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FUNDAMENTOS DE ECONOMIA - ONLINE

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FUNDAMENTOS DA ECONOMIA – ONLINE 
AULA 1: OBJETO E CONCEITOS BÁSICOS DA CIÊNCIA ECONÔMICA 
 
 
 
 
Objeto 
É comum, em nossa existência, sermos afetados pelas condições econômicas da sociedade em que 
vivemos. 
As roupas que vestimos, a comida que comemos, a escola que frequentamos, o salário que recebemos, os 
problemas do desemprego e da inflação são todos fatores ligados diretamente às questões econômicas. 
Adicionalmente, o homem moderno é bombardeado por uma série de questões para as quais nem sempre 
ele encontra resposta: 
 Por que existem umas poucas economias ditas desenvolvidas, enquanto em um elevado número 
de países as condições de vida ainda são bastante precárias? 
 Por que algumas poucas pessoas são ricas, enquanto muitas enfrentam o problema de não ter 
moradia e alimentação adequada? 
 Por que algumas pessoas recebem altos salários, enquanto outras ganham apenas o suficiente para 
a sua sobrevivência? 
 Por que existe tanto desemprego? 
 Por que em muitos países os preços sobem persistentemente, apesar das promessas do governo de 
que a inflação vai baixar? 
 Por que tantos países têm uma dívida externa tão elevada e parecem incapazes de pagá-la? 
O estudo da economia objetiva a compreensão de todos esses problemas, fornecendo respostas a essas e 
a diversas outras questões. 
A Ciência Econômica pode nos proporcionar um melhor entendimento de como funciona nossa economia 
e o que pode ser feito para prevenir, corrigir ou pelo menos aliviar problemas como a pobreza, o 
desemprego e a inflação. 
 
Definição de Economia 
Em geral, os principiantes querem uma definição de Economia. Existem diversas, como, por exemplo, a 
seguinte: 
“A Economia é o estudo da maneira pela qual a sociedade utiliza recursos produtivos escassos para 
produzir bens e serviços a fim de satisfazer as necessidades humanas.” 
Essa definição pode ser ilustrada pelo fluxograma abaixo: 
 
 
Fatores de Produção 
Para satisfazer o maior número dessas necessidades, a sociedade conta com recursos como terra, mão de 
obra, máquinas, equipamentos, conhecimentos técnicos etc. Esses recursos, no entanto, são bastante 
limitados e, assim, nem todas as necessidades podem simultaneamente ser satisfeitas. 
A escassez desses recursos, então, torna-se o problema fundamental de cada sociedade. Como resultado, a 
sociedade, através do instrumental fornecido pela Ciência Econômica (princípios, teorias, modelos) 
procura usar recursos escassos (fatores de produção) tão eficientemente quanto possível, a fim de 
produzir o máximo de bens e serviços que deseja. O campo de atuação da Economia seria, então, o estudo 
e a administração da escassez dos fatores de produção. 
Conclui-se, portanto, que se não houvesse escassez dos recursos, não haveria necessidade de se estudar 
Economia. A escassez dos fatores de produção e a necessidade de utilizá-los da melhor maneira possível 
implica que no processo produtivo toda decisão econômica será, sempre, uma “escolha decorrente de um 
juízo de valor”. 
 
Processo produtivo 
O conceito de processo produtivo explica como os fatores de produção são combinados, em quantidade e 
qualidade, na elaboração dos produtos. 
Não é difícil perceber que cada bem ou serviço produzido possui seu próprio processo produtivo. Tanto 
nos casos mais elementares de produção, como nos mais sofisticados, o processo produtivo existe e é bem 
definido. 
Teoricamente, supõe-se que os indivíduos deverão escolher, sempre, as técnicas mais eficientes para 
serem empregadas. 
 
Produto 
A resultante do processo produtivo é o produto que pode ser um bem ou um serviço. Para que fique 
melhor entendida a diferença entre um e outro, vamos usar os conceitos de tangível e intangível. 
 
 
Necessidades humanas 
Como já foi dito, o objetivo principal da atividade econômica é o de atender as necessidades humanas. 
 Hoje, pelos novos conceitos e realidades, pode-se ampliar esse conceito para as necessidades do planeta 
(sustentabilidade). 
Um ponto importante a registrar é o fato de que as necessidades humanas são ilimitadas. De um modo 
geral, quando as necessidades básicas (alimentação, moradia, vestuário) são atendidas, o indivíduo passa a 
ter outras necessidades como educação, lazer, melhoria do seu padrão de vida (melhor casa, melhores 
roupas, automóvel etc.). Uma vez atendidas plenamente as necessidades ditas materiais, o indivíduo 
passa a sentir outro tipo de necessidade: a estima dos amigos, o reconhecimento e aceitação do grupo 
social que frequenta, necessidade de status e assim por diante. 
 
 
Focando apenas em nós, seres humanos, as necessidades humanas representam os desejos de consumo 
da sociedade. Observa-se que são: 
 
 
Conceitos básicos da Ciência Econômica 
É fato que toda ciência possui sua própria terminologia, e a Ciência Econômica não é diferente. 
Por esse motivo, para que você já possa ir se familiarizando e conseguindo mais facilidade nas leituras dos 
textos, apresentamos, a seguir, alguns dos conceitos mais frequentes encontrados na literatura 
econômica. Acreditamos que o esquecimento de alguns não invalida a tentativa de ajuda. São eles: 
 Fatores de produção: São os meios disponíveis para se gerar os produtos que a sociedade 
necessita. Sua principal característica é a escassez; 
 Custo de oportunidade de um fator de produção: É sua melhor utilização no processo produtivo; 
 Bens livres: São aqueles que existem em relativa abundância e, por isso, não caracterizam um 
problema econômico (a água do mar, o ar, etc.); 
 Bens econômicos: São os bens que existem com uma relativa escassez, não suficientes para todos. 
Como tal, têm um valor (preço) de mercado; 
 Processo produtivo: Vem a ser o processo de produção utilizado naquele produto que a sociedade 
deseja obter; 
 Produto: É o que se obtém do processo produtivo. Subdivide-se em bens e serviços; 
 Bens: É a parte física ou tangível (palpável) do produto gerado na economia (pão, móveis, livros, 
roupas etc.); 
 Serviços: Parte intangível (não palpável) do produto total da economia (educação, saúde, turismo, 
etc.); 
 Bens e serviços de consumo: São os que resultam do processo produtivo destinado ao consumo 
(alimentos, lazer etc.); 
 Bens e serviços de capital ou de produção: Destinam-se à produção de outros bens e serviços 
(máquinas, construções, equipamentos, etc.); 
 Bens e serviços intermediários: São aqueles que, depois de produzidos, retornam ao processo 
produtivo para produzir outros bens e serviço; 
 Curva de possibilidades de produção: É uma figura gráfica, representada por uma curva, que 
mostra as diversas combinações de produção de uma economia quando todos os seus fatores de 
produção estão sendo utilizados, ou seja, quando não há desemprego dos fatores de produção. 
Serão, portanto, alternativas de produção máxima; 
 Agentes econômicos: São definidos como sendo as famílias, as empresas e o governo; 
 Sistema econômico: É o modelo escolhido para administrar a economia (capitalismo, socialismo, 
etc.); 
 Demanda ou procura de um produto: Representa as quantidades que se deseja comprar de um 
determinado produto, por unidade de tempo, aos vários níveis de preços possíveis; 
 Oferta de um produto: Representa as quantidades de um determinado produto que a empresa 
deseja produzir e vender, por unidade de tempo, aos vários níveis de preços possíveis; 
 Equilíbrio de mercado: Uma situação de equilíbrio é aquela que uma vez alcançada, tende a ser 
mantida; 
 Função de produção de um produto: É a forma como os fatores de produção são combinados no 
processo produtivo; 
 Exportações: Consiste numa parte do que é produzidopor um país e vendido ao exterior; 
 Importações: São as compras que um país faz de outros países; 
 Taxa de câmbio: É o preço da moeda estrangeira (que se esteja considerando) em relação à moeda 
do país; 
 Balanço de pagamentos: Registra todas as operações do país com o resto do mundo. 
 Balança comercial: É uma das contas do balanço de pagamentos que trata das transações 
internacionais de bens. Suas principais rubricas são: exportações e importações; 
 Balança de serviços: É outra conta do balanço de pagamentos que trata das transações dos 
serviços; 
 Moeda: Considera-se moeda a tudo aquilo que, tendo aceitação, sirva de instrumento de troca 
entre bens e serviços; 
 Inflação: Conceitualmente, inflação vem a ser uma alta sucessiva e consecutiva nos níveis de preços 
da economia; 
 Liquidez: É a capacidade de algo ser comercializado. Assim, quanto maior for a procura de um bem 
ou serviço, maior sua liquidez; 
 Taxa de juros: É o preço do dinheiro; 
 Produto interno bruto: Vem a ser a soma dos valores de todos os bens e serviços produzidos em 
uma economia, durante certo período de tempo (normalmente, um ano); 
 Renda nacional: É a soma das remunerações dos fatores de produção sob a forma de salários, 
juros, lucros e aluguéis. Quanto mais elevada, maior a possibilidade de consumo na economia; 
 Crescimento econômico: Ocorrerá quando o produto gerado pela economia, em um determinado 
período de tempo, crescer mais do que a população; 
 Desenvolvimento econômico: Situação em que, além do crescimento econômico, ocorre uma 
melhor distribuição do produto pela sociedade. 
 
Qual o principal objetivo da Atividade Economica? 
O objetivo principal da atividade econômica é o de atender as necessidades humanas. Hoje pode-se 
ampliar esse conceito para as necessidades do planeta, visando a sustentabilidade. 
 
 
AULA 2: AS QUESTÕES FUNDAMENTAIS DA CIÊNCIA ECONÔMICA 
 
 
 
 
Questões Fundamentais da Ciência Econômica: 
Você já sabe que para atender o máximo das necessidades humanas, a sociedade conta com os fatores de 
produção. Tais recursos são, no entanto, bastante limitados e, assim, nem todas as necessidades podem 
ser satisfeitas simultaneamente. 
 
 
Isso é o mesmo que dizer que, sendo limitados ou escassos os recursos disponíveis, qualquer “sistema 
econômico” terá que ser capaz de resolver as seguintes questões fundamentais: 
 
 
Primeira questão fundamental: “o que deve ser produzido?” 
Ao indagarmos o que uma economia deve produzir nos deparamos com duas possibilidades de resposta a 
essa pergunta: ou o que será gerado no processo produtivo servirá para o consumo da população 
(classificados de bens de consumo), ou para a produção de outros produtos (definidos como bens de 
produção ou bens de capital). Vejamos: 
 
 
 
 
 
 
Uma terceira possibilidade... 
A terceira possibilidade é representada pelos bens e serviços produzidos que retornam ao processo de 
produção para produção de outros produtos. 
 
 
Escolha resultante de um juízo de valor 
A essa altura, você já percebeu que todo processo produtivo envolverá, sempre, “uma escolha resultante 
de um juízo de valor”. 
Produzir bens de consumo em detrimento aos de capital, ou vice versa, é um exemplo da permanente 
escolha que ocorre na atividade econômica. Da mesma forma que produzir bens ao invés de serviços, ou 
vice versa, também o é. 
 
