Buscar

Analytic Plhilosophy

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Analytic Philosophy
Aaron Preston
Analytic Philosophy: 
Segundo Preston, a filosofia analítica foi uma revolução no pensamento filosófico que opõe a filosofia contemporânea à filosofia tradicional, fazendo-nos, enquanto filósofos analíticos, abandonar a tentativa de produzir grandes sistemas explicativos “do mundo e do lugar do homem nele”.
Etapas ou sub-revoluções:
1) 1900 – 1910: Realismo anti-idealista
2) 1910 – 1935: Filosofia da Linguagem Ideal
3)1935 – 1945: Positivismo Lógico, Ciclo de Viena
4) 1945 – 1960: Filosofia da Linguagem ordinária
5) 1960...: Filosofia analítica pós linguística
1) 1900 1910: Realismo anti-idealista:
Embora as raízes da filosofia analítica sejam “consensualmente” localizadas no pensamento de Gottlob Frege na Alemanha no final do século XIX, foi na Inglaterra que ela se desenvolveu. 
Especificamente, no inicio do século XX com Bertrand Russell e Edward Moore, ambos educados por filósofos de inclinação hegeliana que defendiam que o mundo possuía uma unidade mental e “espiritual”.
Cada objeto externo só existe em virtude das relações que possui com todos os demais: doutrina das relações internas.
Desta forma, nada existiria em isolamento, como em muito se buscou na filosofia clássica, mas só existiria em sua condição relacional, enquanto todo, o “espírito universal”.
Porém:
Russell e Moore se opõem à doutrina das relações internas, típica da filosofia hegeliana, e passam a defender um realismo particularista.
Eles também deixam de acreditar em Grandes sistemas filosóficos e passam a tratar de questões isoladas.
Ambos estavam influenciados pelas noções de Significados e Proposições de Frege que entendia tais dispositivos como entidades platônicas, mas as readaptaram, passando a entender significados e proposições como coisas no mundo real (como esta mesa, este computador etc)
2) 1910 – 1935: Filosofia da Linguagem Ideal:
Fase do atomismo lógico de Russell:
Para o idealismo uma dada sentença somente seria verdadeira em relação com o todo e não isoladamente.
Além disso, o mundo exterior, estando relacionado ao sujeito da percepção, seria dependente deste (do sujeito), resultando assim em um idealismo psicologista.
Russell é especialmente contra a teoria dos objetos.(em si)
Para ele, o significado tem de ser sempre um objeto.
Neste caso, a frase: “Papai Noel não existe” precisa ser um objeto-sujeito.
Papai Noel, que deve estar em algum céu platônico e que tem sua existência em nosso mundo negada... Haveria, então, um reino de objetos não existentes...
Para não cair nesta situação, Russell formula a Teoria das descrições:
Segundo ele, expressões denotativas (um, o, a, nenhum, tudo) não teriam significado em si, seriam símbolos incompletos. Seu significado seria dependente do restante do contexto da frase no qual estariam inseridos e que expressa uma proposição.
São, portanto, significativas, mas não se referem a nada existente.
Não existe um sujeito que se refere a um objeto “papai noel não existe”
Por outro lado, anteriormente a Russell e seu Principia Mathematica, Frege antecipou a noção russelliana de símbolo incompleto com seu princípio de contexto:
“Palavras só tem sentido no contexto de sentenças completas.”
Junto a Russell e seu atomismo lógico (1916), Wittgenstein também desenvolvia sua versão atomística que mais tarde publicaria em seu Tractatus Logico-Philosophicus (1921).
Para Wittgenstein, nossa frases podem ser analisadas em termos de proposições atômicas nas quais cada termo é um nome atômico correspondente a um objeto simples.
Quando verdadeiras, as proposições correspondem a fatos atômicos constituídos de objetos simples, constituintes últimos e indestrutíveis da realidade. Pensamentos são pinturas lógicas dos fatos.
Exemplos: “Essas folhas são verdes” – proposição = fato atômico.
Proposições mais complexas representando fatos mais complexos são chamados de Proposições Moleculares:
Associação de proposições atômicas através de conectivos lógicas
O valor de verdade das proposições moleculares depende do valor de verdade da proposições atômicas e de seus conectivos lógicos.
Elas são portanto funções de verdade das proposições elementares.
Para Wittgenstein, as proposições são significativas por serem capazes de afigurar os fatos.
Essas são as Proposições da Ciência.
Mas então qual seria o status das proposições da filosofia expressa no Tractatus?
Resposta de Wittgenstein: Elas não possuem significado, embora não sejam absurdas.
“São como a escada que deve ser jogada fora depois que tivermos subido por ela...”
3) Positivismo Lógico:
Viena da década de 20: busca de transformar a filosofia em ciência (cientificismo) = resulta de Mach + Comte + métodos lógicos. Muitos dos integrantes era cientistas interessados em filosofia.
Eles foram influenciados fortemente pelo Tractatus de Wittgenstein, argumentando que a filosofia tradicional tinha seu cerne constituído por Pseudoproblemas- sem significado.
Para explicitar isso, eles se valeram de um princípio tomado de discussões com Wittgenstein, o princípio da verificação. 
Segundo o princípio de verificação inicialmente proposto por Wittgenstein: “O Significado de sua proposição é o seu método (Regras e procedimento) de verificação.”
