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Princípios Constitucionais do Processo Penal

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Licenciado para Gabriele Santos, E-mail: gabriele.con.santos@hotmail.com
Príncipios Constitucionais
"Todos os direitos e garantias aplicados ao processo, implícitos na
constituição, ou nela expressos". Princípio é considerar algo do começo, ou
compreender o que vem primeiro.
1. Princípio do devido processo legal (art. 5°, LIV, CF)
“Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal”. Constitui, basicamente, a garantia de que o conteúdo da
jurisdicionalidade é a legalidade, obediência ao que está previamente
estabelecido em lei. É uma garantia na medida em que protege o
particular contra qualquer atividade Estatal que, sendo arbitrária,
desproporcional ou não razoável, constitua violação a qualquer direito
fundamental.
2. Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa (art. 5°, LV, CF)
Contraditório (audiência bilateral) = significa que cada ato praticado
durante o processo seja resultante da participação ativa das partes.
Relevante é que o juiz, antes de proferir a decisão, ouça as partes, dando-
lhes igual oportunidade para que se manifestem. Comunicação
obrigatória (as partes devem ser comunicadas do que acontece no
processo) + reação possível (se a parte quiser se manifestar);
Ampla defesa = É o direito das partes de oferecer argumentos em seu
favor e de demonstrá-los, nos limites em que isso seja possível. A defesa
pode ser exercida por meio de defesa técnica e também de auto defesa.
Defesa técnica: indisponível e irrenunciável. Autodefesa (direito de
audiência, de presença e de postulação): disponível. A lei 11.900/09 criou
o interrogatório por videoconferência.
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3. Princípio da presunção de inocência (art. 5°, LVII, CF)
O réu não será considerado culpado até o transito em julgado da sentença
penal condenatória. Reconhece um estado transitório de não
culpabilidade, na medida em que referido status processual permanece
enquanto não houver o trânsito em julgado de uma sentença
condenatória.
Consequências:
a) A prisão processual é excepcional;
b) Uso de algemas é excepcional (Súmula Vinculante STF n. 11) ;
c) Processos e inquéritos em andamento não configuram maus
antecedentes.
4. Princípio acusatório
Partes com papeis de defesa e acusação bem contornados, juiz imparcial e
até mesmo inerte. O anverso do sistema inquisitivo no qual um só órgão
acumula as funções de acusar e julgar.
5. Princípio da verdade real
Toda a atividade processual, em especial a produção de provas, deve
conduzir ao descobrimento dos fatos conforme se passarem na realidade.
O conjunto instrutório deve refletir, no maior grau de fidelidade possível,
os acontecimentos pertinentes ao fato investigado.
6. Princípios da igualdade das partes ou da paridade processual
A igualdade processual é um desdobramento do princípio da isonomia
ou da igualdade (art. 5º, caput, CF). No processo penal, às partes devem
ser asseguradas as mesmas oportunidades de alegação e de prova,
cabendo-lhes iguais direitos, ônus, obrigações e faculdades.
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7. Princípio da Publicidade (art. 5º, LX, da CF)
Os atos processuais devem ser públicos, constituindo-se uma garantia
inseparável do conceito de democracia, na medida em que se exigem
transparência nos assuntos públicos. Publicidade mediata: resultante da
divulgação de tais atos pelos meios de comunicação;
Publicidade imediata: as partes estão presentes e têm contato direto com
os atos processuais.
8. Princípio da persuasão racional ou do livre convencimento motivado
(art. 155, CPP)
O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida
em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
9. Princípio da motivação dos atos judiciais (art. 93, IX, CPP; art. 381, III,
CPP)
Se por uma lado o juiz é livre para formar seu convencimento acerca
da prova, é imperativo que exponha, motivando as decisões que proferir,
os elementos de prova que fundamentam suas decisões e as razões pelas
quais esses elementos serão considerados determinantes. A motivação
inclui ainda, a fundamentação legal da dcisão.
10. Princípio da economia processual (art. 563, CPP)
Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo
para a acusação ou para a defesa. Esse princípio consubstancia-se no
aproveitamento dos atis judiciais praticados, ainda que tenham sido
conduzidos de maneira diversa daquela prescrita em lei. O princípio tem
por finalidade evitar a repetição desnecessária de atos processuais.
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11. Princípio do duplo grau de jurisdição
Princípio segundo o qual as decisões podem ser revidas por órgãos
jurisdicionais de grau superior, por meio da interposição de recursos.
Abrange tanto as questões de fato quanto de direito, alcançando as
sentenças e decisões interlocutórias.
12. Princípio da boa-fé processual
Princípio geral do direito, decorre do “princípio do devido processo
legal”, indo em busca de um processo justo.
13. Princípio da identidade física do Juiz
Inserido pela lei nº 11.719/2008 no processo penal. Estabelece que o
magistrado que presidir a instrução obrigatoriamente prolatará a
sentença. Esse princípio deve ser estendido em todos os tipos de
procedimentos, inclusive nos especiais, não se registringindo ao
procedimento comum ordinário.
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QUESTÃO 1
Matheus foi denunciado pela prática dos crimes de tráfico de drogas (Art. 33,
caput, da Lei nº 11.343/2006) e associação para o tráfico (Art. 35, caput, da Lei
nº 11.343/2006), em concurso material. Quando da realização da audiência de
instrução e julgamento, o advogado de defesa pleiteou que o réu fosse
interrogado após a oitiva das testemunhas de acusação e de defesa, como
determina o Código de Processo Penal (Art. 400 do CPP, com redação dada pela
Lei nº 11.719/2008), o que seria mais benéfico à defesa. O juiz singular indeferiu
a inversão do interrogatório, sob a alegação de que a norma aplicável à espécie
seria a Lei nº 11.343/2006, a qual prevê, em seu Art. 57, que o réu deverá ser
ouvido no início da instrução. Nesse caso,
A) o juiz não agiu corretamente, pois o interrogatório do acusado, de acordo
com o Código de Processo Penal, é o último ato a ser realizado.
B) o juiz agiu corretamente, eis que o interrogatório, em razão do princípio da
especialidade, deve ser o primeiro ato da instrução nas ações penais instauradas
para a persecução dos crimes previstos na Lei de Drogas.
C) o juiz não agiu corretamente, pois é cabível a inversão do interrogatório,
devendo ser automaticamente reconhecida a nulidade em razão da adoção de
procedimento incorreto.
D) o juiz agiu corretamente, já que, independentemente do procedimento
adotado, não há uma ordem a ser seguida em relação ao momento da
realização do interrogatório do acusado.
Comentário: O princípio da especialidade revela que a norma especial afasta a
incidência da norma geral. Lex specialis derogat legi generali. A norma se diz
especial quando contiver os elementos de outra (geral) e acrescentar
pormenores. Alternativa correta: B
Questões Comentadas
dos Últimos Exames
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Aplicação da Lei Penal
Interpretação extensiva, pressupõe existência de norma. É princípio
geral do direito que as normas jurídicas limitam-se no tempo e no espaço,
isto é, aplicam-se em um determinado território e em um determinado
lapso de tempo.
Aplicação analógica: processo de integração da norma jurídica escrita
por meio do qual diante do silêncio d lei sobre determinadasituação, se
utiliza outro preceito legal que rege situação semelhante. Utiliza-se como
suplemento os princípios gerais do direito (admissibilidade das provas
ilícitas pro reo, impossibilidade de coagir o réu a produzir prova contra si
mesmo).
Tem aplicação diferente da lei penal no tempo. A Lei Penal não
retroage, salvo para beneficiar o réu. Para a lei processual vale o princípio
do efeito imediato (tempus regit actum). A nova lei processual será
aplicada a todos os processos em curso, não importando se beneficia ou
não o réu. Ademais, os atos processuais já praticados permanecerão
válidos. (art. 2° CPP). Segundo o art. 3° do CPP a lei processual admite
analogia; interpretação extensiva; aplicação dos princípios gerais do
direito.
Prazo Penal Prazo Processo Penal
Conta o dia do começo Começa a contar no próximo dia útil (a partir
da intimação ou citação, e não da juntada do
mandado)
Improrrogável É prorrogável para o próximo dia útil
Contagem de Prazo
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Inquérito Policial
Não é processo judicial, nem administrativo. É procedimento
administrativo de cunho investigatório, presidido pela autoridade policial
(delegado da polícia civil ou federal), destinado a produzir prova idônea e
embasar a opinio delicti do titular da ação penal. O inquérito policial consiste
em todas as diligências necessárias para o descobrimento do fato criminoso,
de suas circunstâncias e dos seus autores e cúmplices. É presidido pela
autoridade policial. Destinado ao titular da ação penal: MP, nos casos de ação
penal pública; ou o titular do direito de queixa, nos casos de ação privada
(ofendido, rep. legal, curador especial, parente).
- Os processos têm relação jurídica, processo e contraditório; já o
procedimento não tem contraditório. O investigado tem o direito de se fazer
acompanhar pelo advogado, mas esta não participa de maneira incisiva,
apenas acompanha e orienta o cliente.
- O MP pode investigar, mas não presidir inquérito. A investigação do MP é
diferente.
