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Aula de Gestão Escolar

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DA ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR À GESTÃO EDUCACIONAL: UM LONGO CAMINHO DE MUDANÇAS
UMA SOCIEDADE EM MUDANÇA
 Mudança, inovação, alteração, transformação, conversão, modificação e outras palavras significam que alguma coisa, um fato, uma pessoa, uma instituição, etc., deixa de ser o que era e assume, qualitativa e ou quantitativamente, outro caráter, outra identidade e, até mesmo, outra forma ou conteúdo.
 
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 Para Drucker (Austríaco - Administrador), passamos de uma sociedade industrial para uma sociedade de serviços, o que exige nova parceria entre a educação e os negócios. 
 
 Um novo mundo surge a cada 30 ou 40 anos, e os jovens não conseguem entender como seus pais e avós viviam.
 Em meados do século XV, ocorre a invenção da imprensa, e hoje o mundo vive um período de grandes e profundas transformações, em todos os campos e lugares.
 As mudanças levam a uma nova dicotomia (normas, conceitos) de valores, não literária e científica, mas entre “intelectuais” e “gerentes”. Enquanto os primeiros se preocupam com palavras e idéias, os segundos importam-se com pessoas e trabalho. O grande desafio filosófico e educacional é transcender essa dicotomia.
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Dowbor (Ladislau Dowbor – Suíço - Economista) aponta os grandes eixos dessa mudança que atinge este início de século (XXI):
1) O progresso tecnológico: a informática;
2) A internacionalização: globalização;
3) A urbanização: êxodo rural;
4) As polarizações: distância entre ricos e pobres;
5) Dimensão do Estado Moderno: modernização;
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Dryden (Inglês - Administrador) aponta as tendências que moldarão o mundo de amanhã:
1) A era da comunicação instantânea: armazenar informações (Internet)
2) O mundo sem fronteiras econômicas: transformações econômicas;
3) Três passos para uma economia única: globalização (Europa, Américas e Países Asiáticos)
4) A nova sociedade de serviços: mudança da industrial para serviços;
5) De grande a pequeno: os prestadores de serviço;
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6) A nova era do lazer: valorização da vida;
7) A forma mutável de trabalho: 
8) Mulheres na liderança: aumento significativo das mulheres em posição de liderança;
9) A década do cérebro: raciocínio + leitura + discussão + conhecimento;
a) Projetos: projetos específicos, 
b) Trabalhadores em meio período;
c) Grupo familiar;
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10) Nacionalismo cultural: necessidade da valorização da sua língua, raízes e cultura;
11) A crescente subclasse: nova classe na cidade grande;
12) O envelhecimento da população ativa: maior expectativa de vida;
13) A nova onda do “faça você mesmo”: controle da sua vida;
14) Empreendimento cooperativo: parcerias;
15) O triunfo do indivíduo: consumidor é o “rei”;
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 Não podemos conseguir os avanços educacionais de que precisamos a menos que façamos um investimento cada vez maior em novos métodos de educação e aprendizagem.
 A escola terá de mudar para estimular e preparar o aluno para viver num mundo futuro que será caracterizado por complexidade e incerteza cada vez maiores, conflitos de valores, avanços tecnológico e interdependência global. 
 A escola, como instituição social, precisa acompanhar as mudanças da sociedade e assumir outras funções.
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 É necessário levar em consideração o “currículo oculto”, isto é, os conhecimentos prévios dos alunos, com finalidade de prepará-los para pensar e agir democraticamente.
 A escola deve perceber e acompanhar os grandes avanços do conhecimento, as mudanças da clientela escolar, o aumento quantitativo e qualitativo das exigências da nova sociedade globalizada.
 A escola precisa encarar a mudança com necessidade, e não só transmitir conteúdo aos alunos. É o que Paulo Freire denomina, “educação bancária” é o ato de depositar, transferir, transmitir conhecimentos.
 A maioria dos profissionais de educação pode querer fazer as mudanças que acredita serem necessárias e úteis, porém falta-lhe competência técnica para entendê-la e realizá-las com êxito.
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A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR: O PROCESSO DE GESTÃO PARA A MODERNIDADE
Brito (Flávio Brito – Brasileiro – Mestre em Ciência da Educação) aponta os principais problemas com que as escolas portuguesas se defrontam:
• Falta de autonomia na resolução dos problemas;
• Ausência de dignificação do órgãos de gestão escolar;
• Inexistência de incentivos e apoios na execução de acordos institucionais;
• Normativos de regulamentação dos órgãos de gestão desajustados com a realidade e com princípios de eficácia;
• Falta de incentivos materiais (órgãos pedagógicos, executivos);
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• Excesso de normativos, desajustados, desarticulados;
• Excesso de responsabilidade sobre o órgão de direção e gestão;
• Excesso de repetição de pedidos externos sobre estatísticas desligadas do interesse das necessidades da “organização escolar”;
• Desequilíbrio da rede escolar (distribuições de alunos/áreas pedagógicas/edifícios escolares);
• Falta de correspondência teórico-prática em determinada legislação por impedimentos externos à escola;
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 A “organização da escola” tem três áreas fundamentais de gestão: pedagógico-didático, funcional e dos espaços e administrativo-financeiro. Em Portugal, ocorre a supervalorização da área administrativo-financeira, em detrimento do pedagógico didático.
