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Sexualidade na Antiguidade Grega

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São elementos que garantem a ordem familiar com base no pai: transmissão do nome, a descendência masculina que é garantida; herança de terra e bens em geral; transmissão da tutela (casamento católico, o pai leva a filha virgem ao marido no altar). A partir disso vai se ter a associação do padrão considerado feminino e proibição do desejo.
Restringir o desejo sexual da mulher tem a ver com a crença na “incapacidade” de agir da mulher da mesma forma que a sexualidade exacerbada do homem tem a ver com seu poder.
Características do padrão afetossexual tradicional: modelo patriarcal; sistemas simnbolicos rígidos de construção identitária de gênero, com marcada divisão de papeis; elementos de proibição, exigência, regulação, hierarquização naturalizados por meio de sua inscrição sobre o corpo; papeis sexuais como elementos de papeis sociais amplamente determinados; tendência à reprodução do sistema simbólico: ação paradoxal ao questionar o sistema, dificuldade de percepção/reconhecimento dos elementos sedimentados nas relações de dominação simbólica; a mulher se constitui pelo negativo: o não-homem, o “outro”, por meio de mecanismos complexos de privação da autonomia, do direito ao corpo e do espaço público; o homem se constitui por meio de mecanismos rituais de acesso aos quais correspondem um modelo ideal inatingível e constantemente reafirmado.
Bios= vem de biografia, vida. Bios pratikos – vida ação publica (politica)/ Bios Theoretikos
Zoe= vem de zoológico, vida animal.
Caracteristicas espaço público: espaço entre iguais. Diálogo.
Caracteristicas espaço privado: relação do homem livre com aqueles que estão privados de participar do espaço público (mulheres e escravos) relação entre desiguais. Governa. Regras. Componente autoritário. Economia. Orientação pela produção de bens materiais ligados a vida biológica.
Para os gregos só podem participar do espaço público aquele que é capaz de governar sua casa e só pode governar a casa aquele que sabe cuidar de si.
Sexualidade na antiguidade grega:
Aphrodisia: “atos de Afrodite”, caracterizada não por um sistema moral mas por uma “dietética”, por elementos orientativos que visam o bom governo de si (temperança). Descrever uma maneira de o individuo cuidar ativamente de sua vida e sua saúde. Aquilo que os gregos vão chamar de Epilemeia Heatou: cuidado de si/ praticas de si, artes da existência. As orientações são para todos mas maiores quanto maior o status. Ars erótica é um dos elementos do cuidado de si.
4 elementos do ethos sexual: afrodisia, chrésis, enkrateia, sophrosuhé.
Aprhodisia não é sinônimo de sexualidade. -Textos que buscam descrever dentro da ares erótica o que seria o casal bom viver, a boa arte de viver. As obras de Afrodite seriam os atos que constroem a dinamica entre prazer e desejo. –Atos ou obras de Afrodite que colocam em jogo uma relação entre prazer e desejo, considerados em conformidade com a natureza. –Unidade entre ato, desejo e prazer e a reflexão ética se dirige para esse conjunto. Enquanto a moral cristã se atenta para cada elemento do conjunto (a descrição do ato, sua duração, sua orientação, sua intensidade, sua forma, etc), o ethos grego volta-se para duas dimensões: quantidade e polaridade. – Exagero é a falta de domínio sobre os instintos.
Quantidade: não há preocupação com o ato sexual, os parceiros, etc, mas com a moderação. O exagero significaria a falta de controle sobre os instintos e por tanto, a falta de um governo de si. 
Polaridade: relação ativo/passivo; quem é o sujeito e quem é o objeto da relação sexual. Considera-se ativo o homem, passivo deve caber a mulher; e o homem sendo passivo/objeto ele estaria se deixando governar, se for alguém considerado socialmente inferior é vergonhoso. 
O excesso e a passividade para o homem portanto são indícios de falta de autogoverno e é o que iguala aos animais. Para a mulher é imoral qualquer tentativa de governo, indicio da falta de governo de si.
Ato sexual= prazer/ ato inferior, pois é da dimensão da Zoe: nos aproxima dos animais; tem valor pela perpetuação da espécie. 
