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Biotransformação de toxicantes • METABOLISMO (ou biotransformação) – consiste na sequência de troca química e conversões para produzir produtos mais solúveis ou fáceis de eliminar do organismo. – estas trocas geralmente se realizam no fígado, mas também podem ocorrer no plasma, nos pulmões e outros tecidos. – geralmente ocasiona inativação do tóxico. – ocasionalmente pode aumentar o grau de toxicidade da substância, dependendo de suas características químicas. Objetivos • Tornar a molécula mais polar • Aumentar o tamanho e o peso molecular • Facilitar a excreção Conseqüências • Diminuição da meia vida biológica do toxicante • Redução do tempo de exposição • Redução da possibilidade de acumulação • Provável modificação na atividade biológica • Alteração na duração da atividade biológica • Bioativação • Biotransformação Biotransformação de toxicantes BIOTRANSFORMAÇÃO • Nas células do fígado, pele, pulmões, intestino e rins REAÇÕES DA FASE I REAÇÕES DA FASE II OXIDAÇÃO Sistema CYP P450 REDUÇÃO HIDRÓLISE Enzimas de distribuição tecidual e plasmática GLICURONIDAÇÃO SULFOTRANSFERASE METILAÇÃO ACETILAÇÃO CONJ. COM GLUTATIONA FATORES QUE MODIFICAM A BIOTRANSFORMAÇÃO • Espécie e raça; • Fatores genéticos; • Gênero; • Idade; • Estado nutricional; • Estado patológico; • Indução enzimática; • Inibição enzimática; • Indução enzimática; Fatores internos Fatores externos Sistema do CYP 450 Tripeptídio Transferida pela glutationa S-transferase ACETILAÇÃO SULFOTRANSFERASES GLICORUNIDAÇÃO POLUENTES Principais poluentes: • Material particulado—fuligem, fumaça. • Gases—CO, óxido de nitrogênio, óxido de enxofre, halogênios (F, Cl, Br, I). • Metais—chumbo, mercúrio, cromo, cádmio, arsênio. • Poluentes Industriais—Benzeno, éter, etc., cianeto. • Poluentes da agricultura—Pesticidas, herbicidas, fungicidas e fertilizantes. • Poluentes radioativos Metais pesados VISÃO GERAL DA TOXICOLOGIA DE METAIS Mercúrio Características • Único metal pesado em estado líquido nas CNTP; • Presente no meio ambiente sob a forma de compostos orgânicos e inorgânicos; • Responsável por vários casos de intoxicação humana e animal; • Largamente empregado nos garimpos de ouro da Amazônia; • O mercúrio é largamente usado nos diversos ramos de atividade humana; Mercúrio 12 Hidrargyrium (grego) : prata líquida Formas • Metálico ou elementar (vapor): Hgº • Sais inorgânicos: – Hg+ mercuroso (Ex: Hg2Cl2, Hg2O, (Hg2NO3)2) – Hg+2 mercúrico (Ex: HgCl2, HgO) • Sais orgânicos: – Metilmercúrio – Etilmercúrio – Fenilmercúrio Fontes antropogênicas • mineração (amalgamação do ouro), • indústrias cerâmicas, • farmacêuticas, • instrumentos de medição, elétricos, baterias, soda caústica, • produção de cosméticos, manufatura de produtos texteis, etc. • Queima de combustíveis fósseis. Fontes naturais: • Desgaseificação da crosta terrestre e erupções vulcânicas, • Incêndios florestais. Exposição aguda • Tentativas de homicídio ou suicídio; • Acidentes com aparelhos de precisão. Exposição crônica • Ocupacional: garimpagem, fábrica de lâmpadas, odontologia etc. • Ambiental: desgaseificação da crosta terrestre, ar e água contendo elevados teores do metal. • Alimentos: peixes contendo teores elevados do metal. • Medicamentos: medicamentos tópicos, vacinas e amálgama dentária. Toxicocinética Absorção: T.G.I.: - Hg+2 - 7-15% - Hg0 - <0,01% - CH3Hg + - 90-95% PULMÃO: - Hg+2 - 7-10% - Hg0 - >95% CUTÂNEA: - Hg0 - 15% - CH3Hg + 50% Distribuição • Amplamente distribuídos pelo organismo humano; • Secretado pelo leite materno ( 5% dos teores maternos); • Rins possuem elevados teores ( exposição a Hg0 e Hg+2); • S.N.C. possui elevados teores de organomercuriais (córtex). Alvos do HgCl2: Alvos do MeHg: Passagem pela placenta: • Captação de organomercuriais é 10 a 40 vezes superior aos mercuriais inorgânicos. Biotransformação • Oxidação do Hg0 a Hg+2 pela catalase; • Clivagem da ligação mercúrio - carbono dos organomercuriais. Excreção • Hg0 Pequena fração inalterada no ar exalado • Urina: Hg+2 ( principal) • Fezes: CH3Hg + Fezes (90%) • t ½ metilmercúrio : 70 dias • t ½ mercúrio inorgânico: 35- 90 dias Mecanismos de ação tóxica • Grande afinidade por grupos sulfidrilas constituintes de enzimas e proteínas essenciais ao organismo; • Ligação a enzimas microssomais e mitocondriais acarretando dano celular e morte celular; • Dano às células do sistema imunológico Sinais e sintomas de intoxicação • Depressão, fadiga, tremores, parestesias, descontrole motor, perda da memória; • Estomatite, dentes soltos; • Alucinações, febre; • Teratogenia; • Redução do campo visual, entre outros. Mercúrio – Ciclo Global Metilmercúrio – CH3-Hg (Clarkson e cols., 2003) (Clarkson e cols., 2003) Bioacumulação do MeHg alta afinidade por grupos tióis e selenóis Pode se ligar a uma variedade de biomoléculas: • Enzimas antioxidantes: GPx e TrxR • GSH (Farina e cols., 2011; Gerhardsson e Skerfving, 1996, Franco e col., 2009) CH3Hg(II) + RSH RSHgCH3 CH3Hg(II) + RSeH RSeHgCH3 Toxicidade do MeHg Tratamento • Hg elementar (vapor): − BAL?? − DMPS • Hg inorgânicos: − BAL − Penicilamina (casos leves) • Hg orgânicos: − DMSA − Jamais utilizar BAL (aumenta concentração do Hg no SNC) Tratamentos para a intoxicação por Hg BAL - 2,3-dimercapto-1-propanol: Efeitos colaterais severos e baixo índice terapêutico DMPS - 2,3-dimercaptopropanosulfato de sódio DMSA - ácido meso-2,3-dimercaptossuccínico: Atualmente é o tratamento de escolha ALA – ácido α-lipóico Chumbo Características Metal cinza azulado, maleável Baixo ponto de fusão(327,4 ºC) Abundante na crosta terrestre Compostos: – Pb metálico: óxido de chumbo – Sais Inorgânicos: Cr, I, As, Mo – Sais Orgânicos: Pb tetraetila Características • Metal largamente empregado pelo homem desde tempos antigos; • As concentrações de chumbo no organismo humano decaíram após a retirada deste da gasolina; • Em alguns países, o Pb ainda é usados como aditivo de combustíveis, sendo que estes compostos apresentam lipossolubilidade. • A exposição humana ocorre por fontes naturais e antropogênicas. Exposição humana ao chumbo Fontes Antropogênicas: • Mineração, fundição e refino de Pb e outros metais; • Indústrias petrolíferas; • Indústrias de cerâmicas: utensílios domésticos; • Mecânica de veículos; • Produção de vidro e produtos de borracha; • Produção de tintas e produtos cosméticos; • Encanamentos de água; • Construção civil. Exposição Aguda • Tentativas de homicídio e suicídio; • Ingestão acidental de alimentos e bebidas com altos teores. Exposição Crônica • Ocupacional: galvanoplastia, soldagens, baterias, petrolífera, cerâmica, cabos, tubulações e munições etc. • Ambiental: tintas, água e ar de regiões contaminadas pelo metal; • Alimentar: alimentos e água com elevados teores do metal. Toxicocinética ABSORÇÃO • Inalatória • Digestiva• Dérmica (Pb tetraetila) DISTRIBUIÇÃO • Inicial: Sangue (eritrócitos) • Após: 10% Tecidos moles (fígado/rim/SNC) • 90% Tecido ósseo Toxicocinética T.G.I.: adultos estimada entre 5 a 15%; crianças é estimada entre 30 a 40%; • absorção é favorecida pela redução da ingestão de Ca2+ e Fe2+; Pulmão: particulado, poeiras e pós; • influenciada pelas concentrações no ar e propriedades físico- químicas do material; • partículas com diâmetro inferior a 5mm são absorvidas em frações superiores a 90%. Cutânea: elevada absorção de compostos orgânicos de chumbo Distribuição Ossos: t ½ de até 20 anos; • Elevadas concentrações ( até 95%); • Remoção lenta; • Aumenta a concentração