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MEDIAÇÃO DE CONFLITOS Aula 1-Introdução aos meios extrajudiciais de resolução de conflitos Conteúdo Programático desta aula Necessidades contemporâneas da sociedade; Lógica determinista binária; Mudança de paradigma. Necessidades contemporâneas da sociedade -Aprendizagem e prática do diálogo produtivo -Composição de diferenças -Participação responsável -Efetividade da função pacificadora Lógica determinista binária -Perpetuação do litígio -Ação Reação -Perda da noção de responsabilidade -Situação “patológica” Criticando a lógica determinista binária: Conflitos não podem ser tratados de forma superficial e generalizada Necessidade de minimizar as consequências geradas pelos litígios Mudança do paradigma ganhar-perder Adoção de novas técnicas e posturas. Mudança de paradigma - Não basta aplicar a lei - Relacionamentos humanos não são objetivos - Manutenção e responsabilização das partes frente aos conflitos - Ganhar/Ganhar – Perder/Perder - Cooperação e construção conjunta de soluções Aplicando o Conhecimento Marque a resposta correta: As relações sociais são ricas em aspectos emocionais e culturais. Desta forma , os conflitos surgidos a partir delas não podem ser tratados de forma superficial e generalizada. Este fato leva a uma mudança de paradigma que é estabelecida pela mudança : a) do paradigma cooperativo em satisfativo b) do paradigma adversarial em competitivo c) do paradigma cooperativo em administrativo d) do paradigma adversarial em cooperativo Aula 2- Métodos de resolução de conflitos Caminhos para a resolução dos conflitos -Crise do Processo -Atuação do Judiciário -Estrutura e metodologia de trabalho para resolver pendências entre partes Métodos de resolução dos conflitos Negociação -Caminho natural -Situação comum no dia-a-dia -Relação contínua de propostas e contrapropostas Negociação Relação que duas ou mais pessoas estabelecem a respeito de um assunto determinado, visando encontrar posições comuns e chegar a um acordo que seja vantajoso para todos. Enfrentamos os problemas e não as pessoas. Solução equitativa incluindo os pontos de vista e interesses de todos os envolvidos Conciliação É uma forma de resolução de controvérsias na relação de interesses administrada por um Conciliador (investido de autoridade ou indicado pelas partes) a quem compete: aproximá-las, controlar as negociações, aparar as arestas, sugerir e formular propostas, apontar vantagens e desvantagens. O conciliador orienta, sugere, participa do conteúdo da decisão. Arbitragem -É um meio privado e alternativo de solução de controvérsias extrajudiciais -Pode ser usada para resolver problemas jurídicos sem a participação do Poder Judiciário. -É um mecanismo voluntário Mediação É um meio alternativo de solução de controvérsias, litígios e impasses, na qual um terceiro, imparcial, de confiança das partes (pessoas físicas ou jurídicas), por elas livre e voluntariamente escolhido, intervém entre elas (partes) agindo como um “facilitador”, que usando de habilidade e arte, leva as partes a encontrarem a solução para as suas pendências. Mediador estimula, auxilia, mas não sugere soluções. Amplia as possibilidades (abre o leque de opções e os canais de comunicação). Aplicando o conhecimento Vamos ver se você conhece as diferenças entre os três procedimentos tratados em nossa aula. Relacione as frases abaixo com cada procedimento em destaque: - Administração do conflito por um terceiro imparcial, com prerrogativa de sugerir um possível acordo; -As partes mantêm autonomia para decidir o conflito em questão; -As partes contratantes escolhem um terceiro para resolver a controvérsia. Aplicando o conhecimento No que se refere à meta da Negociação, assinale o item incorreto: A- Todos devem ter suas necessidades reconhecidas; B- Todos devem ter um terceiro que os auxilie; C- Todos devem ter suas posições consideradas; D- Todos devem sair satisfeitos com o que foi resolvido. Aula 3-História e contextualização da mediação A mediação – assim como os demais métodos extrajudiciais de solução de conflitos– não constitui fenômeno novo; como forma de comunicação entre os seres humanos, ela existe desde o tempo em que há a intervenção de terceiros nos conflitos de outrem– o que remonta a própria existência do homem na Terra. A mediação já era praticada para tratar os litígios bíblicos, especialmente nas comunidades judaicas; após, seu uso se difundiu em várias culturas, dentre elas a islâmica, a hindu, a chinesa e a japonesa. Na Grécia antiga, os filósofos gregos entendiam a mediação como o processo de relacionar dois elementos diferentes. Mediação era a atividade própria de um grande facilitador como intermediário, que intermediava dois elementos diferentes. No Alcorão há normas que norteiam a intervenção de um terceiro