- Na delegacia se presta a notitia criminis, a queixa é a petição inicial da ação
penal privada.
Características:
a) Escrito (art. 9° CPP); é possível produzir prova oral, mas esta deverá ser
reduzida a termo (escrita), por determinação legal. É uma peça informativa.
b) Oficioso – iniciado de ofício pela autoridade policial (nas ações penais
públicas incondicionadas). Não se aplica às ações públicas condicionadas,
nem às ações penais privadas. A ação penal pública condicionada carece de
representação, e ação penal privada, de requerimento do ofendido;
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c) Indisponível – só será arquivado com autorização judicial, depois de
manifestação do MP; mas ele poderá se recusar a abrir o inquérito, só não
poderá encerrá-lo depois de instaurado. Da decisão do delegado que se
recusa a instalar o inquérito cabe recurso administrativo para o "chefe de
polícia" (secretário de segurança pública).
d) Dispensável – no caso de o titular da ação penal ser possuidor de
elementos de convicção suficientes para evidenciar a viabilidade da
acusação. Também dispensável no JECrim;
e) Discricionário: à autoridade policial, não é permitido arquivar o
inquérito policial. O delegado é quem decide que prova vai produzir.
Exceções (obrigatoriedade de produzir a prova): quando houver
requisições do MP ou do juiz; crimes que deixam vestígio (não transeunte).
# desaparecendo os vestígios do crime, o exame de corpo de delito, pode
ser substituído por outras provas. Para a doutrina esta substituição das
provas é um exame de corpo de delito indireto.
f) Inquisitivo unilateral. Como não PE processo não é exigido contraditório
e ampla defesa, ex. a presença do advogado no inquérito policial não é
obrigatória.
g) Sigiloso (art. 20 CPP). O inquérito policial não é sigiloso para algumas
pessoas:
- O próprio investigado;
- Juiz;
- Promotor de Justiça (art. 129 CF);
- Advogado (art. 7° do Estatuto da OAB), que tem sempre acesso aos autos
e acesso ao preso. Súmula vinculante n.14 – o advogado tem sempre
acesso aos autos da investigação. Contra ato ou decisão que desrespeita
Súmula Vinculante, cabe reclamação para o STF. (art. 103-A, § 3° da CF). Se
tiver em segredo de justiça, somente o advogado do acusado tem acesso,
outros advogados não têm acesso. Se a prova ainda está sendo produzida,
é possível negar acesso a todos. Súmula Vinculante 14, STF.
h) Autoritário: o inquérito é presidido por autoridade pública.
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Indiciado maior de 18 e menor de 21 anos deve ter um curador. A
falta de nomeação de um curador constitui mera irregularidade no
inquérito policial, mas é ilegalidade que enseja relaxamento da prisão em
flagrante. A capacidade civil nada tem a ver com a menoridade penal.
Existem inquéritos extrapoliciais: instaurado para apurar crime
cometido por magistrado e por membro do MP. Outro bom exemplo é a
CPI (comissão parlamentar de inquérito. Sobre a CPI:
* Só pode decretar uma prisão: prisão em flagrante (prisão que pode ser
decretada por qualquer indivíduo);
* Pode decretar a quebra do sigilo bancário e fiscal (dos dados);
* Não pode decretar a interceptação telefônica (grampo) – só juiz pode.
* Investiga fato certo e por prazo determinado;
* Quórum para instauração da CPI: 1/3 de parlamentares de qualquer
casa;
* Poder instrutório de juiz (pode produzir prova com um juiz); pode
intimar testemunhas e requisitar documentos. Encerrada a CPI – o
relatório é enviado ao MP.
É possível a investigação criminal direta pelo membro do MP.
Havendo justa causa para proposição da ação penal é dispensável o
inquérito policial. A participação de membro do MP na fase investigatória
não acarreta seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da
denúncia (Súmula 234 STJ).
A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória
criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o
oferecimento da denúncia. Quando o interesse social ou a conveniência da
investigação exigir é possível manter o indiciado em regime de
incomunicabilidade, situação esta que não se estende ao MP, ao juiz e ao
advogado. Inquérito policial militar, inquérito da polícia legislativa.
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Início do Inquérito policial:
Primeiramente, o inquérito policial se inicia por meio da notitia criminis
(notícia do crime), que é o conhecimento pela autoridade policial da
ocorrência de um fato possivelmente criminoso. São 4 tipos de notitia
criminis:
1 - Direta: quando autoridade policial toma diretamente ciência do fato,
em razão de sua atividade funcional;
2 - Indireta: é quando o fato é relatado à autoridade policial por iniciativa
de terceiros. Esse relato poderá ser feito à autoridade por qualquer meio;
3 - Coercitiva: ocorre nos casos de prisão em flagrante, apresentando-se o
autor do crume à autoridade policial. Pode ocorrer nos casos de ação
pública condicionada ou incondicionada e nos casos de ação privada;
4 - Delatio criminis: a autoridade policial agirá por ter sido noticiada por
qualquer do povo para providências e solicitação de punição do
responsável.
a) Crimes de ação penal pública incondicionada: de ofício pelo
delegado (por uma portaria); mediante requisição (ordem) do MP ou do
Juiz; por requerimento do ofendido ou de seu representante; por auto de
prisão em flagrante;
b) Crimes de ação pública condicionada: mediante representação do
ofendido ou mediante requisição do Ministro da Justiça (raramente
ocorre).
c) Crimes de ação privada: mediante requerimento do ofendido.
* Hipótese geral: pode começar mediante auto de prisão em flagrante.
Diligências da autoridade policial
I- dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e
conservaçãodas coisas, até a chegada dos peritos criminais;
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II - apreender objetos que tiverem relação com o fato, após liberados os
peritos criminais;
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e
suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado;
VI - proceder ao reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito
e a quaisquer outras perícias
VIII - ordenar identificaçaõ do indiciado pelo processo datiloscópio, se
possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida progressa do indiciado, sob o ponto de vista individual,
familiar e social, sua condição econômica, entre outros.
Prazos para o encerramento do inquérito policial
a) Normal: 10 dias sem prorrogação para réu preso (conta-se o dia do
início); 30 dias prorrogáveis por mais 30 em caso de réu solto (não inclui o
dia do início);
b) Lei de Drogas: 30 dias para réu preso e 90 dias para réu solto, ambos
prorrogáveis (uma vez por igual período);
c) Justiça Comum federal: 15 dias prorrogados por mais 15, mesmo para
réu preso;
d) Crimes contra a economia popular: 10 dias estando o réu preso ou
solto;
e) Militar: 20 dias para réu preso e 40 dias para réu solto.
Excesso de prazo para encerramento do inquérito
* Quem prorroga o prazo do inquérito policial é o juiz.
Encerramento do IP
- Ao fim do inquérito policial, é feito um relatório, a história útil do
procedimento. O relatório é encaminhado para o juiz.
- Se o crime for de ação penal pública ele encaminha o inquérito ao MP; se
for de ação penal privada, ele deixa em cartório aguardando a
manifestação do ofendido.
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Se o MP já tem provas da materialidade, propõe a ação penal, oferece a
denúncia. Caso não haja provas suficientes, o MP pode requerer ao juiz
que requisite diligências (reabrir o inquérito, o juiz não pode negar). O MP
também pode pedir o arquivamento (o juiz pode não arquivar) o prazo
para pedir o arquivamento é de 5 dias, se o réu estiver preso e 15 dias se
estiver solto.
* Súmula 524 do STF: esta súmula não se aplica quando o arquivamento se
dá pela atipicidade do fato, caso em que a decisão gera coisa julgada
material.
- A autoridade policial não tem competência para determinar o
arquivamento do inquérito policial, a legitimidade é do MP, titular da ação
penal, o pedido é dirigido ao juiz que poderá acatá-lo. Se não acatar, o juiz
remete os autos de inquérito ou peças informativas ao procurador-geral,
que poderá oferecer a denúncia, designar outro membro do MP para
oferecê-la ou insistir no arquivamento.
- Arquivado o inquérito por despacho do juiz a requerimento do MP, não
pode a ação penal ser iniciada sem novas provas.
- Se o juiz não concorda com o arquivamento ele envia o inquérito para o
Procurador Geral de Justiça (chefe do MP Estadual). Se for na Justiça
Federal ele envia o inquérito para a Câmara de Coordenação e Revisão
Criminal do MPF (LC 75/93). Eles podem concordar com o promotor e
insistir no arquivamento (o juiz fica obrigado a arquivar) ou ele mesmo
oferece a denuncia ou designa outro membro do MP para oferecer a
denuncia (não pode designar o mesmo membro do MP que pediu o
arquivamento – o membro do MP que for designado não pode se recusar a
oferecer a denúncia).
a) Crimes de ação penal pública: o MP pode oferecer denúncia; requerer
novas diligências; ou requerer o arquivamento dos autos do IP.
Atenção: em geral a decisão judicial de arquivamento é irrecorrível, mas
em casos de crimes contra a economia popular a decisão se sujeita ao
reexame necessário (recurso de ofício); e no caso de contravenções penais
a decisão pode ser impugnada através de recurso em sentido estrito, a ser
interposto por qualquer do povo.