Proposições da metafísica tradicional (como “o nada nadifica”, “o absoluto evolui segundo tríade dialética”) ou como as proposições religiosas “Existe um Deus invisível que está em todo lugar” Não são verificáveis, portanto não tem sentido cognitivo.
O único sentido que elas podem ter é o expressivo, como o da frase “O amor é o amém do universo” (Novalis)
Um dado histórico: o círculo de Viena foi dissolvido com a ascensão do nazismo e os membros emigração exercendo uma enorme influência nos Estados Unidos.
O positivismo lógico encontrou problemas insolúveis, primeiro com relação a um problema devastador com o princípio da verificação:
Ele afirma que todas as sentenças que não são tautológicas precisam ser verificáveis para terem sentido...
Porém, o princípio da verificação não é tautológico e não é empiricamente verificável.
Portanto, ele é destituído de sentido!
Havia ainda problemas em estabelecer o princípio de modo que ele servisse às pretensões cientificistas dos positivistas lógicos.
Em sua forma forte, ele destruía a ciência, em sua forma fraca, ele admitia a metafísica que os filósofos do círculo de Viena queriam desqualificar.
Quine: o primeiro filósofo norte-americano de grande importância, muito influenciado pelo poisitivismo lógico. Quine manteve uma atitude cientificista e naturalista em filosofia.
Segundo os positivistas lógicos, os enunciados teóricos precisavam ser reduzidos a enunciados observacionais chamados de Enunciados Protocolares – verificadores.
Quine acha que isso é impossível. Em “´Dois dogmas do Empirismo”, um artigo tremendamente influente, ele identifica dois dogmas no positivismo lógico:
1) distinção analítico - sintético
2)A crença de que cada enunciado significativo é equivalente a algum construto lógico baseado em termos que se referem à experiência imediata.
Primeiramente consideremos a dicotomia aceita pelos empiristas:
A) analítico , a priori, necessário, obs.: a negação de uma verdade analítica é contraditória.
B) sintético, a posteriori, contingente
Para ele, analítico, a priori, necessário, adam juntos...
É importante entender primeiro cada um desses conceitos fundamentais: Verdade analítica: é a que depende do significado de seus constituintes. Exemplo: o triangulo tem três lados. A sua negação é tipicamente contraditória. A verdade sintética depende da experiência
O que Quine propõe é uma dissolução das distinções analítico-sintético, a priori - a posteriori, necessário-contingente.
Para Quine, pode substituir analiticidade por sinonimidade:
1) Um casado é um não solteiro./ Um solteiro é um não casado.
Problema: como se define a sinonimidade? Resposta: alguém na história o fez. (Solteiro = não casado)
Não há evidencias que isso tenha de fato acontecido.
Portanto,
para Quine, a explicação naturalista do significado/ sinonímia é inexplicável, casualista, o tipo de coisa que o empirismo quer evitar.
Objeções:
1) Ele requer demasiada precisão dos termos do objeto a ser definido. Total identidade entre categoria e objeto.
2) Quine não percebe que os termos do objeto a ser definido e os seus definidores precisam pertencer ao mesmo campo semântico.
Exemplo: a matemática e a física não podem definir o que é um cachorro.
Não se define o conceito de ornitologia usando conceitos de física ou de matemática.
Isso já resulta no segundo dogma:
Quine quer criticar o “reducionismo” dos positivistas lógicos, para os quais os enunciados científicos tomados em isolamento poderia ser analisado em um pequeno número de enunciados observacionais passíveis de verificação.
Contra essa visão atomista, isolacionista e local de verificação, Quine argumenta que é o poder preditivo e portanto verificabilidade e significado somente como parte de uma rede de enunciados que constituem teorias abrangentes e visões de mundo: esse é o holismo de Quine.
4) Filosofia da linguagem ordinária (1945- 1960)
Após Moore, a filosofia da linguagem ordinária praticamente desapareceu devido à percebida superioridade da filosofia da linguagem ideal.
Mas ela retornou com a segunda filosofia de Wittgenstein, que sofreu uma completa mudança, em Cambridge. Além disso ela recebeu adeptos talentosos em Oxford. – Austin, Gilbert Ryle, Strawson, Grice.
Assim a filosofia da linguagem ordinária se tornou dominante após a segunda guerra mundial e até os anos 60.
O segundo Wittgenstein:
Ao retomar à filosofia Wittgenstein concluiu que a linguagem não possui uma estrutura universal a ser resgatada por uma linguagem ideal, mas ela é um emaranhado de prática, jogos de linguagem que funcionam de acordo com regras próprias que podem ser apenas mostradas e fazem parte da forma de vida da comunidade linguística.
A linguagem é um fenômeno estritamente social e não pode ser estudada em abstrato.
Os jogos de linguagem são totalidades não analisáveis (isoláveis) e o significado é o uso.
Segundo Aaron Preston:
Devido ao cientificismo de Quine, a filosofia analítica atual retornou à sua relação com a ciência e se tornou mais complexa – uma filosofia analítica pós-linguística – caracterizada por ecletismo e subdivisões em partes:
Uma parte ficou sendo a filosofia da linguagem, outra a epistemologia, a metafísica, filosofia da ciência ética e meta-ética.
Tudo isso mantendo os princípios de clareza e rigor analíticos.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais