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Projeto PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA 
CENTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
CURSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL 
COMPONENTE CURRICULAR: TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
PROFESSOR: VALDERI DUARTE LEITE 
ALUNA: ISABELLA VIEIRA SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
PARA O MUNICÍPIO DE BOQUEIRÃO-PB 
 
 
 
CAMPINA GRANDE - PB 
2016 
2 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
SUMÁRIO 
1.0 INTRODUÇÃO.................................................................................................................03 
2.0 FUNDAMENTOS BÁSICOS DO MUNICÍPIO ................................................................05 
3.0 IMPORTÂNCIA DO PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS 
SÓLIDOS PARA BOQUEIRÃO .............................................................................................09 
4.0 SITUAÇÃO DOS SISTEMA DE COLETA SELETIVA DE BOQUEIRÃO........................10 
5.0 OBJETIVO .......................................................................................................................12 
6.0 GESTÃO E GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS .......................................12 
7.0 ESTIMATIVA POPULACIONAL .....................................................................................14 
7.1.1Taxa de crescimento anual...................................................................15 
 7.1.2 População do projeto..............................................................................15 
8.0 DIMENSIONAMENTO DA FROTA DE VEÍCULOS PARA COLETA DE RSU................16 
9.0 USINAS DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
DOMICILIARES.................................................................................................................18 
9.1.1 Dimensionamento do pátio de compostagem.....................................................19 
10.0 DIMENSIONAMENTO DO ATERRO EM VALAS .....................................................22 
11.0 GALPÃO PARA TRIAGEM DOS RESÍDUOS............................................................28 
12.0 ÁREA TOTAL DO SISTEMA DE TRATAMENTO DOS RESÍDUOS.........................30 
13.0 RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE.......................................................................31 
14.0 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL......................................................................32 
15.0 REFERÊNCIAS..........................................................................................................33 
 
 
 
 
3 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
 
1.0 INTRODUÇÃO 
 
O crescimento populacional desenfreado, unido com o desenvolvimento 
industrial e econômico das cidades, faz com que o planejamento urbano seja uma das 
principais necessidades em curto prazo, sobretudo no que se refere ao meio 
ambiente. 
Aliado a esse cenário, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei 
12.305 de 02 de agosto de 2010, que dispõe sobre seus princípios, objetivos e 
instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao 
gerenciamento de resíduos sólidos (incluídos os perigosos), às responsabilidades dos 
geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis, proíbe a 
criação de lixões, nos quais os resíduos são lançados a céu aberto. 
Os resíduos sólidos ocuparam por muito tempo uma posição secundária no 
debate sobre saneamento quando comparados às iniciativas no campo da água e 
esgotamento sanitário. Na década de 1970, o Plano Nacional de Saneamento, 
denominado PLANASA, enfatizou a ampliação dos serviços de abastecimento de 
água e de coleta de esgoto em detrimento de investimentos em resíduos sólidos. Em 
meados da década de 1980, porém, o agravamento dos problemas socioambientais, 
decorrentes da destinação inadequada de resíduos sólidos, estimulou a integração 
desta temática nos debates sobre saneamento no país. Um dos marcos foi a criação 
do PROSANEAR, em 1985, privilegiando uma visão integrada do saneamento e tendo 
como objetivo financiar ações conjuntas em relação à água, ao esgoto, à drenagem 
urbana e aos resíduos sólidos. Tratava-se de um avanço significativo, uma vez que os 
resíduos sólidos passavam a ser incluídos pela primeira vez em uma linha de 
financiamento A valorização da questão dos resíduos sólidos contribuiu para que, nos 
anos 90, o conceito de saneamento se ampliasse, passando a ser denominado 
saneamento ambiental. 
O crescimento da geração de resíduos sólidos urbanos em uma taxa superior 
ao crescimento populacional faz com que, nos grandes centros urbanos, milhares de 
toneladas de resíduos sejam despejadas diariamente nos lixões ou em aterros 
sanitários, encurtando sua vida útil. Para minimizar este problema, uma das 
alternativas é a implantação de um Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos 
4 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
Sólidos, o qual aponta à administração integrada dos resíduos por meio de um 
conjunto de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento. O 
PMGIRS leva em consideração aspectos referentes à geração, segregação, 
acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final 
dos resíduos, priorizando atender requisitos ambientais e de saúde pública, 
alicerçados num programa de abordagem sistêmica, que contemplem ações que 
possibilitem a sua efetiva implementação no contexto da realidade do Município. Além 
da administração integrada dos resíduos, o PMGIRS tem como base a redução, 
reutilização e reciclagem dos resíduos gerados no município. 
A continuidade das políticas ambientais, aliada a necessidade da 
universalização dos serviços de saneamento básico, fomentou a implementação do 
plano municipal de resíduos sólidos. Visando a manutenção dessa referência positiva, 
o planejamento aparece como peça fundamental para implantação de medidas 
necessárias à sustentabilidade. 
Assim, considerando este cenário, surge a necessidade de se iniciar o processo de 
elaboração do projeto de uma política municipal de resíduos sólidos, a partir da qual 
poderão ser definidas diretrizes e normas visando à prevenção da poluição para 
proteção e recuperação da qualidade do meio ambiente e da saúde pública, através 
da gestão democrática e sustentável dos resíduos sólidos no município. 
A Política Municipal de Resíduos Sólidos, a ser formulada, deverá ter como 
finalidade o desenvolvimento das atividades voltadas para o manejo adequado de 
resíduos em todo município de modo a promover ações de coleta, transporte, 
reciclagem dos resíduos gerados; disposição final; gerenciamento integrado de 
resíduos sólidos; gerenciamento do monitoramento ambiental; economia dos recursos 
naturais; comunicação e informação dos resultados, visando preservar, controlar e 
recuperar o meio ambiente natural e construído do município para a qualidade 
ambiental propícia à vida, visando assegurar, condições ao desenvolvimento 
socioeconômico, aos interesses municipais e à proteção da dignidade da vida 
humana. 
Nesse contexto, o presente projeto tem por finalidade elaborar o Plano de 
Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos do município de Boqueirão, município 
este que é de extrema importância, principalmente no que se refere ao aspecto 
5 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
geográfico, salientando o açude Epitácio Pessoa, que tem capacidade de 543 milhões 
de metros cúbicos de água, que abastece Campina Grande e mais 18 cidades. 
 
2.0 FUNDAMENTOS BÁSICOS DO MUNICÍPIO 
 
Boqueirão, conhecido como “Cidade daságuas” é 
um município brasileiro localizado na Região Metropolitana de Campina 
Grande, estado da Paraíba. 
Na classificação das micro-regiões, esta cidade encontra-se na micro-região 
dos cariris velhos, limitando-se por Cabaceiras a 22 Km, Barra de São Miguel a 26 
Km, Taquaretinga do Norte a 35 Km, já em Pernambuco, Umbuzeiros a 38 Km, 
Campina Grande a 38 Km e Aroeiras a 64 Km. O seu comércio é normalmente feito 
em Campina Grande, entretanto, a maioria de seus produtos, que são exportados, 
vão para essa cidade, devido a sua demanda precisar destes produtos, que atendem 
muito bem àqueles que necessitam. 
Boqueirão cobre uma área de 424,646 km², numa colocação de 3º maior 
Município do Estado, em extensão territorial na Paraíba. Em termos de clima, verifica-
se o quente e seco, com máxima de 37º e mínima de 16º. O mês de março é o 
começo do inverno, que termina em julho de cada ano. Isto impulsionando uma 
economia de subsistência, no cultivo de uma agricultura rasteira e até uma atividade 
de pesca, que é a salvação daqueles que não tem condições de sobrevivência em 
outros lugares. 
 