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b) Crimes de ação penal privada: os autos do inquérito são enviados ao
juízo competente, aguardando a iniciativa dos legitimados para o
ajuizamento da queixa, no prazo decadencial de 6 meses; ou ainda podem
ser os autos entregues ao titular de direito da queixa, mediante traslado,
se assim o requerer.
c) Trancamento do IP: é a sua extinção anormal, o juiz ou Tribunal podem
determinar a paralisação das investigações de inquéritos indevidamente
instaurados (atipicidade ou extinta punibilidade).
O MP propõe o arquivamento ao juiz, se o juiz concorda esta arquivado,
mas se descorda aplica-se o art. 28 CPP. Art. 28. Se o órgão do Ministério
Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do
inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de
considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito
ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia,
designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no
pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a
atender. Qual o recurso cabível da decisão que determina o arquivamento
do inquérito? Não cabe recurso.
Desarquivamento de IP
a) Pode: se houver prova nova (substancialmente nova), Art. 18 e súmula
524 do STF.
b) Exceção: não pode desarquivar se o fundamento for atipicidade da
conduta.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade
judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá
proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
Vícios do inquérito policial
Os vícios do inquérito não comprometem a ação penal ajuizada em
decorrência dele.
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Valor probatório no inquérito:
Relativo, a prova que foi produzida no inquérito deve ser reproduzida na
ação penal. No caso da prova produzida do inquérito não ser confirmada
em juízo:
a) Havendo outras provas, poderá ser utilizada para a condenação
b) Se for prova única, em regra não poderá ser utilizada para a
condenação, mas poderá ser assim utilizada caso seja uma prova cautelar
(marcada pelo periculum in mora), antecipada (relevante e urgente) ou
irrepetível. O contraditório para essas provas é diferido ou prorrogado.
* A prova antecipada é colhida pelo juiz e permite o contraditório, de certa
forma tem o periculum in mora. Ex. uma testemunha em estado terminal.
Incomunicabilidade do Indiciado
Art. 21, CPP - possibilidade de que seja decretada a incomunicabilidade do
investigado. Doutrina amplamente majoritária entende inconstitucional
este dispositivo. Ainda que possível decretar a incomunicabilidade ela
nunca seria aplicável com relação ao advogado.
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QUESTÃO 2
No dia 01/04/2014, Natália recebeu cinco facadas em seu abdômen, golpes
estes que foram a causa eficiente de sua morte. Para investigar a autoria do
delito, foi instaurado inquérito policial e foram realizadas diversas diligências,
dentre as quais se destacam a oitiva dos familiares e amigos da vítima e exame
pericial no local. Mesmo após todas essas medidas, não foi possível obter
indícios suficientes de autoria, razão pela qual o inquérito policial foi arquivado
pela autoridade judiciária por falta de justa causa, em 06/10/2014, após
manifestação nesse sentido da autoridade policial e do Ministério Público.
Ocorre que, em 05/01/2015, a mãe de Natália encontrou, entre os bens da
filha que ainda guardava, uma carta escrita por Bruno, ex-namorado de
Natália, em 30/03/2014, em que ele afirmava que ela teria 24 horas para
retomar o relacionamento amoroso ou deveria arcar com as consequências. A
referida carta foi encaminhada para a autoridade policial. Nesse caso,
A) nada poderá ser feito, pois o arquivamento do inquérito policial fez coisa
julgada material.B) a carta escrita por Bruno pode ser considerada prova nova e justificar o
desarquivamento do inquérito pela autoridade competente.
C) nada poderá ser feito, pois a carta escrita antes do arquivamento não pode
ser considerada prova nova.
D) pela falta de justa causa, o arquivamento poderia ter sido determinado
diretamente pela autoridade policial, independentemente de manifestação do
Ministério Público ou do juiz.
Comentário: Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela
autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial
poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
Alternativa correta: B
Questões Comentadas
dos Últimos Exames
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XX EXAME
Clodoaldo figura como indiciado em inquérito policial que investiga a prática de
um crime de estupro de vulnerável. Já no curso das investigações, Clodoaldo
apresenta sinais de que poderia ser portador de doença mental. Concluídas as
investigações, é oferecida denúncia contra o indiciado. Durante a audiência, o
advogado de Clodoaldo requer a instauração de incidente de insanidade mental,
sendo o pleito indeferido pelo magistrado, que considerou o ato protelatório.
Sobre o tema incidente de insanidade mental, é correto afirmar que
A) se o perito concluir que o acusado era inimputável ao tempo da infração, o
processo prosseguirá, mas se a insanidade surgiu após o ato criminoso imputado,
o processo ficará suspenso.
B) da decisão do magistrado que indeferiu a instauração do incidente caberá
recurso em sentido estrito.
C) diante da suspeita da autoridade policial, poderia ela mesmo ter instaurado
incidente de insanidade mental.
D) o incidente de insanidade mental é processado em autos em apartado e não
gera, de imediato, qualquer suspensão do processo.
COMENTÁRIOS:
a) CORRETA: Esta é a previsão do art. 151 c/c art. 152 do CPP.
b) ERRADA: Item errado, pois não é previsto recurso para atacar a decisão de
indeferimento da instauração do incidente de insanidade mental, podendo ser
impetrado habeas corpus.
c) ERRADA: Item errado, pois o incidente de insanidade mental depende de
autorização judicial, nos termos do art. 149 e seu §1º do CPP.
d) ERRADA: O incidente de insanidade suspenderá o processo, salvo quanto às
diligências urgentes, nos termos do art. 149, §2º do CPP.
Licenciado para Gabriele Santos, E-mail: gabriele.con.santos@hotmail.com
RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) – art. 52, LEP. – punição disciplinar
imposta ao preso (tanto condenado como provisório), decretado pelo juiz de
execução penal, por um prazo máximo de 360 dias, que pode ser prorrogado
durante nova falta grave, por no máximo 1/6 da pena.
Quando cabe o RDD:
a) Crime doloso dentro do presídio;
b) "Preso perigoso", que coloque em risco a sociedade ou presídio, mesmo
preso;
c) Envolvimento com crime organizado.
Características:
a) Celas individuais;
b) Duas visitas semanais (fora as crianças);
c) Duas horas por dia de "banho de sol" (para sair da cela).
Ação Penal
Uma vez que o Ministério Público, ou o particular nos casos de ação privada,
reúna elementos de prova que lhe convençam da prática de certa conduta
criminosa, é necessário que se prossiga com persecução penal, ajuizando assim
uma ação penal.
O direito de ação constitui direito, ou poder, que tem o acusador de,
dirigindo um pedido ao Poder Judiciário, provocar sua manifestação sobre seu
pedido.
RDD (Regime Disciplinar 
Diferenciado)
A incomunicabilidade do art. 21 do CPP não foi recepcionada pela CF/88.
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Características da ação penal:
a) caráter público: é um direito público, é exercido em face do Estado e
contém uma pretensão de elevada relevância social (uma pretensão
punitiva);
b) constitui direito subjetivo: o direito de ação, é uma faculdade de agir (no
caso de ação penal pública é dever). Seu objetivo é obter tutela a
determinado interesse.
c) é direito autônomo: sua existência e a possibilidade de que seja exercido
independem de qualquer relação jurídica material.
d) é direito abstrato: qualquer pessoa que tenha a capacidade de agir poderá
exercer o direito de ação, ainda que nenhuma violação a direito tenha
ocorrido.
Condições Gerais da Ação Penal:
a) Legimatio “ad causam” – é a legitimação para agir, pertinência subjetiva
para a ação, em tese as partes ocupam corretamente os pólos do processo.
EX: o MP promove a ação penal privada, ou o réu era menor de 18 anos ao
tempo do crime (neste caso tem como consequência a nulidade do
processo, como disposto no art. 564, II do CPP);
b) Interesse (processual) de agir: é a circunstância de que a pretensão do
autor não pode ser satisfeita por outro meio senão pelo pronunciamento
jurisdicional.
c) Possibilidade jurídica do pedido – expressa-se na circunstância de que a
conduta imputada na peça de acusação pelo autor da ação penal seja atípica,
ilícita e culpável. Ligada ao princípio da reserva legal, deve haver fato típico;
d) Justa causa – significa a existência de suporte probatório mínimo para o
oferecimento da denúncia: indícios de autoria e prova da existência da
infração penal. Tem consequência a rejeição da denúncia art. 395 ou
trancamento da ação penal.
Condições específicas da Ação Penal:
a) Representação do ofendido;
b) Requisição do Ministro da Justiça;
c) Ingresso do agente em território nacional, em crimes praticados fora do
território nacional.
Obs.: a ausência de tipicidade e a extinção da punibilidade são matéria de
absolvição sumária, e não de rejeição liminar da denúncia ou queixa.