 
Comentário 
É importante ter em mente que, por ser a economia uma ciência humana (não exata), nunca existirá 
unanimidade sobre as escolhas feitas. Todavia, para que uma medida econômica possa dar resultado é 
necessário que haja perseverança na tomada de decisão. 
 
 
 
 
 
Veja e analise com atenção o diagrama sobre “o que produzir?”: 
 
 
Segunda questão fundamental: “como e onde produzir?” 
A teoria econômica parte do pressuposto de que no processo produtivo serão utilizadas as técnicas de 
produção mais eficientes. Isso posto, e dadas as técnicas de produção disponíveis, três são os setores da 
economia onde o produto poderá ser gerado: setor primário, setor secundário e setor terciário. 
 
Setor Primário: 
Conceitualmente, o setor primário é aquele onde ocorrem as lavouras, as atividades extrativas animal 
(criação de gado, por exemplo), e as atividades extrativas vegetal (exploração de madeiras, por exemplo). É 
por ele onde as sociedades iniciam seus processos produtivos. Economias menos desenvolvidas 
costumam praticamente limitar suas produções a esse setor da atividade econômica. 
 
 
 
Setor Secundário: 
O setor secundário abriga as atividades extrativas mineral (petróleo, gás, ouro etc.), a indústria da 
construção (portos, barragens, estradas, prédios etc.) e aquela que vem a ser a responsável pela maioria 
dos objetos que observamos ao nosso redor: a indústria de transformação (vestuário, mobiliário, material 
de construção, transporte, literário etc.). 
 
 
Setor Terciário: 
Por fim, o setor terciário da economia é o responsável pela oferta de todos os serviços e abriga, além do 
governo, as atividades de comércio, finanças, educação, saúde, lazer, transportes, comunicação, dentre 
outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O diagrama as seguir ilustra as alternativas da segunda questão fundamental: Como e onde produzir? 
 
 
 
Terceira questão fundamental: “como distribuir bem o que for produzido?” 
Essa questão representa o grande desafio com que as sociedades se defrontam: distribuir de forma justa 
aquilo que foi produzido. Isso porque a má distribuição dos bens e serviços gera a indesejável desigualdade 
social. 
 Normalmente, essa distribuição se dá levando em conta dois aspectos: o primeiro deles leva em conta a 
quantidade e qualidade dos fatores que o indivíduo aplica no processo produtivo; e o segundo os preços 
que consegue obter por eles. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para que você entenda melhor considere, como exemplo, as três possibilidades abaixo. 
 
Na primeira alternativa, o indivíduo irá receber apenas pelo trabalho que exerce e sua renda será inferior 
ao da terceira alternativa, uma vez que sua qualificação é inferior à do executivo. Da mesma forma, sua 
remuneração será também inferior à do indivíduo da segunda opção, uma vez que, apesar da mesma 
qualificação profissional, o outro coloca no mercado um imóvel para locação, auferindo, com isso, uma 
renda mensal adicional. 
 
 
Quadro representativo sobre a questão “como distribuir o que foi produzido?” 
 
 
 
 
A Divisão do Estudo da Economia 
O estudo da economia normalmente é dividido em quatro segmentos: microeconomia, macroeconomia, 
economia internacional e desenvolvimento econômico. 
 
A microeconomia trata da formação dos preços no mercado, considerando os consumidores e produtores. 
A macroeconomia estuda os grandes agregados do país como Renda Nacional, Produto Interno Bruto, 
Poupança etc. 
Como o nome indica, a Economia Internacional trata das relações econômicas com outros países, 
envolvendo exportações de bens, transações financeiras, dentre outros. 
Por fim, o desempenho econômico preocupa-se com a melhoria do bem estar da população ao longo do 
tempo. 
 
Evolução do Pensamento Econômico 
Propositalmente nessa aula, por sua fácil compreensão, o texto referente à evolução do pensamento 
econômico estará disponível exclusivamente no material didático que você recebeu. Entretanto, é 
importante esclarecer que seu conteúdo será discutido em nossas aulas e fará parte do material 
pesquisado para elaboração de questões de prova. 
Com essa decisão, conseguimos liberar um espaço preciosoem nossa tela para que você possa se 
familiarizar com conceitos elementares de gráficos, cálculo de taxas de variações e leitura de tabelas de 
dados, tão úteis na compreensão dos conceitos econômicos. 
 
 
 
 
AULA 3: UMA DIGRESSÃO SOBRE GRÁFICOS, TAXAS DE VARIAÇÃO E ELABORAÇÃO DE TABELAS 
Setores da Economia: 
Primário, Secundário e Terciário 
A economia de um país pode ser dividida em setores (primário, secundário, terciário) de acordo com os 
produtos produzidos, modos de produção e recursos utilizados. 
Estes setores econômicos podem mostrar o grau de desenvolvimento econômico de um país ou região. 
 
Setor Primário 
Esta relacionado a produção através da exploração dos recursos da natureza. Podemos citar como 
exemplos de atividades economicas: agricultura, mineração, pesca, pecuária, extrativismo vegetal e caça. É 
o setor primário que fornece matéria prima para a industria de transformação, esta setor da economia é 
muito vulnerável, pois depende muito dos fenômenos da natureza como, por exemplo, do clima. 
A produção e exportação de matérias-primas não geram muita riqueza para os países com economias 
baseadas neste setor econômico, pois estes produtos não possuem valor agregado como ocorre, por 
exemplo, com os produtos industrializados. 
 
Setor Secundário 
É o setor da economia que transforma as matérias-primas (produzidas pelo setor primário) em produtos 
industrializados (roupas, máquinas, alimentos industrializados, automóveis, eletronicos, casas, etc.). Como 
há conhecimentos tecnológicos agregados aos produtos do setor secundário, o lucro obtido na 
comercialização é significativo. Países com bom grau de desenvolvimento possuem uma significativa base 
economica concentrada no setor secundário. 
A exportação destes produtos também gera riquezas para as industrias destes países. 
 
 
Setor Terciário 
É o setor econômico relacionado aos serviços, que são produtos não materias em que as pessoas ou 
empresas prestam a terceiros para satisfazer determinadas necessidades. Como atividades economicas 
deste setor podemos citar: comercio, educação, saúde, telecomunicações, serviços de informática, 
seguros, transporte, serviços de limpeza, serviços de alimentação, turismo e serviços bancários. Este setor 
é marcante nos países de alto grau de desenvolvimento economico. Quanto mais rica é uma região, maior 
é a presença deatividades do setor terciário. Com o processo de globalização, iniciado no século XX, o 
terciário foi o setor da economia que mais se desenvolveu no mundo. 
 
Atividade Proposta: 
No nosso cotidiano, existem situações em que uma variável se tornará conhecida com a definição de 
apenas uma única informação. Nesses casos, após a definição, o problema estará resolvido. Imagine, por 
exemplo, que após escolher um tecido, você peça ao vendedor 10 metros da fazenda desejada. 
 O pedido estará completo? 
 O vendedor vai compreender o que você deseja? 
A resposta para ambas as perguntas é “sim”, pois não foi necessário mais do que uma única informação 
(10m) para que a transação pudesse se realizar. Da mesma forma, um termômetro que esteja marcando -
2° na varanda de uma casa mostrará a temperatura externa através da verificação de um único valor. 
 
Gráficos 
Repare que esses e outros casos semelhantes podem ser representados facilmente através de um gráfico 
que utilize uma linha reta, da seguinte forma: 
 
Para facilitar a representação, utiliza-se uma linha reta onde num ponto qualquer fixamos o valor 0 (zero), 
arbitrando-se que à direita (se a reta estiver na horizontal), ou acima (caso esteja na vertical), os valores 
serão considerados positivos e, à esquerda ou abaixo, negativos. Claro está que se desejássemos 
representar a compra do tecido bastaria desenhar a pare positiva do gráfico. 
 
 
 
 
Em primeiro lugar é necessário definir se o que estamos medindo pode ou não assumir valores negativos. 
No exemplo apresentado, a metragem do tecido não pode, mas a temperatura acusada no termômetro 
pode. A representação do que estamos tratando é a seguinte: 
 
Nos dois casos, independentemente do que se esteja aferindo, o relevante é que a resposta é dada por um 
único valor. Chamemos essa informação de “coordenada”. 
 
Agora, imagine que você vá a uma loja de materiais de construção para comprar um novo piso para sua 
cozinha. Se não forem informados o comprimento e a largura da cozinha, será impossível comprar a 
metragem quadrada certa. 
 Você já percebeu, portanto, que esse exemplo representa uma situação onde se tornam necessárias duas 
informações, ou coordenadas, pois o conhecimento de apenas uma não basta. 
 A partir dessa constatação vamos mostrar como avançar na construção de um gráfico com duas 
coordenadas (que é o que, normalmente, encontramos nos livros de economia). 
 
 
Imagine que utilizemos uma reta para marcar a metragem do comprimento e outra para a largura da 
cozinha. Como ambas as medidas não podem ser negativas (nas próximas aulas teremos contato com 
preços e quantidades de produtos que também não admitem valores negativos), adotaremos retas como 
no caso do tecido. 
 
Para sofisticar um pouco mais a apresentação passemos a chamar essas retas de “eixos”. Assim, temos um 
eixo para que as medidas do comprimento sejam marcadas e outro para as da largura. Para exemplificar, 
considere que o comprimento meça 8 metros e a largura, 3 metros. 
 
Imagine que utilizemos uma reta para marcar a metragem do comprimento e outra para a largura da 
cozinha. Como ambas as medidas não podem ser negativas (nas próximas aulas teremos contato com 
preços e quantidades de produtos que também não admitem valores negativos), adotaremos retas como 
no caso do tecido. 
 
Para sofisticar um pouco mais a apresentação passemos a chamar essas retas de “eixos”. Assim, temos um 
eixo para que as medidas do comprimento sejam marcadas e outro para as da largura. Para exemplificar, 
considere que o comprimento meça 8 metros e a largura, 3 metros. 
 
Consideremos, agora, que desejássemos representar graficamente as metragens de três cozinhas 
diferentes com as respectivas medidas de comprimento e largura: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aproximando-nos um pouco da economia, imaginemos que a tabela abaixo represente o nível de produção 
de uma firma quando ela emprega diferentes quantidades d mão de obra. Como representá-la 
graficamente? 
 
Repare como é possível visualizar o comportamento da produção quando a empresa utiliza quantidades 
diferentes de mão de obra. 
 
A interpretação do gráfico é a de que as variáveis possuem uma relação direta entre si. Ou seja, maior 
quantidade de mão de obra, maior produção, como mostra a tabela. 
 
Veja que a inversão das variáveis de um eixo para outro não alterou a demonstração da relação direta 
entre elas. 
 
 
 
 
 
Imagine, agora, que se tenha que fazer um gráfico dos dados da tabela abaixo, que contém informações 
sobre quantidades procuradas de um determinado produto, em função dos diferentes níveis de preço. 
 
Dica: Caso deseje elaborar uma tabela, você deve ter a preocupação de relacionar as variáveis 
corretamente. Neste exemplo, isso foi feito quando colocamos na mesma linha os preços e as respectivas 
quantidades procuradas. Isso facilitará a leitura da mesma como a confecção de um gráfico, se necessário. 
 
