Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 1 ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA DO ESTADO BRASILEIRO. DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA. DA UNIÃO. DOS ESTADOS FEDERADOS. DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS. Relembrar o que está definido no artigo 1o da CF quanto ao Princípio Federativo: autonomia político-administrativa dos entes que compõem a federação. São várias esferas de poder dentro de um mesmo território e sobre a mesma população. Trata-se da descentralização no exercício do poder político. • FORMA DE ESTADO Refere-se à distribuição do exercício do poder político em razão do território. Demonstra a existência, ou não, de descentralização. A CF adotou a forma de Estado Federado, tendo a descentralização como nota marcante. Trata-se de uma reunião feita por uma Constituição de entidades autônomas unidas por vínculo indissolúvel. FEDERAÇÃO = União de vários Estados, cada qual com uma parcela de autonomia político-administrativa com competências estabelecidas na Constituição. No Brasil é cláusula pétrea. UNITÁRIO = Comando central único que pode ser descentralizado administrativamente e politicamente. Só existe um legislativo, um judiciário e um executivo. Geralmente forma adotada por Estados menores. Ex.: França. • FORMA DE GOVERNO (Maquiavel) REPÚBLICA = O governante é um representante do povo, por ele escolhido para um mandato determinado. Não é cláusula pétrea expressa. Para STF é implícita. MONARQUIA = Tem a marca do aspecto vitalício da investidura na chefia do Estado. • SISTEMA DE GOVERNO GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 2 PRESIDENCIALISMO = Chefia de governo e de Estado se confundem. O chefe de governo é um presidente escolhido pelo povo com mandato determinado. Não é cláusula pétrea. PARLAMENTARISMO = A chefia de Estado é exercida por presidente/monarca, mas o governo efetivo é exercido por um Gabinete de Ministros, formado pelo partido majoritário no parlamento, liderado pelo Primeiro-Ministro. • SISTEMA POLÍTICO TOTALITARISMO – inexiste liberdade individual. Partido único, comandado por um líder carismático, impõe uma ideologia oficial. DEMOCRACIA – tem como base a participação do povo no governo. FEDERAÇÃO BRASILEIRA O Brasil é uma República Federativa, formada pela ligação indissolúvel dos Estados, dos Municípios, do Distrito Federal e da União (CF, arts. 1º e 18). Os municípios são considerados entidades federativas de terceiro grau. CARACTERÍSTICAS DA FEDERAÇÃO • Descentralização política • Repartição de competências: garante autonomia entre os entes federativos e assim, o equilíbrio da federação. • Constituição rígida – estabilidade institucional. • Inexistência do direito de secessão. • Soberania do Estado federal • Intervenção – diante de situações de crise • Auto-organização dos Estados-membros – Constituições Estaduais • Órgão representativo dos Estados-membros – Senado • Guardião da Constituição – no Brasil o STF • Repartição de receitas. GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 3 FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATICA DO BRASIL – CF, 1O. • SOBERANIA – da República Federativa e não da União, enquanto ente federativo. • CIDADANIA • DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA • VALORES SOCIAIS DO TRABALHO E DA LIVRE-INICIATIVA • PLURALISMO POLÍTICO OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL – CF, 3O. • Construir uma sociedade livre, justa e solidária. • Garantir o desenvolvimento nacional. • Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. • Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. PRINCÍPIOS QUE REGEM A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS – CF, 4O. • Independência nacional • Prevalência dos direitos humanos • Autodeterminação dos povos • Não intervenção • Igualdade entre os Estados • Defesa da paz • Solução pacífica dos conflitos • Repúdio ao terrorismo e ao racismo • Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade • Concessão de asilo político GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 4 FEDERAÇÃO NA CF DE 1988 A federação brasileira é resultado do desfazimento do Estado Unitário. Houve a transformação de províncias e, Estados-membros desde 1891. A FORMA FEDERATIVA É CLÁUSULA PÉTREA! Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. Todos autônomos, nos termos da Constituição. Os TERRITÓRIOS FEDERAIS, que podem ser criados por Lei Complementar, não são entes federativos, pois integram a União. Não goza de autonomia. (CF, 18, §2º). UNIÃO Ente central da federação com AUTONOMIA em relação aos demais entes federados, concentrando grande volume de atribuições administrativas, legislativas e tributárias. Dupla personalidade – papel interno e internacional. Internamente, Pessoa Jurídica de Direito Público Interno, componente da Federação Brasileira e autônoma, na medida que possui capacidade de auto- organização, autogoverno, autolegislação e autoadministração (autonomia financeira, administrativa e política). Internacionalmente, a União representa a República Federativa do Brasil. A SOBERANIA É DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL! ATENÇÃO: A União, pessoa jurídica de direito público interno, não se confunde com a República Federativa do Brasil, pessoa jurídica de direito público internacional formada pela união dos Estados, Distrito Federal e Municípios. Assim como os demais entes que compõem a federação brasileira, a União possui apenas autonomia, apesar de exercer as atribuições decorrentes da soberania do Estado brasileiro. GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 5 CAPITAL FEDERAL Art. 18, §1o. Brasília é a Capital Federal. Antes o DF era a capital da União. Não é cidade porque não é sede de município. • Capital da República • Sede do Governo Federal • Sede do Governo do DF Excepcionalmente pode-se transferir a SEDE DO GOVERNO FEDERAL (Art. 48, VII, CF), não a Capital da República. BENS DA UNIÃO Art. 20 da CF. USO COMUM – aqueles que permitem o livre acesso e a utilização de todos. USO ESPECIAL – destinados à utilização da Administração Pública e ao funcionamento do Governo federal. UNIÃO (dupla personalidade) No plano interno é pessoa jurídica de direito público interno com autonomia financeira, administra>va e polí>ca, responsável pelo comando do governo central. No plano internacional a União representa a República Federa>va do Brasil, exercendo soberania. A União, em si não é soberana, mas apenas exercente da soberania. GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 6 DOMINICAIS (DOMINIAIS) – bens passíveis de alienação. Têm natureza jurídica semelhante à dos bens privados e não são afetos a uma utilidade pública, nem são de uso comum do povo. TERRAS DEVOLUTAS – São bens dominicais e somente pertencerão à União quando indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei. Do contrário pertencerão aos Estados-membros, salvo se tiverem sido trespassadas aos Municípios. Atenção: • Mar territorial – 12 milhas náuticas • Zona contígua – estende-se de 12 as 24 milhas náuticas • Zona econômica exclusiva – estende de 12 as 200 milhas náuticas (são bens da União apenas os recursos naturais que neles se encontrem). • Plataforma continental – leito ou subsolo além do mar territorial, até 200 milhas (são bens da União apenas os recursos naturais que neles se encontrem). • Faixa de fronteira – até 150 km de largura ao longo das fronteiras terrestres. ESTADOS MEMBROS Entidades autônomas que se organizam por meio da elaboração (poder derivado decorrente) de Constituições estaduais e todas as suas outras leis. A autonomia é assegurada pela delegação constitucional de competências para estruturar seus Poderes, sem interferência ou subordinação federal. No âmbito estadual o Legislativo é UNICAMERAL (Assembleia Legislativa). Podem sofrer intervenção federal. GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 7 FORMAÇÃO DE ESTADOS MEMBROS CF, art. 18, § 3o. • Incorporar-se entre si = Fusão. Estado A + Estado B formam o Estado C. Surge um novo Estado e os Estados A e B desaparecem. • Subdividir-se = Cisão Estado A desaparece e forma novos Estados que não existiam antes da cisão. • Desmembrar-se. Desmembramento anexação = Um estado originário cede território e população para outro. Essa parte desmembrada se anexa a outro Estado já existente, ampliando seu território e população. Desmembramento