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Denúncia e queixa-crime
A ação penal é provida por meio do oferecimento de uma petição inicial,
que dá início ao Processo Penal. Quando é o MP que apresenta a peça
acusatória, esta recebe o nome de denúncia. Quando couber ao ofendido ou
seu representante legal dar início à ação penal, deverão fazê-lo por meio de
queixa-crime, que é o nome da peça acusatória nas ações penais privadas. A
peça acusatória deve conter a exposição do fato criminoso, com todas as suas
circunstâncias e a qualificação dos crimes, a qualificação do acusado ou
esclarecimentos que possam identificá-lo, identificação do querelante e sua
assinatura, o pedido de condenação, deve ser redigida em vernáculo,
contendo o endereçamento e o pedido de citação do réu para que integre o
processo.
A petição inicial pode ser rejeitada, nos casos em que for manifestamente
inepta, quando faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da
ação penal, ou quando faltar justa causa para o exercício da ação penal. A
essa decisão cabe o recurso em sentido estrito.
Ação penal pública
É a ação penal exercida pelo Estado por meio do Ministério Público,
representando o próprio interesse social. Ela intenta defender a sociedade
a. O legitimado ativo, quem promove é o MP;
b. O veículo é a denúncia, cujos requisitos estão no Art. 41;
c. Princípios:
Obrigatoriedade = legalidade. Quer dizer que o representante do MP, se
dispuser dos elementos suficientes para amparar a acusação (prova da
materialidade e indícios suficientes da autoria), estará obrigado a oferecer
denúncia, exercendo o poder-dever de ação.
Atenção!!! Obrigatoriedade mitigada ou discricionariedade regrada: nos
casos em que o MP verifica que há o direito a transação penal art. 76 da lei
9999, pode não oferecer denuncia.
Divisibilidade = o Ministério Público poderá oferecer denúncia em face
daqueles acerca dos quais houver reunido indícios suficientes de autoria.
Indisponibilidade = O órgão do parquet, ao ajuizar a ação e conduzir a
acusação, não age em interesse próprio. Representa o Estado, titular do
Direito defendido, que pertence à sociedade com um todo.
Oficialidade/oficiosidade = a ação penal sópoderá ser proposta por um órgão
do Estado: o Ministério Público. Ele tem o dever de ajuizar a ação penal
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Ação penal Pública Condicionada: representação
Art. 24, caput, CPP - em determinados casos, a lei determinará a propositura
da ação penal pública ao implemento de uma condição, qual seja a
representação do ofendido (ou de quem o represente), ou a requisição do
Ministro da Justiça. A representação nada mais é do que a manifestação do
consentimento no sentido de que o Ministério Público possa proceder ao
ajuizamento da ação penal (ou que a polícia judiciária possa proceder à
instauração de inquérito policial).
a. Noção: pedido ou autorização feito pelo ofendido ou seu
representante legal, necessário tanto Inquérito Policial quanto para a ação
penal.
b. Formalidade: a jurisprudência diz que prescinde de formalidades seja, não
precisa de formalidade.
c. Titularidade: tem a legitimidade para promover a representação, em
princípio, o ofendido ou quem tenha qualidade para representá-lo (art. 24,
CPP). A representação pode ser feita pessoalmente ou por meio de
procurador, desde que possua poderes especiais (art. 39, CPP). A
representação é dirigida diretamente à autoridade policial, ao MP, ou ao
próprio Juiz.
d. Prazo: 6 meses a contar do conhecimento da autoria, prazo
decadencial - art. 38, caput, CPP. (DP material).
Observação 1: 11 de abril eu tomei conhecimento qual o último dia para
representar? 10.10 é o prazo, pois, você exclui o do início.
Observação 2: Pode se retratar até oferecida a denúncia. A representação é
retratável enquanto o órgão acusatório não oferecer a denúncia.
Observação 3: É possível a retratação da retratação (revogação da retratação)
desde que dentro do prazo decadencial.
Observação 4: Na lei Maria da Penha a retratação pode se dar até o
recebimento da denúncia. Um juiz de minas foi afastado, pois, ele falou que a
lei MP era diabólica e que a mulher era obra do pecado, o CNJ o afastou,
criando assim, um crime de opinião.
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3.2 Ação Penal Pública Condicionada: Requisição do Ministro da Justiça
Nos crimes cuja apuração dependa de requisição ministerial, o inquérito
policial só poderá ser iniciado após manifestação de vontade do Ministro da
Justiça. Essa requisição é autorização, fundamentada em razões políticas,
para que o MP promova ação penal pública. A requisição é uma consição para
o exercício da ação penal em certos crimes de cunho eminentemente político.
4. Ação Penal Privada:
Em certas ocasiões, a lei reserva o exercício da ação penal a um particular.
São aqueles casos em que, por determinação legal, a ação penal será de
iniciativa privada. O autor da ação será o querelante e o réu de querelado.
- O legitimado é o ofendido, se for incapaz é o representante legal. Se houver
conflito de interesses nomeia-se um curador especial. O curador tem
natureza legal de substituto processual, não é obrigado a oferecer queixa
crime, e não precisa ser formado em direito (ADV).
a. 1. Sucessão Processual – é a morte do ofendido neste caso, vai entrar o
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CADI). Na ação penal priva
personalíssima não há secessão processual, art. 236 do CP. Contrair
casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando
impedimento que não seja casamento anterior; Pena – detenção, de seis
meses a dois anos. Parágrafo único.
- Queixa crime: mesmos requisitos da denúncia + procuração com poderes
especiais, art. 44 do CPP.
Princípios:
Oportunidade (ou conveniência) = contrapõe-se ao princípio da
obrigatoriedade, que rege a ação penal pública. O particular é livre para
formar seu próprio juízo de conveniência. Somente iniciará o processo,
ajuizando a ação penal, se assim o desejar, ou seja, se julgar o ajuizamento da
ação conveniente para si.
Disponibilidade = segundo este princípio, o titular da ação da ação penal
privada terá diversos meios de dela dispor, efetivamente decidindo se deseja
que o suposto infrator da norma penal seja julgado
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Indivisibilidade = o titular da ação penal privada poderá decidir livremente se
deseja ou não ajuizar a ação penal. Todos devem constar do pólo passivo
(você não pode excluir de uma queixa crime uma pessoa que lhe ofendera
junto com outras tantas);
a) Titulatidade : tem legitimidade para propor a ação penal o ofendido ou seu
representante (art. 30 do CPP). Também pode promovê-la o representante
legal, nos casos em que o ofendido seja menor de 18 anos, mentalmente
enfermo ou tenha desenvolvido legal incompleto; ou curador especial, se não
tiver representante legal., ou quando colidir o interesse do incapaz com seu
representante.
b) Requerimento: nos delitos cujo processamento dar-se por meio de ação
penal privada, a instauração de inquérito policial ficará condicionada a
requerimento de quem seja o titular da ação penal. (art. 5º, § 5º, CPP).
Ação penal privada subsidiária da pública:
Nos casos em que a ação penal seja ordinariamente de iniciativa pública, o
Poder Público, por meio do Ministério Público, não intenta a ação penal no
prazo legal, o ofendido ou seu representante legal, poderão,
subsidiariamente ajuizá-la. Pode ser promovida no caso de inércia do MP
prevista no art. 29 do CPP, O CDC permite que associações sejam legitimados
ativos. Uma vez ajuizada a ação penal privada subsidiária, poderá o MP tornar
parte no processo.
Renúncia
O direito de queixa, plenamente disponível pelo seu titular, pode ser objeto
de renúncia. A renúncia consiste em amnifestação de vontade do ofendido
por meio do qual ele desiste de exercer seu direito de ação. Uma vez exercida
a renúncia, expressa ou tacitamente, nos termos do art. 102, caput, do CP, o
direito de queixa não pode mais ser exercido. A renúncia expressa é
manifestação formalizada, assinada pelo ofendido, por seu representante
legal ou procurador que tenha poderes especiais para tanto. Já a renúncia
tácita, ocorre em qualquer hipótese em que o titular da ação penal se porte
de forma inequivocadamente incompatível com a vontade de ajuizá-la.
Renúncia é ato unilateral. A renúncia ao exercício de queixa em relação a um
dos autores do crime a todos aproveitará.
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Perdão do Ofendido
Consiste na desistência da demanda, manifestada por seu autor. Deverá ser
exercido posteriormente à propositura da ação penal. O perdão somente
poderá ser exercido até o trânsito em julgado da sentença condenatória (art.
102, § 2º, CP). O perdão é ato bilateral, a simples manifestação do querelante
não é suficiente. Dessa forma, o perdão somente produzirá efeitos se aceito
pelo querelado, neste caso, ensejará a extinção da ounibilidade do querelado.
O perdão só é possível nos crimes em que somente se procede mediante
queixa. O perdão do querelante não se confunde com a figura do perdão
judicial, concedido por sentença, que também extingue a punibilidade. O
perdão judicial é concedido pelo próprio juiz da causa, desde que concorram
os elementos exigidos pela lei para que se conceda (ex. Art, 121,§ 5º, CP).
Uma vez concedido o perdão, mediante declaração expressa do querelante
nos autos, o querelado será intimado a manifestar-se no prazo de 3 dias, para
declarar se o aceita. Ao sei silêncio, a lei expressamente confere o efeito de
aceitação (art. 58, caput, CPP). A aceitação pode ainda ser feita pelo
representante legal, nos casos que couber, ou até mesmo peelo procurador
com poderes especiais (art. 55, CPP).
