relação ao requerente.”
Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o
incidente:
- na fase de cognição, não cabe recurso de
imediato, na forma do art. 893, § 1º da CLT;
- na fase de execução, cabe agravo de petição,
independentemente de garantia do juízo;
- cabe agravo interno se proferida pelo Relator,
em incidente instaurado originariamente no tribunal (CPC,
art. 932, inciso VI).
A instauração do incidente suspenderá o processo,
sem prejuízo de concessão da tutela de urgência de
natureza cautelar de que trata o art. 301 do NCPC, onde a
tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada
mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro
de protesto contra alienação de bem e qualquer outra
medida idônea para asseguração do direito.
O artigo 878 da CLT, restou alterado pela Lei da
Reforma Judiciária. tendo agora a seguinte redação:
“Art. 878. A execução será promovida pelas
partes, permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo
Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as
partes não estiverem representadas por advogado. (Lei
13.467, de 13.07.2017).
 
Improcedência Liminar do Pedido
O artigo 332, do Novo Código de Processo Civil
estabelece que:
“Art. 332. Nas causas que dispensem a fase
instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu,
julgará liminarmente improcedente o pedido que
contrariar: I - enunciado de súmula do Supremo
Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; II
- acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou
pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de
recursos repetitivos; III - entendimento firmado em
incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência; IV - enunciado de súmula de
tribunal de justiça sobre direito local. § 1º O juiz
também poderá julgar liminarmente improcedente o
pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de
decadência ou de prescrição. § 2º Não interposta a
apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da
sentença, nos termos do Art. 241. § 3º Interposta a
apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. §
4º Se houver retratação, o juiz determinará o
prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se
não houver retratação, determinará a citação do réu
para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze)
dias.”
Na nova ordem processual, aplicam-se ao
Processo do Trabalho as normas do art. 332 do NCPC,
com as necessárias adaptações à legislação processual
trabalhista, cumprindo ao juiz do trabalho julgar
liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
- enunciado de súmula do Supremo Tribunal
Federal ou do Tribunal Superior do Trabalho (CPC, art.
927, inciso V);
- acórdão proferido pelo Supremo Tribunal
Federal ou pelo TribunalSuperior do Trabalho em
julgamento de recursos repetitivos (CLT, art. 896-B; CPC,
art. 1046, § 4º);
- entendimento firmado em incidente de resolução
de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
- enunciado de súmula de Tribunal Regional do
Trabalho sobre direito local, convenção coletiva de
trabalho, acordo coletivo de trabalho, sentença normativa
ou regulamento empresarial de observância obrigatória
em área territorial que não exceda à jurisdição do
respectivo Tribunal (CLT, art. 896, “b”, a contrario
sensu).
Poderá o juiz também poderá julgar liminarmente
improcedente o pedido se verificar, desde logo, a
ocorrência de decadência.
 
Incidente de Demandas Repetitivas
Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas
dos arts. 976 a 986 do NCPC que regem o incidente de
resolução de demandas repetitivas (IRDR):
“Art. 976. É cabível a instauração do incidente
de resolução de demandas repetitivas quando houver,
simultaneamente: I - efetiva repetição de processos que
contenham controvérsia sobre a mesma questão
unicamente de direito; II - risco de ofensa à isonomia e
à segurança jurídica. § 1º A desistência ou o abandono
do processo não impede o exame de mérito do incidente.
§ 2º Se não for o requerente, o Ministério Público
intervirá obrigatoriamente no incidente e deverá
assumir sua titularidade em caso de desistência ou de
abandono. § 3º A inadmissão do incidente de resolução
de demandas repetitivas por ausência de qualquer de
seus pressupostos de admissibilidade não impede que,
uma vez satisfeito o requisito, seja o incidente
novamente suscitado. § 4º É incabível o incidente de
resolução de demandas repetitivas quando um dos
tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva
competência, já tiver afetado recurso para definição de
tese sobre questão de direito material ou processual
repetitiva. § 5º Não serão exigidas custas processuais no
incidente de resolução de demandas repetitivas.
Art. 977. O pedido de instauração do incidente
será dirigido ao presidente de tribunal: I - pelo juiz ou
relator, por ofício; II - pelas partes, por petição; III -
pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por
petição. Parágrafo único. O ofício ou a petição será
instruído com os documentos necessários à
demonstração do preenchimento dos pressupostos para a
instauração do incidente.
Art. 978. O julgamento do incidente caberá ao
órgão indicado pelo regimento interno dentre aqueles
responsáveis pela uniformização de jurisprudência do
tribunal. Parágrafo único. O órgão colegiado incumbido
de julgar o incidente e de fixar a tese jurídica julgará
igualmente o recurso, a remessa necessária ou o
processo de competência originária de onde se originou
o incidente.
Art. 979. A instauração e o julgamento do
incidente serão sucedidos da mais ampla e específica
divulgação e publicidade, por meio de registro
eletrônico no Conselho Nacional de Justiça. § 1º Os
tribunais manterão banco eletrônico de dados
atualizados com informações específicas sobre questões
de direito submetidas ao incidente, comunicando-o
imediatamente ao Conselho Nacional de Justiça para
inclusão no cadastro. § 2º Para possibilitar a
identificação dos processos abrangidos pela decisão do
incidente, o registro eletrônico das teses jurídicas
constantes do cadastro conterá, no mínimo, os
fundamentos determinantes da decisão e os dispositivos
normativos a ela relacionados. § 3º Aplica-se o disposto
neste artigo ao julgamento de recursos repetitivos e da
repercussão geral em recurso extraordinário.
Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1
(um) ano e terá preferência sobre os demais feitos,
ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de
habeas corpus. Parágrafo único. Superado o prazo
previsto no caput, cessa a suspensão dos processos
prevista no Art. 982, salvo decisão fundamentada do
relator em sentido contrário.
Art. 981. Após a distribuição, o órgão colegiado
competente para julgar o incidente procederá ao seu
juízo de admissibilidade, considerando a presença dos
pressupostos do Art. 976.
Art. 982. Admitido o incidente, o relator: I -
suspenderá os processos pendentes, individuais ou
coletivos, que tramitam no Estado ou na região,
conforme o caso; II - poderá requisitar informações a
órgãos em cujo juízo tramita processo no qual se discute
o objeto do incidente, que as prestarão no prazo de 15
(quinze) dias; III - intimará o Ministério Público para,
querendo, manifestar-se no prazo de 15 (quinze) dias. §
1º A suspensão será comunicada aos órgãos
jurisdicionais competentes. § 2º Durante a suspensão, o
pedido de tutela de urgência deverá ser dirigido ao juízo
onde tramita o processo suspenso. § 3º Visando à
garantia da segurança jurídica, qualquer legitimado
mencionado no Art. 977, incisos II e III, poderá requerer,
ao tribunal competente para conhecer do recurso
extraordinário ou especial, a suspensão de todos os
processos individuais ou coletivos em curso no território
nacional que versem sobre a questão objeto do incidente
já instaurado. § 4º Independentemente dos limites da
competência territorial, a parte no processo em curso no
qual se discuta a mesma questão objeto do incidente é
legitimada para requerer a providência prevista no §
3º deste artigo. § 5º Cessa a suspensão a que se refere o
inciso I do caput deste artigo se não for interposto
recurso especial ou recurso extraordinário contra a
decisão proferida no incidente.
Art. 983. O relator ouvirá as partes e os demais
interessados, inclusive pessoas, órgãos e entidades com
interesse na controvérsia, que, no prazo comum de 15
(quinze) dias, poderão requerer a juntada de
documentos, bem como as diligências necessárias para a
elucidação da questão de direito controvertida, e, em
seguida, manifestar-se-á o Ministério Público, no
mesmo prazo. § 1º Para instruir o incidente, o relator
poderá designar data para, em audiência pública, ouvir
depoimentos de pessoas com experiência e conhecimento
na matéria. § 2º Concluídas as diligências, o relator
solicitará dia para o julgamento do incidente.
Art. 984. No julgamento do incidente, observar-
se-á a seguinte ordem: I - o relator fará a exposição do
objeto do incidente; II - poderão sustentar suas razões,
sucessivamente: a) o autor e o réu do processo
originário e o Ministério Público, pelo prazo de 30
(trinta) minutos; b) os demais interessados, no prazo de
30 (trinta) minutos, divididos entre todos, sendo exigida
inscrição com 2 (dois) dias de antecedência. §
1º Considerando o número de inscritos, o prazo poderá
ser ampliado. § 2º O conteúdo do acórdão abrangerá a
análise de todos os fundamentos suscitados
concernentes à tese jurídica discutida, sejam favoráveis
ou contrários.
Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica
será aplicada: I - a todos os processos individuais ou
coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e
que tramitem na área de jurisdição do respectivo
tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados
especiais do respectivo Estado ou região; II - aos casos
futuros que versem idêntica questão de direito e que
venham a tramitar no território de competência do
tribunal, salvo revisão na forma do Art. 986. § 1º Não
observada a tese adotada no incidente, caberá
reclamação. § 2º Se o incidente tiver por objeto questão
relativa a prestação de serviço concedido, permitido ou
autorizado, o resultado do julgamento será comunicado
ao órgão, ao ente ou à agência reguladora competente
para fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos
entes sujeitos a regulação, da tese adotada.
Art. 986. A revisão da tese jurídica firmada no
incidente far-se-á pelo mesmo tribunal, de ofício ou
mediante requerimento dos legitimados mencionados no
Art. 977, inciso III.”
Admitido o incidente, o relator suspenderá o
julgamento dos processos pendentes, individuais ou
coletivos, que tramitam na Região, no tocanteao tema
objeto de IRDR, sem prejuízo da instrução integral das
causas e do julgamento dos eventuais pedidos distintos e
cumulativos igualmente deduzidos em tais processos,
inclusive, se for o caso, do julgamento antecipado parcial
do mérito.
Do julgamento do mérito do incidente caberá
recurso de revista para o Tribunal Superior do Trabalho,
dotado de efeito meramente devolutivo, nos termos dos
arts. 896 e 899 da CLT. § 3º Apreciado o mérito do
recurso, a tese jurídica adotada pelo Tribunal Superior do
Trabalho será aplicada no território nacional a todos os
processos, individuais ou coletivos, que versem sobre
idêntica questão de direito.
 
Embargos de Declaração
O cabimento dos embargos de declaração no
Processo do Trabalho, para impugnar qualquer decisão
judicial, rege-se pelo art. 897-A da CLT e,
supletivamente, pelo Código de Processo Civil (arts.
1022 a 1025; §§ 2º, 3º e 4º do art. 1026), excetuada a
garantia de prazo em dobro para litisconsortes (§ 1º do
art. 1023).
A omissão para fins do prequestionamento ficto a
que alude o art. 1025 do CPC dá-se no caso de o Tribunal
Regional do Trabalho, mesmo instado mediante embargos
de declaração, recusar-se a emitir tese sobre questão
jurídica pertinente, na forma da Súmula nº 297, item III,
do Tribunal Superior do Trabalho.
 
Ordem dos Processos no Tribunal
Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do
parágrafo único do art. 932 do NCPC, §§ 1º a 4º do art.
938 e §§ 2º e 7º do art. 1007:
“Art. 932. Incumbe ao relator: I - dirigir e
ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à
produção de prova, bem como, quando for o caso,
homologar autocomposição das partes; II - apreciar o
pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos
de competência originária do tribunal; III - não
conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que
não tenha impugnado especificamente os fundamentos
da decisão recorrida; IV - negar provimento a recurso
que for contrário a: a) súmula do Supremo Tribunal
Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio
tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento
firmado em incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de assunção de competência; V - depois
de facultada a apresentação de contrarrazões, dar
provimento ao recurso se a decisão recorrida for
contrária a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do
Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b)
acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou
pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de
recursos repetitivos; c) entendimento firmado em
incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência; VI - decidir o incidente de
desconsideração da personalidade jurídica, quando este
for instaurado originariamente perante o tribunal; VII -
determinar a intimação do Ministério Público, quando
for o caso; VIII - exercer outras atribuições
estabelecidas no regimento interno do tribunal.
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o
recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao
recorrente para que seja sanado vício ou
complementada a documentação exigível.
...