apaziguador durante a ruptura conjugal. Na China, há mais de mil anos, existe o conselho de anciões que buscava o consenso através do aconselhamento de casais em disputa. Confúcio dizia que uma resolução ótima de uma desavença deveria ser conseguida pelo acordo e não pela coação. Há registros da prática da mediação na Antiguidade, na Idade Média e em épocas posteriores. Por exemplo, no comércio, quando um povo iniciava uma transação comercial com outro, necessitava de um intérprete de língua e costume, para ajudar a negociação. Na China desde a década de 50, é aplicada à resolução de conflitos familiares e, atualmente, consiste no principal meio de solução de conflitos utilizado no País através dos Comitês Populares de Conciliação e dos Tribunais de Conciliação Com a emigração dos chineses para os Estados Unidos da América e para a Europa, a mediação ganha espaço, à medida em que, a partir da década de 70, o instituto se consolida nos Estados Unidos, difundindo-se, posteriormente, para o Canadá e para alguns países da Europa. Estado Unidos Reino Unido - A primeira vez em que foi empregada a mediação familiar foi em Bristol, em 1976, com o objetivo de ajudar casais a reduzir os problemas no relacionamento. Em 1978, foi fundado o primeiro Serviço de Mediação Familiar, o qual se espalhou por todo o País com o movimento Parents Forever. França A mediação surgiu no início dos anos 80, configurando-se como um método de resolução de conflitos em que os mediandos, além do dever de optar de maneira voluntária pelo procedimento, deveriam também realizar a escolha do mediador. Código de Processo Civil de 1995 - mediação ordenada no curso do processo pelo juiz, que também passou a ser responsável pela designação do mediador dependendo para isso da anuência dos envolvidos. Holanda No início dos anos 90, a mediação se caracterizou, essencialmente, por consistir numa sistematização de técnicas baseadas, sobretudo, em pesquisas americanas e numa maior profissionalização do procedimento. Em 1992, foi criado o Instituto de Mediação Holandês (The Netherlands Medation Institute - NMI), sinalizando a institucionalização do procedimento da mediação no País. Alemanha Modernização do Poder Judiciário estruturada em seis pontos principais: informalidade, oralidade, especialização,simplificação , utilização de formulários e do correio e valorização dos auxiliares do juiz Espanha Economia da Justiça e Política Judicial – avaliação do custo de litigar e comportamento estratégico do poder Judiciário. Princípios Europeus de Mediação Elaborado pelos representantes dos 40 Estados membrosdo Conselho Europeu, consagrando-se como princípios da mediação : a voluntariedade dos participantes, a confidencialidade do mediador, a resolução baseada no interesse dos envolvidos, o mediador como facilitador e não como árbitro de decisões e o interesse em preservar determinada instituição para tornar possível uma relação continuada. Além disso, a publicação dos princípios europeus sobre a mediação familiar cujo texto foi elaborado pelos representantes dos Estados membros. Austrália Em 1990, a Austrália passou a desenvolver a mediação através da elaboração de um relatório que indicava a extensão dos meios alternativos de composição de conflitos ao trabalho dos Tribunais. Canadá Em 1997, no Canadá, o Governo de Quebec promulgou uma lei que assegurava ao casal e às crianças envolvidas em conflito familiar uma sessão de informação e cinco sessões gratuitas de mediação, acabando por incentivar a utilização do instituto no país. América do Sul Colômbia – 1983 – mais avançada em Arbitragem comercial e Conciliação privada. A Argentina se destaca na aplicação da mediação, já que esta é ministrada há anos nas Universidades e tem a profissão do mediador legislação especial. Uruguai – Convênio de Cooperação Interinstitucional – integração das áreas de Saúde e Judiciário. Brasil A Mediação no Brasil existe há mais de 12 anos. Projeto de Lei 4827/98 – institucionaliza e disciplina a mediação como método de prevenção e solução consensual de conflitos. Instituto Brasileiro de Direito Processual – institui e disciplina a mediação como mecanismo de solução de conflitos no Processo Civil. Substitutivo PLC 94/02 – é a junção das duas propostas: oficializar e instituir a mediação de forma geral e instituir e disponibilizar a mediação nos Tribunais, de forma prévia ou incidental. O surgimento de projetos abordando a mediação como método ao tratamento de conflitos, principalmente, relacionados à área de família, tem sido crescente e as experiências obtidas com a mediação se mostram cada vez mais exitosas. Percebemos a disseminação do instituto, através da realização de eventos tendo como foco o estudo, a troca de experiências e a divulgação da mediação. Aplicando o conhecimento A Comunidade Européia vêm recomendando as RAD’s (Resolução Alternativa de Disputas) em seus Estados-Membros. Podemos enfatizar neste sentido: 1) Acesso para países latino-americanos e africanos participarem das mediações internacionais, respeitando a soberania local. 