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Aula 03

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PSICOLOGIA HOSPITALAR
Profª. Thatiana Valory
Aula 3: Avaliação psicológica no espaço hospitalar
PSICOLOGIA HOSPITALAR
Aula 3: Avaliação psicológica no espaço hospitalar
Objetivos desta aula:
 Entender a avaliação psicológica no espaço hospitalar;
 Ressaltar as técnicas utilizadas para a avaliação psicológica no espaço hospitalar;
 Esclarecer sobre os comportamentos éticos no preenchimento do prontuário.
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A avaliação psicológica tem sido uma área de grande curiosidade por outros especialistas, diferentemente dos psicólogos. O encantamento está frente aos instrumentos que são utilizados para se chegar a uma conclusão sobre a mente e o comportamento humano. Mas, para que esta seja diferenciada do senso comum, o Conselho Federal de Psicologia, frequentemente, avalia as ferramentas e as autoriza como fidedignas ou não.
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Ao longo desta aula você perceberá que são muitas as técnicas, tais como: testes psicológicos, questionários, entrevista aberta, entrevista fechada, entrevista semi dirigida, inventários, entre outras. Mas quando se fala no espaço hospitalar estas ficam mais restritas, pois o lugar do quarto ou da enfermaria, muitas das vezes não permite privacidade, o que limita muita mais este tipo de avaliação.
	
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A avaliação psicológica no espaço do hospital é bem diferente do psicodiagnóstico na clínica. Na clínica se utiliza testes psicológicos para se chegar a interpretação da queixa do paciente. No hospital, a principal ferramenta é o olhar clínico e a entrevista, pois o tempo de internação muitas das vezes é muito curto ou longo demais e o espaço físico não proporciona atendimento clínico.
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A ENTREVISTA PSICOLÓGICA NO HOSPITAL
A atuação do psicólogo hospitalar muitas das vezes é multidisciplinar, como pôde ser visto na aula 2 e outras vezes, transdisciplinar, ou seja, onde o paciente é atendido por uma série de outros profissionais que precisam manter uma comunicação entre si para que o tratamento alcance o resultado esperado.
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No hospital, a entrevista psicológica não tem tanto a privacidade de um consultório, pois na sua maioria ela é realizada ao lado do leito, espaço este onde o paciente se encontra. Se for numa enfermaria, esta entrevista se torna mais invasiva ainda, pois o espaço é compartilhado por outras pessoas e a privacidade também invadida. Se for em quarto particular, também são encontradas as limitações, tais como: invasão de outros profissionais da saúde, invasão dos familiares, invasão de visitantes, ente outros.
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O QUE DEVE ENTÃO O PSICÓLOGO FAZER?
Para minimizar esta invasão de privacidade é preciso que o psicólogo use de estratégias que possam passar confiança ao paciente. Aproximar a cadeira do leito, falar num tom baixo e começar com perguntas descontraídas e menos invasivas, são algumas medidas que facilitam o processo de avaliação.
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A proposta da escuta é trazer um trabalho mais humanizado, onde haja um espaço para as queixas que vão além da doença, mas que envolvam questões intrigantes ao internado. Este momento não deve ser forçado, os conteúdos devem ser abordados conforme o ritmo do paciente, pois falar da doença pode potencializar o sofrimento em alguns casos e em outros pode minimizar, então é preciso deixar que flua a confiança e mediante este andamento o psicólogo vai percebendo onde pode intervir.
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Sobre este olhar é possível afirmar que: 
“A escuta ativa tem como característica o valor terapêutico da escuta, valorizando a expressão e o vínculo com o paciente, percebendo se neste momento ele precisa falar e desabafar, ou se necessita de uma atitude mais ativa com perguntas e intervenções que facilitem as colocações do paciente sobre suas dificuldades e sobre sua compreensão sobre a doença”.
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A habilidade do psicólogo hospitalar está em avaliar quais perguntas serão cabíveis àquela situação, qual é o momento de olhar, qual é o momento de escutar e qual é o momento de falar. Para isso, é preciso conversar com a equipe de saúde, antes de se colocar nos leitos. Escutar um pouco os conteúdos e experiências da enfermagem, dos médicos, fisioterapeutas e nutricionistas sobre aquele paciente, facilita a condução da avaliação psicológica.
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Deve-se respeitar o momento do paciente de não querer falar ou chamar o psicólogo para expor alguma inquietação. Para isto é muito importante que esclarecimentos sobre a doença e descrição de alguns termos técnicos sejam dados com precisão, se a dúvida surgir, é muito importante colocar para o paciente que esta será buscada e num posterior encontro a mesma será esclarecida. Neste momento, a linguagem verbal e não verbal devem ser analisadas, a fim que se tenha uma medida sobre o sofrimento do paciente.
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O silêncio, o choro, a risada, os gestos, a inquietação, o olhar, todos esses comportamentos e sentimentos tem seus significados no momento da escuta e estes sinais servem de pistas para as próximas entrevistas ou encontros que serão realizados. Estas serão informações valiosas para o diagnóstico clínico, para a intervenção do médico e de toda a equipe de saúde, pois é a partir desses dados que as intervenções poderão ser feitas com precisão, caso contrário servirá apenas o que os exames trazem como problema.
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ILUSTRAÇÃO SOBRE A DIFERENÇA DO DIAGNÓSTICO MÉDICO PARA O DIAGNÓSTICO PSICOLÓGICO
 “O médico quando de debruça sobre o paciente, posicionando o estetoscópio sobre o seu peito em busca de informações sobre o funcionamento do coração, já está passando ao paciente a sensação de que é cuidado, tratado mesmo, e isso faz com que esse último se sinta melhor (...). Quando um psicólogo entrevista um paciente pela primeira vez, procurando diagnosticar sua forma de reação à doença, ao mesmo tempo já está oferecendo ao paciente uma escuta que permite ao paciente elaborar sua doença por meio da fala, o que por si só produz efeitos terapêuticos. Não existe um ato que seja exclusivamente diagnóstico, e todo encontro comporta possibilidades terapêuticas”. (SIMONETTI, 2004, p.36).
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FAZENDO A ENTREVISTA PSICOLÓGICA
Primeiro momento é a hora de apresentar-se ao paciente, esclarecer seu papel dentro do hospital e em quais momentos ele poderá estar solicitando a ajuda do psicólogo.
No segundo momento é a hora de deixar o paciente falar, então, sempre o estimula com uma pergunta prazerosa, por exemplo: você é casado, solteiro, tem filhos, elogia a roupa, ou o cabelo ou comenta sobre algum objeto dele que encontra-se no quarto. Isto é muito importante para quebrar o gelo frente a uma figura estranha e que carrega o estigma de que é para cuidar de loucos.
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Na hora que o paciente estiver falando é muito importante estar atento aos sintomas e sinais do conteúdo, tais como: negação, enganação, falta de percepção, reconhecimento, as risadas, perguntas inadequadas, crítica, evitação para falar de si, entre outros conteúdos. Todos esses são considerados como
respostas sobre a percepção desta pessoa ao espaço hospitalar. É por meio dos feedbacks a essas reações que a relação de confiança, o acolhimento, o suporte, o respeito e atenção são estabelecidos.
Para que o paciente se sinta seguro sobre os conteúdos que ali são expostos é importante esclarecer sobre o sigilo e que os conteúdos importantes serão transmitidos ao médico se isto implicar na melhora dele, caso contrário as informações ficarão entre ele e o psicólogo.
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Todas estas informações não são possíveis em um único contato, até porque o tempo é curto, devido a grande demanda no atendimento e neste primeiro momento é muito difícil que o paciente estabeleça uma relação de confiança com o psicólogo, por isso é importante, caso o tempo de internação permita, voltar a este espaço mais 2 vezes.
Ao final de toda e qualquer entrevista, faz-se necessário que o psicólogo forneça um resumo ao paciente sobre o que foi relatado e o que ele entendeu sobre os conteúdos expostos. Assim, o paciente terá confiança maior no psicólogo, pois foi escutado perfeitamente e saberá que os conteúdos ficaram registrados.
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Contratos estabelecidos pelo psicólogo no Atendimento em Hospital
Serão descritos alguns tipos de contrato que o psicólogo pode estabelecer com os hospitais quanto ao atendimento que são prestados:
1 - Atendimento integral da clientela.
2 - Atendimento parcial da clientela.
3 - Atendimento parcial da clientela, segundo critérios de seleção estabelecidos pela equipe.
				(Bruscatto, Benedetti e Lopes,2004)
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ATENDIMENTO INTEGRAL DA CLIENTELA
Viável em internação de menor porte ou junto a especialidades médicas que atendem um número limitado de indivíduos, possibilita que seja feita uma triagem de todos os pacientes, tendo em vista a seleção, pelo psicólogo, dos casos que apresentam demanda de assistência psicológica durante o período de hospitalização.
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ATENDIMENTO PARCIAL DA CLIENTELA 
Útil em unidades de internação de médio ou grande porte. Seleciona parcela dos indivíduos hospitalizados para os quais o psicólogo julga ser prioritário o atendimento. Exemplo: pacientes da enfermaria com problemas ortopédicos, todos tem que passar pelo atendimento psicológico. Isto pode ser definido entre o médico e enfermeiros.