Observe que cada par ordenado da tabela representa um ponto do gráfico. As quantidades foram 
colocadas no eixo horizontal e os preços no vertical. Ao unir os pontos, obtêm-se a curva de demanda do 
produto. Fácil, não? 
 Diferente do gráfico anterior, a relação entre as variáveis, neste caso, é inversa.Ou seja, quanto maior o 
preço, menor a quantidade procurada, e vice versa. 
 
Taxa de Variação e Elaboração de Tabelas 
Por fim, a análise dos dados da tabela permite deduzir que o preço do produto ao passar de R$ 20,00 para 
R$ 28,00, aumentou 40%. Esse percentual foi calculado dividindo-se a variação ocorrida (R$ 8,00) pelo 
preço inicial (R$ 20,00), e o resultado multiplicado por 100. 
 
 
Essa é a fórmula que você deverá utilizar sempre que desejar calcular taxas de variações percentuais de 
uma determinada variável. 
Note que no caso de queda do preço a variação seria negativa. Se variar de R$ 28,00 para R$ 20,00 
ocorreria uma variação de – 28,5%, aproximadamente, obtido com o seguinte cálculo: 
[(- R$ 8,00 / R$ 28,00) X 100] = - 28,5%. 
 
 
AULA 4: FATORES DE PRODUÇÃO, CURVAS DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO E CUSTO DE 
OPORTUNIDADE. 
 
 
Fatores de Produção 
Na primeira aula abordamos superficialmente o conceito de fatores de produção. Agora, chegou o 
momento de nos determos um pouco mais sobre essa questão. 
Como vimos, considera-se fatores de produção os meios disponíveis para se gerar os produtos que a 
sociedade necessita. 
Sua principal característica é a escassez, no sentido de que, na maioria das vezes, são limitados em 
quantidade. Esse é, sem dúvida, o cerne da questão econômica: a escassez dos fatores de produção. 
 
 
 
 
 
Versatilidade 
Outra característica é a versatilidade, que quer dizer que um mesmo fator de produção possui a 
capacidade de poder ser utilizado em vários processos produtivos. Isso fica demonstrado, por exemplo, ao 
observarmos que um mesmo trator pode ser utilizado... 
 
 
Fatores de produção 
Para seu conhecimento, cinco são os fatores de produção, assim descritos: 
 Fator de Produção Terra 
 Fator de produção Trabalho 
 Fator de produção Capital 
 Fator de produção Capacidade Tecnológica 
 Fator de Produção Capacidade Empresarial 
 
Fator de produção terra 
Constitui a base sobre a qual se exercem as atividades dos demais recursos. 
Trata-se das reservas naturais (solo e subsolo), águas (oceanos, mares, rios, lagos), pluviosidade e clima, 
flora e fauna e até fatores extraterrestres (como, por exemplo, a fonte inesgotável da energia solar e a 
influência lunar sobre as marés). 
 
Fator de produção trabalho 
A parcela da população apta a desenvolver uma atividade econômica é considerada de fator trabalho. 
Trata-se, portanto, da população total deduzindo-se as crianças e os idosos. A esse contingente de pessoas 
aptas dá-se o nome de população econômica (PE). 
Os que estão empregados representam a população economicamente ativa (PEA)... 
É comum lermos nos jornais sobre a taxa de desemprego no país. A partir de agora você já sabe como 
calcular: basta dividir PEI por PE e multiplicar o resultado por 100. 
Exemplo: se a PEI for igual a 100.000 e a PE for de 1.000.000, a taxa de desemprego será igual a 10% 
[(100.000 / 1.000.000) X 100]. Fácil, não? 
O trabalho exercido na informalidade, pelas dificuldades de aferição, não é considerado nos dados oficiais. 
A parcela da população apta a desenvolver uma atividade econômica é considerada de fator trabalho. 
Trata-se, portanto, da população total deduzindo-se as crianças e os idosos. A esse contingente de pessoas 
aptas dá-se o nome de população econômica (PE). 
... e os desempregados a população economicamente inativa (PEI). 
A soma das duas resulta no fator trabalho de uma economia. 
O trabalho exercido na informalidade, pelas dificuldades de aferição, não é considerado nos dados oficiais. 
 
Fator de produção capital 
O fator de produção capital vem a ser o somatório de construções, máquinas e equipamentos. 
Isso significa dizer que é considerado como fator de produção capital de uma economia as suas 
disponibilidades para a geração de novas riquezas tais como as disponibilidades de: 
 Infraestrutura econômica (transportes, telecomunicações, energia etc.); 
 Infraestrutura social (educação, saúde, saneamento, esportes, lazer etc.); 
 Construções e edificações (públicas, militares, fabris, comerciais e residenciais); 
 Equipamentos de transporte (ferroviário, rodoviário, hidroviário, aeroviário); 
 Máquinas, equipamentos, instrumentos e ferramentas (de extração, de transformação, de 
construção e de serviços); 
 Agrocapitais (culturas permanentes, planteis, instalações, edificações, equipamentos, implementos 
e ferramentas). 
ATENÇÃO: A análise econômica não considera a moeda (dinheiro) como fator capital pois, por si só, ela 
nada produz. Veremos em aula posterior que as funções da moeda são as de intermediária de troca 
(quando pagamos por algo), reserva de valor (poupança) e medida de valor (permite darmos valor aos 
produtos através de seus preços). 
 