Perempção e Decadência
A perempção acontece quando a ação é abandonada pelo seu autor, que
simplesmente deixa de prover-lhe movimento, deixando-a extinguir por
inércia ou quando o autor desaparece da ação, sem que ninguém lhesuceda.
Em ambos os casos a perempção causará extinção da punibilidade.
A decadência também é uma causa extintiva de punibilidade, e consiste na
perda do direito de ação (privada) ou direito de representação, pelo não
exercicio dentro do prazo legal.
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QUESTÕES COMENTADAS
XX EXAME
Lúcio Flavio, advogado, ofereceu queixa-crime em face de Rosa, imputando-lhe 
a prática dos delitos de injúria simples e difamação. As partes não celebraram 
qualquer acordo e a querelada negava os fatos, não aceitando qualquer 
benefício. Após o regular processamento e a instrução probatória, em 
alegações finais, Lúcio Flávio requer a condenação de Rosa pela prática do 
crime de difamação, nada falando em sua manifestação derradeira sobre o 
crime de injúria.
Diante da situação narrada, é correto afirmar que
A) deverá ser extinta a punibilidade de Rosa em relação ao crime de injúria, 
em razão da perempção.
B) deverá ser extinta a punibilidade de Rosa em relação ao crime de injúria, em 
razão do perdão do ofendido.
C) deverá ser extinta a punibilidade de Rosa em relação ao crime de injúria, em 
razão da renúncia ao direito de queixa.
D) poderá Rosa ser condenada pela prática de ambos os delitos, já que houve 
apresentação de alegações finais pela defesa técnica do querelante.
COMENTÁRIOS: Neste caso, deverá ser extinta a punibilidade da infratora no 
que tange ao crime de injúria, em razão da perempção, eis que o querelante 
não formulou, em alegações finais, pedido de condenação em relação ao delito 
de injúria, o que é causa de perempção nos crimes de ação penal privada, 
conforme art. 60, III do CPP.
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1. Execução civil da sentença condenatória:
A vítima deve esperar o trânsito em julgado da sentença penal condenatória
para depois executá-la no Juízo Civil. Todavia, a vítima poderá pleitear um
valor maior neste Juízo.
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória:
IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração,
considerando os prejuízos sofridos
- Quem pode ser executado: o apenado e seus herdeiros (art. 5º da
Constituição Federal).
Embora a pena não passe da pessoa do criminoso, o dever de reparar o dano é
transmitido aos herdeiros no limite da herança.
- Não é possível a execução do responsável civil, por meio da execução civil da
sentença condenatória, pois ele não se defendeu no processo penal.
- Quem será executado é o condenado e seus herdeiros e pode executar a
vítima e seus herdeiros
Ação civil ex delicto.
É a ação de conhecimento na qual serão produzidas todas a provas e serão
discutidos os fatos e o direito relacionado à infração. É proposta no juízo cível
pelo ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros para obter reparação
do dano provocado pela infração penal, pode ser tanto ressarcimento de dano
patrimonial, quando reparação por dano moral.
Reparação do Dano
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Hipóteses:
1) Urgência na reparação do dano, será concomitante com a ação
penal;
2) Extinção da punibilidade: a decisão julga extinta a punibilidade do
agente, incluindo-se as hipóteses de anistia, graça e indulto;
3) Inquérito penal arquivado ou das peças de informação;
4) Absolvição penal: absolveu o réu por insuficiência de provas acerca
da ocorrência do delito. A absolvição penal, via de regra não impede a
ação civil ex delicto. Art. 386, III, CPP, fato atípico.
Exceções à absolvição penal fazer coisa julgada no juízo cível
(impedem a ação civil ex delicto):
a) reconhecimento da inexistência do fato (386, I, CPP)
b) reconhecimento da não autoria (386, IV, CPP)
c) excludente da ilicitude (186, IV, 1ª parte)
Legitimação: Pode ajuizar o ofendido ou seu representante legal, ou
seus sucessores (art. 63, CPP). Pode ser processado o criminoso, seus
herdeiros ou o responsável civil.
Competência
A extenção do poder jurisdicional que cabe a cada juiz é limitada,
segundo uma série de critérios que a lei estabelecendo-se, dessa forma, a
competência de cada julgador. A competência é, assim, a medida ou limite
em que poderá o julgador exercer o poder de jurisdição. É a medida da
jurisdição.
Critérios de fixação de competência
I - o lugar da infração;
II - o domicílio ou residência do réu;
III - a natureza da infração;
IV - a distribuição;
V - a conexão ou continência;
VI - a prevenção;
VII - a prerrogativa de função.
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Competência absoluta: acontece quando a fixação de competência que
não admite prorrogação, isto é, o processo não pode “fugir” do juiz que
fora originariamente designado. Se encaixa no conceito de competência
absoluta a que for em razão da matéria e em razão da prerrogativa de
função.
Competência relativa: se dá quando admite a prorrogação. Caso a
incompetência de foro não seja alegada no prazo certo, considera-se
competente o juízo que conduz o feito, sem ser possível uma posterior
alegação de nulidade. Nesse caso se coloca a competência territorial.
As jurisdições especiais e comuns:
a) Justiça Militar: compete à esta, processar e julgar os crimes militares
definidos em lei, praticados pelos integrantes do Exército, Marinha ou da
Aeronáutica, bem como os crimes praticados por civis contra instituições
militares federais.
* Crimes praticados por militares que não inserem na competência da
Justiça Militar: ex.: crimes de abuso de autoridade, não é crime militar -
neste caso, compete à Justiça Comum processar e julgar
* Crimes dolosos contra a vida praticados por militares: nesse caso
também compete à justiça comum.
* Julgamento de civis pela Justiça Militar estadual: é vedado. Ainda que as
infrações por eles praticadas atentem contra as instituições militares
estaduais.
* Julgamento de civis pela Justiça Militar Federal: é competente para
processar e julgar, além dos processos de crimes praticados por militares,
também aqueles crimes praticados por civis contra instituições militares.
b) Justiça Eleitoral: cabe à lei complementar. Lei n. 4737/65. Compete aos
Juízes Eleitorais processarem e julgarem crimes eleitorais, e também
crimes comuns que lhe forem conexos.
c) Justiça do Trabalho: foi concedida competência de natureza penal para a
Justiça do Trabalho para o julgamento de ações de habeas corpus, nunca
julga matéria penal (STF – vinculante, ADIN).
d) Justiça Federal: a competência é fixada pela determinação expressa dos
casos que lhe cabem, dentre a competência dos Juízes Federais, temos:
* crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens,
serviços ou interesse da União (administração direta ou indireta – ex.
autarquias, empresa pública);
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* crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando iniciada
a execução no País, mas o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no
estrangeiro;
* crimes contra organização do trabalho;
* os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência;
* os crimes cometidos a bordo de aeronaves ou navios, ressalvadas a
competência da Justiça Militar;
* Não se aplica para sociedade de economia mista como o Banco do Brasil
ou a Petrobrás;
* Crime praticado por/contra funcionário público federal no exercício de
sua função;
* Crime político.
* os crimes de ingresso ou permanência regular do estrangeiro, as causas
referentes à nacionalidade e à naturalização.
e) Justiça Estadual: nos casos em que não couber a Justiça Comum, nem a
Justiça Federal. É competência residual.
Obs: Crimes de internet = o que diz a competência é a natureza do crime.
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* Se dá pelo local do resultado (art. 70 do CPP).Mas há exceções na
jurisprudência.
* Se o crime não for consumado, a competência vai ser do último ato de
execução.
* Na ação privada o ofendido é que escolhe, no lugar do resultado ou no
domicílio do acusado.
* Quando não se sabe o local do crime, domicílio do acusado.
* Se for crime permanente ou continuado competente vai ser o lugar da
prevenção (lugar do juiz que primeiro decidiu, que primeiro tomou
conhecimento do fato).
* Crimes falimentares: o foro competente é do lugar onde foi decretada a
falência;
* Crimes plurilocais: é competente o foro do local em que ocorre o resultado
da prátiva delitiva;
* Crimes de estelionato: será competente o foro do local onde se deu a recusa
do pagamento ao sacado, caso o crime seja de emissão dolosa de cheque em
provisão de fundos;
* Crimes qualificados pelo resultado: o foro será do local em que ocorrer o
resultado que o qualifica;
* Crimes contra a vida: o juízo competente é do local em que ocorrer o
resultado;
* Crimes de uso de documento falso: o juízo vai ser de onde o delito se
consumou.
Competência Territorial
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QUESTÃO 3
Durante 35 anos, Ricardo exerceu a função de juiz de direito junto ao Tribunal
de Justiça de Minas Gerais. Contudo, no ano de 2012, decidiu se aposentar e
passou a morar em Florianópolis, Santa Catarina. No dia 22/01/2015, travou
uma discussão com seu vizinho e acabou por ser autor de um crime de lesão
corporal seguida de morte, consumado na cidade em que reside. Oferecida a
denúncia, de acordo com a jurisprudência majoritária dos Tribunais Superiores,
será competente para julgar Ricardo
A) o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.
B) uma das Varas Criminais de Florianópolis.