formação = a parte desmembrada se transformará em um ou mais Estados, que não existiam. Exemplo: parte do Estado do Pará serviria para formar o Estado de Carajás e o Estado de Tapajós. Exigências: Es ta do s f ed er ad os (c ap ac id ad es ) Auto-organização se organizam com suas próprias cons>tuições Autolegislação exercem seus próprios poderes legisla>vos nas competências de sua alçada Autogoverno elegem seus próprios governantes e organizam suas jus>ças Auto-administração organizam suas administraçoes GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 8 • Plebiscito (Princípio da Soberania Popular) com a população interessada. Atenção: O STF definiu que deveria ter sido consultada toda a população do Estado do Pará, e não somente da região a ser desmembrada. • Lei Complementar Federal MUNICÍPIOS Passaram a ostentar a condição de entes federados após a CF/88. Possuem também plena autonomia. Não possuem, como os Estados, representação no Congresso Nacional. ATENÇÃO – MUNICÍPIO NÃO TEM PODER JUDICIÁRIO! Não sofrem intervenção federal, e sim intervenção estadual, salvo os Municípios pertencentes aos Territórios. O autogoverno decorre da capacidade de elegerem a chefia do Executivo os integrantes do Poder Legislativo. A Autoadministração se dá por conduzirem e exercerem com independência suas tarefas legislativas, materiais e tributárias. Se organiza através de LEI ORGÂNICA, votada em DOIS turnos com o interstício mínimo de DEZ dias, aprovada por DOIS terços dos membros da CÂMARA DE VEREADORES (DDD). FORMAÇÃO DOS MUNICÍPIOS CF, art. 18, § 4o – regras para criação, incorporação, fusão e desmembramento. A fim de que não houvesse uma enxurrada de criação de municípios apenas com fins eleitoreiros a CF limitou o poder dos Estados-membros de criar Municípios. Isso para evitar a manipulação da fragmentação das unidades federadas. INTERSTÍCIO DE DEZ DIAS VOTADA EM DOIS TURNOS MAIORIA DE DOIS TERÇOS GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 9 PRESSUPOSTOS OBJETIVOS: • LEI COMPLEMENTAR FEDERAL – fixando de maneira genérica o período para a criação incorporação, fusão e desmembramento, bem como o procedimento. ESSA LEI NÃO EXISTE ATÉ HOJE!!! • Estudo de viabilidade municipal • Plebiscito convocado pela Assembleia Legislativa – desde que positivo o estudo de viabilidade, com a população dos municípios envolvidos • Lei ordinária estadual cria. ATENÇÃO: ADI 2240 – LEM – INCONSTITUCIONAL e STF deu prazo de 24 meses para anular. A ADO 3682 reconheceu a omissão e deu prazo de 18 meses. A Emenda Constitucional 57, de 18.12.2008, acrescentou o art. 96 ao ADCT, convalidando os atos de criação dos municípios até 31.12.2006 (mais de 60 municípios). ESSA LEI FOI APROVADA DIA 16 DE OUTUBRO MAS FOI VETADA PELA PRESIDENTE DA REPÚBLICA. DISTRITO FEDERAL Autonomia: NENHUM MUNICÍPIO PODE SER CRIADO, DESDE 31.12.2008 POR FALTA DE PROSSUPOSTO OBJETIVO. GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 10 • Auto-organização – CF, 32, caput. Lei Orgânica votada em dois turnos, com interstício mínimo de 10 dias, e aprovada por 2/3 dos membros da Câmara Legislativa. • Autogoverno – art. 32, §§ 2o e 3o – Eleição de Governador, Vice e Deputados Distritais. • Autoadministração e Auto legislação – regras de competência. CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES Impossibilidade de divisão do DF em Municípios – art. 32, caput. Autonomia parcialmente tutelada da União • Art. 32, § 4o – Polícia civil, militar e corpo de bombeiros não pertencem ao DF, apesar de subordinadas a ele. São organizados e mantidos pela União • Art. 21, XIII e 22 XVII - O Poder Judiciário e o Ministério Público do DF são organizados e mantidos pela União. TERRITÓRIOS Na Constituição anterior eram entes federativos. O 1o foi o do ACRE criado em 1904. Ganhou status constitucional em 1934. Não existem mais territórios no Brasil. • Roraima e Amapá foram transformados em Estados conforme art. 14, caput ADCT • Fernando de Noronha foi extinto, sendo a área reincorporada ao Estado de Pernambuco. Art. 15, ADCT. Não é dotado de autonomia política. Mera descentralização administrativo- territorial da União – trata-se de uma AUTARQUIA. (18, § 2O) integra a União. Apesar de não existirem podem vir a ser criados: • Lei Complementar – 18, § 2o • Plebiscito GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 11 • Modo de criação – 18, § 3o CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES • Podem ser divididos em Municípios – art. 33, § 3o • Executivo – 84, XIV – A direção dá-se por Governador, nomeado pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal • Legislativo – 45, § 2o. Eleição de 4 Deputados Federais – exceção ao Princípioda Proporcionalidade para a eleição de Deputados Federais. VEDAÇÕES AOS ENTES FEDERATIVOS (CF, 19) • Inciso I – separação entre Estado e Igreja. Veda a criação de igrejas ou cultos oficiais. Veda alianças e que sejam subsidiadas. Só se admitem parcerias no interesse público. • Inciso II – negar fé aos documentos públicos • Inciso III – criar distinções (ex.: criar vagas só para baianos) entre brasileiros ou preferências (Espírito Santo dar preferência a cariocas) entre si. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS Como pressuposto da autonomia dos entes federativos, cada um deles possui competências próprias, delimitadas pela própria CF. Predominância de Interesse – cabe à União matérias e assuntos de interesse geral, aos Estados as matérias e assuntos de interesse regional e aos Municípios as questões de predominante interesse local. PREDOMINÂNCIA DO INTERESSE UNIÃO assuntos de interesse geral ESTADOS assuntos de interesse regional MUNICÍPIO assuntos de interesse local GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 12 Os poderes da União são enumerados nos arts. 21 e 22; os Estados ficam com os poderes remanescentes (art. 25, § 1o); e os Municípios ficam com os poderes indicados genericamente no art. 30 da CF/88. CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS • MATERIAL (Não legislativa) – prática de atos políticos e administrativos. • LEGISLATIVA – cada entidade federada elabora suas próprias leis e dispõe de seu próprio direito. • EXCLUSIVA – cabe apenas e exclusivamente a uma única entidade, sem possibilidade de delegação. • PRIVATIVA – Atribuída a uma entidade federada com exclusão de todas as demais, com possibilidade de delegação. • REMANESCENTE (NÃO ENUMERADA OU RESIDUAL) – conferida aos Estados-membros como sobra após enumeração das competências das demais entidades. • COMUM (Cumulativa ou paralela)– afeta concomitantemente mais de uma entidade, que atuam em pé de igualdade. • CONCORRENTE – atribuída a mais de um ente federado com atuação em níveis diversos. • SUPLEMENTAR – conferida a determinado ente para: - complementar as normas gerais dispostas por outro (Suplementar- complementar) - suprir a ausência dessas normas gerais (suplementar-supletiva). COMPETÊNCIAS DA UNIÃO A. COMPETÊNCIA NÃO LEGISLATIVA (ADMINISTRATIVA/POLÍTICA) • COMUM (CF, 23) - Pertence a todos os entes federativos (U – E – DF – M). Ex.: zelar pela constituição; pelas leis; proteger o meio ambiente; combater a poluição, cuidar da saúde... GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 13 • EXCLUSIVA (CF, 21) – pertence à União e não pode ser delegada. EXCLUI OS OUTROS! Ex.: declarar guerra; celebrar paz; emitir moeda. B. COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS • PRIVATIVA (CF, 22) – pertence à União, mas pode ser delegada aos Estados, por meio de Lei Complementar. Ex.: Direito Penal; Civil; Empresarial; do Trabalho; trânsito e transporte. • CONCORRENTE (CF, 24) – a União faz a lei Geral e o Estado a lei específica. Ex.: Direito Tributário, Econômico; Penitenciário. Se a União não fizer a Lei Geral, o Estado poderá fazê-la, até que sobrevenha a Lei Federal, que SUSPENDERÁ a lei estadual no que for contrária. Lei Federal não revoga lei estadual, têm a mesma hierarquia. COMPETÊNCIAS DOS ESTADOS Estados são autônomos em decorrência da capacidade de auto-organização, autogoverno, autoadministração e autolegislação. • Auto-organização – art. 25, caput – criam sua própria Constituição. • Autogoverno – arts. 27, 28 e 125 – estruturação dos Poderes Legislativo (Assembléia Legislativa), Executivo (Governador de Estado) e Judiciário. 