Fator de produção capacidade tecnológica 
Entende-se por capacidade tecnológica ao conjunto de conhecimentos e habilidades que uma sociedade 
detém. 
Representa sua capacitação para a pesquisa científica, para desenvolver e implantar novos projetos e para 
operar projetos já implantados. Vem a ser o elo de ligação entre os três fatores de produção 
anteriormente mencionados. 
A velocidade com que novas descobertas científicas ocorrem no mundo globalizado de hoje faz com que a 
capacidade tecnológica seja o grande diferencial entre as diversas economias do planeta. 
 
 
 
Sobre esse tema, vale a seguinte reflexão: 
 Nos tempos antigos, o homem sonhava em voar.Na mitologia grega, Ícaro é comumente conhecido 
pela sua tentativa de deixar Creta voando com asas de cera – tentativa frustrada em uma queda 
que culminou na sua morte. Icarus, em pintura de William Blake Richmon 
 Se considerarmos apenas a era cristã, verifica-se que foram necessários 1906 anos para que, 
precariamente, isso viesse a ocorrer. Teste do "14-bis" de Alberto Santos Dumont no campo de Bagatelle (Paris, França) 
em julho de 1906. 
 A partir daí, em apenas 63 anos o homem pousou na lua. Neil Armstrong 
 A sonda americana Voyager 1 já está na zona prévia à saída do sistema solar.Não é fantástico?Em 5 
de setembro de 2012, a sonda espacial Voyager 1 completou 35 anos. Lançada em 1977, ela foi 
planejada para estudar Júpiter e Saturno, mas foi muito além, chegando a 18 bilhões de km de 
distância do Sol. 
É claro que nada disso seria possível não fossem os incalculáveis investimentos em educação e pesquisas 
científicas ocorridos nos países mais desenvolvidos. 
 
Fator de produção capacidade empresarial 
Vem a ser a capacidade de organizar o fluxo de produção, ou seja, a capacidade de gestão. Em última 
análise, é a forma de administrar da melhor maneira possível a utilização dos quatro primeiros fatores de 
produção no processo produtivo. 
 
 
Curvas de possibilidades de produção 
Como já se disse, uma sociedade não pode ter o máximo de todos os bens ao mesmo tempo. Sendo os 
recursos escassos e estando todos eles sendo utilizados (por hipótese), sempre que a sociedade se decidir 
pela produção de um bem qualquer, outro bem terá que ser total ou parcialmente sacrificado. 
Para um melhor entendimento dessa afirmativa, suponha que um país qualquer disponha de uma 
determinada quantidade de recursos que lhe permita produzir alimentos e automóveis em quantidades 
variadas, conforme a Tabela 1, a seguir. 
Observe-se que, se esse país empregar todos os seus recursos na produção de alimentos, sua produção de 
automóveis será zero; se resolver produzir, também, um pouco de automóveis, terá de sacrificar em parte 
 a produção de alimentos. 
 
O importante a observar na tabela é que, em qualquer das combinações ou alternativas listadas, a 
sociedade estará utilizando, por hipótese,todos os seus recursos disponíveis (o chamado “pleno emprego 
dos fatores”). 
A alternativa A indica que todos os recursos estão alocados na produção de alimentos e, portanto, a 
produção de automóveis é zero. 
 
O inverso ocorre na alternativa F. As demais alternativas mostram a alocação de partes dos recursos na 
produção de alimentos e de automóveis. Para uma melhor visualização das possíveis escolhas existentes, 
podemos colocar os dados da Tabela 1 em um gráfico gerando a conhecida “curva de possibilidades de 
produção”. 
Portanto, a curva de possibilidades de produção é “um gráfico que mostra todas as combinações máximas 
possíveis de produção de dois produtos (bens e serviços) que podem ser obtidas quando a economia utiliza 
todos os seus recursos disponíveis de diferentes maneiras em um determinado período de tempo”. 
Vejamos a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este gráfico é representado pela Figura 1 onde estão marcados alguns pontos da curva de possibilidades de 
produção. 
 
O ponto G, por exemplo, indica que a sociedade está produzindo 9 milhões de toneladas de alimentos e 2 
milhões de automóveis. Constata-se que nesse ponto existe desemprego de alguns fatores de produção, 
pois a sociedade poderia aumentar sua produção de alimentos até 12 milhões de toneladas sem reduzir a 
produção de automóveis (ou, ainda, aumentar sua produção de automóveis até 3 milhões, sem reduzir a 
de alimentos). 
Os pontos I, J e K indicam alternativas de produção a pleno emprego, pois estão situados na curva de 
possibilidades de produção. 
Do ponto de vista técnico, não importa se se está produzindo mais automóveis ou mais alimentos, pois isto 
é uma decisão ou escolha da sociedade. Já o ponto L – que indicaria uma produção de 4 milhões de carros 
e 9 milhões de toneladas de alimentos – é uma alternativa impossível de se atingir com os recursos 
disponíveis naquele momento. 
Pode ser que mais adiante, em outro período de tempo, com o aumento dos estoques de fatores de 
produção e o consequente crescimento do produto gerado pela economia (mostrado pela curva de 
possibilidades de produção em vermelho), a alternativa de produção representada no ponto L (4 milhões 
de automóveis e 9 milhões de toneladas de alimentos) seja viável. 
Note que apesar do gráfico mostrar 2 curvas elas não ocorrem ao mesmo tempo. Ou será uma, ou outra. 
Isso porque representam épocas diferentes. 
 