C) o Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
D) o Tribunal do Júri de Florianópolis.
Comentário: Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em
que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugarem que for
praticado o último ato de execução. Alternativa correta: B
Questões Comentadas dos 
Últimos Exames
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Prova é o conjunto de elementos produzidos pelas partes ou determinados
pelo juiz, para a formação de seu convencimento quanto aos fatos, atos e
circunstâncias. O objeto da prova são todos os fatos que são capazes de gerar
dúvidas ao magistrado, exigindo assim, uma devida comprovação.
Obs.: No processo penal, não precisam ser provados:
* os fatos notórios: os que fazem parte do patrimônio de casa pessoa;
* as presunções absolutas (iuris et de iure);
* as máximas de experiência;
* os fatos intuitivos ou evidentes;
* os fatos inúteis ou irrelevantes.
Já os fatos incontroversos (alegados por uma das partes e não contestados
pela outra) devem ser comprovados.
Princípios gerais
I - princípio da comunhão ou aquisição dos meios de prova: a prova produzida
pelas partes passa a integrar o conjunto probatório, podendo favorecer
qualquer dos litigantes.
II - princípio da audiência contraditória: a parte contra a qual foi produzida a
prova, terá direito a conhecer o seu teor, impugná-la e oferecer contraprova.
III - princípio do livre convencimento motivado: cabe ao juiz a valoração dos
elementos probatórios de acordo com sua convicção, deve no entanto,
fundamentar sua convicção.
IV - princípio da oralidade: há predominância da palavra falada sobre os
escritos, sendo os depoimentos, em regra, orais.
V - princípio da publicidade: determina que a instrução criminal seja pública,
assim como o restante do processo, salvo exceções legais.
VI - princípio da concentração: as provas serão produzidas em audiência, salvo
as hipóteses de urgência ou necessidade de sua realização antecipada.
Da Prova
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Consórcios Públicos
Podem ser pessoas públicas ou privadas, se públicas, são
associações públicas de natureza autárquica.
Quando constituídos sob a forma de associação pública, o
consórcio assumirá personalidade jurídica de direito público e terá
natureza de autarquia, observando as prerrogativas destas entidades
administrativas e integrando a Administração Pública Indireta de todos os
entes consorciados.
Ademais, o consórcio público também pode se constituir sob a
forma pessoa jurídica de direito privado, observando-se que a legislação
civil dispõe sobre o tema. Entretanto, mesmo neste caso, o consórcio
público observará as normas de direito público no que tange à realização
de licitação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de
pessoal, que será regido pela CLT.
Os consórcios públicos poderão gozar dos seguintes privilégios:
– Firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber
auxílios, contribuições e subvenções sociais ou econômicas de outras
entidades e órgãos do governo;
– Nos termos do contrato de consórcio de direito público, promover
desapropriações e instituir servidões nos termos de declaração de
utilidade ou necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder
Público;
– Ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da
Federação consorciados, dispensada a licitação;
- Emitir documentos de cobrança e exercer atividades de arrecadação de
tarifas e outros preços públicos pela prestação de serviços ou pelo uso ou
outorga de uso de bens públicos por eles administrados ou, mediante
autorização específica, pelo ente da Federação consorciado;
- Outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços
públicos mediante autorização prevista no contrato de consórcio público,
que deverá indicar de forma específica o objeto da concessão, permissão
ou autorização e as condições a que deverá atender, observada a
legislação de normas gerais em vigor.
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VII - princípio da proporcionalidade: esse princípio vem mitigar a proibição
absoluta das provas obtidas por meios ilícitos, mas esse princípio não é
absoluto, devendo ceder nos casos em que se oponha a interesse de maior
relevância.
1. Sistema de apreciação da prova (art. 155)
a) Sistema da prova legal: nesse sistema não cabia ao juiz qualquer liberdade
na apreciação da prova. O valor de cada elemento probatório era
estabelecido na lei, que fixava uma hierarquia entre os meios de prova.
b) Sistema de livre convicção (prova livre ou íntima convicção): por este
sistema, o julgador tem total liberdade pçara decidir, podendo, inclusive,
amparar-se em elementos que não foram trazidos aos autos e valorar as
provas, estando desobrigado de motivar suas decisões e de expor as razões
de seu julgamento. Esse sistema perdura no Tribunal do Júri, no nosso país.
c) Sistema de persuasão racional (livre convencimento motivado): nele o juiz
formará livremente sua convicção, apreciando o conjunto probatório e
valorando os elemnetos de prova independente de qualquer tarifação legal.
Deve fundamentar suas decisões, pautando-as nos elementos que foram
carreados aos autos (art. 157, CPP).
regra: livre convencimento motivado, com exceção para os jurados do
tribunal do júri. Não pode condenar exclusivamente com base no inquérito
policial
2. Ônus da prova (art. 156)
Ônus é o encargo atribuído às partes de provar, por meio de meios ilícitos e
legítimos, a verdade das suas alegações, visando a fornecer ao juiz os
elementos necessários à formação de sua convicção. À acusação caberá
provar a exitência do fato imputado e sua autoria, já à defesa, imcubirá a
prova de eventuais causas excludentes de ilicitude.
O onus probandi é atenuado pelo poder instrutório que a lei confere ao juiz,
o qual poderá, de ofício, determinar medidas para dirimir dúvida sobre
ponto relevante, bem como ordenar diligências para sanar qualquer nulidade
ou suprir falta que prejudique o esclarecimento da verdade. O juiz nãopode
contentar-se com a verdade formal, trazida pelas partes.
Prova emprestada: é aquela que foi produzida originariamente em um
determinado processo e vem a ser apresentada, documentalmente por
outro. Para ser admitida, é preciso que ambos os processos tenham as
mesmas partes.
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Prova ilícitas: ilícitas são as provas que são obtidas em violação a normas
constitucionais ou legais.
a) noção e efeito:
CF CPP
Não define Define no art. 157, CPP
Inadmissível Inadmissível
- Desentranha
ante o veto do § 4° do art. 157 o juiz que tem contato com a prova ilícita
não é afastado do processo.
ATENÇÃO
b) hipóteses de admissibilidade da prova ilícita:
b.1) princípio da proporcionalidade: adota o critério da proporcionalidade ou
da razoabilidade, pelo qual, em determinados casos, pode-se admitir a prova
obtida de forma ilícita, levando-se em conta a relevância do interesse público
a ser protegido e preservado.
b.2) prova ilícita pro réu: não comete crime pois está em estado de
necessidade, a ilicitude é eliminada por causas legais, como a legítima
defesa.
c) prova ilícita derivada (teoria dos frutos da arvore envenenada): a prova
ilícita derivada em si mesma não é ilícita, mas torna-se ilícita por decorrência
da prova ilícita originária. Na CF não tem nada, no CPP é art. 157, § 1°.
d) hipóteses de admissibilidade da prova ilícita derivada.
d.1) teoria do nexo causal atenuado. Ex. confissão sob tortura, e há uma
segunda confissão (em juízo), nexo é tênue ou inexistente.
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d.2) teoria da fonte independente, a mesma prova duas vezes, umas lícita e
uma ilícita, afasta-se a ilícita e utiliza-se a lícita.
d.3) teoria da descoberta inevitável: quando a prova produzida foi a ilícita,
mas sabe-se
que a prova seria produzida de forma lícita do mesmo jeito. O CPP positiva
no §2° do art.157. A teoria da fonte independente, com conteúdo de
descoberta inevitável, preferir a opção fonte independente na prova.
3. Perícias em geral
É o exame realizado por pessoa com certos conhecimentos especiais em
coisas ou pessoas, que tem por fim elucidar determinado fato, auxiliando no
julgamento da causa. O perito será nomeado pelo juiz da causa ou pela
autoridade policial. Os peritos responderão aos quesitos formulados pelas
partes e pelo juiz até o ato da diligência.
A perícia é realizada por um perito oficial, e em sua falta, por suas pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior, escolhidas, de
preferência, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada á natureza
do exame. Quando não forem oficiais, os peritos deverão firmar
compromisso de be, e fielmente desempenhar o cargo, (art. 159 do CPP).
Devem ser realizadas no fim da Instrução Criminal, de acordo com o STF. O
exame pericial será determinado pelo delegado de polícia ou pelo juiz, de
ofício ou a requerimento das partes.
* Laudo Pericial: é o documento em que os peritos consignam suas
conclusões, após minuciosa apreciação dos elementos analisados. No laudo
deverão os peritos descrever minuciosamente o que examinarem, e
responder os quesitos formulados. 10 dias é o prazo para a conclusão,
podendo esse prazo ser prorrogado, em casos excepcionais a pedido dos
peritos (art. 160 do CPP).
Exame de corpo de delito
Corpo de delito é o conjunto de vestígios, dos elementos sensíveis deixados
pelo crime. A lei estabelece duas modalidades de exame de corpo de delito:
a) direto: quando os peritos examinam os poróprios vestígios materiais;
b) indireto: para alguns autores, o exame de corpo de delito indireto é
aquele constituído pelo depoimento de testemunhas. Outros entendem que
o exame indireto é aqule feito pelos peritos com base em elementos que
constam no processo, não se confundindo com prova testemunhal.
