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Diferencie Regras X Princípios

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Diferencie Regras X Princípios
De Acordo com Antônio Rizzatto (2000, p. 172), regra é "um comando, um imperativo dirigido aos seus destinatários (pessoas físicas, pessoas jurídicas e demais entes), responsável por permitir, proibir, constranger e/ou disciplinar certos modos de ação ou comportamento presentes na vida humana em relação", ou seja, são preceitos normativos para que em cada eventualidade, seja proferida uma conduta. Afim de que se minimize a abstração, atuando no “tudo ou nada”. Ou se aplicam ao caso concreto, ou não se aplicam.
Já o princípio, pode ser classificado como a base do próprio direito, sendo o alicerce pra qualquer individuo. Sendo normas fundamentais de conduta de um individuo diante as leis já colocadas, os princípios constitucionais são o que protegem os aspectos fundamentais da ordem jurídica.
Percebe-se então que o principio não é uma instrução especifica se não seria uma regra. Sendo considerado um padrão de conduta, tem sentido valorativo, adota-se a qualquer conduta. Os princípios sempre se aplicam.
Esta diferenciação se torna nítida, quando observadas que as regras estão hierarquicamente inseridas no ordenamento jurídico: a Constituição Federal é a norma fundamental do Estado e ressalta sobre as normas infraconstitucionais (leis ordinárias, complementares, medidas provisórias etc.), e estas, por sua vez, se acrescentam às normas infralegais (decretos executivos, portarias, instruções normativas etc.). Já o princípio tem o mesmo valor e mesma consistência no ordenamento jurídico. Não existe principio que sobreponha os outros. Vale a pena ressaltar que somente em caso concreto e que um determinado principio será posto com mais relevância em relação ao outro.
Não se trata de excluir, mas de apontar a qual princípio será dado maior relevância no caso concreto. Neste contexto, num concurso público para o provimento de cargo de juiz federal substituto se exigir altura mínima de 1,60m dos candidatos tem-se a violação declarada ao princípio da isonomia, na medida em que se demonstra discriminação indevida. Entretanto, se o concurso público fosse para prover cargos de soldado de polícia militar, a exigência, em que pondere transgressora à ideia basilar de isonomia, seria aceita em consequência da existência do princípio da razoabilidade. Conclui-se que não se trata de excluir o princípio da isonomia, mas apenas de minimizar o seu raio de alcance com a finalidade de dar efetivação a outro princípio: o da razoabilidade.
Podemos dizer assim que normas em conflito não ficarão imaculadas no meio jurídico, pois como se diz: “ele é pequeno demais para normas em conflito”. Alguém vai ter que ceder. Resolvem-se esses conflitos aplicando a harmonização e ponderação dos interesses. Assim, é direito de todo o cidadão exigir o cumprimento dos princípios, exigência perfeitamente alinhada à ideia de Estado Democrático de Direito.

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