Art. 938. A questão preliminar suscitada no
julgamento será decidida antes do mérito, deste não se
conhecendo caso seja incompatível com a decisão. §
1º Constatada a ocorrência de vício sanável, inclusive
aquele que possa ser conhecido de ofício, o relator
determinará a realização ou a renovação do ato
processual, no próprio tribunal ou em primeiro grau de
jurisdição, intimadas as partes. § 2º Cumprida a
diligência de que trata o § 1º, o relator, sempre que
possível, prosseguirá no julgamento do recurso. §
3º Reconhecida a necessidade de produção de prova, o
relator converterá o julgamento em diligência, que se
realizará no tribunal ou em primeiro grau de jurisdição,
decidindo-se o recurso após a conclusão da instrução. §
4º Quando não determinadas pelo relator, as
providências indicadas nos §§ 1º e 3º poderão ser
determinadas pelo órgão competente para julgamento do
recurso.
...
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o
recorrente comprovará, quando exigido pela legislação
pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de
remessa e de retorno, sob pena de deserção. § 1º São
dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de
retorno, os recursos interpostos pelo Ministério Público,
pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos
Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam
de isenção legal. § 2º A insuficiência no valor do
preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,
implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa
de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5
(cinco) dias. § 3º É dispensado o recolhimento do porte
de remessa e de retorno no processo em autos
eletrônicos. § 4º O recorrente que não comprovar, no ato
de interposição do recurso, o recolhimento do preparo,
inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado,
na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento
em dobro, sob pena de deserção. § 5º É vedada a
complementação se houver insuficiência parcial do
preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, no
recolhimento realizado na forma do § 4º. § 6º Provando
o recorrente justo impedimento, o relator relevará a
pena de deserção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe
prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo. § 7º O
equívoco no preenchimento da guia de custas não
implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo ao
relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento,
intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5
(cinco) dias.”
A insuficiência no valor do preparo do recurso, no
Processo do Trabalho, para os efeitos do § 2º do art. 1007
do CPC, concerne unicamente às custas processuais, não
ao depósito recursal.
 
Inquirição Direta das Testemunhas
Não se aplica ao Processo do Trabalho a norma
do art. 459 do NCPC no que permite a inquirição direta
das testemunhas pela parte (CLT, art. 820).
 
Admissão do Recurso de Revista
Aplica-se ao Processo do Trabalho o parágrafo
único do art. 1034 do NCPC.
Admitido o recurso de revista por um fundamento,
devolve-se ao Tribunal Superior do Trabalho o
conhecimento dos demais fundamentos para a solução
apenas do capítulo impugnado.
 
Cheque e Nota Promissória
Por aplicação supletiva do art. 784, I (art. 15 do
CPC), o cheque e a nota promissória emitidos em
reconhecimento de dívida inequivocamente de natureza
trabalhista também são títulos extrajudiciais para efeito de
execução perante a Justiça do Trabalho, na forma do art.
876 e segs. da CLT.
 
Conciliação e Mediação na Justiça do Trabalho
No que se refere a Conciliação na Justiça do
Trabalho, o Conselho Superior da Justiça do Trabalho
(CSJT), editaram a Resolução 174/2016 do CSJT, que
regulamenta as políticas de conciliação na Justiça do
Trabalho. O documento institui um plano nacional de
estímulo à mediação e à conciliação na solução de
conflitos trabalhistas. A norma cria a política judiciária
de tratamento adequado de conflitos da Justiça do
Trabalho e tem como foco principal regulamentar e
contribuir com o avanço de métodos autocompositivos
para a solução de conflitos. Prevê ainda a criação de
Centros de Conciliação na Justiça do Trabalho e limita a
atuação dos conciliadores e mediadores aos quadros da
Justiça do Trabalho, ou seja, a servidores ativos e
inativos e magistrados aposentados.
A resolução diferencia também os conceitos de
conciliação e mediação, deixando claro que a primeira é
um procedimento de busca de consenso com apresentação
de propostas por parte de terceiro e que contribui com o
resultado autocompositivo. Já a segunda é quando não se
faz apresentação de propostas, se limitando a estimular o
diálogo. A conciliação em dissídioscoletivos também foi
regulamentada pelo texto aprovado.
Vejamos o teor da Resolução:
“RESOLUÇÃO CSJT N.º 174, DE 30 DE
SETEMBRO DE 2016
Dispõe sobre a política judiciária nacional de
tratamento adequado das disputas de interesses no
âmbito do Poder Judiciário Trabalhista e dá outras
providências.
O CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO
TRABALHO – CSJT, em sessão ordinária hoje
realizada, sob a presidência do Exmo. Ministro
Conselheiro Presidente Ives Gandra da Silva Martins
Filho, presentes os Exmos. Ministros Conselheiros
Emmanoel Pereira, Renato de Lacerda Paiva, Guilherme
Augusto Caputo Bastos, Márcio Eurico Vitral Amaro e
Walmir Oliveira da Costa; os Exmos. Desembargadores
Conselheiros Edson Bueno de Souza, Francisco José
Pinheiro Cruz, Maria das Graças Cabral Viegas Paranhos,
Gracio Ricardo Barboza Petrone e Fabio Túlio Correia
Ribeiro; a Exma Subprocuradora-Geral do Trabalho, Dra.