Custo de Oportunidade: 
Em termos sociais, o custo de oportunidade de um fator de produção que esteja alocado na produção de 
um produto “X” será a impossibilidade de, por esse motivo, ser alocado na produção de um outro produto 
“Y”. 
Mais uma vez nos deparamos com a questão da escassez. Não fosse ela, não haveria a questão do custo de 
oportunidade. No exemplo da aula 2, o prefeito, ao construir uma fonte luminosa, incorreu no custo de 
oportunidade de poder utilizar aqueles recursos em outras obras (escola, por exemplo). 
 Sob a ótica da avaliação privada , os fatores de produção são valorizados e acordo com seus preços de 
mercado. Assim, seus custos de oportunidade corresponderão às melhores remunerações que puderem 
obter. 
É claro que o custo de oportunidade de uma pessoa desempregada é mais baixa do que uma que esteja 
trabalhando. 
 
 
 
AULA 5: CONCEITOS DE PROCURA, OFERTA E EQUILÍBRIO DE MERCADO 
As aulas anteriores mostraram sinteticamente que existem diferentes modos ou processos pelos quais a 
sociedade resolve o problema de o que , como e onde e para quem produzir, tudo dependendo do sistema 
econômico vigente. 
Vimos que estes problemas são resolvidos, em sua maioria pelo livre jogo das forças de mercado (procura 
e oferta), onde as decisões e escolhas econômicas são individualizadas e feitas pelos consumidores 
(demandantes) e produtores (ofertantes). 
Agindo de acordo com seus próprios interesses, os indivíduos, afetando e sendo afetados pelo sistema de 
preços, tomam as decisões que maximizarão a satisfação coletiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Um exemplo simples de como funciona o mercado 
Suponha que numa determinada cidade exista uma feira livre onde semanalmente são vendidas, entre 
outros produtos, uma certa quantidade “X” de laranjas e uma quantidade “Y” de maçãs. 
 
 
Agora, vamos supor que, por uma razão qualquer, verifica-se uma mudança na preferência dos 
consumidores e, em consequência, a demanda (procura) por laranjas tenha aumentado. 
Como a renda ou poder aquisitivo dos consumidores não se alterou, esta preferência por mais laranjas só 
será satisfeita se ocorrer uma queda na demanda por maçã. 
 
 
Como a produção de maçãs e laranjas permanece inicialmente a mesma de antes, o que acontecerá com 
os preços desses dois produtos? 
 Ora, o aumento da procura de laranjas provocará uma falta desse produto, enquanto a queda na demanda 
por maçã provocará um excesso de oferta desse produto. Em consequência, o preço da laranja se elevará, 
enquanto vendedores tratarão de reduzir o preço da maçã para acabar com o estoque. 
 
 
 
Assim, as forças de mercado farão com que ocorra um aumento na oferta de laranjas e uma redução na de 
maçãs. 
 
 
Obviamente, com o aumento da quantidade ofertada de laranjas, seus preços declinarão um pouco, 
enquanto os preços das maçãs (agora com quantidades reduzidas) deverão se elevar ligeiramente. Vamos 
agora analisar mais concretamente o comportamento dos consumidores e dos produtores, isto é, da 
demanda e da oferta. Comecemos pela demanda. 
 
 
Demanda 
De qualquer modo, você irá escolher pratos e outros complementos tendo em vista o que você pode ou 
está disposto a gastar, isto é, de acordo com sua renda. E assim por diante. 
Vemos com esse exemplo simples que sua escolha foi influenciada por diversas variáveis que, de modo 
geral, serão as mesmas que o influenciarão em outras ocasiões ou outras escolhas. 
Desta forma, podemos listar pelo menos quatro fatores principais que influenciam a quantidade de um 
bem qualquer demandada por um indivíduo: 
 
Como é difícil pesquisar a influência ou o peso exato de cada uma dessas variáveis na demanda por um 
bem, os economistas costumam supor variar o preço (subindo ou caindo) e ver seu efeito sobre a demanda 
por um bem, enquanto as demais permanecem constantes (condição coeteris paribus). 
 
A questão, então, seria: o que acontece com a quantidade procurada de um produto “X” se seu preço “Px” 
variar, enquanto a renda, o gosto e o preço de outros produtos substitutos não variam? 
 Normalmente, teremos uma relação inversa entre o preço do bem e a quantidade demandada. Quando o 
preço do bem cai, o bem fica mais barato em relação ao de seus concorrentes e, em consequência, os 
consumidores estarão dispostos a adquirir maiores quantidades desse bem. Se o preço se elevar, a reação 
dos consumidores será a oposta. 
 
 
Vamos supor que uma pesquisa de mercado junto aos potenciais compradores de um produto qualquer 
(digamos sandálias de borracha) apontou os resultados constantes da Tabela 2, onde estão relacionados 
diferentes preços e as respectivas quantidades demandadas daquele produto. 
 
A tabela mostra que, ao alto preço de R$ 200,00, apenas 1.000 pares seriam comprados por mês. Se o 
preço caísse para, digamos, R$ 120,00 os consumidores adquiririam 2.500 pares, e assim por diante. 
 Ou seja, à medida que o preço se reduz, maiores serão as quantidades demandadas, e vice versa. 
 
Lei da demanda 
A partir dessa constatação podemos enunciar a lei da demanda: 
 “as quantidades demandadas de um produto, por um período de tempo, serão maiores quanto menor for 
o seu preço, e vice-versa, permanecendo constantes as demaisvariáveis”. 
 
A Figura 2 apresenta as informações da Tabela 2 sob a forma de um gráfico. Os diversos níveis de preços 
são representados no eixo vertical e as quantidades demandadas no horizontal. 
 
Como se constata, a curva de demanda é negativamente inclinada (da esquerda para a direita) indicando 
que os consumidores estarão dispostos e aptos a comprar mais de uma mercadoria a preços mais baixos. 
Isso significa uma relação inversa entre preços e quantidades procuradas. 
ATENÇÃO: Uma questão importante é: qual será o preço desse produto, já que temos vários preços e 
várias quantidades? Para responder a essa pergunta precisamos saber, antes, o outro lado do mercado – o 
lado dos produtores, ou seja, o lado da oferta. 
 