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ATENDIMENTO PARCIAL DA CLIENTELA, SEGUNDO CRITÉRIOS DE SELEÇÃO ESTABELECIDOS PELA EQUIPE
Em grandes enfermarias e com um número heterogênio de pacientes, prevê que a assistência psicológica seja prestada apenas para alguns, aqueles considerados mais necessitados.	
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Todos os atendimentos psicológicos devem ser registrados no prontuário hospitalar do paciente até a sua conclusão naquele espaço.
Algumas condições devem ser levadas em consideração para avaliar o estado do paciente na enfermaria, tais como: condição psíquica atual do paciente, correlação entre o estado psíquico atual e sua situação médica condição emocional prévia (estrutura e dinâmica de personalidade) e situação psicossocial e ambiental.
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Após todo e qualquer fechamento de atendimento na enfermaria é preciso que alguns questionamentos sejam respondidos. São eles:
1 - Existe uma real demanda de atendimento pela equipe de Psicologia voltada para o paciente e familiares? 
2 - A demanda detectada é compatível com o que foi especificado no pedido de consulta formal? 
3 - Há demanda da equipe implicada na problemática emocional do paciente? 
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4 - Qual estado emocional do paciente e familiar, considerando a situação da doença e tratamento? Qual grau de comprometimento emocional observado na situação? 
5 - De que maneira antecedentes psicossociais, pessoais ou familiares, podem estar interferindo no atual estado emocional do paciente? 
6 - Qual influência das condições ambientais relativas a hospitalização no desencadeamento ou maximização de reações emocionais desadaptativas? 
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7 - Há necessidade, como conduta primária ou subsidiária ao acompanhamento psicológico, de avaliação psiquiátrica (adoção de medicação com ação psicoativa)? 
8 - Quais os focos e objetivos a serem contemplados na proposição de condutas considerado o fato do paciente encontrar-se hospitalizado?
Percebe-se que a avaliação psicológica no espaço hospitalar tem todo um protocolo a ser seguido para que se obtenha êxito nos resultados, caso contrário vira apenas um diálogo.
			(Bruscatto, Benedetti e Lopes,2004, p.63) 
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ÉTICA NO PREENCHIMENTO DOS PRONTUÁRIOS
O Código de Ética do Psicólogo aborda a questão do sigilo no seu artigo 9º - "É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional."
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Os prontuários no hospital se colocam como um meio de comunicação entre os profissionais da saúde para que todos entendam o estado físico e emocional do paciente e deem continuidade ao tratamento dentro de uma lógica de raciocínio. 
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"O Hospital, para dar um exemplo, apenas tem a guarda desses documentos, ou seja, é seu fiel depositário, com a finalidade de preservar o histórico de atendimento de cada paciente".
 (CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA DE SÃO PAULO)
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A Resolução CFP 001/2009, em seu artigo 2º, aponta as informações que devem ser registradas no prontuário pelo psicólogo, como: 
 identificação do usuário/instituição; 
 avaliação de demanda e definição dos objetivos do trabalho; 
 registro da evolução dos atendimentos, de modo a permitir o conhecimento do caso e seu acompanhamento, bem como os procedimentos técnico-científicos adotados;
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 registro de Encaminhamento ou Encerramento; 
 cópia de outros documentos produzidos pelo psicólogo para o usuário/instituição do serviço de psicologia prestado, que deverá ser arquivada, além do registro da data de emissão, finalidade e destinatário.
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Em hospitais a situação não é muito diferente, deve-se seguir o mesmo protocolo para que os prontuários sejam preenchidos com rigor e ética. As informações contidas neste espaço devem ser apenas as relevantes, resguardando a confidencialidade dos detalhes e reforçar o sigilo das informações.
Estes prontuários devem ficar arquivados por um período de 5 anos, sob a responsabilidade do hospital, mas como é área de saúde, este deve permanecer guardado durante 20 anos.
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SÍNTESE DA AULA
A avaliação psicológica no hospital é uma atividade muito sucinta e de pouco acompanhamento, pois não se sabe quanto tempo o paciente permanecerá internado. É preciso haver um cuidado muito grande na escuta e se atentar aos detalhes para que o diagnóstico seja feito com precisão e venha a ajudar os outros profissionais da saúde a dar fechamento ao caso.
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no espaço hospitalar
Algumas perguntas são necessárias, assim como, quando finaliza o processo de avaliação é preciso fazer a devolução para a paciente dos pontos que foram observados, assim como preencher alguns questionamentos no prontuário, a fim de que em futuras entrevistas a técnica seja aperfeiçoada.
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O preenchimento do protocolo deve seguir todo o processo de sigilo e confiabilidade nos dados que foram obtidos, se restringindo apenas aos assuntos que são de interesse da equipe de saúde. Os arquivamentos desses dados são de responsabilidade do Hospital por um período de 20 anos, onde o paciente pode ter acesso a qualquer informação necessária.

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