Chrésis: é o “uso dos prazeres”. Não é um código de regras, mas um ajustamento orientado pela necessidade, oportunidade e status.
Necessidade: pauta-se na relação entre prazer e desejo. 
Bom uso: quando o prazer sacia o desejo. 
A chésis é a relação entre prazer e desejo: primeiro o desejo aparece e depois é saciado na relação sexual, tem a ver com a temperança -> não ocorre quando o desejo é maior que o prazer.
- Intemperança: quando o desejo supera o prazer, o que podia acontecer de dois modos: por preenchimento e artificio. Não se espera aparecer o desejo no preenchimento e portanto não se pode orientar e governar o desejo. Artificio: é derivado do preenchimento, é a busca pelo prazer extravagante. 
A temperança é a arte de moderar o prazer e o desejo, de limitar.
Oportunidade: a ocasião própicia é descrita em termos de idade (não se deve iniciar a vida sexual precocemente ou prolonga-la demais), hora do dia (é recomendada a noite), condições climáticas (temperatura, clima úmido ou seco, estações do ano, etc).
Cristianismo
->As dimensões da verdade, do uso dos prazeres e da relação com o corpo passam a ter seu enfoque na relação homem-mulher, compreendida a partir do modelo dual.
- virgindade para a mulher; - matrimonio como conjunção espiritual (indissolubilidade do casamento), matrimonio como um contrato social; - passagem do “universo masculino” para o casal, com o deslocamento de alguns elementos para a mulher.
->Controle da atividade sexual: - exercido pela mulher: construção de um padrão duplo da sexualidade; - dispositivo de controle dos corpo: exercício do poder pela Igreja.
-> Práticas sexuais marginalizadas consideradas heresia: - campo não distinto; - nação geral do pecado (incluindo pecados capitais); - silenciamento das experiências não atinentes ao padrão patriarcal: a noção de tabu; -Retaliação da carne: indivíduos pegos em pecado tinham suas partes intimas queimadas ou eram enforcados.
Idade moderna: 
- Descolamento progressivo da normatização das condutas da Igreja para outras instancias de regulação do poder/Estado, medicina.
- Até o sec. XVIII: perversão (categoria difusa, abrangendo formas diversas de sexualidade periférica).
- A partir do séc XIX: proliferação dos discursos sobre a sexualidade na medicina a partir de um caráter técnico: objetivo de afastar as “formas insubmissas à economia da reprodução”. Para Foucault tudo são práticas discursivas, para ele o dispositivo está sempre relacionado a uma prática instituída, são constituídos a partir das práticas discursivas. 
- Definição de uma norma de desenvolvimento sexual: centrada na genitalidade e na geração de filhos (“economicamente útil e politicamente conservadora”)
- Três dispositivos: Pedagogico: educação/repressão; médico: tratamento/ajustamento do desvio; jurídico: penalidade/imputação de castigo/condenação.
- Multiplicação dos diagnostivos de perversidade e das condenações jurídicas.
- Padrão normativo de sexualidade inclui duas instancias: Organização social: matrimonio -> instancia jurídica; ordem natural: reprodução -> instancia medica.
-Esfera médica: Relação entre desvio sexual e doença mental: sífilis, homossexualidade, travestismo, fetichismo . (é com a instituição da medicina como instituição de poder que vamos ter essa relação de sexualidade e doença).
- Elementos da sexualidade matrimonial:
- Códigos da sexualidade no sec XVIII: pastoral cristã, direito canônico e código civil são a linha divisória entre o licito e o ilícito.
-Centrados no cumprimento das relações matrimoniais: Periodos interditos (quaresma, amamentação); períodos exigidos (período fértil); Determinação das práticas (voltadas à reprodução); controle das praticas (detalhamento na confusão).
- Relação entre sexualidade e aliança matrimonial – criminalização de tudo o que é considerado “contra-a-natureza”: adultério, incesto, hermafroditismo, casamento sem consentimento dos pais, estuprofora do casamento.
- Indissociação das sexualidades não matrimoniais: sexualidade infantil, homossexualidade, padrões desviantes.