3 vo ga is E Exclusiva E Exclui a par>cipaçao de outro ente I Indelegável GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 14 • Autoadministração e autolegislação – arts. 18 e 25 a 28 – regras de competência legislativas e não legislativas. A. COMPETÊNCIAS NÃO LEGISLATIVAS • COMUM (CF, 23). • RESIDUAL (CF, 25, §1º) – aquilo que não é da competência da União ou do Município. B. COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS • Expressa - Fazer a sua Constituição Estadual (CF, 25, caput) • RESIDUAL (CF, 25, §1º) • DELEGADA – CF, 22 - Da União. Na competência privativa da União, o Estado pode receber delegação. Essa delegação se dá por Lei Complementar. • CONCORRENTE – CF 24 - Na competência concorrente, o Estado faz a lei específica e a União normas gerais. • Suplementar – art. 24 §§ 1o ao 4o – No caso de inércia da União. COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS A. NÃO LEGISLATIVA • COMUM (CF, 23) • ENUMERADAS (art. 30, inciso III e seguintes). Ex.: criar/cobrar os tributos municipais; aplicar essas receitas; prestar, diretamente ou sob regime de concessão/permissão serviços públicos locais (transporte público, coleta de lixo); serviços funerários... B. LEGISLATIVA • EXPRESSA - Elaborar a Lei Orgânica Municipal (CF, 29, caput) – aprovada pela Câmara de Vereadores por 2/3 de seus membros em dois turnos, com interstício mínimo de 10 dias. GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 15 • INTERESSE LOCAL - Legislar sobre assunto de interesse local (CF, 30, I). – Ex.: horário de funcionamento do comércio (horário de funcionamento das agências bancárias, para fins de atendimento ao público, não é tema de competenc; • SUPLEMENTAR - CF, 30, II – suplementar a lei federal e estadual no que couber (interesse local). Municípios somente possuem a capacidade legislativa suplementar- complementar, estando desprovido da capacidade suplementar–supletiva. Ou seja, a atuação deles depende da elaboração de norma federal/estadual precedente, não podendo agir (com capacidade suplementar-supletiva) ante a inércia dos outros dois entes. • Plano diretor (CF, 182) – visa regular a ocupação do solo urbano com o passar dos anos. Obrigatório nos municípios com mais de 20 mil habitantes. DISTRITO FEDERAL Pessoa Jurídica de Direito Público Interno. Autonomia: • Auto-organização – CF, 32, caput. Lei Orgânica votada em dois turnos, com interstício mínimo de 10 dias, e aprovada por 2/3 dos membros da Câmara Legislativa. • Autogoverno – art. 32, §§ 2o e 3o – Eleição de Governador, Vice e Deputados Distritais. • Autoadministração e Auto legislação – regras de competência. a. CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES Impossibilidade de divisão do DF em Municípios – art. 32, caput. Autonomia parcialmente tutelada da União • Art. 32, § 4o – Polícia civil, militar e corpo de bombeiros não pertencem ao DF, apesar de subordinadas a ele. São organizados e mantidos pela União GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 16 • Art. 21, XIII e 22 XVII - O Poder Judiciário e o Ministério Público do DF são organizados e mantidos pela União. COMPETÊNCIAS DO DISTRITO FEDERAL COMPETÊNCIAS NÃO LEGISLATIVAS COMUM – Art. 23 COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS Art. 32, § 1o – competências dos Estados e dos Municípios. • EXPRESSA– art. 32, caput – Lei Orgânica • RESIDUAL – Art. 25, § 1o • DELEGADA – art. 22, parágrafo único. Mediante Lei Complementar • CONCORRENTE – Art. 24. • SUPLEMENTAR – Art. 24, §§ 1o a 4o • INTERESSE LOCAL – 30, I, cc 32, § 1o. TERRITÓRIOS O 1o foi o do ACRE criado em 1904. Ganhou status constitucional em 1934. Não existem mais territórios no Brasil. • Roraima e Amapá foram transformados em Estados conforme art. 14, caput ADCT. • Fernando de Noronha foi extinto, sendo a área reincorporada ao Estado de Pernambuco. Art. 15, ADCT. Não é dotado de autonomia política. Mera descentralização administrativo- territorial da União – trata-se de uma AUTARQUIA. (18, § 2O) integra a União. Apesar de não existirem podem vir a ser criados: • Lei Complementar – 18, § 2o • Plebiscito. • Modo de criação – 18, § 3o CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 17 • Podem ser divididos em Municípios – art. 33, § 3o • Executivo – 84, XIV – A direção dá-se por Governador, nomeado pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal • Legislativo – 45, § 2o. Eleição de 4 Deputados Federais – exceção ao Princípio da Proporcionalidade para a eleição de Deputados Federais. DESCOMPLICANDO A COMPETÊNCIA DOS ENTES FEDERADOS1 • Art. 21 – Compete à União:! - Leia-se: compete, exclusivamente, à União. - Trata-se de competência administrativa. - Total de 25 incisos. • Art. 22 – Compete privativamente à União legislar sobre:! - Pelo parágrafo único, Lei complementar poderá autorizar os Estados (e o DF na competência estadual) a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. - Trata-se de competência legislativa. - Total de 29 incisos PALAVRAS-CHAVES RELACIONADAS À COMPETÊNCIA DA UNIÃO (exclusiva administrativa e privativa legislativa). - 54 incisos sintetizados em 10 palavras-chaves e expressões correlatas: i. ESTRANGEIRO: internacional, fronteira... ! ii. GUERRA: paz, defesa nacional, material bélico... ! iii. FEDERAL: plano nacional, sistema nacional, intervenção federal, estado de sítio e de !defesa... ! iv. MOEDA: câmbio, reservas cambiais, operações financeiras, crédito, capitalização, !poupança... ! v. POSTAL: serviço postal, correio aéreo nacional... ! vi. “ÃO” DE UNIÃO: autorização, concessão, permissão, telecomunicação, radiodifusão, !instalação, navegação... ! vii. TRANSPORTE: aeroportuário, aquaviário, rodoviário, ferroviário... ! viii. ENERGIA: elétrica, hidráulica, nuclear, minérios, metalurgia... ! ix. IBGE: estatística, geografia, geologia, cartografia ! 1 www.edemnapoli.com.vc GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 18 x. DISTRITO FEDERAL: organizar e manter judiciário, MP, DP, polícia, bombeiro... ! CUIDADOS: - Art. 21: XVIII (calamidades públicas, secas e inundações) – vem de inundaçÃO, que tem ÃO de UniÃO. XX (transportes) – tem inciso parecido na competência comum (inciso IX do art. 23), e o diferencial é a expressão transporte (expressão no 7). XXIV (inspeção no trabalho) – inspeçÃO tem ÃO de UniÃO. XXV (garimpagem)*.! * Lendo a palavra GARIMPAGEM ao contrário, tem-se: MEGA = que lembra mega sena, que lembra loteria federal (expressão no 1), que lembra União. ! MP = que lembra o MP do DF (expressão no 10) que lembra União (esta passagem não precisa ler ao contrário) ! IRAG = que lembra IRAQUE, que lembra guerra (expressão no 2) ! Isso se você não lembrar a possibilidade de garimpagem de minérios (expressão no 8) !- Art. 22:! I - Você pode utilizar: ! (civil, trabalho, 4 ‘al’ = comercial, eleitoral, penal e processual, e 4 “locais” [terra, água, ar, espaço] = agrário, marítimo, aeronáutico e espacial). ! Ou, se preferir, pode se valer deste processo mnemônico de memorização, que é muito mais prático: CAPACETE de PM. Vejamos: ! C – civil, A – agrário, P – penal, A – aeronáutico, C – comercial, E – eleitoral, T – trabalho, E – espacial, P – processual, M – marítimo. ! XXIII (segUridade social – U de União) – na expressão previdência social, matéria concorrente (art. 24, XII), não tem U, de União. GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 19 !XXV (REgistros PÚBLICos) – formação da palavra República, que remete à União.! XXIX (propaganda comercial) – você lembra que passa na televisÃO, que tem ÃO de UniÃO. ! • Art. 23 – É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: - Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem estar em âmbito nacional. - Trata-se de competência administrativa. - Total de 12 incisos. • Art. 24 – Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal (não falou dos municípios) legislar concorrentemente sobre: - § 1o No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. - § 2o A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. - § 3o Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. - § 4o A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia de lei estadual, no que lhe for contrário. - Trata-se de competência legislativa. - Total de 16 incisos PALAVRAS-CHAVES RELACIONADAS À COMPETÊNCIA DOS ENTES FEDERADOS - não só da União (comum administrativa e concorrente legislativa). - 28 incisos sintetizados em 10 palavras-chaves e expressões correlatas: i. PATRIMÔNIO PÚBLICO: valores históricos, artísticos, paisagísticos e