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Farmacologia An-colinesterásicos Profa. Dra. Fabíola Zakia Mónica fabiolataufic@gmail.com Propriedade das colinesterases • Acetilcolinesterase ◆ Neurônios colinérgicos ◆ Sinapses colinérgicas ◆ Junção neuromuscular ◆ Substrato: ACh, metacolina ◆ Resistentes à hidrólise: betanecol, carbacol, succinilcolina • Butirilcolinesterase♦ ◆ Plasma, fígado, pele, cérebro, TGI, células glia ◆ Substrato: ACh, butirilcolina, succinilcolina. ◆ Resistentes à hidrólise: betanecol, carbacol, metacolina ♦Também conhecida como: Esterase sérica, Falsa colinesterase e Pseudocolinesterase. Propriedades de Colinesterases Importância farmacológica: É a enzima responsável pela degradação de vários fármacos na circulação: - Anestésico: Propanidida - Anestésicos locais que têm ligação éster: Benzocaína Procaína Tetracaína - Bloqueadores neuromusculares: Succinilcolina A BuChE da circulação é produzida principalmente pelo fígado. Portanto, os níveis estão baixas em recém-nascidos, em patientes com doenças hepáticas, e em casos de deficiência genética. Butirilcolinesterase (BuChE) HN Hidrólise da ace-lcolina pela AChE Trp 86 Sítio esterásico O N CH3 CH3 CH3 O OH Ser 203 Phe 338 Sítio aniônico C O OGlu 327 N H N His 440 O O HN Trp 86 Ser 203 Phe 338 HO N CH3 CH3 CH3 C O OGlu 327 N H N His 440 Hidrólise da ace-lcolina pela AChE (cont.) Sítio aniônico colina Sítio esterásico O O HN Trp 86 Ser 203 Phe 338 C O OGlu 327 N H N His 440 H O H Hidrólise da ace-lcolina pela AChE (cont.) Sítio aniônico Sítio esterásico OH HN Trp 86 Ser 203 Phe 338 OH O acetato C O OGlu 327 N H N His 440 Hidrólise da ace-lcolina pela ace-lcolinesterase (cont.) Sítio aniônico Sítio esterásico AGENTES COLINOMIMÉTICOS AÇÃO DIRETA AÇÃO INDIRETA Agonistas de receptor Inibidores da colinesterase Ésteres da colina (betanecol, carbacol, metacolina) Alcalóides (pilocarpina, muscarina, oxotremorina, nicotina) Carbamatos (neostigmina, fisostigmina) Organofosfatos (isoflurofato, ecotiofato) São classificados em três grupos: 1. Reversível a) Ação de curta duração: edrofônio b) Ação de média duração: fisostigmina, neostigmina, e piridostigmina 2. Irreversível a) Ação de longa duração: organofosforados - Diflos - Paration - Malation - Ecotiofato Inibidores de Colinesterases (AChE e BuChE) OH NH3C C2H5 CH3 Edrophonium (Tensilon) Inibidores ace-lcolinesterase Álcool amônio quaternário O NH3C CH3 CH3 N O CH3 CH3 Neostigmine (Prostigmin) N N CH3 H H3C CH3 O H N O Physostigmine (Antilirium) H3C N O N O CH3 CH3 Pyridostigmine (Mestinon)CH3 Carbamatos HN Inibição da AChE pela neos-gmina Trp 86 OH Ser 203 Phe 338 NON O Glu 327 His 440 Sítio esterásico Sítio aniônico ON O HN Trp 86 Ser 203 Phe 338 NHO Glu 327 His 440 Sítio aniônico Inibição da AChE pela neos-gmina Sítio esterásico ON O HN Trp 86 Ser 203 Phe 338 NHO Glu 327 His 440 Inibição da AChE pela neos-gmina Sítio aniônico Sítio esterásico ON O HN Trp 86 Ser 203 Phe 338 Glu 327 His 440 Inibição da AChE pela neos-gmina Sítio aniônico Sítio esterásico HN Trp 86 OH Ser 203 Phe 338 OHN O Glu 327 His 440 Inibição da AChE pela neos-gmina Sítio aniônico Sítio esterásico Action Potential Na+ Acetylcholinesterase Presynaptic neuron Postsynaptic target Muscarinic Receptor ACH ACH ACH ACH ACH ACH ACH ACH ACH ACH ACH ACH ACH ACH ACH ACH ACH • Organosfosforados • Gases • Irreversível • Modificação covalente da enzima AChE H3C P O O F O P O CH3 FCHCH3C CH3 CH3 CH3 Sarin Soman Inibidores ace-lcolinesterase (cont.) • Organosfosforados • Ação irreversível • Modificação covalente AChE • Maior duração de ação • Usado no tratamento do glaucoma O P O O F Isofluorophate; DFP (Floropryl) H3C NH3C CH3 CH2 CH2 S P O OC2H5 OC2H5 I- Echothiophate (Phospholine Iodide) Inibidores ace-lcolinesterase (cont.) • Organosfosforados • Inseticidas • Irreversível • Modificação covalente da enzima AChE • Rapidamente inativado em mamíferos O P S OC2H5 OC2H5 N N CH3 CH H3C H3C Diazinon S P S OCH3 OCH3 CH CH2 