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XIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO Intensivo Modular Semanal EXAME DE ORDEM Complexo Educacional Damásio de Jesus CURSO INTENSIVO MODULAR SEMANAL – XIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO Disciplina Direito Tributário Aula 02 EMENTA DA AULA 1. Competência tributária; 2. Capacidade tributária ativa; 3. Limitações constitucionais ao poder de tributar. GUIA DE ESTUDO 1. Competência tributária: • A competência em matéria tributária é estabelecida pela Constituição Federal e trata da instituição ou criação de tributos. Toda competência para instituição de tributos só pode ser exercida pelos entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). • A competência tributária possui características próprias, dentre elas citamos a indelegabilidade, intransferibilidade e a incaducabilidade ou imprescritibilidade. • A indelegabilidade se traduz na ausência de possibilidade de delegação da competência tributária, nem mesmo em caráter excepcional. Ou seja, é a impossibilidade dos entes federativos delegarem a competência para terceiros, como por exemplo, às autarquias e fundações. • A instransferibilidade é a impossibilidade dos entes federativos transmitirem a competência tributária entre si. • A incaducabilidade se refere a não previsão de prazo para criação de tributo, ou seja, a competência tributária não se perde por decurso de tempo de lapso temporal, portanto, não sofre caducidade nem prescrição. Exemplo: Imposto sobre grandes fortunas. � Espécies de competência tributária: • Competência privativa, que é aquela conferida aos entes para a instituição de impostos ordinários (possibilidade que os entes têm de criar os impostos federais, impostos estaduais e os impostos municipais, respectivamente de acordo com os artigos 153, 155 e 156 da CF). XIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO Intensivo Modular Semanal EXAME DE ORDEM Complexo Educacional Damásio de Jesus • Competência residual, que é a competência que pertence apenas a União, ou seja, nenhum outro ente poderá exercê-la. A competência residual é a competência que a União tem para criar outros impostos, não previstos na Constituição Federal, em outras palavras é a possibilidade de criar novos impostos federais. Também faz parte da competência residual, a competência para criação de outras contribuições sociais, não previstas na Constituição Federal. Desse modo, tal competência não trata de todo e qualquer tributo, mas somente dos impostos federais e das contribuições. Atenção! Para essa criação, a União deve preencher certos requisitos previstos no artigo 154, inciso I da CF, são eles: a. criação mediante lei complementar, ou seja, não podem ser criados por lei ordinária ou medida provisória; b. os tributos não podem ser cumulativos, assim evita-se a cobrança de “tributo como efeito cascata” e permite, portanto, a dedução daquilo que já foi pago; c. devem possuir fato gerador e base de cálculo diferente dos outros impostos e de outras contribuições sociais, já previstas na Constituição. • Competência exclusiva, que em regra pertence à União. É a competência que a União possui para criar as contribuições especiais (artigos 149, 195, 239 e 240 da CF), são elas: a contribuição sobre intervenção no domínio econômico (CIDE), contribuições coorporativas (que se subdividem naquelas cobradas pelos conselhos profissionais e pelo sistema “S”) e contribuições sociais. A competência exclusiva possui exceção, ou seja, existem competências especiais que não são de competência da União, segundo o artigo 149-A da CF, os Municípios e o Distrito Federal poderão criar contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP). E ainda, de acordo com o artigo 149 §1º da CF, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir contribuição para o custeio do regime previdenciário de seus servidores. 