arqueológicos... ! ii. SAÚDE ! iii. ASSISTÊNCIA: das pessoas com deficiência, assistência jurídica e Defensoria Pública, !proteção à infância e à juventude... ! iv. CULTURA: obras de arte e bens de valor histórico, artístico ou cultural... ! v. AMBIENTE: proteger o meio ambiente e combater a poluição... ! GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 20 vi. ALIMENTAÇÃO: produção agropecuária e abastecimento alimentar, produção e !consumo... ! vii. MORADIA: construção de moradias, melhorias na habitação e no saneamento básico... ! viii. REGIONALISTA: uso da expressão em seus territórios... ! ix. SEGURANÇA NO TRÂNSITO: políticas de educação para segurança do trânsito... ! x. JUIZADOS: criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas ! CUIDADOS: - Art. 23: IX (não fala de transporte). XI (fala em seus territórios). XII (estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito). - Art. 24: I (por exclusão). II (todos os entes têm orçamento). V (lembra de alimentação). XI (procedimento é diferente de processo). XII (previdência social não tem U de União, como tem segUridade, que é gênero do qual previdência é espécie). XVI (polícias civis). PRA FIXARCOMPETÊNCIA LEGISLATIVA: PRIVATIVA DA UNIÃO CONCORRENTE ENTRE UNIÃO, ESTADOS-MEMBROS E DF GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 21 Seguridade social Previdência social Diretrizes e bases da educação nacional Educação, cultura, ensino e desporto Direito processual Procedimentos em matéria processual Direito comercial Juntas comerciais Penal Penitenciário INTERVENÇÃO A REGRA É NÃO INTERVENÇÃO!!! O art. 18, caput, da CF/88 estabelece que a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos – ou seja, como regra geral, nenhum ente federativo deverá intervir em qualquer outro. Excepcionalmente, no entanto, a CF prevê situações (de anormalidade) em que poderá haver a intervenção: ESPÉCIES DE INTERVENÇÃO FEDERAL Realizada pela Uniao nos Estados-membros, no Distrito Federal ou nos Municípios localizados em Territórios Federais ESTADUAL Realizada pelos Estados- membros nos Municípios localizados em seu território GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 22 INTERVENÇÃO DAUNIÃO - Da União nos Estados, Distrito Federal (hipóteses do art. 34) e nos Municípios localizados em Território Federal (hipótese do art. 35); Estados em seus Municípios (art. 35). Intervenção Federal: Espontânea discricionária – de ofício (ex.: cessar grave comprometimento da ordem pública) Provocada discricionária – solicitada (ex.: solicitado pelo Poder Executivo ou Legislativo dos Estados) Provocada vinculada – requisição ou provimento (provocação do Poder Judiciário ou PGR). DA INTERVENÇÃO DOS ESTADOS EM MUNICÍPIOS -Os Estados não intervirão em seus municípios, salvo nos casos relacionados no art. 35 da CF (ex.: não prestação de contas ou não aplicação do mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino). É decretada pelo Governador. ORGANIZAÇÃO DOS PODERES O nome ideal seria separação das FUNÇÕES, afinal o poder do Estado é uno, entretanto, o art. 60, §4º, III fala em “separação dos poderes”. A finalidade é evitar a concentração do poder na mão de uma só pessoa. Veio em resposta às monarquias absolutistas. Aristóteles já havia tratado do tema, mas foi Montesquieu, na obra “O ESPÍRITO DAS LEIS” que idealizou a TRIPARTIÇÃO de poderes. No Brasil imperial adotou-se a quatripartição de poderes, idealizada por Benjamin Constant (Suíço). SEPARAÇÃO DOS PODERES É UM DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: • FUNDAMENTOS • SEPARAÇÃO DOS PODERES GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 23 • OBJETIVOS • PRINCÍPIOS QUE REGEM AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS É CLÁUSULA PÉTREA. a. CARACTERÍSTICAS (CF, 2º) A. INDEPENDÊNCIA = Um poder não pode ser subordinado ao outro. B. HARMONIA = devem ter convivência harmônica. C. INDELEGABILIDADE – via de regra, um poder não pode delegar sua função ao outro. Exceção: Lei Delegada. (Cf, 68) Cada poder exerce uma função principal (função típica), bem como exerce as outras funções de forma atípica: b. PODER EXECUTIVO FUNÇÃO TÍPICA FUNÇÃO ATÍPICA Administrar Legislar – Ex.: quando elabora uma Medida Provisória Julgar – Ex.: processos administrativos c. JUDICIÁRIO FUNÇÃO TÍPICA FUNÇÃO ATÍPICA Julgar Legislar – Ex.: quando elabora Regimentos Internos dos Tribunais Administrar – Ex.: quando concede férias, licenças. d. PODER LEGISLATIVO FUNÇÃO TÍPICA FUNÇÃO ATÍPICA Legislar Fiscalizar (CF, 70 e ss) Administrar – Ex.: quando concede férias, licenças. Julgar – Ex.: Senado julga o Presidente nos crimes de responsabilidade. Fiscalização contábil, financeiro, orçamentária, patrimonial e operacional da União: A) sistema de controle interno de cada poder B) controle externo realizado pelo poder legislativo: GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 24 • UNIÃO – Congresso Nacional auxiliado pelo TCU – Tribunal de Contas da União. Lembrar que o TCU integra o poder legislativo. • ESTADOS – Assembleia Legislativa auxiliada pelo TCE. • MUNICÍPIOS – Câmara dos Vereadores auxiliada pelo TCE ou pelo TCM, onde houver. Aqueles que antes de 1988 já tinham TCM. EXISTE NA CF UM SISTEMA DE CONTROLES RECÍPROCOS ENTRE OS TRÊS PODERES – sistema de freios e contrapesos. Trata-se de interferências recíprocas. LEGISLATIVO interfere no EXECUTIVO quando rejeita uma MP. O EXECUTIVO interfere no JUDICIÁRIO quando nomeia Ministros do STF. O JUDICIÁRIO interfere no LEGISLATIVO quando julga uma ADI. PODER LEGISLATIVO Presente em todos os entes da Federação. MUNICÍPIO Câmara dos Vereadores ESTADO Assembleia Legislativa DF Câmara Legislativa UNIÃO Congresso Nacional Via de regra UNICAMERAL. Exceção para a UNIÃO, que é BICAMERAL = Câmara dos Deputados e Senado. CÂMARA SENADO 513 Deputados 81 Senadores Representa o povo Representa os Estados e o DF Cada Estado tem um número diferente, Cada Estado tem o mesmo número de GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 25 de acordo com o número de habitantes, fixados por Lei Complementar Senadores Mínimo de 8 3 senadores Máximo de 70 Mandato de 4 anos Mandatos de 8 anos Sistema eleitoral proporcional Sistema eleitoral majoritário com maioria simples A. SISTEMA ELEITORAL a. MAJORITÁRIO • COM MAIORIA ABSOLUTA – para ser eleito, é necessário ter mais da đ dos votos válidos. Ex.: Presidente; Governador; Prefeito de cidades com mais de 200 mil eleitores. • COM MAIORIA SIMPLES – basta ter mais votos que os demais candidatos. Ex.: Senadores, Prefeitos dos Municípios com menos de 200 mil eleitores. b. PROPORCIONAL – Não importa apenas a quantidade de votos no candidato, mas também na coligação partidária da qual faz parte. Ex.: todos os membros do legislativo, exceto o Senador. ATENÇÃO – TERRITÓRIO FEDERAL – elege 4 deputados federais (CF, 45, §2º) e não elege senadores. B. TIPOS DE SESSÃO LEGISLATIVA (CF, 57) ATENÇÃO: LEGISLATURA ≠ SESSÃO LEGISLATIVA ≠ PERÍODO LEGISLATIVO Legislatura – período de 4 anos Sessão Legislativa – ano legislativo Período Legislativo – semestre legislativo a. SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA – CF, 57, CAPUT De 2 de fevereiro a 17 de julho, e, de 1 de agosto a 22 de dezembro. GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 26 b. SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA – CF, 57, §§ 6º a 8º Convocação do Congresso Nacional no período do recesso feita pelo presidente do Senado, em regra. Presidente da República e da Câmara podem convocar, ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as casas, em caso de urgência ou interesse público, em todas as hipóteses com a aprovaçãoda maioria absoluta de cada uma das casas. Casos: decretação de intervenção federal, decretação de estado de defesa e pedido de autorização para decretação de estado de sitio. O Congresso Nacional votará apenas a matéria para que foi convocado. Salvo as Medidas Provisórias que podem entrar na pauta. O Congresso Nacional não receberá a mais por essa convocação. Em 2005 houve uma convocação extraordinária e o Congresso Nacional não votou nada e naquela época eles recebiam. Pressão popular que resultou na redução do recesso e no não recebimento. – EC 50/2006. c. SESSÃO LEGISLATIVA CONJUNTA (CF, 57, §3º) – as duas casas votarão conjuntamente. SESSÃO CONJUNTA SESSÃO UNICAMERAL CF, 57, §3º Não existe mais – ADCT, 3º - Votação na revisão Constitucional Os votos dos Deputados