com o passar da idade; Mobilizado: gravidez, osteoporose, etc. Tecidos moles: reduzida t ½ de 35 dias; Cérebro: hipocampo, cerebelo e medula. Excreção • Extremamente lenta • Renal (76%) • Biliar (16%) • Restante: suor, unhas, cabelos, descamação da pele Intoxicação Crônica • Alteração encéfalo: encefalopatia- alterações subclínicas sensoriais e das funções psicomotoras (disfunção visual, mudança de personalidade, etc) • Outras alterações: fadiga, dor de cabeça, insônia, dores musculares, parestesia e paralisia dos músculos tensores • Alteração hematológica: anemia hipocrômica moderada com microcitose, reticulocitose e aumento dos pontos basófilos nos eritrócitos • Alteração renal: nefropatia não específica • Alterações cardiovasculares: miocardite crônica, aterosclerose precoce com alterações cerebrovasculares e hipertensão. • Alterações hepáticas: hepatite tóxica • Alterações gastrintestinais: cólicas, anorexia, constipação ou diarréia. Efeitos do chumbo no corpo humano Neurotoxicidade Pb sangue: 40-69 µg/dl Adultos 10 µg/dl Crianças Distúrbios de personalidade Dificuldade de memória/Aprendizado Disfunções psicomotoras/coordenação Distúrbios hematológicos Interfere na biossíntese do Heme: inibe a enzima citoplasmática desidratase do ácido delta- aminolevulínico (ALA-D) Indicador sensível/precoce! Se Pb de 10 μg/dl, o aumento do ALA no plasma e urina(ALA-U) é > 0,5 mg/dl Clínica Carcinogenicidade: • Evidência suficiente, animais • Evidência inadequada, humanos Efeitos reprodutivos: • Possível aumento de abortos/malformações/natimortos • Redução contagem de espermatozóides Tratamento CaNa2EDTA (Versenate ®) (Edetato dissódicocálcico) DMSA (Chemet®) (Ác.dimercaptosuccínico/succimer) Tratamento de escolha para crianças com Pb entre 45 e 69 ug/dl (valores mais altos exigem uso de CaNa2EDTA I.V. + BAL I.M.) Cádmio Características • Elemento naturalmente presente na crosta terrestre; • No meio ambiente encontra-se associado ao oxigênio, cloro ou enxofre. greenockita Propriedades físico-químicas • Possui elevada pressão de vapor; • Oxida-se rapidamente no ar em forma de vapor produzindo CdO; • Dissolve-se em soluções ácidas e no NH4NO3; • Sulfetos, carbonatos e óxidos são quase insolúveis na água, ao passo que os nitratos, halogenatos e sulfatos são hidrossolúveis. Fontes antropogênicas • Produção de ligas metálicas; • Praguicidas e fertilizantes; • Equipamentos elétricos (transistores, baterias, etc.); • Produção e uso de tintas; • Produção de plásticos; • Trabalhos de Impressão. Exposição humana ao cádmio • Alimentos: frutas, bebidas, vegetais e batata; • Fumaça do Cigarro: 2 a 40 ppb ( 1-3 mg/dia); Exposição aguda • Tentativas de homicídio e suicídio; • Ingestão acidental de alimentos e bebidas com altos teores do metal; Exposição crônica • Ocupacional: galvanoplastia, soldagens, baterias, etc. • Ambiental: Cigarros e ar de regiões contaminadas pelo metal; • Alimentar: carnes, frutas e peixes ( 1- 50 mg/Kg) elevadas concentrações em mariscos. Toxicocinética • Absorção via respiratória: • Aerossóis, poeiras e fumos; • Absorção estimada em 0,1 a 50%; • Influenciada pelo tamanho e propriedades químicas. Absorção Via cutânea • Insignificante, necessita de maiores estudos; Via pulmonar É a principal via de exposição ocupacional TGI • 3 a 7% são absorvidos; Distribuição • Eritrócitos ligado a metalotioneínas; • Ligação a outras proteínas de elevado peso molecular; • 40-80% deposita-se no fígado e rins; • 20% deposita-se nos músculos; • t ½ :20 a 40 anos; • Pouca passagem pela placenta Excreção • Urina: principal via de excreção; • Fezes: fração não absorvida Mecanismos de ação tóxica: • Danos renais; • Danos ósseos (osteoporose/ osteomalacia); • Danos ao sistema cardiovascular. Sinais e