C C O O O OC2H5 C2H5 Malathion Inibidores ace-lcolinesterase (cont.) Biotransformação inse-cidas S P S OCH3 OCH3 CH CH2 C C O O O OC2H5 C2H5 Malathion S P O OCH3 OCH3 CH CH2 C C O O O OC2H5 C2H5 Malaoxon S P S OCH3 OCH3 CH CH2 C C O HO O HO (Inactive) CYP 450 insetos Carboxiesterases (mamíferos, pássaros) HN Inibição da AChE pelos organosfosforados Trp 86 OH Ser 203 Phe 338 O P O F O Glu 327 His 440 Sítio aniônico Sítio esterásico HN Trp 86 Ser 203 Phe 338 O P O O O Glu 327 His 440 Sítio aniônico Inibição da AChE pelos organosfosforados Sítio esterásico HN Trp 86 Ser 203 Phe 338 “Envelhecimento enzima” O P O O O Glu 327 His 440 Inibição da AChE pelos organosfosforados Sítio aniônico Sítio esterásico AnKdoto para intoxicação por organosfosforados • Pralidoxima (Protopam; 2-pyridine aldoxime methyl chloride; 2-PAM) • Antidoto para pesticidas ou gases • Mais efetiva se administrada em poucos horas após exposição N CH3 N HO Cl- Resumo ina-vação AChE pelos organosfosforados 1 2 3 Resumo rea-vação AChE pela pralidoxima Reativadores de Colinesterase Pralidoxima Características: 1. Se liga ao sítio aniônico da colinesterase. 2. O grupo (=NOH) possui alta afinidade pelo átomo de fosfofato. 3. Esta afinidade leva a pralidoxima a interagir com o sítio fosforilado da enzima, removendo o fosfato e reativando a enzima. 4. Eficácia do tratamento é limitada pelo “envelhecimento” da enzima N CH3 NOH + “Síndrome da guerra do Golfo” Pralidoxima foi administrada como antídoto nos soldados para proteção contra o possível envenenamento com o gás do nervo (sarin). Reativação de Colinesterase 2.5 mg atropina, 600 mg pralidoxima Reativação de Colinesterase Efeitos gerais de Anticolinesterásicos 1. Sinapses colinérgicas autonômicas: a. Aumento de secreções glandulares (salivar, lacrimais, brônquicas e gastrintestinais) b. Aumento de atividade peristáltica c. Broncoconstrição d. Bradicardia e. Hipotensão f. Constrição pupilar; acomodação da visãopara perto g. Redução da pressão intra-ocular 2. Junção neuromuscular: a. Aumento na força de contração em resposta ao estímulo b. Restaurar o funcionamento sináptico após bloqueio por agentes competitivos, e.g., d-tubocurarina Efeitos gerais de Anticolinesterásicos 3. Sistema nervoso central: (aminas terciárias – fisostigmina; OF) a. Excitação (inicialmente), com convulsões b. Depressão (perda de consciência, insuficiência resp.) 4. Neurotoxicidade por organofosforados: - Desmielinização dos nervos periféricos - fraqueza e dano sensorial - associada à inibição de esterases relacionadas à mielina?? Neostigmina/piridostigmina = mais eficazes na JNM do que no sistema autônomo Fisostigmina/organofosforados = o oposto Fármaco Tipo de Inibição Via de administração Uso Edrofônio Rev IM or IV Diagnostico for Miastenia gravis Neostigmina Rev IM, IV, or oral Miastenia Gravis, atonia bexiga e intestino Fisiostigmina Rev IM, IV, or local Glaucoma, Doença Alzheimer, antidoto para Overdose anticolinérgicos Tacrina Rev Oral Doença de Alzheimer Donepezil Rev Oral Isofluorofato Irrev Local Glaucoma Ecotiofato Irrev Local Glaucoma Rivastigmina Rev Oral Galatamina Rev Oral Usos clínicos dos inibidores da AChE Doença de Alzheimer Doença de Alzheimer Doença de Alzheimer Usados como armas químicas (diflos, tabun, saran, soman) e inseticidas (malation e paration; carbarila contra piolhos e lêndeas) - substâncias apolares, voláteis, altamente lipossolúveis - facilmente absorvida através de membrana mucosas, pele e cúticula Usos clínicos de anticolinesterásicos Tratamento da miastenia gravis Músculo normal Músculo miastênico Usos clínicos de anticolinesterásicos Tratamento da miastenia gravis Características: 1. Redução no número de receptores nicotínicos 2. Neurotransmissão inadequada a) Fraqueza muscular b) Cansaço c) Incapacidade de manter atividades repetidas Usos clínicos de anticolinesterásicos Tratamento da miastenia gravis Principais drogas: Neostigmina, Piridostigmina Usos clínicos de