e Senadores são computados separadamente Os votos dos Deputados e Senadores são computados conjuntamente. HIPÓTESES: • Inaugurar a Sessão Legislativa. • Elaborar o regimento comum do Congresso Nacional • Receber o compromisso do Presidente e Vice-Presidente (quando da posse) • Apreciar veto presidencial. O Congresso Nacional pode rejeitar o veto no prazo de 30 dias, pelo voto secreto da maioria absoluta. d. SESSÃO LEGISLATIVA PREPARATÓRIA – CF, 57, §4º) GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 27 Ocorre no 1º dia de fevereiro do 1º ano da legislatura. Ocorre a posse dos novos parlamentares e eleição das Mesas, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição subsequente. A vedação só vale dentro da própria legislatura. MESAS SENADO – eleitos CÂMARA - eleitos CONGRESSO NACIONAL – não eleitos Presidente Idem Presidente = Presidente do Senado 1º Vice- Presidente Idem 1º Vice = 1º Vice da Câmara 2º Vice- Presidente Idem 2º Vice = 2º Vice do Senado ... ... ... C. COMISSÕES (CF, 58) PERMANENTES (EX.: CCJ) OU TEMPORÁRIAS (EX.: CPI) COMPOSIÇÃO – proporcional aos partidos políticos naquela casa (CF, 58, §1º) • COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA – CCJ - Tem função principal de verificar a constitucionalidade dos Projetos de Lei. • COMISSÃO MISTA (CF, 62, §9º) – Composta de Deputados e Senadores. Tem função e emitir parecer prévio sobre Medida Provisória. • COMISSÃO REPRESENTATIVA (CF, 58, §4º) – composta por Deputados e Senadores. Eleita na última Sessão Legislativa para representar o Congresso Nacional no período de recesso. • COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO – CPI (CP, 58, §3º) – pode ser criada em qualquer casa legislativa, inclusive CPI conjunta (Câmara e Senado). Depende de 1/3 de assinaturas para se instalar. O STF admite a GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 28 instalação de CPI com número menor de assinaturas, graças ao Direito das Minorias. Investiga fato certo (específico, determinado), mas pode investigar fatos novos decorrentes da investigação. Tem prazo determinado de duração que pode ser prorrogado de acordo com o regimento interno de cada casa. Poder: poderes instrutórios de Juiz = as mesmas provas que um Juiz pode produzir a CPI pode: REQUISITAR DOCUMENTOS; DETERMINAR A CONDUÇÃO COERCITIVA DE TESTEMUNHAS FALTOSAS; DECRETAR QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO E FISCAL; DECRETAR QUEBRA DE SIGILO TELEFÔNICO (obtenção dos REGISTROS telefônicos ≠ INTERCEPTAÇÃO telefônica); DECRETAR PRISÃO EM FLAGRANTE (qualquer pessoa pode prender em flagrante) – ex.: Pita respondeu para Senador Antero Paes de Barros, quando perguntado: é verdade que o Sr. se apropriou de dinheiro público, respondeu: é verdade que o senhor bate na sua esposa? Foi preso por desacato. NÃO PODE: decretar outras prisões (temporária, preventiva); decretar interceptação telefônica – só juiz (CF, 5º, XII); decretar a busca domiciliar (CF, 5º, XI). CPI ESTADUAL – para o STF tem os mesmos poderes da CPI Federal – princípio da Simetria Constitucional. D. IMUNIDADE PARLAMENTAR (CF, 53) – é um conjunto de garantias destinadas a assegurar o livre exercício da função parlamentar. Indispensável ao exercício da democracia. Não fere o Princípio da igualdade, pois se trata de PRERROGATIVA (diz respeito à função por ele exercida) e não um PRIVILÉGIO (diz respeito à pessoa). IMUNIDADES ABSOLUTA RELATIVA GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 29 Material Formal Palavras, votos, opiniões dos Deputados/Senadores Prisão e Processo • IMUNIDADE MATERIAL – Deputados, Senadores e Vereadores são imunes por suas palavras, votos e opiniões. Os Vereadores só são imunes na circunscrição (município). Nenhum vereador tem imunidade relativa. Trata-se de irresponsabilidade penal (nunca praticam crime contra a honra – calúnia, difamação e injúria) e civil (não pagam indenização). OBS.: honra objetiva = o que pensam de você. Honra subjetiva = o que você pensa de si mesmo. Calúnia e difamação violam a honra objetiva. Difamação viola a honra subjetiva (consuma quando chega ao conhecimento da vítima). As palavras devem ser proferidas no exercício da função. Não importa o local (salvo os vereadores), mesmo que concedendo entrevistas, por exemplo. O PARLAMENTAR LICENCIADO NÃO MANTÉM A IMUNIDADE PARLAMENTAR, JÁ QUE SEMPRE DIZ RESPEITO À FUNÇÃO. • IMUNIDADE FORMAL Deputados e Senadores são processados e julgados pelo STF desde a expedição do diploma (diplomação = ato pelo qual, em solenidade previamente marcada, os tribunais eleitorais entregam os títulos que dão os candidatos como eleitos). Prisão = Deputados e Senadores não serão presos, salvo se o crime praticado for em flagrante delito e inafiançável, mas, se ele for preso, a sua respectiva casa será informada no prazo de 24 hs, que irá decidir se mantém o parlamentar preso, em decisão de maioria absoluta de seus membros. Processo = o fato do Deputado/ Senador ser preso ou não, não exclui o processo CRIMINAL. Recebida a denúncia por crime ocorrido APÓS A DIPLOMAÇÃO, o STF GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 30 (prerrogativa de foro) deve dar ciência à casa legislativa para decidir se o processo prossegue ou não. Pode haver suspensão do processo até o término do mandato. E. PERDA DE MANDATO Art. 55 da CF – seis hipóteses de perda! Há distinção de CASSAÇÃO e de EXTINÇÃO! Cassação – violação das proibições estabelecidas no art. 54 da CF, falta de decoro parlamentar e condenação criminal transitada em julgado – a perda do mandato dependerá da deliberação da maioria absoluta da respectiva casa legislativa. Extinção – deixar de comparecer injustificadamente a 1/3 das sessões ordinárias em cada sessão legislativa, perder ou tiver suspensos os direitos políticos e por decisão da Justiça Eleitoral – independe de votação, devendo ser decretada pela Mesa respectiva. EM AMBAS AS HIPÓTESES ASSEGURADA A AMPLA DEFESA. QUEBRA DE DECORO? Abuso das prerrogativas parlamentares ou percepção de vantagens indevidas. F. PROCESSO LEGISLATIVO - CF, 59 A 69 Elaboração de: - Emendas à Constituição - Leis Complementares - Leis Ordinárias - Leis Delegadas - Medidas Provisórias - Decretos Legislativos - Resoluções Havendo irregularidade nos atos de criação opera-sea inconstitucionalidade formal. E.1. EMENDA CONSTITUCIONAL GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 31 PROPOSTA (CF, 60, I, II, III) – rol taxativo • 1/3 de deputados/senadores • Presidente da República • Mais da đ das Assembleias Legislativa pela maioria simples de seus membros. VOTAÇÃO • 3/5 dos membros do Congresso Nacional • 2 casas • 2 turnos NUNCA HAVERÁ SANÇÃO OU VETO PRESIDENCIAL. Fruto do Poder Constituinte Derivado Reformador. PROMULGAÇÃO – mesas da Câmara e Senado. NÃO É MESA DO CONGRESSO NACIONAL. CIRCUNSTÂNCIAS IMPEDITIVAS DA EMENDA CONSTITUCIONAL • Estado de Sítio • Estado de Defesa • Intervenção Federal Se a PEC for rejeitada poderá ser apresentada na próxima Sessão Legislativa. E2. LEI ORDINÁRIA PROJETO REGRA: INICIATIVA CONCORRENTE do Congresso (1 Deputado/Senador, Comissão, Mesa), Presidente da República, Povo (qualquer cidadão). Iniciativa popular: - Lei Federal (CF, 61, §2º): 1% do eleitorado nacional + 5 Estados + 0,3% dos eleitores desses Estados - Lei Estadual – a CF é omissa, a Constituição Estadual dirá. - Lei Municipal (CF, 29, XII) – 5% do eleitorado municipal GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 32 • INICIATIVA PRIVATIVA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA (CF, 61, §1º) – Ex.: fixa ou modifica o efetivo das forças armadas; Projeto que aumente a remuneração dos servidores da administração pública. • INICIATIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – quando versar sobre organização do Ministério Público. MPU – a iniciativa é concorrente com o Presidente da República. • INICIATIVA PRIVATIVA DO JUDICIÁRIO – quando versar sobre a organização do poder judiciário. DELIBERAÇÃO: em cada uma das casas em um turno. No Congresso Nacional haverá a Casa Iniciadora e a Casa Revisora. INICIATIVA CASA INICIADORA Deputado Câmara Senador Senado Povo Câmara Presidente Câmara MP Câmara Poder Judiciário Câmara CONCLUSÃO: SENADO NORMALMENTE É CASA REVISORA! CASA INICIADORA CASA REVISORA CONSEQUENCIA Rejeitado Só pode ser apresentado novamente na próxima sessão legislativa, salvo deliberação da maioria absoluta. Aprovado Rejeitado IDEM