 A supervalorização de uma área pode degradar os serviços das outras, o que poderia ser evitado pela gestão participativa ou democrática, que, no Brasil, é preceito constitucional, regulamentado pela LDB.
 A má qualidade do ensino público tem sido apontada como uma das razões da exclusão de milhões de brasileiros do mercado de trabalho. Essa má qualidade é decorrente de uma série de fatores: falta de autonomia, baixos salários, formação deficiente de professores e gestores, etc.
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A escola tem tido oportunidades de uma gestão participativa, como reconhecem as próprias autoridades da SEE-SP, porque:
1) A estrutura das escolas é centralizada e burocratizada;
2) Descentralização e a administração participativa ainda não saíram do papel;
3) Muitas propostas para garantir à direção maior autonomia administrativa, financeira e pedagógica não são concretizadas.
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Algumas sugestões da própria Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (SEE-SP):
1) Toda escola deveria receber recursos financeiros suficientes para se organizar melhor em termos de pessoal e material.
2) As escolas mais carentes, na periferia de grandes cidades e localidades pobres do interior, deveriam receber mais recursos e assistência técnica para compensar as desigualdades.
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A escola, no entanto, reclama que para ter uma efetiva autonomia é preciso:
1) Dispor de coordenadores, orientadores e funcionários para assessorar os professores no planejamento;
2) Pagar as horas destinadas a reforço e recuperação de alunos durante o ano letivo, uma vez que, nas férias isso é ineficaz;
3) Organizar classes de aceleração para regularizar o fluxo escolar e atender as diferenças individuais ao ritmo de aprendizagem dos alunos;
4) Redefinir o processo de avaliação, denominado “Progressão Continuada”, que está sendo identificada como “Promoção Automática”;
5) Propiciar condições técnicas, administrativas pedagógicas para a escola construir a “Proposta Pedagógica” e o “Regimento Escolar” de acordo com sua necessidade, evitando a padronização.
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 A escola que todos desejam não pode ser uma utopia (fantasia, imaginário), mas uma realidade democrática e de qualidade, organizada para atender às características diferenciadas de crianças, jovens e adultos, com materiais e equipamentos suficientes. A proposta pedagógica deve valorizar a cultura do sucesso no ensino e aprendizagem e na vida profissional e familiar.
 O diretor é o representante do poder público na unidade escolar para articular as políticas educacionais macros (sequência de atividades) com a proposta pedagógica da escola.
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Ao diretor
compete:
1) Implementar, com a equipe escolar, as políticas educacionais e fornecer, com precisão e correção, retroinformações à Secretária da Educação e outros órgão centrais e regionais;
2) Atuar técnica e politicamente para que a escola possa cumprir sua missão institucional a partir do conhecimento de sua realidade local;
3) Induzir às inovações necessárias com base na legislação e em objetivos e metas estabelecidas pela política educacional, pela experiência profissional e por conhecimentos gerais e específicos atualizados.
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 A gestão educacional, na maioria das escola estaduais, ainda se baseia no modelo de administração clássica, estática e burocrática, não condizente com as necessidades de um mundo em constantes e rápidas transformações.
 A mudança deve ser embasadas nas moderna teorias de administração, com ênfase na liderança, na tomada de decisões, nas estratégias e na flexibilidade e autonomia da escola.
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 O novo modelo de gestão educacional enfatiza a liderança, não mais realizada, como no passado, por gente talentosa, com características de personalidade, que induzem as pessoas ao trabalho e à participação.
 Hoje o líder busca, intencionalmente, influenciar os outros para utilizarem todo seu potencial, realizarem bem as tarefas e atingirem objetivos e metas.
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 Os líderes, hoje, devem ser agentes de mudanças, pois não se trata de adquirir novo conceitos, habilidades ou atitudes mas de “desaprender” o que não é mais útil a organização. O “desaprender” constitui um processo totalmente diferente que envolve ansiedade, atitude defensiva, resistência, medo e desconforto nas relações interpessoais.
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É preciso tomar alguns cuidados para que as mudanças ocorram sem traumas:
•Viabilizar um conjunto de políticas para criar o futuro;
• Usar métodos sistemáticos para buscar e prever as mudanças necessárias;
• Procurar as melhores maneiras e os melhores momentos dentro e fora da organização;
• Equilibrar as mudanças, compensar os desgastes e dar continuidade a elas;
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O líder será o grande animador para que se tenha um bom êxito e se crie uma nova cultura organizacional.
Pode se afirmar que:
• A autoridade hierárquica não favorece a mudança;
• Mudanças significativas exigem imaginação, perseverança, diálogo, cuidados e disposições para mudar;
• Toda mudança é um grande desafio que deve ser enfrentado por pessoas diferentes, em diferentes posições, que liderem de maneiras diferentes, não como heróis.