2. Capacidade tributária ativa: (trata da arrecadação e fiscalização de tributos) • A mera arrecadação não traduz na capacidade tributária ativa. A capacidade tributária ativa só pode ser exercida por pessoa jurídica de direito público, ou seja, os entes federativos, autarquias e fundações públicas. Note que toda pessoa que tem competência tributária tem capacidade, mas nem toda pessoa que tem capacidade tributária tem competência. • Características da capacidade: a. delegabilidade, ou seja, todos os entes federativos podem delegar a capacidade para suas autarquias e fundações públicas. b. Transferibilidade, ou seja, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios XIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO Intensivo Modular Semanal EXAME DE ORDEM Complexo Educacional Damásio de Jesus podem transmitir a capacidade entre si, desde que haja expressa previsão constitucional. Somente há um único exemplo: artigo 153 §4º inciso III da CF que determina que os Municípios podem (opcional) arrecadar e fiscalizar o imposto territorial rural (ITR); havendo permanência com 100% do produto arrecadado. c. Precariedade, ou seja, a delegação da capacidade pode ser revogada a qualquer tempo por ato unilateral. 3. Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar: • O Supremo Tribunal Federal determinou que tais limites são direitos fundamentais do contribuinte. • A partir do artigo 150 da CF é possível extrair duas grandes limitações em matéria tributária: os princípios e as imunidades. � Princípio da legalidade: artigo 150, inciso I da CF e artigo 97 do CTN. • Todo e qualquer tributo existente só poderá ser instituído, aumentado, reduzido ou extinto mediante lei. Em regra geral ocorre por lei ordinária, mas também a lei complementar pode ser utilizada para instituir tributos, desde que haja expressado previsão constitucional (artigo 146 da CF). Note que os tributos instituídos por lei complementar são: IGF (artigo 153, inciso VII da CF), empréstimos compulsórios (artigo 148 da CF) e os tributos residuais (artigo 154, inciso I da CF). A medida provisória, conforme artigo 62 §2º da CF, também pode ser utilizado para instituir ou majorar impostos federais (ato normativo expedido pelo Chefe do Poder Executivo Federal); note que a medida provisória não pode tratar de matéria reservada à lei complementar (artigo 62 §1º inciso III da CF). Note que o IEG (artigo 154, inciso II da CF) pode ser criado tanto por lei ordinária quanto por medida provisória. • Existe exceção quanto ao principio da legalidade, ou seja, quando da possibilidade de determinados tributos serem majorados ou reduzidos sem a necessidade de lei. Figura como exceção o uso do decreto executivo, em dois casos: para alterar as alíquotas dos seguintes impostos federais: imposto de importação, imposto de exportação, imposto sobre produtos industrializados e imposto sobre operações financeiras, tanto aumentar quanto reduzir (artigo 153 §1º da CF). E para reduzir ou reestabelecer as alíquotas da CIDE combustíveis (artigo 177 §4º inciso I alínea b da CF). � Princípio da anterioridade tributária: substituiu o principio da anualidade tributária, que pregava que o tributo só poderia ser exigido se estivesse previsto no orçamento anual. A principal finalidade do principio da anterioridade é de conferir segurança XIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO Intensivo Modular Semanal EXAME DE ORDEM Complexo Educacional Damásio de Jesus jurídica na tributação, de forma que evita justamente que o contribuinte seja surpreendido da noite para o dia com o pagamento de um tributo. • Anterioridade comum (exercício): artigo 150 inciso III alínea b da CF. Todo tributo só poderá ser exigido no exercício financeiro seguinte da leique o instituiu ou aumentou. • Anterioridade nonagesimal (noventena): artigo 150, inciso III, alínea c da CF. Entre os exercícios financeiros deve ser observado um prazo mínimo de 90 dias contados da lei que instituiu ou aumentou o tributo. • De maneira geral os tributos observam as duas regras da anterioridade, porém existem certas exceções, conforme o seguinte quadro (artigo 150 §1º da CF): Tributos exigidos imediatamente Tributos que só observam o prazo de 90 dias (podem ser exigidos no mesmo ano) Tributos que só observam o ano seguinte (não precisam respeitar o prazo de 90 dias) II IE IOF IEG Empréstimos Compulsórios Emergenciais (artigo 148 inciso I da CF) IPI ICMS combustíveis CIDE combustíveis Contribuições Sociais IR Fixação da base de cálculo do IPVA e IPTU
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