Aprovado Aprovado É encaminhado ao Presidente da República. Aprovado Emendado Volta para a casa iniciadora para GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 33 apreciação das emendas. OBS.: Emendas podem ser: aditivas, supressivas, aglutinativas, substitutivas, de redação. No caso de Emenda, prevalece a vontade da casa iniciadora se as emendas não forem acatadas. SANÇÃO E VETO PRESIDENCIAL SANÇÃO = Concorda no prazo de 15 dias. Se silenciar, sanção tácita. VETO = Discorda no prazo de 15 dias. Motivos: Inconstitucionalidade (veto Jurídico) ou contrário ao interesse público (veto político). Características do veto: • Expresso • Motivado • Supressivo – não se pode acrescentar texto por meio de veto • Total ou parcial – atenção - não se pode vetar parte de artigo, alínea, inciso ou parágrafo. • Superável ou relativo – o congresso nacional pode rejeitar o veto Presidencial no prazo de 30 dias, em sessão conjunta e pelo voto secreto de maioria absoluta. PROMULGAÇÃO – atestado de existência de uma lei. Responsável é o Presidente da República no prazo de 48 horas da sanção ou da comunicação da rejeição do veto. Se não o fizer? Presidente do Senado. Se não o fizer? Vice-Presidente do Senado. PUBLICAÇÃO – Diário Oficial. A vigência depende, em regra 45 dias após a publicação (Vacacio Legis) ATENÇÃO – não existe prazo para deliberação, salvo para processo legislativo sumário (processo com prazo – projeto de iniciativa do Presidente da República desde que esse peça urgência). É o Regime de Urgência Constitucional: CASA INICIADORA (CÂMARA) CASA REVISORA (SENADO) EMENDAS 45 DIAS 45 DIAS 10 DIAS GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 34 Se o prazo for desrespeitado tranca a pauta da casa onde estiver tramitando. Trancar a pauta quer dizer que paralisam-se todas as votações, exceto as Medidas Provisórias Pendentes. E.3. LEI COMPLEMENTAR – é a lei que se destina a complementar a Constituição, nas hipóteses expressamente previstas (ex.: CF, 59, Parágrafo Único; CF, 93). Quando a CF se refere a Lei, se refere a Lei Ordinária (CF, 5º, XII e XIII). LEI COMPLEMENTAR LEI ORDINÁRIA Quorum e aprovação é maioria absoluta Quórum de aprovação é maioria simples ou relativa Matéria reservada na CF Qualquer matéria Quorum de instalação da sessão é maioria absoluta Quórum de instalação da sessão é maioria absoluta Lei Complementar que verse sobre assunto que não lhe era reservado será constitucional, mas, segundo o STF será materialmente uma Lei Ordinária. Pode ser revogada/alterada por Lei Ordinária. Lei Ordinária que verse sobre assunto reservado a Lei Complementar será formalmente inconstitucional. E.4. LEI DELEGADA – o Congresso Nacional delega para o Presidente da República a possibilidade de uma Lei sobre assunto específico. O Presidente da República solicita delegação e o Congresso Nacional através de Resolução do Congresso nacional determina o tema e o tempo de duração. A delegação não pode ultrapassar a legislatura (4 anos). Se o Presidente extrapola a delegação o Congresso Nacional PODERÁ sustar a Lei Delegada. CF, 49, V. TIPOS DE DELEGAÇÃO: • TÍPICA/PRÓPRIA – a Lei Delegada não volta para o Congresso Nacional. O próprio Presidente promulga e publica. GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 35 • ATÍPICA/IMPRÓPRIA – a Lei Delegada volta para apreciação do Congresso Nacional. Quem determina é a Resolução do Congresso Nacional. O Congresso pode aprovar ou rejeitar a Lei Delegada, sem fazer emendas. Ou aprova ou rejeita (CF, 68) MATÉRIAS QUE NÃO PODEM SER OBJETO DE DELEGAÇÃO (CF, 68, §1º): • Matéria de competência exclusiva do Congresso Nacional • Matéria de competência privativa da câmara ou do Senado • Matéria reservada a Lei Complementar • Organização do Poder Judiciário ou MP • Nacionalidade, cidadania, direitos individuais e políticos. • Matéria orçamentária. E.5. MEDIDA PROVISÓRIA – MP – ato com força de lei, feito pelo chefe do poder executivo (Presidente, Governador, Prefeito) e com duração determinada. Por só ter força de lei, esbarra na Reserva Legal. Ex.: não pode MP criar crime. O Presidente encaminha a MP ao Congresso Nacional. 1º vota na Câmara e depois no Senado. Opções: • Aprovar: converte em lei • Rejeitar: perda da eficácia • Não votar a MP no prazo de 60 dias, prorrogável por mais 60. Rejeição tácita e conseqüente perda de eficácia. • Fazer Projeto de Lei de conversão – é remetido ao Presidente para sanção ou veto. Enquanto isso vigerá a MP. Requisitos para edição de MP: relevância e urgência. Segundo o STF o Poder Judiciário poderá em casos extremos apreciar os requisitos de relevância e urgência. A MP produz efeitos desde a sua publicação.GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 36 Se o Congresso Nacional não votar a MP nos primeiros 45 dias, tranca a pauta (paralisam-se as votações da casa onde estiver) – CF, 62. Para o STF o trancamento não é absoluto, ficando paralisados apenas os projetos de lei que poderiam ser editados por MP. Não ficam paralisados: PEC, Projetos de Lei Complementar, Matéria Penal, etc. A PERDA DE EFICÁCIA, na rejeição, se dá de forma ex tunc, em regra. Para que isso ocorra o Congresso Nacional deve editar um Decreto Legislativo no prazo de 60 dias para disciplinar os atos já gerados pela MP. Se esse Decreto não for feito, a rejeição da MP produzirá efeitos ex nunc. MATÉRIAS QUE NÃO PODEM SER EDITADAS POR MP (CF, 62): • Direito penal, processual penal, processo civil • Nacionalidade, cidadania, direitos políticos • Matéria reservada a Lei Complementar • Que vise retenção de ativos financeiros • Matéria já aprovada pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto • Etc E.6. DECRETO LEGISLATIVO E RESOLUÇÃO DECRETO LEGISLATIVO RESOLUÇÃO Ato destinado a disciplinar a competência exclusiva do Congresso Nacional (CF, 49) Ato destinado a disciplinar a competência privativa da Câmara dos Deputados (CF, 51) ou do Senado (CF, 52) Não há sanção ou veto presidencial Não há sanção ou veto presidencial Quorum de aprovação - maioria simples/relativa Ex.: Regimento Interno GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 37 PODER EXECUTIVO 1. PODER EXECUTIVO Poder Executivo é independente e autônomo e tem como função primordial administrar a coisa pública, por meio de atos de chefia de Estado, chefia de Governo e da administração. No cenário internacional o Poder Executivo é órgão que desempenha a Chefia do Estado representando a Soberania do Estado. Enquanto órgão que desempenha a Chefia de Governo, orienta a vida política interna nacional, em permanente atividade voltada à efetivação das políticas públicas. Enquanto Chefia da Administração, o Poder presta serviços úteis à população. De forma atípica o Chefe do Executivo realiza funções legislativas ao vetar ou sancionar uma lei, ao iniciar um Projeto de Lei, nas hipóteses de sua competência, e, ainda, ao editar medidas provisórias e leis delegadas. Além de atipicamente realizar atribuições de natureza jurisdicional quando há um dissídio administrativo. Poder executivo: PODER EXECUTIVO FUNÇÃO TÍPICA Administrar a coisa pública, exercer a chefia de estado, de governo e da Administração Pública FUNÇÃO ATÍPICA NATUREZA LEGISLATIVA: editar Medidas Provisórias e Leis Delegadas NATUREZA JURISDICIONAL: dirimir contencioso administra>vo GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 38 • Âmbito federal – Presidente da República – CF, art. 76, que se vale do auxílio dos Ministros de Estado. Precisa ser brasileiro nato e mais de 35 anos. Os Ministros são nomeados pelo Presidente da República e têm que ter mais de 21 anos e estar no gozo dos direitos políticos. Ministro da Defesa tem que ser brasileiro nato; • Âmbito estadual – Governador de estado – CF, art. 28. Brasileiro com no mínimo 30 anos. Auxiliado pelos Secretários de Estado. No Distrito Federal – Governador, auxiliado pelos secretários distritais. • Âmbito municipal – Prefeito – CF, art. 29, I. Brasileiro com no mínimo 21 anos. Auxiliado por secretários municipais. 2. SISTEMAS DE GOVERNO Sistema de governo indica o modo como se desenvolve a relação entre os poderes dentro de um Estado, especialmente entre o Legislativo e o Executivo. Não se confunde com Forma de Governo, que informa a relação entre os governantes e os governados. 