 
Figura 1.1- Localização de Boqueirão 
 
 
6 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
No aspecto demográfico, constata-se que, em 1960, a população do município 
era de 19.600 habitantes, com uma densidade demográfica de 15,99 hab/km². Para o 
ano de 1970 a densidade demográfica era de 20.92 hab/km². Do total da população 
12.903 eram do sexo masculino e 13.404 do sexo feminino. Entretanto, na zona rural, 
viviam em 1970, 21.721 habitantes. Já em 1980 a população municipal era de 30.624 
habitantes, sendo 14.874 do sexo masculino e 15.874 do sexo feminino. A densidade 
demográfica era de 24,36 hab/km². No total da população houve um crescimento 
apreciável no seu contingente, em todo o território municipal. 
Atualmente, cobre uma área de 425 Km2, com uma população de 16.889 
habitantes, sendo 12008 (71%) moradores da zona urbana e 4881 (29%) moradores da 
zona rural, segundo dados do IBGE/2010. 
 
 
Figura 1.2 -Vista parcial de Boqueirão-PB 
 
Em se falando de seu aspecto geográfico, salienta-se o açude Epitácio Pessoa, 
com capacidade de 543 milhões de metros cúbicos de água, abastecendo a cidade de 
Campina Grande e mais 18 cidades. Destacam-se também, os açudes de Santo 
Antonio e Bodocongó. Quanto a riachos, existem o Santo Antonio da Cruz, o Relva, o 
Irapuã, a Ramada e o Bom Jesus. Em termos de acidentes geográficos, as serras de 
Caturité com 900 metros de altitude, a Cornoió com 800 metros, Bonita e Inácio 
Pereira, pertencentes ao conjunto da serra da Borborema. 
Quanto a recursos naturais, ainda que em pouca escala, existem a vegetação e 
a mineração. Como se pode notar, a vegetação está montada em pouca madeira de 
lei e, na mineração, a pedra calcária. Cabe assinalar que, no reino animal, o mais 
conhecido é o tatu. A população, em sua maioria, vive da agricultura, da pesca e 
pobre comércio varejista. No campo são produzidos tomates, milhos, algodão e sisal, 
além da principal fonte de renda, oriunda da pecuária. Na indústria existem no 
7 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
município 5 fábricas de laticínios e 20 de redes artesanais, todas pequenas, com 
poucos empregados e com alto risco de falência. 
Inegavelmente, Boqueirão exerce uma importância fundamental na economia 
do Estado da Paraíba, tendo em vista que o açude Epitácio Pessoa acumula uma 
quantidade de água que beneficia uma vasta produção de produtos básicos como o 
tomate, o milho, o feijão, etc. Além do mais, o reservatório de água de Boqueirão 
exerce função especial na economia da circunvizinhança, como é o caso de Campina 
Grande, onde a economia campinense utiliza as águas do Epitácio Pessoa para suprir 
a atividade econômica industrial e, até mesmo, agrícola para se desenvolver. 
 
 
 
Figura 1.3 – Açude Epitácio Pessoa 
 
 No que se refere a educação, De Acordo com os dados do IBGE, em 2006, o 
município de Boqueirão apresentava um total de 276 docentes distribuídos da 
seguinte forma: 193 docentes do ensino fundamental; 59 docentes do ensino médio; 
22 de escolas públicas estaduais; 37 municipais; 24 docentes do ensino pré-escolar. 
Estes dados não denotam "fidedignamente" a realidade do município no 
tocante ao número de docentes. O número é, hoje (em 2016), bem maior, 
considerando-se o aumento de jovens professores recém saídos das universidades e 
já inseridos no ensino público municipal e estadual, mediante contrato temporário. 
A figura 2 a seguir mostra a evolução dos índices de analfabetismo em 
Boqueirão, a figura 3 se refere a evolução da % de população com menos de 5 anos 
de estudo e a figura 4 a alfabetização em Boqueirão total e por gênero, segundo 
dados do IBGE. 
 
8 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
Figura 2: Evolução dos índices de analfabetismo em boqueirão 
 
 
 
Figura 3: Evolução da % de população com menos de 5 anos de estudo 
 
 
 
Figura 4:Alfabetização em Boqueirão total e por gênero 
 
 
 
Segundo um plano diretor participativo de boqueirão do ano de 2012, no 
município não existe sistema de esgotamento sanitário, cerca de 20% das residências 
possuem as fossas negras, e as restantes lançam a céu aberto nos córregos ou 
canais existentes no municio. Toda contribuição de esgoto doméstico vai para o Rio 
Paraíba de forma bruta. É importante ressaltar que existem muitas “Fabricas de fundo 
de garagem” que geram efluentes químicos no processo de fabricação de tecidos, 
aumentando assim os impactos sobre os recursos hídricos presente. Além disso, o 
município não possui sistema de microdrenagem e macrodrenagem. 
9 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
Um dos grandes problemas identificados em Boqueirão é o acumulo de uma 
vasta quantidade de sedimentos e resíduos sólidos nos canais, ocasionando diversos 
problemas para a população local. 
 
 
3.0 IMPORTÂNCIA DO PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE 
RESÍDUOS SÓLIDOS PARA BOQUEIRÃO 
 
O açude Epitácio Pessoa, está com apenas 8,67% de sua capacidade total, 
segundo os dados da Agência Executiva de Gestão de Águas da Paraíba (Aesa). O índice 
é o pior registrado desde que o açude foi fundado e teve sua primeira sangria. O 
manancial abastece Campina Grande e outras 18 cidades que, por causa do baixo nível 
de água, estão em racionamento desde dezembro de 2014. Sem previsão para chuvas e 
recargas, o açude vive uma contagem regressiva para entrar no volume morto. 
Devido esta crise fica evidente a necessidade de se utilizar de forma racional a água do 
açude Epitácio Pessoa, para que o mesmo possa suprir as principais necessidades da 
população que é abastecida por ele. Mas também é necessário se preservar a qualidade 
desta água. 
 A importância que vem sendo dada aos resíduos sólidos é consequência dos 
aspectos ligados à veiculação de doenças e, portanto, à saúde pública; a 
contaminação de cursos d'água e lençóis freáticos. 
A questão de resíduos sólidos urbanos apresenta situações multifacetárias 
e,portanto, temos assistido muitas discussões no tocante ao problema. A irregular 
descarga de resíduos ao céu aberto, sem as necessárias medidas de proteção, causa 
grande desconforto e acarreta inúmeros malefícios á saúde dos moradores da região, em 
consequência do mau cheiro e da proliferação de roedores, mocas, baratas entre outros 
vetores. 
O impacto causado por determinados resíduos podem trazer consequências irreversíveis 
ao meio ambiente. Na questão do resíduo doméstico, por exemplo,tem-se o problema de 
pilhas de rádio, que são comumente colocadas dentro de casos plásticos. As pilhas 
contem mercúrio, substancia que representa um dos mais sérios e graves problemas de 
contaminação do homem e do meio ambiente. Ao ser depositado de forma inadequada 
(em lixões por exemplo), o mercúrio contamina a terra e a agua (lixiviação para o lençol 
10 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
freático); diminuindo a qualidade desta água e entrando com facilidade na cadeia 
alimentar, o que representa um perigo com potencial para o homem, já que ele se 
alimenta dos peixes ou aves das áreas próximas aos lixões. A ação toxica do mercúrio 
afeta o sistema nervoso central, provocando lesões no córtex e na capa granular do 
cérebro. São observadas alterações em órgãos do sistema cardiovascular, urogenital e 
endócrino. Em casos de intoxicação severas, os danos são irreparáveis. 
Além disso, o deposito de resíduos pode estar situado numa área de preservação 
permanente, as margens do córrego. 
Estando em uma área de preservação permanente o córrego não está sujeito apenas a 
poluição hídrica, mas também a erosão, que ocasiona o assoreamento do rio, acabando 
por provocar a degradação ambiental da área. 
Visto a importância 
 Logo, fica evidente a importância de implementar o plano de gerenciamento 
integrado de resíduos sólidos para boqueirão, para que traga condições melhores 
sociais e ambientais para a população local, além de se preservar a qualidade e 
quantidade do açude Epitácio Pessoa. 
 
 
4.0 SITUAÇÃO DOS SISTEMA DE COLETA SELETIVA DE BOQUEIRÃO 
 
 
Segundo o plano diretor participativo de boqueirão do ano de 2012: 
 
 A coleta dos resíduos sólidos são feitas em transportes inadequados 
 O número de lixeiras urbanas são insuficientes; 
 Falta de EPI para os trabalhadores; 
 O destino final dos resíduos é um lixão, localizado a 4km da sede municipal 
 Não existe fiscalizações e a área do lixão não é protegida 
 Resíduo hospitalar lançado juntamente com os outros resíduos 
 Existem iniciativas de coleta seletiva, porém sem nenhum apoio ou incentivo 
por parte da Prefeitura 
 
11 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
Um estudo feito por CORDEIRO, T. M. mostrou o percentual da quantidade de 
pessoas que fazem coleta seletiva em Boqueirão, conforme podem-se observar na 
Figura 5 onde é apresentando uma fração da população amostrada da cidade de 
Boqueirão que informou fazer ou não coleta seletiva do lixo em suas casas. Observa-
se (Figura 5) que mais de 2/3 dos entrevistados não fazem a coleta seletiva do lixo e 
consequentemente; menos de 1/3 adota essa prática ambiental. Dos 32,3% que usam 
a prática da coleta seletiva, 38,09% são professores; 37,83% da comunidade; 29,41% 
dos alunos e 23,80% universitários. 
 
 
 Figura 5: Percentuais de pessoas de Boqueirão-PB, que fazem ou não a coleta seletiva do resíduo solido 
 
Tomando-se esses resultados como referência, constata-se que já há um número de 
pessoas que fazem a reciclagem. No entanto, elas relataram que separam os 
materiais em casa, mas o recolhimento é feito pelo órgão municipal responsável e, 
consequentemente, o destino final para 75% deles é o lixão da cidade. Dentre as 
pessoas entrevistadas apenas 25% delas afirmaram que vendem ou doam o material 
aos catadores. 
 
Figura 6: Vista do lixão da cidade de Boqueirão, PB, com os catadores fazendo a seleção do material 
12 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
5.0 OBJETIVO 
 
O objetivo principal do projeto é apontar um sistema integrado de tratamento de 
resíduos sólidos para o município de Boqueirão, que seja devidamente apropriado 
para o local, fazendo os devidos dimensionamentos para o pátio de compostagem 
contemplando as dimensões da leira, da área para a construção do aterro em valas 
contendo as dimensões, além do dimensionamento do galpão, local onde será feito a 
triagem, prensagem, deposito e estoque dos fardos 
 
6.0 GESTÃO E GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS 
 
O conceito de gestão de resíduos sólidos abrange atividades referentes à tomada de 
decisões estratégicas e à organização do setor para esse fim, envolvendo instituições, 
políticas, instrumentos e meios. Já o termo gerenciamento de resíduos sólidos 
refere-se aos aspectos tecnológicos e operacionais da questão, envolvendo fatores 
administrativos, gerenciais, econômicos, ambientais e de desempenho: produtividade 
e qualidade, por exemplo, e relaciona-se à prevenção, redução, segregação, 
reutilização, acondicionamento, coleta, transporte, tratamento, recuperação de 
energia e destinação final de resíduos sólidos. 
 Dessa maneira, entende-se Modelo de Gestão de Resíduos Sólidos como um 
"conjunto de referências político-estratégicas, institucionais, legais e financeiras capaz 
de orientar a organização do setor". São elementos indispensáveis na composição de 
um modelo de gestão: 
 Reconhecimento dos diversos agentes sociais envolvidos, identificando os 
papéis por eles desempenhados e promovendo a sua articulação; 
 Consolidação da base legal necessária e dos mecanismos que viabilizem a 
implementação das leis; 
 Mecanismos de financiamento para a auto-sustentabilidade das estruturas de 
gestão e do gerenciamento; 
 Informação à sociedade, empreendida tanto pelo poder público quanto pelos 
setores produtivos envolvidos, para que haja um controle social; 
 Sistema de planejamento integrado, orientando a implementação das políticas 
públicas para o setor. 
13 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
 A composição de modelos de gestão envolve, portanto, fundamentalmente três 
aspectos, que devem ser articulados: arranjos institucionais, instrumentos legais e 
mecanismos de financiamento. 
 Uma vez definido um modelo básico de gestão de resíduos sólidos, 
contemplando diretrizes, arranjos institucionais, instrumentos legais, mecanismos de 
financiamento, entre outras questões, deve-se criar uma estrutura para o 
gerenciamento dos resíduos, de acordo com o modelo de gestão. 
 Gerenciamento de resíduos sólidos pode ser definido como a disciplina 
associada ao controle da geração, estocagem, coleta, transferência, transporte, 
processamento e disposição dos resíduos sólidos, de acordo com princípios de 
saúde pública, econômicos, de engenharia, de conservação, estéticos, e de proteção 
ao meio ambiente, sendo também responsável pelas atitudes públicas. Dessa 
forma, o gerenciamento de resíduos exige o emprego das melhores técnicas na busca 
do enfrentamento da questão. A solução do problema dos resíduos pode envolver 
uma complexa relação interdisciplinar, abrangendo os aspectos políticos e 
geográficos, o planejamento local e regional, elemento de sociologia e demografia, 
entre outros. Gerenciar os resíduos de forma integrada é articular ações normativas, 
operacionais, financeiras e de planejamento que uma administração municipal 
desenvolve, apoiada em critérios sanitários, ambientais e econômicos, para coletar, 
tratar e dispor o lixo de uma cidade, ou seja: é acompanhar de forma criteriosa todo o 
ciclo dos resíduos, da geração à disposição final ("do berço ao túmulo"), empregando 
as técnicas e tecnologias mais compatíveis com a realidade local. 
 O Quadro 1 e Figura 7 a seguir, sugere as ações obrigatórias e recomendáveis 
para o gerenciamento integrado de resíduos sólidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
SERVIÇO DE LIMPEZA PÚBLICA METAS 
LimpezaAcondicionamento, 
 Coleta e Transporte 
 Coletar e transportar o resíduo pelo qual a prefeitura é 
responsável 
Disposição 
final 
do resíduo 
Lixão ou aterro 
controlado 
Remediar lixão 
Implantar aterro sanitário 
Aterro Sanitário 
Assegurar que a operação atenda padrões técnicos e 
ambientais, 
 o que inclui a reutilização da área no futuro 
 Quadro 1: Ações obrigatórias para o gerenciamento integrado de resíduos sólidos 
 