sintomas de intoxicação • Intoxicação aguda: transtornos gastrintestinais, traqueobronquite, pneumonia e edema pulmonar (óbito por doença pulmonar > 20%) • Intoxicação Crônica: transtornos gastrintestinais, anemia, eosinofilia, descoloração dos dentes, enfisema pulmonar, hipertensão arterial, danos ao miocárdio, doença renal. Arsênio Características • Elemento de ocorrência natural na crosta terrestre; • Encontra-se, geralmente, combinado com: oxigênio, cloro, enxofre etc; • Apresenta-se na forma de compostos orgânicos e inorgânicos, oriundos de fontes naturais e/ou antropogênicas. Arsenopirita (FeAsS) Exposição humana • A partir de fontes naturais e antropogênicas; • Pela sua ampla distribuição no ambiente, o homem expõe-se a baixos teores do metal; • Os alimentos (peixes e crustáceos) constituem-se na principal fonte de exposição e quantidades menores são oriundas da água potável e do ar; Fontes naturais de exposição • Regiões com elevadas concentrações de As- inorgânico na água; • Solos contendo minas de arsênico; com ingestão do metal sob a forma de partículas por crianças; Fontes antropogênicas • Depósitos finais de rejeitos químicos; • Manufatura (fusão) de cobre e outros metais; • Combustíveis fósseis; • Praguicidas; • Raticidas; • Usos em tintas, corantes etc. Toxicocinética Absorção: • Pulmonar: tamanho da partícula, solubilidade e forma química; As+3 é a principal forma presente no material particulado • TGI : superior a 90% tanto como As+3 como As+5 • Cutânea: dados da literatura inconclusivos Distribuição • Elevada ligação aos eritrócitos; (3 vezes superiores ao plasma); • Baixa ligação às proteínas plasmáticas • Deposita-se nos cabelos, unhas (Linhas de Mee's) e pele; • As formas inorgânicas atravessam a barreira placentária; • Concentrações no cordão umbilical são semelhantes às do sangue materno. Biotransformação • O ácido dimetilarsínico é o principal produto de biotransformação; • A metilação reduz a toxicidade dos compostos; • A toxicidade é resultante da limitação da metilação do As. Excreção • Urina: 10% Arsênico inorgânico; 10-20% Ácido monometilarsínico; 60-80% ácido dimetilarsínico (ácido cacodílico); • T ½ após exposição aguda: 10 horas (As inorgânico), 30 horas (As orgânico); • Descamação da pele e suor: Arsênico inorgânico. Mecanismos de ação tóxica • Efeito tóxico do As é devido principalmente a sua forma trivalente; • Possui grande afinidade por grupos sulfidrilas de enzimas e proteínas; • Admite-se a reduçãomitocondrial do As+5 em As+3 , que exerceria efeitos tóxicos; Efeito tóxico principal • Inibição da respiração mitocondrial; • Competição com fosfato durante a fosforilação oxidativa; ATP As+3 Sinais e sintomas da intoxicação • Efeitos tóxicos agudos • Cardiotoxicidade: arritmias cardíacas com evolução a falência cardiovascular; • Toxicidade ao TGI: irritação, náuseas, vômitos; semelhantes à água de arroz com odor aliáceo • Toxicidade hematopoiética: anemia e granulocitopenia; • Neurotoxicidade: perda da sensibilidade periférica. Sinais e sintomas da intoxicação Efeitos tóxicos crônicos • Hepatotoxicidade: icterícia, cirrose hepática (alterações na estrutura das mitocôndrias); • Doença vascular periférica: acrocianose; Sinais e sintomas da intoxicação • Neurotoxicidade: periférica e central - alterações sensoriais, parestesia, fraqueza,etc... A neuropatia periférica envolve neurônios sensoriais e motores; • Carcinogenicidade: reconhecido causador de câncer de pele e pulmão em humanos; • Outros: Hemangiosarcoma do fígado, adenocarcinoma renal, carcinoma. Indicadores biológicos de exposição • Sangue: avalia exposição recente apenas nos casos de intoxicação aguda; • Urina: avalia exposição recente nos casos de intoxicação aguda e crônica; • Cabelo: avalia exposição passada, deve-se distinguir de contaminação pelo meio ambiente; • Unhas: avalia exposição passada, deve-se distinguir de contaminação pelo meio ambiente; Tratamento Agudo: quelante oral DMSA mostrou-se eficiente na remoção do arsênio do organismo Crônico: terapia quelante não se mostrou eficaz Praguicidas Defensivos agrícolas, pesticidas, praguicidas, desinfectantes, biocidas, agroquímicos ou produtos fitofarmacêuticos ou ainda produtos fitossanitários • Principais culturas consumidoras de agrotóxicos (IBGE): 1. soja, com 35,7% 2. milho com 19,8%, 3. cana-de-açúcar com 14%, 4. feijão com 5,6%, 5. arroz com 4,3%, 6. trigo e café com 3,3% Intoxicação • Os registros das intoxicações aumentaram na mesma proporção em que cresceram as vendas dos pesticidas no período 1992-2000. • Mais de 50% dos produtores rurais que manuseiam estes produtos apresentam algum sinal de intoxicação. Classe I - Produto Altamente Perigoso Classe II - Produto Muito Perigoso toxicidade dos agrotóxicos consumidos no brasil A classificação quanto ao potencial de periculosidade ambiental baseia-se nos parâmetros bioacumulação, persistência, transporte, toxicidade a diversos organismos, potencial mutagênico, teratogênico, carcinogênico. Classe III - Produto Perigoso Classe IV - Produto Pouco Perigoso Segundo o SINGAG Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola: Total 278 - 100% Herbicidas : 81 - 29% Fungicidas : 72 - 26% Inseticidas : 79 - 28% Acaricidas : 16 – 6% Outros : 30 - 11% PRINCIPAIS GRUPOS DE AGROTÓXICOS UTILIZADOS 1. Inseticidas: a - Organoclorados Ex. DDT, BHC, Aldrin, Heptacloro, etc... b - Organofosforados Ex. Dissulfoton, Malation, Paration, etc... c - Carbamatos Ex. Aldicarb, Carbaril, etc... d - Piretróides Ex. Permetrina, Deltametrina, etc... e - Fumigantes Ex. brometo de metila, fosfina ORGANOCLORADOS Usos do produto: • Vias de absorção usual: oral, respiratória e dérmica • Efeito Neurotóxico • Armazenamento em tecidos adiposos altamente cumulativos. Quadro clínico: • convulsões são as manifestações mais importantes • insuficiência respiratória • fraqueza muscular, agitação, confusão mental, perturbações no equilíbrio, perda do apetite, mal-estar geral, lesões hepáticas e renais, tumores hepáticos • Estudo clínico epidemiológico em trabalhadores de campanhas de saúde pública expostos cronicamente aos inseticidas organoclorados evidenciou no exame citogenético freqüências aumentadas de certos tipos de aberrações cromossômicas estruturais no grupo exposto em relação ao controle. ORGANOFOSFORADOS E CARBAMATOS: • Causam graves intoxicações agudas, sendo os inseticidas que maior número de óbitos causam devido a intoxicação. •Vias de absorção: oral, respiratória e dérmica. • Aspectos toxicológicos: inibidores da colinesterase Quadro clínico: • hipersecreção lacrimal, sudorese, piloereção, vômitos, abalos musculares • Problemas neurológicos agudos e crônicos Tratamento • Atropina I.V. – antagonista do receptor muscarínico da AChE, previne sinais de estimulação colinérgica • Pralidoxima (2-PAM) – administração logo após a exposição aos OFs pode aumentar a reativação da AChE por evitar o seu envelhecimento (eficácia controversa) • Diazepam – controla ansiedade, convulsões, contrações musculares leves INSETICIDAS PIRETRÓIDES: • Piretrinas: inseticidas naturais extraídos de flores do gênero Chrysanthemun. •Os naturais são instáveis a exposição a luz e não possuíam efeito residual e portanto sem utilidade prática como praguicida. • Indústria desenvolveu a piretrina sintética, estável a exposição a luz e com uso como praguicida. INSETICIDAS PIRETRÓIDES: Vias de absorção: oral, respiratória e dérmica. • São substâncias com potencial alergizante, expostos podendo desenvolver quadros