Oferta 
A oferta pode ser definida como “as diferentes quantidades de um bem ou serviço que os produtores 
estão dispostos a vender, durante um período de tempo, a diferentes preços”. 
A exemplo da demanda, as quantidades ofertadas de um bem qualquer também dependem de outros 
fatores como: preços de outros bens, preços dos fatores de produção (custos de produção) e a renda dos 
consumidores. 
Também, a exemplo do que foi dito no caso da demanda, os economistas costumam considerar esses 
fatores inalterados e, então, analisam os efeitos das variações no preço sobre as quantidades ofertadas. 
 
 
Intuitivamente, podemos admitir a hipótese de que quanto maior o preço de um bem, mais interessante 
se torna produzi-lo e, portanto, as quantidades ofertadas serão maiores e vice versa. A Tabela 3 mostra 
dados hipotéticos de vários níveis de preços e as diferentes quantidades que os produtores estarão 
dispostos e aptos a oferecer no mercado (no caso, também sandálias de borracha). 
 
A Tabela 3 mostra que, ao alto preço de R$ 200,00 por par, os produtores estarão dispostos a oferecer 
5.000 pares no mercado, enquanto que ao baixo preço d R$ 80,00, por exemplo, eles oferecerão apenas 
1.000 pares, e assim por diante. Ou seja, ao contrário dos consumidores, à medida que o preço se reduz, 
menores serão as quantidades que os produtores estarão dispostos a vender no mercado. 
 
Lei da oferta 
A partir dessa observação, podemos enunciar a lei da oferta: 
 “as quantidades ofertadas de um produto, por um período de tempo, serão maiores quanto maior for o 
seu preço, e vice versa, permanecendo constantes as demais variáveis”. 
A representação gráfica da escala de oferta nos fornece a curva de oferta, conforme mostra a Figura 3. 
 
Como se observa, a curva de oferta é positivamente inclinada, indicando que quanto mais alto os preços, 
maiores as quantidades ofertadas de um produto.Trata-se, portanto, de uma relação direta entre preços e 
quantidades ofertadas. 
Conhecido, agora, o comportamento de ambos os lados – isto é, dos consumidores e dos produtores – 
diante de variações nos preços, já temos condições de verificar a que preço o produto será vendido no 
mercado. 
 
Preço de equilíbrio 
Suponhamos que o preço seja, inicialmente, fixado em R$ 200,00 o par. A esse preço, a demanda por 
sandálias de borracha será de apenas 1.000 pares por mês, enquanto a oferta será de 5.000 pares. Assim, 
haverá um excedente da quantidade ofertada sobre a quantidade procurada equivalente a 4.000 pares e, 
consequentemente, o preço começa a cair. 
 Mas, note-se que, à medida que o preço cai, a quantidade ofertada vai se reduzindo e a demandada vai se 
elevando, reduzindo gradativamente esse excedente. 
Define-se como preço de equilíbrio àquele em que a quantidade de uma mercadoria, que os consumidores 
estão dispostos a comprar, é exatamente igual à quantidade que os produtores estão dispostos a oferecer. 
 
Para descobrir que preço é esse, podemos analisar a Figura 4, onde estão colocadas as curvas de demanda 
e de oferta tal qual desenhamos anteriormente. 
Agora, suponhamos que o preço seja fixado em R$ 80,00 o par. 
 
A esse preço os consumidores estão dispostos a comprar 4.000 pares. 
 
Mas os produtores, desestimulados pelo preço baixo, só ofertarão 2.000 pares. 
Há, então, uma escassez da quantidade ofertada em relação à quantidade demandada igual a 2.000 pares 
e, por isso, o preço começa a se elevar. 
 
Neste caso, também, à medida que o preço se eleva o excesso da quantidade procurada sobre a 
quantidade ofertada (escassez) será cada vez menor. 
 
Daí concluímos que enquanto a quantidade ofertada for maior que a quantidade procurada haverá 
excedente e o preço deverá cair... 
 
 
...ao passo que enquanto a quantidade procurada for maior que a quantidade ofertada ocorrerá escassez e 
o preço deverá subir. 
 
 
Ao final desse processo de ajustamento vemos que, ao preço de R$ 120,00 o par, as quantidades ofertadas 
e procuradas são iguais a 3.000 pares. Essa igualdade faz com que não haja pressão para que o preço caia 
ou suba, caracterizando, assim, uma situação de equilíbrio. 
 
 
 
 
 
 
 
Preço de equilíbrio 
Na Figura 4 ao lado, a situação de equilíbrio no mercado do produto fica definida pelo nível de preço cuja 
respectiva quantidade ofertada é igual à respectiva quantidade procurada. 
 
 
Se, entretanto, uma das variáveis consideradas constantes pela condição “coeteris paribus” se alterar, as 
curvas como um todo também irão se alterar. 
Graficamente isso pode ser visto na Figuras 5 a seguir, onde, por exemplo, supomos uma mudança no 
gosto do consumidor que passa a desejar comprar mais quantidades do produto a cada nível de preço 
considerado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No gráfico ao lado percebe-se que ao mesmo preço de 15 o consumidor, devido a mudança no seu gosto, 
passa a desejar comprar mais quantidades (de 5 para 8) do produto (o mesmo ocorreria se o preço fosse 
10). Assim, um aumento da demanda é representado por um deslocamento da curva para direita. 
No caso, o ponto de equilíbrio deslocou-se de E1 para E2. 
Pelo mesmo raciocínio um aumento na oferta é representado por um deslocamento da curva para a 
direita. 
Obs: A curva D2 substituiu a curva D1.

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