 
 
Figura 7: Ações recomendáveis para o gerenciamento integrado de resíduos sólidos / Fonte: JARDIM et al. (1995) 
 
 
7.0 ESTIMATIVA POPULACIONAL 
 
A estimativa de uma população futura é de extrema importância, na medida em que 
serve de base para qualquer projetista conhecer a população no período final no 
projeto, e desenvolver os cálculos em cima desta população. Para o presente projeto 
foi estabelecido um período de 20 anos (2017 – 2036). 
 
 
 
Tratamento
Busca de soluções 
compatíveis com a realidade, 
considerando as condições 
econômicas e ambientais 
atuais e futuras do município 
Triagem de Materiais 
Recicláveis 
Compostagem de Matéria 
Orgânica 
Incineração 
15 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
7.1.1 Taxa de crescimento anual 
 
A taxa de crescimento anual foi calculada através da fórmula: 
 
𝑇𝑥 = ((
𝑃𝑓
𝑃𝑖
)
1
𝑦
− 1) 𝑥 100 
Em que: 
 y = número de anos 
 Pf = População do último censo 
 Pi = População do penúltimo censo 
 
Conhecido o valor dessa taxa pode-se calcular a população que será utilizada no 
projeto. 
 
7.1.2 População do projeto 
 
Para estimativa da população ao final do projeto foi utilizada a seguinte fórmula: 
 
𝑃𝑓𝑢𝑡 = 𝑃𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑥 (1 +
𝑇𝑥
100
)𝑛 
Em que: 
 Tx = taxa de crescimento populacional 
 n = período de anos 
 Patual = População do último censo demográfico 
 Pfut = População estimada para dimensionamento do projeto 
 
O cálculo com os devidos valores da taxa de crescimento e da estimativa 
populacional encontra-se anexada (ANEXO A) no final do projeto. 
16 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
 
8.0 DIMENSIONAMENTO DA FROTA DE VEÍCULOS PARA COLETA DE RSU 
 
O dimensionamento da frota é de extrema importância para se ter noção da 
quantidade de veículos necessários em cada município, do tipo de transporte mais 
apropriado, frequências da coleta, horários, destino dos resíduos, isto levando em 
consideração a quantidade de habitantes e de resíduos gerado. 
 
Para o dimensionamento da frota foi feito as seguintes metodologias: 
 
 Cálculo da quantidade de resíduos sólidos coletados por dia: 
 População de Boqueirão (IBGE/2016): 16.888 habitantes 
 
𝑄𝑟 = 16.888 ℎ𝑎𝑏 𝑥 0,35 𝐾𝑔. ℎ𝑎𝑏
−1. 𝑑𝑖𝑎−1 
𝑄𝑟 = 5910,8 𝐾𝑔. 𝑑𝑖𝑎
−1 
𝑸𝒓 = 𝟏𝟕𝟕, 𝟑 𝒕𝒐𝒏. 𝒎ê𝒔
−𝟏 
 
Considera-se que a coleta será feita três vezes durante a semana tem-se um total de 
doze vezes no mês, com isso o valor de resíduos por coleta é em média 14,8 ton. 
 
 Cálculo de tempo despendido pelo transporte de cada viagem ao 
sistema de tratamento ou destino final (t): 
 
 D = distância média do centro geográfico da cidade até o sistema de 
destino final (4 km); 
 𝑉𝑡= velocidade de transporte dos resíduos sólidos coletado até o sistema 
de destino final (25 km/h em média); 
 t’ 10 minutos = 0,1666 horas (tempo despendido para acesso, descarga 
dos resíduos sólidos e saída do local de destino final). 
𝑡 = (
2𝐷
𝑉𝑡
) + 𝑡′ 
17 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
𝑡 = (
2 𝑥 4 𝑘𝑚
25 𝑘𝑚 . ℎ−1
+ 0,1666 ℎ) 
𝑡 = 0,4866 ℎ 
𝑡 = 29,1996 𝑚𝑖𝑛 
 
 Cálculo do número de viagens possíveis de realizar dentro de 1 período 
de 6 horas de trabalho: 
 𝑁𝑣 = quantidade média de viagens por dia; 
 𝑄𝑟= quantidade total de resíduos sólidos coletados por dia de coleta; 
 𝑉𝐶 = velocidade de coleta (varia de 5 a 7 km/h); 
 T = quantidade de horas de serviço por dia (6 horas); 
 L = comprimento total de vias da cidade a serem atendidas pelo sistema 
de coleta (Foi considerado 30 km); 
 c = capacidade de carga por viagem (Considera-se um caminhão de 6 
m³ que comporta 1,8 ton.); 
 
𝑁𝑣 =
(𝑄𝑟. 𝑉𝐶 . 𝑇)
(
𝐿
2) . 𝑐 + (𝑄𝑟 . 𝑉𝑐. 𝑡)
 
𝑁𝑣 =
(14,8 𝑡𝑜𝑛/𝑑𝑖𝑎. 6𝑘𝑚/ℎ. 6 ℎ)
(
30
2 ) . 1,8 + (14,8 𝑡𝑜𝑛/𝑑𝑖𝑎. 6𝑘𝑚/ℎ. 0,4866 ℎ)
= 
𝑁𝑣 ≅ 7 𝑣𝑖𝑎𝑔𝑒𝑛𝑠 
 
 Cálculo da quantidade de caminhões coletores: 
 Y = Relação de quantidade de viagens e caminhões coletores em função 
da população (Tabela 1). 
 