Maria Guiomar Sanches de Mendonça, e o Exmo Vice-
Presidente da Associação Nacional dos Magistrados da
Justiça do Trabalho – ANAMATRA, Juiz Guilherme
Guimarães Feliciano,
CONSIDERANDO que compete ao Conselho
Superior da Justiça do Trabalho, dentre outras atribuições,
promover a integração e o desenvolvimento dos Tribunais
Regionais do Trabalho e das Varas do Trabalho, assim
como das demais unidades a tais Órgãos ligados;
CONSIDERANDO que, a partir da edição da
Resolução CNJ no 125/10, que trata da Política Nacional
de tratamento dos conflitos de interesses no âmbito do
Poder Judiciário, foram criados, instalados e estão em
funcionamento nos TRTs, Núcleos e/ou Centros de
Conciliação;
CONSIDERANDO que os Núcleos e/ou Centros
de Conciliação vêm desenvolvendo a cultura conciliatória
dentre os membros dos próprios Tribunais, assim como
em face dos jurisdicionados, contando o seu
funcionamento com o apoio e incentivo da generalidade
dos operadores do Direito, além de estatisticamente
revelarem-se efetivos instrumentos de auxílio e
desafogamento dos Órgãos judiciários;
CONSIDERANDO que a eficiência operacional,
o acesso ao sistema de Justiça e a responsabilidade social
são objetivos estratégicos do Poder Judiciário, nos termos
da Resolução CNJ no 70/09;
CONSIDERANDO que o direito de acesso à
Justiça (art. 5º, XXXV, CF), além da vertente formal
perante os Órgãos judiciários, implica acesso à ordem
jurídica justa;
CONSIDERANDO que cabe ao Poder Judiciário
estabelecer política pública de tratamento adequado das
questões jurídicas e dos conflitos de interesses,
organizando, em âmbito nacional, além dos serviços
prestados nos processos judiciais, também outros
mecanismos de solução de conflitos, em especial os
consensuais, como a mediação e a conciliação;
CONSIDERANDO que a conciliação e a
mediação são instrumentos efetivos de pacificação social,
solução e prevenção de litígios e que a sua apropriada
disciplina em programas já implementados no país tem
reduzido a excessiva judicialização dos conflitos de
interesses, bem como a quantidade de recursos e também
de execução de sentenças;
CONSIDERANDO ser imprescindível estimular,
apoiar e difundir a sistematização e o aprimoramento das
práticas já adotadas pelos Tribunais;
CONSIDERANDO a relevância e a necessidade
de organizar e uniformizar os serviços de conciliação,
mediação e outros métodos consensuais de solução de
disputas no âmbito da Justiça do Trabalho, para lhes
evitar disparidades de orientação e práticas, bem como
para assegurar a boa execução da política pública,
respeitada a especificidade deste segmento da Justiça;
CONSIDERANDO que o Conselho Superior da
Justiça do Trabalho editou o Ato Conjunto TST.CSJT.GP
Nº 9/2016, o qual instituiu a Comissão Nacional de
Promoção à Conciliação, enquanto manifestação da
valorização da conciliação como política pública
judiciária;
CONSIDERANDO a valorização das soluções
conciliatórias como forma de entrega da prestação
jurisdicional, prevista no art. 764 da CLT;
CONSIDERANDO a competência originária do
Conselho Superior da Justiça do Trabalho para tratar de
temas específicos da Justiça do Trabalho, conforme
precedentes do CNJ nos PCAs 0004795-
59.2012.2.00.0000; 0007356-27.2012.2.00.0000; e
0006972-64.2010.2.00.0000; e
CONSIDERANDO a necessidade de se
uniformizar e consolidar a política pública permanente de
incentivo e aperfeiçoamento dos mecanismos consensuais
de solução de litígios no âmbito da Justiça do Trabalho,
respeitando-se as especificidades de cada Tribunal
Regional do Trabalho.
RESOLVE:
CAPÍTULO I
DA POLÍTICA DE TRATAMENTO
ADEQUADO DAS DISPUTAS DE INTERESSES NO
ÂMBITO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Art. 1º. Para os fins desta resolução, considera-
se:
I – “Conciliação” é o meio alternativo de
resolução de disputas em que as partes confiam a uma
terceira pessoa – magistrado ou servidor público por este
sempre supervisionado –, a função de aproximá-las,
empoderá-las e orientá-las na construção de um acordo
quando a lide já está instaurada, com a criação ou
proposta de opções para composição do litígio;
II – “Mediação” é o meio alternativo de resolução
de disputas em que as partes confiam a uma terceira
pessoa – magistrado ou servidor público por este sempre
supervisionado –, a função de aproximá-las, empoderá-las
e orientá-las na construção de um acordo quando a lide já
está instaurada, sem a criação ou proposta de opções para
composição do litígio;
III – “Questão jurídica” é a parte da lide que
envolve direitos e recursos que podem ser deferidos ou
negados em Juízo;
IV – “Conflito” é a parte da lide que não envolve
direitos e recursos que podem ser deferidos ou negados
em Juízo; e
V – “Disputa” é a soma da questão jurídica e do
conflito, assim considerada a partir da judicialização da
lide.
Art. 2º. Fica instituída a Política Judiciária
Nacional de tratamento das disputas de interesses
trabalhistas para assegurar a todos o direito à solução das
disputas por meios adequados à sua natureza,
peculiaridade e características socioculturais de cada
Região.
Parágrafo único. Para o adequado cumprimento
do presente artigo, bem como para a implementação da
Política Pública de Tratamento Adequado das Disputas de
Interesses no âmbito da Justiça do Trabalho, deverão os
Tribunais Regionais do Trabalho instituir um Núcleo
Permanente de Métodos Consensuais de Solução de
Disputas – NUPEMEC-JT, assim como instituir Centro(s)
Judiciário(s) de Métodos Consensuais de Solução de
Disputas – CEJUSC-JT.
Art. 3º. Na implementação da Política Judiciária
Nacional de tratamento das disputas de interesses
trabalhistas, com vistas à boa qualidade destes serviços e
à disseminação da cultura de pacificação social, serão
observados:
I – a centralização das estruturas judiciárias de
solução consensual de disputas;
II – a adequada formação e treinamento de
servidores e magistrados para exercer a conciliação e
mediação, podendo – para este fim – ser firmadas
parcerias com entidades públicas e privadas; e
III – o acompanhamento estatístico específico, a
ser realizado pelos Tribunais Regionais do Trabalho.
CAPÍTULO II
DO INCENTIVO À PACIFICAÇÃO SOCIAL
Art. 4º. O CSJT organizará programa com o
objetivo de promover ações de incentivo à
autocomposição de litígios e à pacificação social por
meio da conciliação e da mediação.
Parágrafo único. O programa será implementado
com a participação de rede constituída por todos os
Órgãos do Judiciário Trabalhista, autorizando-se a
participação, em parceria, de entidades públicas e
privadas, inclusive universidades e instituições de ensino.