A partir do sec. XIX:
- Silenciamento em relação à sexualidade matrimonial e detalhamento das sexualidades consideradas desviantes pelo discurso médico (é aqui que o discurso médico passa a ser fundamental). -> patologização da sexualidade das crianças, dos loucos, criminosos, mulheres fora do casamento.
-Foucault distingue quatro operações de controle do corpo/desejo: 
1) condenação de estratégias não matrimoniais: alianças consanguíneas, sexualidade solitária (inclusive infantil), do jogo erótico, do adultério: “eliminação fadada ao fracasso” => criação do tabu 
Vigilancia das sexualidades periféricas: descrição e classificação das perversões que vem junto com a identificação dos indivíduos. Sodomia no direito canônico: infração á castidade (6º mandamento: pecado). Homossexualidade nos tratados médicos do sec XIX: uma personagem com infância, historia, inclinações que formam uma estrutura de caráter a ser dissecada pelo olhar médico. (a sexualidade determina o caráter e sistema medico justifica a estimatização)
Hábitos da sexualidade ligados ao caráter se tornam medicalizaveiz: disfunção, transtorno, sintoma -> generalizáveis para todos os âmbitos da conduta. Proibição e vigilância tornam o individuo desviante foco de antenção.
Sexualidade centrada no casal matrimonial gerou um posicionamento das sexualidades circundantes. Estabelecimento de uma separação de coléfios de meninos e meninas, perigos da masturbação, atenção à puberdade.
Revolução industrial
Imlantação e implementação do capitalismo
Formação de uma classe trabalhadora
Inserção de novas populações no mundo do trabalho (mulheres- influencia sócio-economica pela saída do mundo privado; negros- influencia sócio-economica pela abolição; crianças)
Inserção das mulheres no mercado de trabalho 
Nova ordem na divisão do trabalho: A divisão entre trabalho doméstico às mulheres e trabalho público aos homens é alterada. Por muito tempo o trabalho feminino foi considerado um mal necessário, condição de miséria porque as mulheres passam a trabalhar por suas famílias serem muito pobres. No entanto as mulheres não ingressam em igualdade de condições: inserção como trabalhadoras de segunda classe: tarefas piores e menos remuneradas, consideração do trabalho feminino como “mal necessário” devido à palperização familiar e não como direito, dupla jornada.
Maior escolarização feminina
Classes menos favorecidas necessidade de alfabetização e aprimoramento para inserção no trabalho.
Classes mais favorecidas: ampliação do estudo para aprimoramento da educação dada aos filhos. – massificação da educação proliferação de ideias emancipatórias.
Participação das mulheres na esfera politica:
- Associação à luta por direitos trabalhistas gera espaço para a articulação das mulheres em torno de pautas específicas.
-> movimento feminismo nasce associado aos movimentos sindicais/trabalhistas.
- Desestabilização das relações entre mundo privado (esfera das mulheres) e mundo público (esfera dos homens).
4) Publicização da discriminação privada
- Questionamento de conceitos como “inferioridade feminina”, “inaptidão para assuntos públicos” (como o trabalho e a política), divisão “biológica” de gênero.
- elaboração de análises da condição das mulheres e das relações de gêneros.
O feminismo é, simultaneamente, um conjunto de abordagens teórico-conceituais sobre relações de gênero e um movimento de luta pela superação das desigualdades.
Período histórico do movimento feminista 
Revolução industrial....
Capitalismo Industrial (rev. Ind. Até 1970/80): Organização produtiva baseada na administração cientifica: divisão entre planejamento e execução do trabalho (nível gerencial e operacional) ; Produção em massa, trabalhador especializado, exigência de qualificação, grandes estoques e disponibilidade de ferramentas e matéria prima: “just in case”, projeção de lucro baseada no lucro passado, vinculação entre o capital e o território 
Capitalismo financeiro :Produção flexível/ acumulação flexível, trabalhadores pouco especializados/ adaptáveis, estrutura produtiva adaptável, desvinculação entre capital e território, lucro futuro baseado nas tendências do mercado, captação de recursos nas bolsas de valores, obsolencia das mercadorias.