𝑥 =
1
𝑁𝑣
. (
𝑄𝑟
𝑐
− 𝑌) + 𝐾 (𝑓𝑟𝑜𝑡𝑎 𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎) 
18 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
𝑥 =
1
9
. (
14,8
1,8
− 0) + 10% (𝑓𝑟𝑜𝑡𝑎 𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎) 
𝑥 = 1,01 = 1 𝑐𝑎𝑚𝑖𝑛ℎã𝑜 
A coleta recolhe os resíduos, para encaminha-los à uma destinação final ou 
tratamento. O serviço de coleta é de extrema importância, pois minimiza possíveis 
impactos ambientais e sociais, evitando assim a proliferação de vetores que causam 
diversas doenças para a população, além de no caso de Boqueirão, prevenir o Açude 
Epitácio Pessoa de contaminações que possam causar doenças de veiculação 
hídrica. 
Tendo como base os cálculos realizados acima, sugere-se a utilização de 
apenas 1 (um) veículo do tipo caminhão compactor para coletar os resíduos, já que 
ele será suficiente para atendar toda a população local. 
 
9.0 USINAS DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
DOMICILIARES 
As usinas de triagem e compostagem são centros de separação das frações 
orgânicas e inorgânicas dos resíduos sólidos domésticos, operacionalizados em maior 
ou menor escala por equipamentos eletro-mecânicos. É uma alternativa à coleta 
seletiva, podendo existir independentemente de haver ou não o sistema de 
compostagem. As instalações das usinas de triagem e compostagem podem ser 
agrupadas em cinco setores: recepção e expedição, usina de triagem, pátio de 
compostagem, beneficiamento e armazenamento de composto e outras instalações. 
 O processo de compostagem a partir dos resíduos sólidos domiciliares pode 
ser dividido em duas fases distintas: a primeira, onde ocorre um tratamento mecânico, 
visando retirar da massa de resíduos os produtos recicláveis e indesejáveis e 
homogeneizar a massa de resíduos e reduzir a dimensão de seus constituintes; a 
segunda, em que o material é fermentado em leiras, completando o processo. 
A mão-de-obra pode ser considerada o fator que mais influencia o custo 
operacional de uma usina de triagem e compostagem. Seu dimensionamento 
depende de vários fatores como: capacidade da usina, qualificação, grau de 
mecanização da usina, grau de beneficiamento dos produtos etc. 
19 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
 
 Espaço físico para a instalação de usinas de triagem e compostagem 
 As dimensões das áreas para a implantação das usinas variam de acordo 
com a topografia local, com o nível de instalações adicionais e com o método 
empregado no processamento do composto. 
 
9.1.1 Dimensionamento do pátio de compostagem 
 
A compostagem é um processo de transformação que pode ser executado com 
parte dos nossos resíduos domésticos orgânicos, resultando em um excelente adubo 
para ser utilizado em hortas, vasos de plantas, jardins ou algum terreno que você 
tenha disponível, além disso, desempenha um grande papel no tratamento dos 
resíduos, pois reduz a quantidade de resíduos que serão confinados no aterro em 
valas,melhorando a estrutura dos solos. 
Logo, com o intuito de dá um tratamento adequado para os resíduos sólidos 
orgânicos, foi dimensionado um pátio de compostagem. 
Dados para dimensionamento do projeto: 
 População: 16.888 habitantes 
 Fração orgânica putrescível: 60% 
 Taxa de produção percapita: 0,35 kg/hab.dia 
 Tempo de operação: 110 anos 
 Altura: 1,5 m 
 Base: 2,5 m 
 Peso específico: 550 kg/m³ 
 
 Quantidade de RSU do município: 
 
𝑄𝑟𝑠𝑢 = 𝑃𝑜𝑝 𝑥 𝑇𝑝𝑝 = 16.888 ℎ𝑎𝑏 𝑥 0,35𝑘𝑔𝑅𝑆𝑈/ℎ𝑎𝑏. 𝑑𝑖𝑎 = 5.910,8 𝑘𝑔𝑅𝑆𝑈/𝑑𝑖𝑎 
 
20 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
Considerando o pátio de compostagem receberá 60% dessa quantidade, que é 
matéria orgânica putrescível, tem-se que: 
 
𝑄𝑜𝑟𝑔 = 5.91,8 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎 𝑥 0,60 = 3546,48 𝑘𝑔𝑅𝑆𝑈/𝑑𝑖𝑎 
 
 Determinação do volume da fração orgânica putrescível: 
 
𝑉𝑉 = 
𝑄𝑜𝑟𝑔 
𝛾𝑒
= 
3546,48 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎
550 𝑘𝑔/𝑚³
= 6,45
𝑚3
𝑑𝑖𝑎
 
 
 Dimensões da leira: 
Adotando uma formação triangular com: 1,5 m de altura (H) e 2,5 m de comprimento 
de base (B). Logo, a área da leira é: 1,88 𝑚² 
 
 Determinação do comprimento (L) da leira: 
 
𝑉𝑉 = 𝐴𝐿𝑥 𝐿 
 
𝐿 = 
𝑉𝑉 
𝐴𝐿
=
6,45 𝑚³/𝑑𝑖𝑎
1,88 𝑚²
= 3,43 𝑚 
 
 Área da base da leira: 
 
𝐴𝑏 = 𝐵𝑥 𝐿 = 2,5 𝑚 𝑥 3,43 𝑚 = 8,575 𝑚² 
 
 Área total da base, levando em consideração que no processo de 
aeração os resíduos serão deslocados de ponto a outro: 
 
𝐴𝑡𝑏 = 8,575 𝑚² 𝑥 2 = 17,15 𝑚² 
 
21 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
 Área do pátio de compostagem, considerando que o processo de 
decomposição dura 110 dias: 
 
𝐴𝑝𝑡𝑐 = 𝐴𝑡𝑏 𝑥 110 𝑑𝑖𝑎𝑠 = 17,15 𝑚² 𝑥 110 = 1886,5 𝑚² 
 
 Considerando 15% de acréscimo na área do pátio de compostagem: 
 
𝐴𝑝𝑡𝑐 = 1886,5 𝑚² 𝑥 1,15 = 2169 𝑚² 
 
Além da área do pasto de compostagem, é reservado área para escritórios, banheiros 
e vestuário e depósito, como pode-se observar na tabela abaixo: 
LOCAL ÁREA (m²) 
Escritório 25 
Banheiros e vestuário 25 
Deposito 70 
TOTAL 120 
 