2) Publicação dos princípios europeus sobre a mediação familiar cujo texto foi elaborado pelos representantes dos estados-membros. 3) Padronização dos procedimentos de mediação familiar para todos os estados-membros, alterando a legislação interna deles. 4) Criação de um tribunal internacional de arbitragem para composição de litígios judiciais na Europa. Aplicando o conhecimento A Mediação no Brasil existe há mais de 12 anos e sabe-se que tudo no Brasil necessita de fundamento legal, pois vivemos num país de cultura positivista. Diante disso, assinale a afirmativa correta: 1) Apesar da Mediação estar se difundindo progressivamente, os legisladores sentem a necessidade de criar uma lei que a fundamente. 2) Há resistência do Poder Judiciário e da Ordem dos Advogados para implantação da mediação no Brasil, pois os conflitos são rentáveis no mercado de trabalho. 3) A Mediação Brasileira possui legislação própria que a defina, contudo a Câmara dos Deputados apresentou projeto de lei para adequá-las ao direito processual civil. 4) A falta de legislação impede a utilização da mediação como instrumento pacificador de disputas em nosso país. Finalizando A mediação é uma ferramenta baseada na aplicação de conhecimentos trazidos da Sociologia, Direito, Psicologia, Teoria de Sistemas e técnicas de negociação. Surge da necessidade de dar respostas diferentes aos conflitos, enquanto cresce a consciência do homem de poder criar, comunicar, dividir, decidir, exigir, participar de maneira ativa no labirinto cotidiano de um mundo cada vez mais complexo. Aula 4 – Princípios da Mediação O Mediador É o profissional que através de uma série de procedimentos e de técnicas próprias, identifica os interesses das partes e constrói, com elas, opções de solução ,visando ao consenso e/ou a realização do acordo. OBJETIVOS DA MEDIAÇÃO 1) Obter a satisfação das partes - identificar a melhor solução do conflito, na interpretação dos mediandos, e celebrar o acordo que a contemple. 2) Promover o autoconhecimento com crescimento cognitivo dos participantes . “As partes educam-se a si mesmas em relação ao conflito e investigam as várias opções que têm para resolvê-lo.”(Acland, 1993 : 192) AUTOCONHECIMENTO COM CRESCIMENTO COGNITIVO Consciência dos seus comportamentos e suas reações emocionais; Conhecimento dos seus verdadeiros interesses; Identificação de seus pontos fortes e fracos, preconceitos, crenças, valores etc.; Disposição para acolher e compreender as manifestações dos outros; Aceitação de diferentes percepções a respeito de mesmos fatos e situações; Compreensão de que o conflito é inerente ao relacionamento interpessoal; Aceitação da existência de diversas opções para o atendimento dos mesmos interesses; Compreensão de que, em um conflito, cada parte possui responsabilidade pelo seu estabelecimento, desenvolvimento, manutenção e possíveis soluções; Reconhecimento de que é possível deixar de enfrentar o outro para enfrentar o problema. A MEDIAÇÃO Tem por fundamento filosófico ,o desenvolvimento dos mediandos,para que estes possam lidar melhor com as situações conflituosas de suas vidas. Esta filosofia norteadora determinará os princípios da mediação. IMPARCIALIDADE Na mediação, as partes são auxiliadas por um terceiro dito “imparcial”, ou seja, o(a) mediador(a) não pode tomar partido de qualquer uma das pessoas em conflito. Esta é uma condição fundamental ao Mediador; não pode existir qualquer conflito de interesses ou relacionamento capaz de afetar sua imparcialidade; deve procurar compreender a realidade dos mediados, sem que nenhum preconceito ou valores pessoais, venham a interferir no seu trabalho. VOLUNTARIEDADE / LIBERDADE DAS PARTES / AUTODETERMINAÇÃO A mediação é voluntária e as pessoas devem ter a liberdade de escolher esse método como forma de lidar com seu conflito. Também devem tomar as decisões que melhor lhe convierem no decorrer do processo de mediação. Ainda que sejam encaminhadas obrigatoriamente para a mediação, as pessoas envolvidas devem ter a liberdade de optar pela continuidade ou não do processo. CONSENSUALIDADE A participação na mediação surge da vontade das partes, não há uma decisão imposta. Os mediandos devem estar dispostos a compartilhar o poder. Devem estar dispostos a deixar as hierarquias e os privilégios para funcionar como iguais. SIGILO / CONFIDENCIALIDADE / PRIVACIDADE O processo de mediação é realizado em um ambiente privado. As pessoas em conflito e o(a) mediador(a) devem fazer um acordo de confidencialidade entre si, oportunizando um clima de confiança e respeito, necessário a