2.1. PRESIDENCIALISMO E PARLAMENTARISMO • Presidencialismo – completa independência política entre Executivo e Legislativo. As funções executivas estão todas concentradas no próprio Poder Executivo. • Parlamentarismo – os poderes se articulam com relativa independência e parcela da função executiva é deslocada para o Poder Legislativo. 2.1.1. DIFERENÇAS MARCANTES: a. Consolida a separação efetiva dos Poderes – marco histórico é a Constituição de 1787 dos EUA. b. No presidencialismo a chefia é UNA (monocrática ou unipessoal). O Presidente congrega todas as funções Executivas (chefia de Estado, de Governo e da Administração). No Parlamentarismo a chefia é DUAL, onde o Chefe de Estado e o Chefe de Governo são pessoas distintas. GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 39 Trata-se de um sistema típico das monarquias onde o Chefe de Estado é o Monarca e o de Governo é um Ministro, que exerce em conjunto com um Conselho de Ministros que compõem seu gabinete. Fica claro que a chefia de Governo se desloca para o Legislativo. c. O Presidente, no Presidencialismo, não precisa de apoio da maioria parlamentar para se eleger. No Parlamentarismo essa ligação é indispensável, já que o Primeiro Ministro e o restante do gabinete é nomeado pelo Parlamento. Alias, eles só se mantêm nos cargos se o Parlamento der respaldo. d. Os mandatos no Presidencialismo têm prazo determinado. No parlamentarismo o Primeiro Ministro ocupa o cargo enquanto tiver o apoio do Parlamento. ATENÇÃO: tanto o Parlamento pode destituir o Gabinete quanto pode ser dissolvido por este. e. A eleição para Presidente normalmente é direta, o que confere ao eleito mais legitimidade. A eleição indireta do Primeiro Ministro constrói uma relação harmoniosa entre os poderes Executivo e Legislativo. Outra vantagem é a possibilidade de substituição simplificada do Governo em caso de eventuais crises políticas. ATENÇÃO: Países como Colômbia, Finlândia, França, Polônia e Portugal praticam uma espécie de SEMIPRESIDENCIALISMO (SEMIPARLAMENTARISMO). DESDE A CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA DE 1891 QUE O BRASIL ADOTA O PRESIDENCIALISMO. O ÚNICO INTERVALO, ONDE ADOTOU-SE O PARLAMENTARISMO FOI ENTRE SETEMBRO DE 1961 E JANEIRO DE 1963, PERÍODO POSTERIOR À RENÚNCIA DE JÂNIO QUADROS E RESISTÊNCIA À POSSE DE JANGO POR SETORES CONSERVADORES DA SOCIEDADE. A CF 88 adota o Presidencialismo como sistema de governo, salientando que NÃO CONSTITUI CLÁUSULA PÉTREA. Essa escolha pelo Presidencialismo foi ratificada pelo POVO em abril de 1993, por plebiscito previsto no art. 2o da ADCT. GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 40 3. PRESIDENTE No Brasil o Poder Executivo é UNIPESSOAL (monocrático), exercido unicamente pelo Presidente da República, que é auxiliado pelos Ministros de Estado, que podem ser nomeados e exonerados livremente pelo Presidente. 3.1. ELEIÇÃO E MANDATO 3.1.1. REQUISITOS: • nacionalidade originária – brasileiro nato • possuir alistamento eleitoral • pleno exercício dos direitos políticos • filiado a partido político • idade mínima de 35 ano, a ser comprovada na data da posse • não estar sujeito a nenhuma causa de inelegibilidade 3.1.2. ELEIÇÃO: A eleição do Presidentee do Vice-presidente é realizada no 1º domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do último ano do mandato presidencial vigente. Mandato de 4 anos, admitida uma reeleição para um único período subsequente. Antes era de 5 anos!!! Mudou em 1995 por Emenda Revisional. 3.1.3. SISTEMAS ELEITORAIS: • Proporcional – utilizada para o preenchimento de cargos no Poder Legislativo, exceto SENADORES. Leva em consideração o QUOCIENTE ELEITORAL E PARTIDÁRIO. QUOCIENTE ELEITORAL = NO DE VOTOS VÁLIDOS/NO DE CADEIRAS A PREENCHER. O partido deve alcançar, ao menos uma vez o quociente eleitoral para eleger algum candidato. GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 41 QUOCIENTE PARTIDÁRIO = NO DE VOTOS QUE CADA PARTIDO OU COLIGAÇÃO TEVE/QUOCIENTE ELEITORAL Corresponde ao número de vagas que cada partido ou coligação possuirá na Casa Legislativa. Se o partido ou coligação obteve um número total de votos que corresponda a 4 vezes o quociente eleitoral, terá conquistado 4 vagas, que serão ocupadas, sucessivamente, pelos 4 candidatos mais votados do partido ou coligação. Majoritário absoluto para Presidente da República, Governadores e Prefeitos dos municípios com mais de 200 mil eleitores. Considera eleito o candidato que obtiver maioria absoluta dos votos válidos, em primeiro ou segundo turno. • Majoritário – vence o candidato que obtiver maioria de votos. ü Majoritário Simples – será eleito o candidato que tiver a maioria de votos, pouco importando a diferença de votos dele para o segundo colocado. É utilizado para eleições de Prefeitos nos municípios com até 200 mil eleitores e também para SENADORES. ü Majoritário absoluto – é eleito o candidato que obtiver a maioria absoluta dos votos válidos, descontados os votos em branco e nulos. Se nenhum candidato alcançar, em primeiro turno, realizar-se-á um segundo turno com os dois candidatos mais votados. Utilizado para preenchimento dos cargos de Presidente e Vice Presidente da República, Governador e Vice, Prefeito e Vice de Municípios que tenham mais e 200 mil eleitores. ATENÇÃO: Se durante o 2º turno um dos candidatos deixar a disputa por morte, desistência ou impedimento legal, chama-se o 3º colocado. 4. POSSE: A posse se dá no dia 1º de janeiro do ano seguinte à eleição em sessão no Congresso Nacional. Passados 10 dias sem a posse o cargo é declarado vago, salvo se houver motivo de força maior. GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 42 5. IMPOSSIBILIDADE DE EXERCER O CARGO 5.1. AFASTAMENTOS TEMPORÁRIOS (IMPEDIMENTOS) A ausência não se dá de forma definitiva, mas, de forma transitória. Ex.: Viagens, doença, férias, suspensão das funções em decorrência de processo judicial. 5.2. VACÂNCIA Afastamento definitivo. Ex.: Morte, renúncia ou perda do cargo. 5.3. LINHA DE SUBSTITUIÇÃO PRESIDENCIAL Art. 80, CF: LINHA DE SUBSTITUIÇÃO PRESIDENCIAL PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE Pode ser definitiva, ficando até o final do mandato. PRESIDENTE DA CÂMARA Temporária PRESIDENTE DO SENADO Temporária MINISTRO PRESIDENTE DO STF Temporária 5.4. MANDATO TAMPÃO • Ocorrendo a vacância definitiva dos cargos de Presidente e Vice nos dois primeiros anos de mandato – novas eleições diretas deverão ser feitas dentro do prazo de 90 dias; • Ocorrendo vacância definitiva dos dois cargos nos dois últimos anos – O Congresso Nacional escolhe o Presidente de forma indireta, por meio de eleição entre seus membros no prazo de 30 dias. ADI 2.709 – norma estadual que suprima a eleição no caso de vacância dos cargos de governador e vice é inconstitucional. GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 43 Ação direta de inconstitucionalidade. 2. Emenda Constitucional nº 28, que alterou o § 2º do art. 79 da Constituição do Estado de Sergipe, estabelecendo que, no caso de vacância dos cargos de Governador e Vice-Governador do Estado, no último ano do período governamental, serão sucessivamente chamados o Presidente da Assembléia Legislativa e o Presidente do Tribunal de Justiça, para exercer o cargo de Governador. 3. A norma impugnada suprimiu a eleição indireta para Governador e Vice-Governador do Estado, realizada pela Assembléia Legislativa em caso de dupla vacância desses cargos no último biênio do período de governo. 4. Afronta aos parâmetros constitucionais que determinam o preenchimento desses cargos mediante eleição. 5. Ação julgada procedente. (STF - ADI: 2709 SE , Relator: GILMAR MENDES, Data de Julgamento: 01/08/2006, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-088 DIVULG 15-05-2008 PUBLIC 16-05-2008 EMENT VOL-02319-02 PP-00260) ATENÇÃO – Presidente e Vice não podem se ausentar do país por período superior a 15 dias, salvo se tiverem autorização do Congresso Nacional, sob pena de perderem o cargo – equivale a renúncia. Primeiros dois anos Últimos dois anos Se Presidente e Vice deixam o cargo Se Presidente e Vice deixam o cargo Novas eleições diretas no prazo de 90 dias Eleições indiretas no Congresso Nacional em 30 dias. APENAS CONCLUI O MANDATO DO ANTECESSOR = MANDATO TAMPÃO ATENÇÃO - LINHA DE SUBSTITUIÇÃO: ü GOVERNADORES: § NOS ESTADOS: Vice, Presidente da Assembleia Legislativa, Presidente do Tribunal de Justiça do Estado. § NO DISTRITO FEDERAL: Vice, Presidente da Câmara Legislativa, Presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. ü PREFEITO: Vice e Presidente da Câmara dos Vereadores. 