Fazendo o somatório das áreas tem-se: 
𝐴𝑝𝑡𝑐 = 2.169 𝑚
2 + 120 𝑚2 = 2289 𝑚2 ≅ 0,2 ℎ𝑎 
10.0 DIMENSIONAMENTO DO ATERRO EM VALAS 
O maior problema encontrado pelos municípios de pequeno porte e de 
escassos recursos financeiros para a construção de aterros sanitários é o da 
disponibilidade de equipamentos para a sua operação. Os tratores de esteiras, 
utilizados nos aterros, têm custo de aquisição e manutenção muito altos. Deve-se 
considerar, também, que o menor trator de esteiras disponível no mercado nacional 
tem capacidade para operar até 150 toneladas de resíduos por dia. Assim, para as 
cidades que geram quantidades de lixo muito inferiores a esse limite, teremos longos 
períodos de ociosidade do equipamento, o que, invariavelmente, resultará na 
utilização desse equipamento em outras obras no município. Logo, o aterramento dos 
resíduos fica relegado a um plano secundário, com a consequente transformação do 
22 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
aterro num simples depósito a céu aberto. Esse é o grande obstáculo oferecido por 
todos os tipos de aterro, quando aplicados a pequenas comunidades, exceto aqueles 
desenvolvidos em valas e operados sem a utilização de equipamentos. 
Consiste basicamente no preenchimento de valas escavadas com dimensões 
apropriadas, onde os resíduos são depositados sem compactação e a sua cobertura 
com terra é realizada manualmente. O confinamento dos resíduos sem compactação 
impede o aproveitamento integral da área a ser aterrada, fato que torna esse 
processo de utilização não recomendada para a maioria das comunidades com 
produção de resíduos superior a 10 toneladas por dia. Acima dessa produção, a 
sua utilização implica na abertura constante de valas, tornando-o inviável técnica e 
economicamente. 
A escavação de valas exige também condições favoráveis tanto no que se 
refere à profundidade e uso do lençol freático, como na constituição do solo. Os 
terrenos com lençol freático aflorante ou muito próximo da superfície são impróprios 
para a construção desses aterros, uma vez que possibilitam a contaminação dos 
aquíferos. Os terrenos rochosos também não são indicados devido às dificuldades de 
escavação. Outro fator limitante são os solos excessivamente arenosos, já que estes 
não apresentam coesão suficiente, causando o desmoronamento das paredes das 
valas. Quando as condições forem semelhantes às descritas, recomenda-se o estudo 
de outras alternativas construtivas para os aterros sanitários, a despeito da eventual 
inviabilidade econômica. 
Apesar de não existir legislação específica, recomenda-se distâncias mínimas 
de 500m de residências isoladas e 2.000m de áreas urbanizadas. Obstáculos naturais 
como elevações de terrenos e matas podem ser consideradas atenuantes das 
interferências negativas. 
 
 Dimensionamento do aterro em valas 
 
População: 16888 habitantes 
Taxa de crescimento anual da população: 0,40% 
Taxa de produção percapita: 0,35 kg/hab.dia 
Tempo de operação: 20 anos 
Profundidade: 3m 
23 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
Largura: 5m 
Peso específico: 550 kg/m³ 
 Determinação da quantidade de RSU produzido: 
 
𝑄𝑟𝑠𝑢 = 𝑃𝑜𝑝 𝑥 𝑇𝑝𝑝 = 16888ℎ𝑎𝑏 𝑥 0,35𝑘𝑔𝑅𝑆𝑈/ℎ𝑎𝑏. 𝑑𝑖𝑎 = 5910,8 𝑘𝑔𝑅𝑆𝑈/𝑑𝑖𝑎 
Ao se considerar que os resíduos inertes tem o destino final o aterro em valas e são 
apenas 15%, logo: 
 
𝑄𝑟𝑠𝑢 = 5919,8 𝑥 0,15 = 886,62 𝑘𝑔𝑅𝑆𝑈/𝑑𝑖𝑎 
 
 Calculo do volume necessário para vala: 
 
𝑉𝑉 = 
𝑄𝑟𝑠𝑢 
𝛾𝑒
=
886,62 𝑘𝑔/𝑑𝑖𝑎
550 𝑘𝑔/𝑚³
= 1,61
𝑚3
𝑑𝑖𝑎
 
𝑉𝑉 = 289,8 𝑚³/𝑠𝑒𝑚𝑒𝑠𝑡𝑟𝑎𝑙 
 
Portanto, a cada 6 meses será necessário um volume de vala igual a 289,8 m³. 
 Calculo do comprimento da vala: 
 
𝑉𝑉 = 𝐿 𝑥 𝐻 𝑥 𝐶 
𝐶 =
𝑉𝑉
𝐿 𝑥 𝐻
=
289,8 𝑚³
5𝑚 𝑥 3𝑚
= 19,32 𝑚 
 
 Determinação da capacidade máxima de aterramento de RSU: 
 
𝐶𝑀Á𝑋 = 0,9 
𝑡𝑜𝑛
𝑑𝑖𝑎
𝑥 30
𝑑𝑖𝑎𝑠
1𝑚ê𝑠
𝑥 12
𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠
1𝑎𝑛𝑜
𝑥 20 𝑎𝑛𝑜𝑠 
𝐶𝑀Á𝑋 = 6480 𝑡𝑜𝑛 
24 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
 
 Determinação do volume total de resíduos a ser aterrado: 
 
𝑉𝑡𝑅𝑆𝑈 =
𝐶𝑀Á𝑋
𝛾𝑒
=
6480 𝑡𝑜𝑛
0,55 𝑡𝑜𝑛/𝑚³
= 11782 𝑚³ 
 
 Determinação do número de valas: 
 
𝑁º𝑣𝑎𝑙𝑎𝑠 =
𝑉𝑡𝑅𝑆𝑈
𝑉𝑉
=
11782
289,8 
= 40 𝑣𝑎𝑙𝑎𝑠 
 
 Determinação da área necessária por vala: 
 
𝐴𝑣𝑎𝑙𝑎 = 𝐶 𝑥 𝐿 
𝐴𝑣𝑎𝑙𝑎 = 19,32 𝑚 𝑥 5𝑚 
𝐴𝑣𝑎𝑙𝑎 = 96,6 𝑚² 
 
 Determinação da área total necessária para valas: 
 
𝐴𝑡 = 96,6 𝑚² 𝑥 40 𝑣𝑎𝑙𝑎𝑠 
𝐴𝑡 = 3864 𝑚² 
 
 Ao se considerar guarita, área para circulação, cinturão verde e outras, 
igual a 80% da área das valas, temos: 
 
𝐴𝑡𝑎𝑡𝑒𝑟𝑟𝑜 = 3864 𝑚² 𝑥 1,8 = 6955,2 𝑚² 
 
25 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
 Determinação do volume de terra escavada: 
 
𝑉𝑡𝑒𝑟 = 40 𝑣𝑎𝑙𝑎𝑠 𝑥 289,8 𝑚³ = 11592 𝑚³ 
 
 Sequência de abertura e fechamento de valas 
 
 
Figura 8: Abertura de valas, com acúmulo de terra apenas em um dos lados. 
Os resíduos são descarregados pelo lado livre das valas, sem o ingresso dos veículos 
no seu interior, iniciando-se por uma das extremidades da mesma. 
 
Figura 9: Resíduos sendo descarregados em um único trecho da vala, até que esteja totalmente preenchida.A medida que são depositados, os resíduos são nivelados e cobertos manualmente, 
utilizando-se a terra acumulada ao lado da vala. O nivelamento e a cobertura dos 
resíduos devem ser realizados diariamente, tolerando-se frequências menores 
apenas em circunstâncias especiais. 
26 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
 
Figura 10: Resíduos sendo nivelados e cobertos com terra manualmente. 
Assim que o primeiro trecho da vala estiver totalmente preenchido, passa-se para 
outro, repetindo-se as mesmas operações. A vala deverá estar numa cota superior à 
do terreno, quando esta estiver completamente coberta, pois existirá acomodação do 
resíduo com o tempo (prováveis recalques) 
 
Figura 11: Cobertura da vala até uma altura ligeiramente superior ao do terreno. 
 