A transformação da intimidade
- enfraquecimento dos padrões relacionais tradicionais, mas não sua queda: convivência ambígua de múltiplas referencias de relação.
-aumento e variedade das experiências sexuais jungadas aceitáveis. Ex: em 80, menos de 10% das pessoas acima de 40 anos haviam realizado sexo oral anteriormente ao casamento; entre os jovens, passa a ser considerada a pratica mais comum no namoro, com ampla pratica.
- enfraquecimento, porém permanência, dos referenciais do padrão duplo: divisão de mulheres para ficar/casar, decente/vadia; discurso de igualdade, porem divisão pratica de tarefas atribuídas por gênero; acesso à experiência/vida sexual por mulheres jovens: queda do “se guardar” e da exigência de “inocência”, porem limitação da expressão sexual.
- transformação profunda nas relações entre público e privado: acesso das mulheres ao âmbito publico, problematização da experiência masculina no âmbito privado, construção do eu a partir de elementos e praticas individuais mas desvinculadas das exigências sociais, mudanças na função social do casamento e da família (“lar” como espaço de vínculos afetivos e não instrumentais, determinação do n. de filhos/planejamento familiar)
- mudanças iniciadas com o deslocamento das reivindicações das mulheres: diferenças de posicionamento e apreensão frente às .. sexuais.
- rapazes ainda declaram referencias e preferencias quanto ao padrão tradicional (acesso a varias mulheres, duplo critério na avaliação do comportamento de meninos e meninas).
-adaptação feminina: omissão/mentira em relação à experiência sexual, restrição da expressão sexual na presença de homens.
-despatologização da busca por prazer sexual por parte das mulheres.
Direitos sexuais e reprodutivos e grupos específicos
Orientação sexual: homossexualidade, bissexualidade e orientações sexuais fluidas: confrontam-se com o sistema tradicional sexo-gênero. Gênero: representações, simbolismos e relações que se baseiam no corpo biológico e que opõe masculino e feminino, associando-lhes uma serie de outras oposições (forte/fraco; alto/baixo; ativo/passivo; dominante/dominado) classificando e hierarquizando os sujeitos, considerando o polo masculino superior.
A dominação masculina (padrão heteronormativo): coloca o homem como sujeito e a mulher como objeto (o homem “come” a mulher), coloca homem como ativo e a mulher como passiva. A homossexualidade subverte as oposições normativas tradicionais; ancora homens à posição dominada (passiva) e mulheres à posição dominante (ativa) mas pode simultaneamente manter a oposição heteronormativa de gênero.
Na oposição ativo/passivo pode: manter a relação de dominação manter as representações tradicionais do gênero (identificação do homossexual masculino com a “natureza feminina” e vice-versa).
Subversão da ordem heteronormativa: estigmatização e homossexual desacreditavel
O processo de luta por direitos sociais implica diferenças: quanto à compreensão das relações de gênero, quanto à abordagem dos processos de estigmatização, quanto aos atravessamentos sociais de classe, etnia, geração, etc.
Recorte geracional: entre homossexuais mais velhos predomina uma experiência mais velada da homossexualidade; homossexuais mais jovens vivem a homossexualidade de modo corriqueiro (sem a preocupação de esconder ou afirmar sua sexualidade)
Recorte de classe: tendência a uma maior prevalência das ancoragens tradicionais de gênero entre classes populares; manutenção da oposição ativo/passivo (bicha); manutenção da experiência envergonhada/velada da sexualidade (bofe), maior desconstrução da oposição ativo/passivo entre as classesmédias urbanas (gay/ lesbica); gay: identidade homossexual redefinida como masculina e associada aos signos de masculinidade (corpo musculoso, barba, bigode, etc).
Formação de espaços próprios de exercício da experiência homossexual: gueto (espaço de uma experiência escolhida e reivindicada, livre da condenação social, espaço contrastante com o restante da sociedade: há permanência do interdito). Rompimento do gueto implica visibilidade e formação de grupos organizados que questionam sua posição social. Rompimento com as relações de dominação não atinge igualmente todos os grupos homossexuais: recortes de etnia, classe, gênero e identificações de gênero, geração.

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