CAPÍTULO III
DA ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DOS
NÚCLEOS PERMANENTES E CENTROS
JUDICIÁRIOS DE MÉTODOS CONSENSUAIS DE
SOLUÇÃO DE DISPUTAS
Seção I
NÚCLEO PERMANENTE DE MÉTODOS
CONSENSUAIS DE SOLUÇÃO DE DISPUTAS
Art. 5º. Cada Tribunal Regional do Trabalho
criará, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados da
datade publicação desta Resolução, um Núcleo
Permanente de Métodos Consensuais de Solução de
Disputas – NUPEMEC-JT, composto por magistrados e
servidores ativos designados, com as seguintes
atribuições:
I - desenvolver a Política Judiciária de tratamento
adequado das disputas de interesses no âmbito da Justiça
do Trabalho, estabelecida nesta Resolução;
II - planejar, implementar, manter e aperfeiçoar as
ações voltadas ao cumprimento da política e suas metas,
vedando-se a imposição de metas relacionadas à
quantidade de acordos aos magistrados e servidores
conciliadores e mediadores;
III - atuar na interlocução com outros Tribunais
Regionais do Trabalho;
IV - promover, incentivar e fomentar a pesquisa,
estudos e aprimoramento dos métodos de mediação e
conciliação, individuais e coletivos, bem como as
práticas de gestão de conflitos;
V – instalar, havendo autorização do respectivo
TRT, Centro(s) Judiciário(s) de Métodos Consensuais de
Solução de Disputas – CEJUSC-JT que realizará as
sessões de conciliação e mediação dos Órgãos por este(s)
abrangidos;
VI – incentivar e promover a capacitação,
treinamento e atualização permanente de magistrados e
servidores nos métodos consensuais de solução de
conflitos, com foco no empoderamento das partes para a
autocomposição da disputa;
VII - propor ao Tribunal Regional do Trabalho a
realização de convênios e parcerias com entes públicos e
privados para atender os fins desta Resolução;
VIII – instituir, em conjunto com a Escola Judicial
Regional, cursos de formação inicial, formação
continuada e de formação de formadores, todos
específicos nas técnicas de conciliação e mediação
perante a Justiça do Trabalho;
IX – incentivar o uso e fomentar o Comitê Gestor
Regional do PJe dos requisitos necessários e regras de
negócio para instituição de sistema que realize a
conciliação e mediação por meios eletrônicos; e
X – informar semestralmente ao CSJT acerca dos
dados estatísticos de que trata o art. 3º, inciso III.
§ 1º. A criação do Núcleo e sua composição
deverá ser informada ao CSJT.
§ 2º. Os Núcleos serão coordenados,
privativamente, por um ou mais Magistrados do Trabalho
da ativa, indicados fundamentadamente em critérios
objetivos pelo Presidente do respectivo Tribunal,
podendo haver acumulação com a coordenação do
CEJUSC-JT, ficando a cargo da Presidência do Tribunal
Regional do Trabalho a análise da conveniência e
oportunidade de designação exclusiva de magistrados
para tais atividades.
§ 3º. Os Núcleos poderão estimular programas
voltados à pacificação social no âmbito das relações de
trabalho, bem como das relações entre categorias
profissionais e econômicas, como forma de prevenir
conflitos e contribuir com a paz social, preferencialmente
com o envolvimento de sindicatos, federações,
confederações e centrais sindicais.
Seção II
Centros Judiciários de Métodos Consensuais de
Solução de Disputas
Art. 6º. Os Tribunais Regionais do Trabalho
criarão Centro(s) Judiciário(s) de Métodos Consensuais
de Solução de Disputas – CEJUSC-JT, unidade(s) do
Poder Judiciário do Trabalho vinculado(s) ao
NUPEMEC-JT, responsáveis pela realização das sessões
e audiências de conciliação e mediação de processos em
qualquer fase ou instância, inclusive naqueles pendentes
de julgamento perante o Tribunal Superior do Trabalho.
§ 1º. As sessões de conciliação e mediação
realizadas nos CEJUSC-JT contarão com presença física
de magistrado, o qual poderá atuar como conciliador e
mediador e supervisionará a atividade dos conciliadores
e mediadores, estando sempre disponível às partes e
advogados, sendo indispensável a presença do advogado
do reclamante.
§ 2º. Os CEJUSC-JT serão coordenados por um
magistrado da ativa, e os magistrados supervisores
deverão realizar as pautas iniciais das unidades
jurisdicionais a estes vinculadas, inclusive precatórios e
requisições de pequeno valor, podendo realizar pautas
temáticas, objetivando a otimização dos trabalhos.
§ 3º. O magistrado coordenador do CEJUSC-JT
poderá solicitar à Corregedoria do TRT a remessa de
feitos de outras unidades jurisdicionais, bem como
precatórios e requisições de pequeno valor, com o intuito
de organizar pautas concentradas ou mutirões, inclusive
em bloco de ações com mais de um reclamante em
desfavor de um mesmo empregador ou grupo de
empregadores, sindicatos ou associações, cabendo ao
Corregedor Regional avaliar a conveniência e
oportunidade da medida.
§ 4º. Os acordos realizados no CEJUSC-JT
constarão do relatório de produtividade do magistrado
que os homologar e também das Turmas, se antes do
julgamento do recurso.
§ 5º. Fica vedada à unidade jurisdicional que se
nega a homologar acordo a remessa dos autos à CEJUSC-
JT, salvo na hipótese do § 3º deste artigo.
§ 6º. Os magistrados togados e servidores inativos
poderão atuar como conciliadores e/ou mediadores, desde
que declarem, sob responsabilidade pessoal, que não
militam como advogados na jurisdição dos Órgãos
judiciários abrangidos pelo CEJUSC-JT.
§ 7º. Os Tribunais Regionais do Trabalho
manterão, no CSJT, cadastro de todos os servidores
capacitados e formados em cursos específicos de
conciliação e mediação, para eventuais convocações em
eventos nacionais e mutirões.
§ 8º. Fica vedada a realização de conciliação ou
mediação judicial, no âmbito da Justiça do Trabalho, por
pessoas que não pertençam aos quadros da ativa ou
inativos do respectivo Tribunal Regional do Trabalho.
Art. 7º. Os CEJUSC-JT contarão com um
magistrado coordenador e, sendo necessário, juiz(es)
supervisor(es), todos entre Juízes com atuação nas
respectivas sedes, indicados fundamentadamente em
critérios objetivos pelo Presidente do respectivo
Tribunal, aos quais caberá a administração, supervisão
dos serviços dos conciliadores e mediadores e a
homologação dos acordos.