de asma e bronquite – principalmente em crianças. São os inseticidas domésticos mais usados. INSETICIDAS PIRETRÓIDES: SINTOMAS E SINAIS CLÍNICOS • tremores, hipersensibilidade, hiperexcitabilidade, câimbras musculares e convulsões. • salivação excessiva, lacrimejamento, hipersecreção nasal, hipersensibilidade, distúrbios sensoriais cutâneos (formigamento, entorpecimento e sensação de queimação), irritação cutânea, cefaléia intensa, perda do apetite, fadiga, tonturas, perda da consciência, câimbras musculares e convulsões 2. Fungicidas : a - Compostos Inorgânicos de Cobre (oxicloreto de cobre) b - Mercuriais Orgânicos (aretan – tilex) c - Dimetilditio Carbamatos (ferban – ziran) d - Derivados da Tiouréia (tiofanato) e - Compostos Fenólicos dinitrofenóis (dinozeb – DNOC) Clorofenóis (pentaclorofenol) f - Fumigantes (brometo de metila) g - Compostos orgânicos de estanho (brestan – duter) h - Etileno-bis-ditio carbamatos (maneb – mancozeb) i - Outros grupos químicos (captan – difolatan) Fungicidas: DITIOCARBAMATOS (maneb, mancozeb, zineb e tiram) • VIAS DE ABSORÇÃO: Oral, dérmica e respiratória . • ASPECTOS TOXICOLÓGICOS: Dermatite de contato. Sensibilidade ocasional. • SINTOMAS E SINAIS CLÍNICOS: Por ingestão de grandes doses: Náuseas, vômitos, dores abdominais. 3. Herbicidas: a - Arsenicais Inorgânicos (arsenito de sódio) b - Carbamatos (clorprofan) c - Compostos Fenólicos (dinitrofenóis e clorofenóis) d - Derivados do Ácido Fenoxiaceticos (2,4-D e 2,4,5-T) e - Triazinas (ametrina – simazina) f - Triazólios (amino triazol) g - Derivados da Anilina (trifluralina – nitralina) h - Dipiridílios (diquat – paraquat) i - Tiol carbamatos (bentio carbe, butilato) j - Derivados da uréia ( carbutilato – diuron) k - Agentes desfolhantes ( DEF – Merfós – folex) HERBICIDAS: Paraquat • Vias de absorção: principalmente via oral • Aspectos toxicológicos: fibrose e parenquimatização pulmonar • Herbicida de grande potência tóxica e muito solúvel em água CLOROFENÓXIS : 2,4-D E 2,4,5-T • Vias de absorção: oral ou respiratória • Aspectostoxicológicos: podem acarretar lesões hepáticas e renais, irritações cutâneas e gastrointestinais. • Sinais e sintomas: vômitos – fraqueza muscular – bradicardia – sudorese – dificuldade respiratória – efeitos neurológicos - carcinogenicidade GLIFOSATO • VIAS DE ABSORÇÃO: Oral e dérmica • ASPECTOS TOXICOLÓGICOS: Irritante dérmico e ocular. Pode causar danos hepáticos e renais, quando ingerido em doses altas. 4. Raticidas: a - de uso restrito (fluoracéticos, fosfatos metálicos, cianeto de cálcio) • Efeitos tóxicos mais relevantes estão associados aos sistemas nervoso e cardíaco b - produtos de venda ao público: anticoagulantes (cumarínicos e indandiona). Classificação de alguns agrotóxicos em relação a toxicidade aguda: Organoclorado: Pouco tóxico medianamente altamente Dodocacloro BHC aldrin DDT dieldrin Organofosforados: Pouco tóxico medianamente altamente Bromofós diclorvós paration fention dissulfoton Carbamatos: Pouco tóxico medianamente altamente Carbaril ropoxur(baygon) carbofuran(furadan) aldicarb(temik) Piretróides: Pouco tóxico medianamente altamente Permetrina aletrina Acaricidas : pouco tóxico medianamente altamente dinocap dicofol Fungicidas: Pouco tóxico medianamente altamente Sais de cobre tiran compostos mercuriais Herbicidas: Pouco tóxico medianamente altamente Ametrina bentiocarb arsenito de sódio Simazina 2,4-D e 2,4,5-T paraquat Raticidas: Pouco tóxico medianamente altamente Cila vermelha cumafeno cianogás Norbormida pindona fluoracetato Sulfato de tálio Tempo de desativação do agrotóxico: • DDT: 4 a 30 anos • Aldrin: 1 a 6 anos • Heptacloro: 3 a 5 anos • Lindano: 3 a 10 anos • Clordano: 3 a 5 anos
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