6. ATRIBUIÇÕS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA • CHEFE DE ESTADO GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 44 • CHEFE DE GOVERNO • CHEFE DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL ATRIBUIÇÕES Rol não taxativo em CF, 84 – 27 incisos. VIA DE REGRA ATRIBUIÇÕES INDELEGÁVEIS! EXCEÇÕES (CF, 84, parágrafo único): 3 atribuições delegáveis para Ministros, Procurador Geral da República e Advogado Geral da União: PRESIDENTE DA REPÚBLICA CHEFE DE ESTADO Convocar e presidir o conselho de Defesa Nacional; Nomear Ministros do STF e dos Tribunais Superiores; Nomear 1/3 dos membros do TCU; Nomear magistrados: TRF, TRT, TRE, órgãos de outro Poder; Declarar guerra, no caso de agressão estrangeira; Celebrar a paz; Confer i r condecorações e dis>nções honoríficas; Permi>r que forças estrangeiras t rans i tem pe lo te r r i tó r io nacional ou nele permaneçam temporariamente CHEFE DE GOVERNO Nomear e exonerar Ministros de Estado; Iniciar o processo legisla>vo, na forma e nos casos previstos na Cons>tuição; Sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para a sua fiel execução; Vetar projetos de lei, total ou parcialmente; Decretar o estado de defesa e o estado de sí>o; D e c r e t a r e e x e c u t a r a intervenção federal; Remeter mensagem e plano de governo ao Congresso por ocasião da abertura da sessão legisla>va; Conceder indulto e comutar penas. CHEFE DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL Exercer , com aux í l io dos Ministros de Estado, adireção superior da administração federal; Dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal , quando não implicar aumento de despesa nem criação ou ex>nção de órgãos públicos, b) ex>nção de funções ou cargos públicos, quando vagos; Nomear o Advogado-Geral da União; P r e s t a r , a nua lmen te , a o Congresso, as contas referentes ao exercício anterior; Prover e ex>nguir os gargos públicos federais, na forma da lei. GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 45 • CF, 84, VI – fazer decreto sobre a administração federal, sem aumentar despesas e sem criar ou extinguir órgãos públicos, e, extinguir cargos públicos, quando vagos • CF, 84, XII – conceder indulto e comutar penas. • CF, 84, XXV, 1ª parte – dar provimento (fazer ocupar) aos cargos públicos. a) REGULAMENTAR NORMAS - Mediante decreto. b) RELACIONAR-SE COM ESTADOS ESTRANGEIROS, ATUANDO NO ÂMBITO INTERNACIONAL c) NOMEAR AUTORIDADES PARA OCUPAREM CARGOS • Nomear e exonerar Ministros de Estado; • Nomear, após aprovação do Senado Federal, os Ministros do STF e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, presidente e diretores do Banco Central; • Nomear os Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhe são privativos; • Nomear Ministros do Tribunal de Contas da união; • Nomear Magistrados, nos casos previstos na Constituição e o Advogado-Geral da União; • Nomear membros do Conselho da República. d) ATUAÇÕES NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS LEIS (PROCESSO LEGISLATIVO) - Inicia projetos de lei e de emendas constitucionais, nos casos previstos na CF. Poder de veto ou de sanção de projeto de lei. O veto pode ser político (razões de interesse público) ou jurídico (caso de inconstitucionalidade). Edição de Medidas Provisórias e Leis Delegadas. e) ATUAÇÕES NOS “ESTADOS DE EXCEÇÃO” • Decretar estado de defesa e estado de sítio; • Decretar e executar intervenção federal; GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 46 • Declarar guerra, em caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas; • Decretar total ou parcialmente, a mobilização nacional. f) DIREÇÃO SUPERIOR DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL - Auxiliado pelos Ministros. g) COMANDAR AS FORÇAS ARMADAS h) CONVOCAR E PRESIDIR CONSELHOS – Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional i) CELEBRAR A PAZ – autorizado pelo Congresso Nacional. 7. CONSELHO DA REPÚBLICA E CONSELHO DE DEFESA NACIONAL • São órgãos superiores de CONSULTA do Presidente para assuntos de acentuada relevância nacional • São convocados e presididos pelo Presidente (CF, 84) • Seus pareceres não são vinculativos – meramente opinativos • Composição: Conselho da República (CF,89) e Conselho de Defesa (CF, 91). Chama atenção o fato de não haver ninguém do Judiciário. CONSELHO DE DEFESA CONSELHO DA REPÚBLICA Vice- Presidente Vice-Presidente Presidente da CD Presidente da CD Presidente do Senado Presidente do Senado Ministro da Justiça Ministro da Justiça Líderes da maioria e da minoria na CD Líderes da maioria e da minoria no Senado Seis cidadãos brasileiros natos Ministro da Defesa GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 47 Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica Ministro das Relações Exteriores Ministro do Planejamento • CONSELHO DE DEFESA NACIONAL – trata de assuntos relativos a soberania nacional e de defesa do estado democrático. Opina sobre declaração de guerra e celebração da paz. • CONSELHO DA REPÚBLICA – se pronuncia sobre questões internas, como a intervenção federal, o estado de defesa e o estado de sítio. 8. IMUNIDADES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA NÃO POSSUI IMUNIDADE MATERIAL!!! Quanto a palavras e opiniões – prerrogativas dos membros do Poder Legislativo. Só prerrogativas FORMAIS! 8.1. EM RELAÇÃO À PRISÃO – O presidente não está submetido a nenhuma modalidade de prisão processual (flagrante, preventiva, provisória). Só pode ser preso em razão de sentença penal condenatória prolatada pelo STF. Lembrar que Deputado e Senador só em caso de flagrante em crime inafiançável. FOI CONCEDIDA AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA NA QUALIDADE DE CHEFE DE ESTADO, SENDO INAPLICÁVEL PARA OS GOVERNADORES E PREFEITOS. 8.2. EM RELAÇÃO AO PROCESSO - Autorização da CÂMARA DOS DEPUTADOS por 2/3 de seus membros, para que o Presidente seja processado por crime comum ou de responsabilidade – estende-se ao Governadores (autorização de 2/3 da Assembleia Legislativa. NÃO SE APLICA A PREFEITOS. 8.3. CLÁUSULA DE IRRESPONSABILIDADE PENAL RELATIVA – o Presidente só pode ser responsabilizado, durante a vigência do mandato, pela prática de atos que estejam ligados ao exercício das funções. Não GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 48 havendo conexão entre o crime praticado e a atividade presidencial, ou se o crime foi praticado antes do início do mandato, a responsabilização somente ocorrerá após o encerramento do mandato (Perante a Justiça Comum). INAPLICÁVEL PARA GOVERNADORES E PREFEITOS. 9. RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE Praticado CRIME COMUM – na acepção Penal, incluindo os crimes eleitorais, será julgado pelo STF (CF, 102, I, b). Praticado CRIME DE RESPONSABILIDADE – será julgado pelo SENADO Federal, presidido pelo Presidente do STF. CRIME DE RESPONSABILIDADE = INFRAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA PRATICADA PELO PRESIDENTE (CF, 85) – quando atentar contra a CF/88 ou contra o art. 85 da CF. • Infrações Políticas (at. 85, I a IV, CF) – condutas que implicam atentado contra a existência da União, contra o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes Constitucionais das unidades da federação, contra os direitos políticos, individuais e sociais e contra a segurança interna do país. • Crimes funcionais (art. 85, V a VII, CF) – atos que atentem contra a probidade na administração, a lei orçamentária e o cumprimento das leis e das decisões judiciais. 9.1. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE REALIZADO PELA CÂMARA FEDERAL Para ser julgado, em ambos os casos, necessário um JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, que somente pode autorizar por votação de 2/3 de seus membros. GUIA DE ESTUDOS – DIREITO CONSTITUCIONAL 2 Prof. Fábio Ramos Barbosa www.facebook.com/PROFESSORFABIOBARBOSA ________________________________________________________________________________ PER ARDUA SURGO 49 ATENÇÃO: a votação do parecer é ABERTA!O juízo de admissibilidade é político e não jurídico. 9.2. SISTEMA BIFÁSICO – tanto para crimes comuns quanto para de responsabilidade. • 1ª fase – Autorização da Câmara dos Deputados pelo voto de 2/3 dos membros; RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DENÚNCIA à CD Comissão Especial DA CD AVALIA E ELABORA PARECER AUTORIZAÇÃO DA CD POR 2/3 DOS MEMBROS PARA INSTAURAÇÃO
Compartilhar