§ 1º. Caberá ao TRT, na forma de seu regimento
interno, definir quanto a conveniência e oportunidade de
que o magistrado coordenador fique designado
exclusivamente para a administração do CEJUSC-JT.
§ 2. Caberá ao TRT definir as condições para
recrutamento e atuação de conciliadores e mediadores,
observando-se o disposto no art. 6º, §§ 7º e 8º desta
Resolução, todos capacitados em métodos consensuais de
solução de conflitos e, pelo menos um deles, capacitado
também para a triagem e encaminhamento adequado das
disputas.
§ 3º. O treinamento referido no parágrafo anterior
tem por objetivo transmitir informações teóricas gerais
sobre a conciliação e a mediação, bem como vivência
prática para aquisição do mínimo de conhecimento que
torne o corpo discente apto ao exercício da conciliação e
da mediação judicial, devendo observar uma etapa teórica
de no mínimo; e uma etapa prática, tendo como parte
essencial exercícios simulados e o estágio
supervisionado, com carga horária ou quantidade de
audiências mínimas definidas pela CONAPROC.
§ 4º. Magistrados e servidores conciliadores e
mediadores deverão se submeter a reciclagem continuada
e à avaliação do usuário, por meio de pesquisas de
satisfação anuais, cujo resultado será encaminhado ao
NUPEMEC-JT, o qual compilará resultados em caso de
existir mais de um CEJUSC-JT no TRT e os enviará ao
CSJT.
§ 5º. A audiência de mediação e conciliação
trabalhista se dividirá em tantas sessões quantas forem
necessárias para viabilizar a solução consensual, sem
prejuízo das providências jurisdicionais que evitem o
perecimento do direito, estas a serem tomadas pelo Juízo
a que distribuída a ação.
§ 6º. As conciliações e mediações realizadas no
âmbito da Justiça do Trabalho somente terão validade nas
hipóteses previstas na CLT, aí incluída a homologação
pelo magistrado que supervisionou a audiência e a
mediação pré-processual de conflitos coletivos, sendo
inaplicáveis à Justiça do Trabalho as disposições
referentes às Câmaras Privadas de Conciliação, Mediação
e Arbitragem,e normas atinentes à conciliação e
mediação extrajudicial e pré-processual previstas no
NCPC.
§ 7º. Podem ser submetidos ao procedimento da
mediação pré-processual os conflitos coletivos.
§ 8º. Magistrados e servidores conciliadores e
mediadores ficam sujeitos ao Código de Ética de
Conciliadores e Mediadores Judiciais, estabelecido no
anexo II desta Resolução.
§ 9º. Os CEJUSC-JT deverão observar as
qualidades técnica, social, ética e ambiental, devendo o
espaço físico das audiências e sessões conter mesas
redondas, no máximo de seis por magistrado supervisor,
assegurando-se a privacidade das partes e advogados.
§ 10. Caso frustrado o tratamento adequado da
disputa no âmbito da Justiça do Trabalho, o magistrado
que supervisionar audiências de conciliação inicial
poderá dar vista da(s) defesa(s) e documentos(s) à(s)
parte(s) reclamante(s), consignando em ata requerimentos
gerais das partes e o breve relato do conflito, mantendo-se
silente quanto à questão jurídica que envolve a disputa; e
remeterá os autos à unidade jurisdicional de origem.
CAPÍTULO IV
DA COMISSÃO NACIONAL DE
PROMOÇÃO DA CONCILIAÇÃO
Art. 8º. Referenda-se o Ato Conjunto
TST.CSJT.GP nº. 9, de 11 de março de 2016, que institui a
Comissão Nacional de Promoção à Conciliação -
CONAPROC, cuja composição passa a ser:
I – Vice-presidente do CSJT, que a coordenará;
II – Um Ministro do TST, indicado pelo
Presidente do TST;
III – Os magistrados coordenadores dos
NUPEMEC-JT, dentre os quais a CONAPROC elegerá o
secretário geral; e
IV – Cinco magistrados coordenadores de
CEJUSC-JT, representando as cinco regiões
geoeconômicas do país, indicados pelo Vice-presidente
do CSJT.
§ 1º. A Comissão Nacional de Promoção à
Conciliação – CONAPROC é Órgão integrante da política
de tratamento adequado das disputas de interesses no
âmbito do Poder Judiciário Trabalhista, voltado a auxiliar
o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, na definição
e implementação de diretrizes do programa de que trata o
artigo 4º desta Resolução.
§ 2º. As deliberações da CONAPROC serão
definidas por seu Coordenador, em decisão fundamentada
em critérios objetivos, após ouvidos os demais membros
da CONAPROC.
Art. 9º. Compete aos membros da CONAPROC:
I – propor, planejar e auxiliar a implementação de
ações, projetos e medidas necessárias para conferir maior
efetividade à conciliação trabalhista;
II – fomentar e divulgar boas práticas em
conciliação trabalhista e medidas que auxiliem os
magistrados da Justiça do Trabalho no desempenho dessa
atividade;
III – apresentar anualmente relatório das
atividades realizadas pela Comissão ao Presidente do
Conselho Superior da Justiça do Trabalho;
IV – informar ao Presidente do CSJT,
trimestralmente, os andamentos dos trabalhos da
Comissão Nacional;
V – sugerir mecanismos de aperfeiçoamento de
controle de dados estatísticos da conciliação; e
VI – atuar na interlocução com os NUPEMEC-JT
e CEJUSC-JT dos Tribunais Regionais do Trabalho.
Art. 10. Compete ao Coordenador da Comissão
Nacional de Promoção à Conciliação:
I – convocar reunião da CONAPROC, que
ocorrerá ao menos uma vez por trimestre;
II – organizar as reuniões, pautas e prioridades da
Comissão; e
III – responder pelas atividades da Comissão
perante o Presidente do CSJT.
Art. 11. A CONAPROC contará com Comissões,
compostas e presididas por seus membros, para tratar, na
perspectiva da solução adequada de disputas no âmbito da
Justiça do Trabalho, dos seguintes temas:
I – formação inicial, continuada e de formadores;
II – impactos e relação entre a conciliação e o
processo judicial eletrônico;
III – execução;
IV - precatórios;
V – conflitos coletivos de trabalho; e
VI – dispensas em massa.