 Determinação do volume de terra para recobrimento do resíduo aterrado: 
 
A cobertura dos resíduos com terra compactada tem diversas finalidades, 
destacando-se como principais as seguintes: Dificultar a entrada das águas de chuva 
precipitadas sobre o aterro; Reduzir a proliferação de vetores; Impedir o 
espalhamento de materiais leves. É desejável que o material de cobertura seja obtido 
na própria área a ser aterrada, por motivos óbvios de economia e agilidade para a 
obra. 
Observando os cálculos feitos anteriormente, o volume diário gerado de resíduos é 
de 1,61
𝑚3
𝑑𝑖𝑎
 , foi considerado no projeto que a coleta será feita três vezes por semana, 
logo o volume por coleta é em média 4 m³. Este volume colocado no aterro em vala 
deve ser coberto com uma camada de terra de 0,15 m. Foi considerado que esse 
27 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
volume ocupará na vala um espaço contendo as seguintes dimensões: 5m de largura, 
2m de comprimento e 0,5m de profundidade. 
O volume necessário para o recobrimento da vala pode ser feito da seguinte 
forma: 
 
𝑉𝑡𝑒𝑟 = 𝐿 𝑥 𝐶 𝑥 𝑅𝑒𝑐 
𝑉𝑟𝑒𝑐 = 5𝑚 𝑥 2𝑚 𝑥 0,15𝑚 = 1,5 𝑚³ Cobertura de terra 
 
Considerando que a coleta ocorre 3 vezes na semana tem-se que no período dos 6 
meses de operação da vala esta será recoberta 12 vezes no mês e 
consequentemente 72 vezes no semestre, assim o novo volume de terra para 
recobrimento será de: 
 
𝑉𝑟𝑒𝑐 = 1,5 𝑚³ 𝑥 72 = 108𝑚³ 
 
 Determinação do volume de terra para cobertura final: 
A cobertura final deverá ser executada com uma camada de solo de, 
aproximadamente, 40 centímetros, com uma declividade de, no mínimo, 7 % na 
menor dimensão da vala. 
 
𝑉𝑐𝑜𝑏 = 5𝑚 𝑥 19,32 𝑚𝑥 0,4𝑚 = 38,64 𝑚³ 
 
Portanto o volume de terra para cobertura de todas as valas será: 
 
𝑉𝑡 = (108 + 38,64) 
𝑚³ 
𝑣𝑎𝑙𝑎
 𝑥 40 𝑣𝑎𝑙𝑎𝑠 
𝑉𝑡 = 5865,6 𝑚³ 
28 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
 
Como o município utilizará um caminhão compactor, o mesmo já irá compactar os 
resíduos antes do despejo nas valas com intuito de aproveitamento máximo do 
espaço nas valas. Cada vala terá vida útil de 6 meses. 
Para realizar o isolamento visual das valas, é recomendável o plantio de árvores em 
todo o perímetro do terreno, para que dê um bom aspecto visual. 
 
11.0 GALPÃO PARA TRIAGEM DOS RESÍDUOS 
 
A Central de Triagem, também conhecida como Usina de Triagem é o local onde 
ocorre a separação dos resíduos sólidos. Essa separação pode ser feito totalmente 
manual ou automaticamente, ou mesmo semi-automática. 
Para que qualquer tratamento de resíduos sólidos tenha êxito, é necessário separar o 
mesmo considerando suas características físico-químicas. Quanto mais bem 
separado esses resíduos, maior o seu valor agregado. Em muitos processos de 
tratamento, a viabilidade técnica do projeto, ou seja, se dá pra construir a central ou 
não depende basicamente desse fator. Assim não dá pra construir uma central de 
reciclagem de plásticos que estejam misturados com vidros ou qualquer outro 
resíduo, e assim por diante. 
Como no município não existe a pratica continua de coleta seletiva, e mesmo algumas 
pessoas utilizando a pratica de coleta, os resíduos são lançados juntos no lixão de 
Boqueirão, logo se faz necessário a construção de um galpão que sirva para separar 
os resíduos inertes, recicláveis, e orgânicos. No qual os orgânicos serão direcionados 
para compostagem, melhorando assim a qualidade do solo, os resíduos inertes ao 
aterro sanitário em valas e o recicláveis irão permanecer no galpão, para que o 
mesmo seja utilizado posteriormente. 
 Algumas diretrizes iniciais devem ser respeitas para o projeto dos galpões de 
triagem, como: Definir projeto de galpão eficiente, para que seja melhorada a renda 
dos catadores que sustentam o processo; Definir soluções de coleta de baixo custo, 
para que o processo possa ser estendido a toda a cidade e não retroceda; Objetivar 
um processo com baixo índice de rejeitos, para que seja respeitado o esforço dos 
moradores que aderiram à coleta seletiva 
29 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
 Para que galpão funcione, é necessário o uso de prensa enfardadeira, 
balança, carrinho plataforma. De acordo com o Ministério das Cidades a área 
estimada para um galpão de porte pequeno contendo esses equipamentos é de 
300m² como pode-se observar na Figura 12 abaixo: 
 
 
Figura 12: Área estimada e conjunto de equipamentos previstos 
 
 Cálculo da quantidade de resíduo que ficará armazenado durante a semana no 
galpão. 
 
Dados do Projeto: 
 População: 16888 habitantes 
 Fração reciclável: 25% 
 Taxa de produção percapita: 0,35 kg/hab.dia 
 Tempo de operação: 20 anos 
 Altura: 5 m 
 
 Determinação da quantidade de RSU do município. 
 
𝑄𝑟𝑠𝑢 = 𝑃𝑜𝑝 𝑥 𝑇𝑝𝑝 = 16 888 ℎ𝑎𝑏 𝑥 0,35𝑘𝑔𝑅𝑆𝑈/ℎ𝑎𝑏. 𝑑𝑖𝑎 = 5910,8 𝑘𝑔𝑅𝑆𝑈/𝑑𝑖𝑎 
 
Ao se considerar que 25 % de 𝟓𝟗𝟏𝟎, 𝟖 𝒌𝒈𝑹𝑺𝑼/𝒅𝒊𝒂 são materiais recicláveis e ficarão 
armazenados no galpão de triagem, tem-se que: 
 
𝑄𝑚𝑟𝑒𝑐 = 5910,8 𝑘𝑔𝑅𝑆𝑈/𝑑𝑖𝑎 𝑥 0,25 = 14777 𝑘𝑔𝑅𝑆𝑈/𝑑𝑖𝑎 
30 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
Os resíduos ficarão armazenados durante 1 semana e posteriormente irão ser 
encaminhados para empresas de materiais recicláveis. 
Itens 
Silos e mesas de 
triagem 
Esteira de triagem 
Custo de construção Equivalente 
Custo equipamento e 
instalação 
Não há ±r$ 30.000,00 (12 m comprimento) 
Custo de manutenção Não há ±r$ 1.100,00 /mês (quebra interrompe triagem) 
Nº de pessoas na triagem Maior Menor 
Rejeitos5 5% 25 a 30 % 
Ritmo 
Cada pessoa trabalha no 
seu ritmo 
(necessária coordenação 
efetiva) 
Esteira impõe ritmo que exclui 
mais lentos e idosos 
 
12.0 ÁREA TOTAL DO SISTEMA DE TRATAMENTO DOS RESÍDUOS 
 
 Para o pátio de compostagem: 2289 𝑚2 
 Para o aterro em valas: 6955 m² 
 Para o galpão de triagem: 300m² 
 Para o estacionamento: 50m² 
 Para os jardins: 30m² 
 Para outras atividades: 100m² 
 
Assim sendo é necessário área total de 10024 m², equivalente a 10 hectares. A figura 
a seguir mostra o sistema integrado de tratamento dos resíduos sólidos domiciliares e 
a Figura 13 apresenta um local para construção desse sistema de acordo com os 
requisitos citados no decorrer do projeto. 
 