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OBS: constitui causa de nulidade absoluta a falta do exame de corpo de
delito nos crimes que deixam vestígios. (art. 564, II, b, CPP).
Exame necrópsio, ou autópsia é o exame das partes internas do cadáver a
fim de estabelecer a causa mortis e outros elementos pertinentes ao fato.
Em regra, só poderá ser feita decorridas 6 horas do óbito (art. 162, caput)
Interrogatório
É o ato processual conduzido pelo juiz no qual o acusado é perguntado
acerca dos fatos que lhe são imputados, abrindo-lhe a oportunidade para
que deles se defenda, ou nada diga. De acordo com decisão do STF, o
interrogatório deve ser feito ao final da instrução crominal.
a) Natureza jurídica: meio de defesa, mas também meio de prova,
porquanto, ao expor suas alegações, estará o acusado fornecendo elementos
que influirão na apuração da verdade.
b) Obrigatório (art. 185)
c) Local: se preso, interrogado no local em que está preso. Exceção1,
no fórum;
exceção2, videoconferência (hipóteses: rol taxativo, decidido, partes
intimadas com 10 dias de antecedência, art. 185 §§ 2° e 3°).
Art. 185: O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no
curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu
defensor, constituído ou nomeado.
§ 1o O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no
estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam
garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos
auxiliares bem como a presença do defensor e a publicidade do ato.
§ 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a
requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por
sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de
sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para
atender a uma das seguintes finalidades:
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que
o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir
durante o deslocamento;
II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando
haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por
enfermidade ou outra circunstância pessoal;
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III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde
que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos
termos do art. 217 deste Código;
IV - responder à gravíssima questão de ordem pública.
d) Procedimento do interrogatório – 186 a 188
* Qualificação do réu
* Interrogatório sobre sua pessoa
* Interrogatório dos fatos
* Esclarecimento das partes
O direito de silêncio não abarca a qualificação, começa no interrogatório
sobre a pessoa. Em regra as partes não perguntam direto para o réu, salvo
no plenário do júri.
Confissão (art. 197): retratável e divisível
É o reconhecimento feito pelo indiciado ou acusado da imputação que lhe
é feita.
Ela deverá ser:
1 - espontânea ou voluntária;
2 - expressa;
3 - pessoal.
Outras características são:
1 - retratabilidade: permitindo-se ao confitente se retratar, desdizer o que foi
dito, oferecendo nova versão dos fatos, ou negando qualquer
responsabilidade. Pode ser retratação total ou parcial.
2 - divisibilidade: a confissão é divisível, podendo o juiz aceitá-la
parcialmente, repudiando a parte que reputar inverossímil.
Prova testemunhal
Testemunhas podem ser:
Diretas ou indiretas, conforme deponham sobre fatos que tenham
presenciado, ou narrem fatos que tiveram ciência através de terceiros
Numerárias ou extranumerárias, conforme tenham sido arroladas pelas
partes, dentro do número legal, ou tenham sido ouvidas por ordem do juiz.
Informantes: aquelas que não prestam compromisso.
Referidas: quando indicadas no depoimento prestado por outra testemunha.
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Características:* Oralidade
* Objetividade
* Retrospectividade
* Capacidade
* Compromisso
* Contradita
Reconhecimento de pessoas ou coisas: é o ato por meio do qual uma pessoa
verifica e confirma a identidade de outra pessoa ou de coisa que lhe é
apresentada.
Acareação: é o ato pelo qual se colocam duas ou mais pessoas, cujas
declarações sejam conflitantes, frente a frente, a fim de que se explique, os
pontos de divergência.
Busca e apreensão
São fenômenos diferentes, mas que encontram-se intimamente ligados.
Poderá haver busca sem haver apreensão (quando não se encontrar o objeto
procurado), ou apreensão sem busca (quando a coisa é apresentada à
autoridade, lavrando-se auto de exibição e apreensão).
Busca é o ato de procurar e encontrar pessoa ou coisa; apreensão é o ato
pelo qual há o apossamento e guarda da coisa ou de pessoa.
Pode ser realizada:
a) Antes da instauração do inquérito;
b) Durante o inquérito policial;
c) Na instrução criminal;
d) Na execução penal.
A busca e apreensão é determinada pelo juiz de ofício ou a requerimento
das partes (art.242, CPP). Quando depender de mandado, a busca será
ordenada pelo juiz competente. O código prevê duas modalidades de busca:
I - Busca domiciliar:
Abrange qualquer compartimento habitado ou aposento ocupado e
habitação coletiva ou compartimento não aberto ao público, onde alguém
exercer profissão ou atividade (art. 246, CPP). Terá por objetivo:
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a) Prender criminosos;
b) Apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
c) Apreender instrumentos de falsificação ou objetos falsificados;
d) Apreender armas e munições, utilizados na prática de crimes ou
destinados a fim delituoso;
e) Apreender pessoas vítimas de crimes;
f) Colher qualquer elemento de convicção.
De acordo com o art. 245, caput, as buscas domiciliares serão
executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite.
Antes de entrar, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morado,
intimando-o a abrir a porta. Em caso de desobediência, será arrombada a
porta e forçada a entrada. É permitido o emprego da forma contra coisas
existentes no interior da casa. Se os moradores estiverem ausentes, a
diligência será acompanhada por vizinhos, tendo os executores que
arrombarem a porta e forçar a entrada, bem como usar a força contra as
coisas da casa para o descobrimento do que se procura. Descoberta a coisa
ou pessoa, será apreendida e levada sob custódia da autoridade e deus
agentes.
Não sendo coisa encontrada ou a pessoa, os motivos da diligência serão
comunicados a quem tiver sofrido a busca, se o requerer.
II - Busca pessoal:
Terá por objetivo os mesmos que a busca domiciliar.
Será realizada quando houver fundada suspeita de que alguém oculte
consigo qualquer dos objetos mencionados
A busca pessoal não dependerá de mandado nos casos de prisão; quando
houver suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de
objetos ou papéis que constituam corpo de delito; quando a medida for
determinada no meio de busca domiciliar.
O mandado de busca deve conter:
I - indicação da casa em que será realizada a diligência e o nome do
proprietário ou morador; em caso de busca pessoal, o nome ou sinais
identificadores da pessoa que sofrerá a diligência;
II - motivos e fins da diligência;
III - subscrição do escrivão e assinatura da autoridade que o fizer expedir.
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Prisão Processual provisória ou cautelar
Prisão é a privação da liberdade do indivíduo, por motivo lícito ou por ordem
legal, mediante clausura.
1. Prisão em flagrante – é a prisão do indivíduo no momento mesmo em
que este está praticando o crime. Exceção das prisões, não depende de
ordem judicial;
Requisitos cautelares: fumus (tipicidade), periculum (situações legais de
flagrância, 302 do CPP),
Situações de flagrância:
I. Cometendo infração penal (fase de execução);
II. Quem acabou de cometer a infração (não mais está realizando o ato de
execução);
III. Perseguição, logo após o crime, e deve ser ininterrupta, prolonga a
flagrância pelo tempo da perseguição.
IV. Encontrado logo depois do crime em poder de algum objeto que o faz
presumir autor do crime.
É fracionada em três momentos:
a) Captura;
b) Lavratura do auto: quando apresentado à autoridade policial, este deverá
lavrar o auto de prisão em flagrante;
c) Custódia: será conduzido e recolhido ao cárcere.
Classificação:
* Flagrante próprio ou real – no instante em que está comentendo a infração
ou no momento em que acabou de cometê-la (art. 302, I,II - CPP)
* Flagrante impróprio ou quase flagrante – ocorre quando o agente é
perseguido, em situação que se faça presumir de que ele é o autor da
infração, (art. 302, III).
* Flagrante ficto ou presumido – agente é encontrado logo depois, com
instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor
da infração. (art. 302, IV)
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Flagrante preparado (provocado): induzimento à prática da conduta
criminosa, o crime nesse caso é impossível, o fato então é atípico, carente de
tipicidade, necessária para a prisão em flagrante. Ex.: caso do traficante,
quando os policiais se passam por usuários e o induzem à venda, esse ato da
venda não é passível de prisão em flagrante, mas o fato de trazer consigo a
droga é motivo da prisão em flagrante, mas esse deve ser descrito na
denúncia. No caso de encomenda, o crime é impossível do começo ao fim,
porque todo o ato foi provocado. Súmula 145 STF: "não há crime quando a
preparação do flagrante torna impossível a sua consumação".
Flagrante esperado: no esperado, os policiais não interferem na
causalidade natural dos fatos, não há provocação.
Flagrante forjado: o crime é inexistente, é forjado pelo próprio
policial. A prisão dever ser relaxada.
Sujeitos ativos: agentes policiais (dever legal, flagrante compulsório,
mesmo que não estejam em "serviço"); qualquer um do povo (faculdade
legal, flagrante facultativo).