§ 1º. As Comissões deverão estudar e poderão
elaborar propostas normativas e projetos de políticas
judiciárias de solução adequada de disputas no âmbito da
Justiça do Trabalho, relacionados aos temas
correspondentes.
§ 2º. Poderão ser estabelecidas outras comissões e
grupos de trabalho sobre outros temas que guardem
pertinência com a política judiciária nacional de
tratamento adequado das disputas de interesses no âmbito
da Justiça do Trabalho.
Art. 12. Compete à Comissão Nacional de
Promoção à Conciliação, ad referendum do CSJT:
I – estabelecer diretrizes para implementação da
política judiciária nacional de tratamento adequado das
disputas de interesses no âmbito da Justiça do Trabalho a
serem observadas pelos Tribunais Regionais do Trabalho;
II – desenvolver conteúdo programático mínimo e
ações voltadas à capacitação em métodos consensuais de
solução de disputas perante a Justiça do Trabalho, para
conciliadores e mediadores, observadas as atribuições da
Escola Nacional da magistratura do Trabalho – ENAMAT;
III – providenciar que as atividades relacionadas
à conciliação, mediação e outros métodos consensuais de
solução de disputas também sejam consideradas nas
promoções e remoções de magistrados do trabalho pelo
critério de merecimento;
IV – regulamentar, em código de ética, a atuação
dos conciliadores e mediadores da Justiça do Trabalho;
V – buscar a cooperação de Órgãos públicos, bem
como instituições públicas e privadas da área de ensino,
para a criação de disciplinas que propiciem o surgimento
da cultura da solução pacífica dos conflitos, além de
subsidiar a ENAMAT e EJUDs para que haja módulo
voltado aos métodos consensuais de solução de disputas,
tanto na formação inicial, como em formação continuada e
cursos de formação de formadores;
VI – estabelecer interlocução com a Ordem dos
Advogados do Brasil, Defensoria Públicas, Procuradorias
do Trabalho e Ministério Público do Trabalho,
estimulando a participação destes nas audiências e
sessões dos CEJUSC-JT; e
VII – identificar e atuar junto aos entes públicos e
grandes litigantes de modo a estimular a autocomposição
no âmbito da Justiça do Trabalho.
Parágrafo único. A CONAPROC poderá ainda
estabelecer enunciados, mediante aprovação em plenária,
os quais deverão ser encaminhados para referendo do
Conselho Superior da Justiça do Trabalho, passando a
integrar Anexo desta Resolução, a ser instituído.
Art. 13. A CONAPROC poderá estabelecer
diretrizes, ad referendum do CSJT, sobre as seguintes
matérias:
I – estrutura necessária dos CEJUSC-JT,
uniformização do espaço físico, adequação da realização
das audiências iniciais e demais padronizações constantes
do art. 7º desta Resolução, respeitando-se a
especificidade de cada Tribunal Regional do Trabalho, os
quais deverão, em 60 (sessenta) dias, contados da data de
publicação desta Resolução, apresentar à CONAPROC
plano de ação para implementação gradual, ano a ano, das
adaptações, observando-se a total adoção da estrutura até
fevereiro de 2020;
II – estabelecimento de conteúdos programáticos
para cursos de conciliação e mediação próprios para a
atuação em áreas específicas, como assédio moral,
dispensas em massa, entre outras, respeitadas as diretrizes
curriculares estabelecidas no Anexo I desta Resolução.
CAPÍTULO V
DO PORTAL DA CONCILIAÇÃO
Art. 14. Fica criado o Portal da Conciliação
Trabalhista, a ser disponibilizado no sítio do CSJT na
rede mundial de computadores, com as seguintes
funcionalidades, entre outras:
I - publicação das diretrizes da capacitação de
conciliadores e mediadores e de seu código de ética;
II - relatório gerencial do programa, por Tribunal
Regional do Trabalho, detalhado por unidade judicial e
por CEJUSC-JT;
III – compartilhamento de boas práticas, projetos,
ações, artigos, pesquisas e outros estudos;
IV – fórum permanente de discussão, facultada a
participação da sociedade civil;
V – divulgação de notícias relacionadas ao tema; e
VI – relatórios de atividades da “Semana da
Conciliação Trabalhista”.
Parágrafo único. A implementação do Portal será
de responsabilidade do CSJT.
CAPÍTULOVI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 15. O disposto na presente Resolução não
prejudica a continuidade de programas similares já em
funcionamento, cabendo aos Tribunais Regionais do
Trabalho adaptá-los aos termos desta Resolução.
Parágrafo único. Em relação aos Núcleos
Permanentes de Métodos Consensuais de Solução de
Disputas – NUPEMEC-JT e Centros Judiciários de
Métodos Consensuais de Solução de Disputas – CEJUSC-
JT, os Tribunais Regionais do Trabalho deverão observar
a padronização das denominações, nos termos desta
Resolução.
Art. 16. O CSJT promoverá, em 180 (cento e
oitenta) dias, contados do início da vigência desta
Resolução, as adequações do sistema PJe instalado na
Justiça do Trabalho aos termos desta Resolução.
Art. 17. Todos os Anexos que integram esta
Resolução possuem caráter vinculante.
Art. 18. O art. 2º, IX, da Resolução CSJT.GP nº
138, de 24 de junho de 2014 passa a ter a seguinte
redação:
“Art. 2º (...)
IX. Realizar audiências úteis às pesquisas em
andamento, cabendo aos Centro(s) Judiciário(s) de
Métodos Consensuais de Solução de Disputas – CEJUSC-
JT a realização das audiências de natureza estritamente
conciliatória; (...)”
Art. 19. Republique-se a Resolução CSJT.GP nº
138, de 24 de junho de 2014.
Art. 20. Esta Resolução entra em vigor na data de
sua publicação.
Brasília, 30 de setembro de 2016.
Ministro IVES GANDRA DA SILVA MARTINS
FILHO
Presidente do Conselho Superior da Justiça do
Trabalho
ANEXO I
CURSOS DE CAPACITAÇÃO E
APERFEIÇOAMENTO
Para atingir os objetivos de pacificação das
disputas, o CSJT providenciará programa curricular de
cursos para formação de conciliadores e mediadores, bem
como cursos específicos para formação de instrutores e
capacitadores para a conciliação e mediação.
Os cursos deverão observar o conteúdo
programático mínimo, com exercícios simulados e estágio
supervisionado necessários à formação de mediadores e
conciliadores, em moldes aprovados pela Comissão
Nacional de Promoção da Conciliação – CONAPROC,
que indicará as diretrizes no Portal da Conciliação do
CSJT.
Os referidos treinamentos somente poderão ser
conduzidos por instrutores certificados e autorizados
pelos NUPEMEC-JT de cada Tribunal Regional do
Trabalho, integrando o conteúdo programático mínimo:
1.0) Introdução e visão geral dos métodos
autocompositivos;
2.0) Panorama do procedimento de conciliação e
mediação e a sessão de conciliação/mediação;
3.0) Teoria dos jogos e moderna teoria do conflito;
4.0) Fundamentos de negociação para
conciliadores e mediadores;
5.0) Competências autocompositivas;
6.0) Qualidade em processos autocompositivos;
7.0) Empatia, inteligência emocional e as relações
de confiança;
8.0) Controle sobre o processo; e
9.0) A provocação de mudanças.
ANEXO II
CÓDIGO DE ÉTICA DE CONCILIADORES E
MEDIADORES JUDICIAIS
Art. 1º - São princípios fundamentais que regem a
atuação de conciliadores e mediadores judiciais: decisão
informada, competência, imparcialidade, independência e
autonomia, respeito à ordem pública e às leis vigentes,
empoderamento e validação, assim definidos:
I - Decisão informada - dever de manter o
jurisdicionado plenamente informado quanto aos seus
direitos e ao contexto fático no qual está inserido;
II - Competência - dever de possuir qualificação
que o habilite à atuação judicial, com capacitação na
forma desta Resolução, observada a reciclagem periódica
obrigatória para formação continuada;
III - Imparcialidade - dever de agir com ausência
de favoritismo, preferência ou preconceito, assegurando
que valores e conceitos pessoais não interfiram no
resultado do trabalho, compreendendo a realidade dos
envolvidos na disputa e jamais aceitando qualquer
espécie de favor ou presente;
IV - Independência e autonomia - dever de atuar
com liberdade, sem sofrer qualquer pressão interna ou
externa, sendo permitido recusar, suspender ou
interromper a sessão se ausentes as condições necessárias
para seu bom desenvolvimento, tampouco havendo dever
de redigir acordo ilegal ou inexequível;
V - Respeito à ordem pública e às leis vigentes -
dever de velar para que eventual acordo entre os
envolvidos não viole a ordem pública, nem contrarie as
leis vigentes;
VI - Empoderamento - dever de estimular os
interessados a aprenderem a melhor resolverem seus
conflitos futuros em função da experiência de justiça
vivenciada na autocomposição; e
VII - Validação - dever de estimular os
interessados perceberem-se reciprocamente como serem
humanos merecedores de atenção e respeito.
Art. 2º As regras que regem o procedimento da
conciliação/mediação são normas de conduta a serem
observadas pelos conciliadores/mediadores para o bom
desenvolvimento daquele, permitindo que haja o
engajamento dos envolvidos, com vistas à sua pacificação
e ao comprometimento com eventual acordo obtido, sendo
elas:
I - Informação - dever de esclarecer os envolvidos
sobre o método de trabalho a ser empregado,
apresentando-o de forma completa, clara e precisa,
informando sobre os princípios deontológicos referidos
no Capítulo I, as regras de conduta e as etapas do
processo;
II - Autonomia da vontade - dever de respeitar os
diferentes pontos de vista dos envolvidos, assegurando-
lhes que cheguem a uma decisão voluntária e não
coercitiva, com liberdade para tomar as próprias decisões
durante ou ao final do processo e de interrompê-lo a
qualquer momento;
III - Ausência de obrigação de resultado - dever
de não forçar um acordo e de não tomar decisões pelos
envolvidos, podendo, quando muito, no caso da
conciliação, criar opções, que podem ou não ser
acolhidas por eles;
IV - Desvinculação da profissão de origem -
dever de esclarecer aos envolvidos que atuam
desvinculados de sua profissão de origem, informando
que, caso seja necessária orientação ou aconselhamento
afetos a qualquer área do conhecimento poderá ser
convocado para a sessão o profissional respectivo, desde
que com o consentimento de todos; e
V - Compreensão quanto à conciliação e à
mediação - dever de assegurar que os envolvidos, ao
chegarem a um acordo, compreendam perfeitamente suas
disposições, que devem ser exequíveis, gerando o
comprometimento com seu cumprimento.
Art. 3º Apenas poderão exercer suas funções
perante o Poder Judiciário conciliadores e mediadores
devidamente capacitados e cadastrados pelos Tribunais,
aos quais competirá regulamentar o processo de inclusão
e exclusão no cadastro.
Art. 4º O conciliador/mediador deve exercer sua
função com lisura, respeitar os princípios e regras deste
Código, assinar, para tanto, no início do exercício, termo
de compromisso e submeter-se às orientações do Juiz
Coordenador da unidade a que esteja vinculado.
Art. 5º Aplicam-se aos conciliadores/mediadores
os motivos de impedimento e suspeição dos juízes,
devendo, quando constatados, serem informados aos
envolvidos, com a interrupção da sessão e a substituição
daqueles.
Art. 6º No caso de impossibilidade temporária do
exercício da função, o conciliador ou mediador deverá
informar com antecedência ao responsável para que seja
providenciada sua substituição.
Art. 7º O conciliador ou mediador fica
absolutamente impedido de prestar serviços profissionais,
de qualquer natureza, aos envolvidos em processo de
conciliação/mediação sob sua condução.
Art. 8º O descumprimento dos princípios e regras
estabelecidos neste Código, bem como a condenação
definitiva em processo criminal, resultará na exclusão do
conciliador/mediador do respectivo cadastro e no
impedimento para atuar nesta função em qualquer outro
órgão do Poder Judiciário nacional.
Parágrafo único - Qualquer pessoa que venha a
ter conhecimento de conduta inadequada por parte do
conciliador/mediador poderá representar ao Juiz
Coordenador a fim de que sejam adotadas as providências
cabíveis.”
Não se aplica ao Processo do

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