anticolinesterásicos Tratamento de envenenamento ofídico (corais) Micrurus corallinus Micrurus frontalis Micrurus lemniscatus (Fotos: A. Melgarejo) Ação pré-sináptica Ação pós-sináptica Ação pós-sináptica Usos clínicos de anticolinesterásicos Tratamento de envenenamento ofídico (corais) Manifestações sistêmicas N Ptose palpebral 8 Fraqueza muscular 4 Incapacidade de se manter na posição ereta 3 Fasciculação muscular 2 Respiração superficial 2 Visão turva 2 Parestesia 2 Disfagia 2 Salivação 1 Mialgia 1 “Faces miastênicas” Usos clínicos de anticolinesterásicos Tratamento de envenenamento ofídico (corais) Pré-neostigmina Pós-neostigmina Usos clínicos de anticolinesterásicos Tratamento de envenenamento ofídico (corais) Pré-neostigmina Pós-neostigmina Usos clínicos de anticolinesterásicos Doença de Alzheimer • Principal causa demência a partir dos 50 anos • Redução dos níveis de ACh, serotonina, glutamato, noradrenalina, dopamina; • Atrofia neurônios motores córtex • Diminuição da densidade de nervos colinérgicos • Perda neurônios colinérgicos no cérebro • Fármacos aprovados FDA: Tacrina, Donezepil, Rivastigmina, Galantamina Tacrina • Primeiro inibidor AChE aprovado em 1993 FDA para tratamento Alzheimer; • Inibe reversivelmente tanto a AChE como butirilcolinesterase • Tempo meia vida: 2-3horas • Metabolizada pelo citocromo P450 • Hepatotóxica • Dose: 120-160 mg/dia • Enzimas hepáticas devem ser monitoradas Donezepil • Aprovado em 1997 pelo FDA para tratamento Alzheimer; • Inibe reversivelmente tanto a AChE como butirilcolinesterase • Tempo meia vida: 70 horas • Metabolizada pelo citocromo P450 • Dose: 5-10 mg Rivastigmina • Aprovado em 2000 pelo FDA para tratamento Alzheimer; • Inibidor pseudo-irreversível tanto da AChE como butirilcolinesterase • Tempo meia vida: 1,5 horas • Duração inibição enzimática: mais de 10 horas • Dose: 1,5-12 mg Galantamina • Aprovado em 2001 pelo FDA para tratamento Alzheimer; • Inibe reversivelmente tanto a AChE • Se liga de maneira alostérica nos receptores nicotínicos aumentando liberação de AChE • Tempo meia vida: 7 horas • Metabolizada pelo CYP2D6 e CYP 3A4 • Dose: 8-12 mg 12/12 horas Intoxicação por Anticolinesterásicos Principais manifestações: 1. Salivação 2. Bradicardia severa 3. Hipotensão 4. Dificuldade respiratória 5. Espasmos musculares ; dores abdominais ; diarréia 6. Paralisia do músculo esquelético: bloqueio por despolarização (acúmulo ACh na placa terminal) 7. Efeitos centrais (convulsões) 8. Tratamento: a) Remoção do paciente do local exposto b) Administrar atropina ou reativadores da enzima (Pralidoxima) • Asma • Doença pulmonar obstrutiva crônica • Úlcera péptica • Obstrução trato urinário Contra-‐indicação no uso de inibidores da AChE ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS PRINCIPAIS USOS CLÍNICOS • BEXIGA HIPERATIVA • INTOXICAÇÃO ANTICOLINESTERÁSICOS • ASMA • DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA • ÚLCERA PÉPTICA • ANTIESPASMÓDICO Solifenacina Oxibu/nina Atropina Propiverina CONTRAÇÃO AO CARBACOL EM MÚSCULO DETRUSOR ISOLADO DE HUMANO AFINIDADE RELATIVA ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS COMUMENTE UTILIZADOS TRATAMENTO BEXIGA HIPERATIVA Formas farmacêuticas, dose e posologia antagonistas muscarínicos Parâmetros farmacocinéticos dos antagonistas muscarínicos Parâmetros farmacocinéticos de duas formulações de oxibutinina (IR e ER) Antagonistas muscarínicos utilizados na asma e doença pulmonar obstrutiva crônica Propriedades antagonistas muscarínicos Principais hipóteses baixa eficácia dos antagonistas muscarínicos no tratamento asma e/ou doença pulmonar obstrutiva crônica • Efeitos adversos • Baixa seletividade • Dose utilizada é baixa para produzir bloqueio colinérgico Ex: dose ipatrópio produzir broncodilatação: 500 ug Dose permitida FDA: 18 ug Principais efeitos adversos • Boca seca • Constipação • Tontura • Dor de cabeça • Olho seco • Retenção Urinária
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