Formalidades legais da prisão em flagrante (inexistindo uma delas a prisão
será ilegal, e deverá ser relaxada, art. 5°, LXV, CF).
a) Auto de prisão em flagrante (art. 304 CPP);
b) Entregar ao preso a nota de culpa (equivale a uma citação, dá ciência ao
preso do motivo da sua prisão);
c) Comunicação ao juiz competente (fundamental, pois é a única prisão feita
sem ordem judicial, a fim de que dure menos tempo uma eventual prisão
ilegal);
d) Comunicação à defensoria pública – só será necessária quando o preso
não informar o
nome do seu advogado (art. 306 CPP).
* todas as formalidades devem ser feitas em até 24h, contadas a partir do
momento em que o preso for capturado.
* a presença de advogado não é essencial no interrogatório policial, não
torna a prisão ilegal.
* não cabe prisão em flagrante para crimes habituais, pois o flagrante
apenas capta uma situação fática, que isolada não é típica.
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Prisão temporária e Prisão preventiva:
Prisão temporária Prisão preventiva
Previsão Lei 7.960/89 Art. 311 a 316 CPP
O que difere do 
flagrante
Ordem judicial 
antecedente
Ordem judicial antecedente
Momento cabível Só durante a 
investigação
Cabe nas duas fases da 
persecução
penal*, inclusive após a sentença 
condenatória recorrível. Ou seja, 
a qualquer momento até o 
trânsito em julgado da sentença 
condenatória.
Quanto à 
provocação
Não cabe 
decretação de 
Prisão temporária.
Além de requerimento 
ofício. Depende de 
requerimento do MP ou de 
representação da autoridade 
policial.
Pode ser requerida pelo 
querelante.
* Persecução penal, 1ª fase: 
inquérito policial (investigação), 
2ª fase: processo penal (ação)
# a prisão preventiva ésempre 
mais ampla que a temporária.
- Requisitos: (art 1° da lei 7.960/89)
I. Imprescindível á investigação (periculum)
II. Não ter residência fixa; Dúvida quanto à identidade. (periculum)
III. Indícios de autoria (fumus)
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- Prazos:
A prisão preventiva é não é decretada por prazo determinado, não podendo,
entretanto, o réu ficar preso preventivamente por prazo indeterminado. Já a
prisão temporáriao prazo é de no máximo 5 dias prorrogáveis por mais 5 dias
(uma única vez). Nos crimes hediondos ou assemelhados (TTT: Trafico,
tortura e terrorismo) o prazo pode ser maior (lei de crimes hediondos): 30
dias, prorrogáveis por mais 30 dias (uma única vez).
Prisão preventiva. Requisitos (art. 312 CPP)
Fumus: Indícios de autoria e, prova da materialidade (cumulativos);
Periculum: garantia da ordem pública, garantia da ordem econômica,
conveniência da prisão para a instrução criminal (produção de provas),
assegurar futura aplicação da lei penal (quando há sinais de fuga),
(alternativos).
Como cessam as prisões
Em flagrante: pede-se relaxamento de prisão ou liberdade
provisória (com fiança ou sem). O relaxamento pressupõe ilegalidade da
prisão (desconstituição), quando faltam formalidades legais; não cabendo
relaxamento pede-se liberdade provisória, pressupõe a legalidade da prisão,
(prisão desnecessária e não ilegal).
Temporária e preventiva: revogação (art. 316 CPP), não se fala em
liberdade provisória, que só se aplica à prisão em flagrante.
Os requisitos não são cumulativos nem alternativos, na verdade é
necessário sempre um fumus e um periculum. Então o inciso III é
obrigatório, devendo ser cumulado com o II ou com o I.
Fique 
Sabendo
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QUESTÃO 1
Daniel foi condenado à pena privativa de liberdade de 06 anos de reclusão,
em regime inicial fechado, pela prática do delito de estupro (Art. 213, do
Código Penal). Tendo decorrido lapso temporal para progressão de regime
prisional e ostentando o reeducando bom comportamento carcerário, sua
defesa pleiteou a concessão do benefício. Em 26/07/2013, o Juízo das
Execuções, tendo em vista a necessidade de melhor aferição do requisito
subjetivo, determinou a realização de exame criminológico, em decisão
devidamente fundamentada. Sobre o caso apresentado, segundo
entendimento sumulado nos Tribunais Superiores, assinale a opção
correta.
A) Agiu corretamente o magistrado, eis que é possível a realização de
exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão
motivada.
B) Agiu corretamente o magistrado, pois a realização de exame
criminológico é sempre necessária.
C) Não agiu corretamente o magistrado, uma vez que não é possível a
realização de exame criminológico.
D) Não agiu corretamente o magistrado, na medida em que o exame
criminológico só poderá ser realizado no caso de crimes graves e
hediondos.
Comentário: É possível a realização de exame criminológico pelas
peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada. Alternativa
correta: C
Questões Comentadas
dos Últimos Exames
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QUESTÃO 2
A prisão temporária pode ser definida como uma medida cautelar restritiva,
decretada por tempo determinado, destinada a possibilitar as investigações de
certos crimes considerados pelo legislador como graves, antes da propositura
da ação penal. Sobre o tema, assinale a afirmativa correta.
A) Assim como a prisão preventiva, pode ser decretada de ofício pelo juiz,
após requerimento do Ministério Público ou representação da autoridade
policial.
B) Sendo o crime investigado hediondo, o prazo poderá ser fixado em, no
máximo, 15 dias, prorrogáveis uma vez pelo mesmo período.
C) Findo o prazo da temporária sem prorrogação, o preso deve ser
imediatamente solto.
D) O preso, em razão de prisão temporária, poderá ficar detido no mesmo
local em que se encontram os presos provisórios ou os condenados
definitivos.
Comentário: A prisão temporária é espécie de prisão cautelar decretada em
casos específicos, com a duração máxima de cinco dias, ou de trinta dias,
quando se tratar de crime hediondo, prorrogável por igual período em caso de
extrema e comprovada necessidade. Somente o juiz, mediante representação
da autoridade policial ou a requerimento do Ministério Público, poderá
decretá-la.
Alternativa correta: C
XX EXAME
José Augusto foi preso em flagrante delito pela suposta prática do crime de
receptação (Art. 180 do Código Penal – pena: 01 a 04 anos de reclusão e
multa). Em que pese seja tecnicamente primário e de bons antecedentes e
seja civilmente identificado, possui, em sua Folha de Antecedentes Criminais,
duas anotações pela prática de crimes patrimoniais, sem que essas ações
tenham resultados definitivos.
Neste caso, de acordo com as previsões expressas do Código de Processo
Penal, assinale a afirmativa correta.
A) Estão preenchidos os requisitos para decretação da prisão preventiva, pois
as ações penais em curso demonstram a existência de risco para a ordem
pública.
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B) A autoridade policial não poderá arbitrar fiança neste caso, ficando tal medida de
responsabilidade do magistrado.
C) Antes de decidir pela liberdade provisória ou conversão em preventiva, poderá a
prisão em flagrante do acusado perdurar pelo prazo de 10 dias úteis, ou seja, até o
oferecimento da denúncia.
D) O juiz não poderá converter a prisão em flagrante em preventiva, mas poderá
aplicar as demais medidas cautelares.
COMENTÁRIOS: Neste caso, como não está presente qualquer dos requisitos do art.
313 do CPP, não será possível a decretação da preventiva. O Juiz, contudo, poderá
aplicar as medidas cautelares diversas da prisão, eis que se trata de crime para o
qual é cominada pena privativa de liberdade, nos termos do art. 283, §1º do CPP. O
delegado, por fim, poderia arbitrar fiança, eis que a pena máxima do delito não
ultrapassa 04 anos, conforme dispõe o art. 322 do CPP.
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É a liberdade concedida ao imputado cuja prisão provisória se afigure
desnecessária.
Liberdade provisória mediante fiança
O legislador brasileiro não indicou quais os crimes afiançáveis, preferiu indicar
quais situações não admitiam fiança, e os crimes considerados inafiançáveis. No
art. 323, CPP, é vedada a concessão de fiança:
I - nos crimes punidos com reclusão em que a pena mínima cominada for
superior a 2 anos;
II - contravenções de vadiagem e mendicância;
III- nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade;
IV- nos crimes punidos com reclusão, que causem clamor público ou que tenham
sido cometidos com violência ou grave ameaça.
São considerados crimes inafiançáveis pela CF:
Crime de racismo;
Crimes de tortura, tráfico, terrorismo e hediondos;
Ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem estatal e o Estado
democrático de direito;
Crimes contra o sistema financeiro;
Crime de porte ilegal de armas de fogo de uso permitido;
Crime de disparo de arma de fogo.
Liberdade provisória vinculada sem fiança
Pode ser dada pelo delegado (Lei 9099/95 – infração de menor potencial
ofensivo). Ex. CTB
* Crimes de transito em que o condutor presta socorro à vitima . Pode ser dada
pelo juiz (art. 310 do CPP) nos casos de
a) excludente de ilicitude (310, caput)
b) quando não estão presentes as condições que autorizam a prisão preventiva.
Liberdade Provisória
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* Incidentes processuais: são questões e procedimentos acessórios, que
surgindo no curso do processo, deve ser resolvidos antes do julgamento da
causa principal.
* Questões prejudiciais: são questões que versam

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