31 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
 
Figura 13: Área proposta para implantação do sistema integrado de tratamento de resíduos 
 
 Área proposta para o sistema de tratamento de resíduos sólidos Boqueirão 
 
13.0 RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE 
 
Os resíduos de serviço de saúdesão todos os serviços relacionados com o 
atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência 
domiciliar e de trabalhos de campo, laboratórios analíticos de produtos para saúde, 
necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento, 
serviços de medicina legal, drogarias e farmácias e ou farmácias de manipulação, 
estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde, centros de controle de 
zoonoses, distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores e 
produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro, unidades móveis de 
atendimento à saúde, serviços de acupuntura, serviços de tatuagem, dentre outros 
similares. 
De acordo com a RDC n° 306 da ANVISA, o gerenciamento dos serviços de saúde 
pode ser assim definido: “Constitui-se em um conjunto de procedimentos de gestão, 
planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e 
legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos 
resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à 
proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e 
do meio ambiente.” De um modo geral, o manejo correto dos RSS, dentro de um 
gerenciamento adequado, abrange várias atividades que vão desde a segregação até 
32 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
a disposição final dos RSS. Dessa forma, entende-se que o manuseio de tais 
resíduos deve ser efetuado com destreza e segurança, objetivando, dentre outros 
aspectos, a prevenção de acidentes e a qualidade de vida dos funcionários envolvidos 
nessa atividade. 
Como o município de Boqueirão é de pequeno porte sugere-se a terceirização 
desse serviço, e assim o prestador do mesmo ficará responsável pela coleta, 
transporte e disposição adequada desses resíduos. 
 
14.0 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
A geração de resíduos é inevitável dentro de qualquer processo de produção 
de bens de consumo. A indústria da construção civil, como qualquer outra, é geradora 
de grande quantidade de resíduos sólidos, denominados para este setor de Resíduo 
de Construção e Demolição (RCD). No Brasil, atualmente os RCD também atingem 
elevadas proporções da massa dos resíduos sólidos urbanos: segundo dados da 
Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais - 
ABRELPE a geração de RCD é de 61,9%. Essa grande massa de resíduos, quando 
mal gerenciada, degrada a qualidade da vida urbana e sobrecarrega os serviços 
municipais de limpeza pública. Os impactos causados pelos resíduos sólidos oriundos 
da indústria da construção civil, em especial aqueles gerados nos canteiros de obras 
(levando em conta sua disposição e tratamento irregular), têm causado problemas 
graves à gestão urbana, onde se pode destacar, dentre outros, o esgotamento 
prematuro de áreas de disposição além da degradação da flora e fauna. 
A Resolução de nº 307 vem afirmar a necessidade de implementação de 
diretrizes para a efetiva redução dos impactos ambientais gerados pelos resíduos 
oriundos da construção civil. Considerando que os resíduos da construção civil 
representam um percentual significativo dos resíduos sólidos produzidos nas áreas 
urbanas, os geradores são os responsáveis pelos resíduos de suas atividades, 
devendo buscar viabilidade técnica e econômica na produção de materiais reciclados. 
 Os resíduos de construção civil do município de Boqueirão serão aproveitados 
no formato do aterro, minimizando assim os impactos causados por estes. 
 
 
33 
Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
16.0 REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 358, de abril 2005. 
Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e 
dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF. 4 de maio de 2005a. 
 
BRASIL. MINISTÉRIO DAS CIDADES. Secretaria Nacional de Saneamento 
Ambiental. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Secretaria de Recursos Hídricos e 
Ambiente Urbano. Elementos para a organização da coleta seletiva e projeto de 
galpões de triagem. Brasília, 2008. 53 p. 
 
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (CETESB). Manual de 
operação de aterro sanitária em valas. São Paulo, 2010. 
 
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Perfil dos Municípios 
Brasileiros – 2012. Disponível em: < http://www.ibge.gov.br/estadosat/ > Acesso 
em: 18 de outubro. 2016. 
 
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo 
Demográfico 2010. 2010. Disponível em: 
http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=250680&search=parai
ba|boqueirão>. Acesso em: 18 de outubro de 2016. 
 
MINISTÉRIO DAS CIDADES. Sugestões para o projeto dos galpões e a 
organização da coleta seletiva. Disponível em: 
<https://cooperativadereciclagem.files.wordpress.com/2010/03/projeto-galpao-
reciclagem1.pdf>. Acesso em: 18 de outubro de 2016. 
 
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Manual para implantação de compostagem e 
de coleta seletiva no âmbito de consórcios públicos. 
 
RESITEC. Plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos - pmgirs 
cuité - pb contrato prefeitura de nova floresta /pb. Disponivel em: 
<http://docplayer.com.br/5635193-Plano-municipal-de-gestao-integrada-de-residuos-
solidos-pmgirs-cuite-pb-contrato-prefeitura-de-nova-floresta-pb.html>. Acesso em: 10 
de outubro de 2016. 
 
 
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Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB 
 
ORÇAMENTO 
 
 
Tabela 1: Custos per capita (R$/hab) de implantação dos aterros sanitários 
 Grupos de custos 
População Equipamento Obra civil 
10.000 R$ 53,07 R$ 130,99 
30.000 R$ 17,69 R$ 84,25 
 
 
Através da interpolação, encontra-se os custos para a população do Município de 
Boqueirão, obtém-se: 
 
 
 Grupos de custos 
População Equipamento Obra civil 
16888 R$ 33,68 R$ 105,24 
Autor (2016) 
 
 
 
Tabela 2: Custos per capita de implantação do aterro sanitário. 
População 
(habitantes) 
Tipo de aterro 
Geração de 
Resíduos 
(ton/dia) 
Custo da obra 
(R$/hab) 
Custo dos 
equipamentos 
(R$/hab) 
Custos 
totais 
(R$/hab) 
16.888 Vala 10,976 105,24 33,68 147,06 
Autor (2016) 
 
 
 
Logo, o custo total para implantação do aterro em valas para a população de 
Boqueirão: 
 
𝟏𝟔. 𝟖𝟖𝟖 𝒉𝒂𝒃 𝒙 𝟏𝟒𝟕, 𝟎𝟔
𝑹$
𝒉𝒂𝒃
= 2.483.549,28 Reais 
 
 
OBS: O custo total foi calculado somando-se os valores dos custos da obra civil e dos 
equipamentos. 
 
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Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Boqueirão/ PB

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