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Ferreira (administrador e mestre da FGV) aponta dois elementos que devem estar presentes em qualquer administração:
1) A contextualização: qualquer paradigma de gestão não tem sentido se considerado fora da realidade em que surgiu.
2) Necessidade de mudanças: as organizações são sempre foco e alvo de mudanças, pela utilização da tecnologia ou pelas transformações impostas pela sociedade.
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Qualquer transformação gera resistência, especialmente interna. A grande tarefa dos gestores é fazer com que a resistência seja vencida de maneira construtiva.
A organização é parte do meio ambiente composta de três elementos:
• A estrutura, em que se define o papel da organização no ambiente, do indivíduo na organização e dos relacionamentos entre os elementos;
• A tecnologia, em que as pessoas encontrarão os recursos de que necessitam para cumprir seu papel e especificidades das atribuições;
• O comportamento das pessoas que tem conhecimento e competência para realizar um trabalho;
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As empresas 
são constituídas 
por pessoas, estruturas e
 tecnologias, sem 
vislumbre
 de mudanças de
 paradigma. As novas
 teorias e práticas de
 gestão provocarão as
 mudanças.
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O processo de mudanças pode ser divido arbitrárias:
1) Iniciação: introduzir novas idéias e práticas e procurar aprovação institucional;
2) Implementação: operacionalizá-las;
3) Institucionalização ou estabilização: constituí-las em normas e rotinas (políticas), para que se tornem práticas integrantes do trabalho escolar.
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Gatter (Nicolaus Gatter – Alemão - Economista) cita, ainda, uma análise da literatura e de estudos de caso sobre gestão de mudança em nível escolar, descritos no International Improvement Project.
1) Entender os contexto: internos e externos;
2) Tornar claro seu próprio emprenho nos projetos que apóiam: dar-lhes tempo e atenção;
3) Não deixar que a presença de projetos pessoais: apoiar e empenhar-se, diluindo uma identificação pessoal com os projetos;
4) Assegurar a divulgação dos objetivos do projeto no seio da comunidade escolar, particularmente os seus benefícios educacionais, quer a iniciativa para a gestão, quer do grupo de professores;
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5) Fazer o possível para promover o incentivo e evitar a desmotivação;
6) Assegurar e distribuir os recursos humanos e materiais;
7) Criar novas estruturas e equipamento adequados;
8) Assegurar a pertinência das soluções propostas;
9) Ter em conta a ambigüidade que caracteriza o mundo organizacional;
10) Ter em conta a importância de manter uma certa estabilidade durante a implementação do processo de mudança.
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 Uma escola ou um sistema de ensino não é uma linha de montagem, nem o administrador educacional é um gerente de empresa frio e impessoal [...] que ambas as figuras “são polarmente opostas”.
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 O diretor é cada vez mais obrigado a levar em consideração a evolução da idéia de democracia, que conduz o conjunto de professores, e mesmo os agentes locais, a maior participação, a maior implicação nas tomadas de decisão.
 A melhoria da qualidade de ensino pode ser conseguida com mais eficácia se for fruto de ações em conjunto e bem coordenadas pela equipe técnico pedagógica, sobretudo pelo diretor, como líder do processo coparticipativo.
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O aluno sai da faculdade habilitado para ser diretor de escola, mas totalmente desinformado quanto às grandes mudanças ocorridas na sociedade, à clientela que deve atender, às condições culturais dos alunos e os problemas de violência etc. O pessoal que trabalha na escola além de insuficiente, é mal preparado e mal-remunerado.
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Alguns princípios e prática da administração empresarial, devidamente adaptados podem aplicar à gestão educacional:
1) As escolas devem ser planejadas para se transformar em centros comunitários permanentes;
2) A integração escola-comunidade-família deve ser amplamente aplicada;
3) Pais, professores e alunos devem estar satisfeitos com a escola; afinal, eles são os clientes;
4) Não esquecer que entre a clientela há diferentes características de inteligência e, por isso, devem existir diferentes estilos de aprendizagem;
5) Usar boas e novas técnicas de ensino que sugiram diferentes formas de aprendizagem;
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6) Não se esquecer do recurso–chave do processo de ensino-aprendizagem: o professor. Investir em sua atualização e aperfeiçoamento;
7) Planejar bem o currículo da escola, visando ao crescimento pessoal, às habilidades de vida e ao aprender e a aprender;
8) A educação continuada deve ser uma constante entre alunos e professores;
9) Adotar critérios diferentes e eficazes de avaliação do processo educativo; lembra-se de que o que sabemos hoje será obsoleto amanhã. Se pararmos de aprender estaremos condenados a estagnação;
10) Usar tecnologia moderna e dar a todos o direito de escolher a técnica que lhes pareça mais adequada para aprender.
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“A força não provém da capacidade física e, sim, de uma vontade indomável.” 
Mahatma Gandhi
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