um diálogo franco para embasar as negociações. Se eventualmente os advogados das partes também participarem de alguma sessão de mediação, devem ser incluídos neste pacto de confidencialidade. INFORMALIDADE / ORALIDADE Em relação ao processo judicial, a mediação possui um procedimento informal, simples, no qual é valorizada a oralidade, ou seja, a grande maioria das intervenções é feita através do diálogo.AUTONOMIA DAS DECISÕES / AUTOCOMPOSIÇÃO Através da autocomposição, o acordo é obtido pelas próprias pessoas em conflito, auxiliadas pelo mediador(a). O(A) mediador(a) não pode decidir pelas pessoas envolvidas no conflito; a estas é que cabe a responsabilidade por suas escolhas, elas é que detêm o poder de decisão. NÃO COMPETITIVIDADE A mediação busca transcender o modelo competitivo no qual é necessário que haja um perdedor para que alguém se sinta vitorioso. Assim, adota um modelo colaborativo que visa produzir uma solução satisfatória para todos os envolvidos. COMPETÊNCIA O mediador deve estar capacitado e habilitado para o exercício de sua função, apresentando qualidades como diligência, conhecimento técnico, prudência e imparcialidade. RELAÇÃO ENTRE MEDIAÇÃO E PRINCÍPIOS BÁSICOS DO ESTADO Aplicando o conhecimento Considerando que os princípios norteadores da mediação devam ser respeitados para a obtenção de um resultado positivo, a opção que NÃO se relaciona a estes preceitos é: ( ) confidencialidade (x) parcialidade ( ) voluntariedade ( ) autodeterminação ( ) autonomia Aplicando o conhecimento Marque a resposta correta : ( ) Na mediação, o mediador impõe as partes o processo (x) A auto-determinação das partes relaciona-se com a voluntariedade. ( ) O mediador não tem o compromisso de manter sigilo sobre os fatos conhecidos através das reuniões de mediação. ( ) O mediador pode servir de testemunha de uma das partes após o término da mediação Aula 5 – BASES DA MEDIAÇÃO TEORIA GERAL DOS SISTEMAS Sistema – é um conjunto de elementos (pessoas) inter –relacionados com um objetivo comum. Abordagem sistêmica Pressupõe a observação não só do encadeamento dos acontecimentos, mas também dos padrões de organização que regem os elementos de um sistema. Em lugar de isolar os acontecimentos de seu contexto ambiental, os sistêmicos buscam as relações entre os elementos e consideram os acontecimentos em seu ambiente de ocorrência. O indivíduo passa a ser visto como formando parte de um complexo em que cada membro influencia e é influenciado pelo outro em um interjogo relacional, onde as ações são complementares no sentido de provocar e/ou resistir às mudanças. Não se acredita mais na causalidade linear na formação dos conflitos, uma vez que seu estudo é estabelecido em conformidade com múltiplos níveis de determinação. O ser humano não é um ser isolado, mas, sim, membro ativo e reativo dos grupos sociais. Estratégias da abordagem sistêmica Teoria da Cibernética A posição construtivista entra no pensamento sistêmico através do desenvolvimento da cibernética. O sujeito não recebe passivamente o conhecimento que adquire das coisas de fora, mas sim age sobre o meio, construindo seu conhecimento. Cada um é inventor e construtor da realidade. O conflito tem a função de mostrar que algo não vai bem no sistema. O foco do trabalho sai do conflito e vai para as relações estabelecidas naquele sistema. Acontecimentos e ações são compreendidos como partes de padrões mais amplos de influência recíproca. O mediador sente-se responsável, capaz de apreciar a perspectiva de cada pessoa e de possibilitar o surgimento de outras visões, distintas, a partir das quais o processo de mudança poderá tomar um rumo. Teoria da Comunicação A comunicação em todas as situações nunca será mera transferência de informações. A recepção de mensagens, interpessoal ou de massa, veiculadas por canais,são percebidas e processadas de maneiras diferentes. Cada pessoa tem diferenças cognitivas e particularidades com relação aos conteúdos discursivos interpessoais Teoria da Comunicação – Axiomas Comunicação não violenta A ''Comunicação Não-Violenta'' (CNV) é um processo de pesquisa contínua desenvolvido por Marshall Rosenberg e uma equipe internacional de colegas, que apóia o estabelecimento de relações de parceria e cooperação, em que predomina comunicação eficaz e empatia. Enfatiza a importância de determinar ações fundamentadas em valores comuns. Aplicando o conhecimento Unindo os dois paradigmas teóricos, cibernético e sistêmico, podemos chegar ao entendimento de que na mediação são trabalhadas: ( ) as relações penais e as distorções de comunicação no sistema ( ) as situações vividas e os elementos que não fazem parte do sistema ( X) as relações e a comunicação no sistema ( ) as conseqüências das relações e a comunicação entre os sistemas. Aplicando o conhecimento O processo de comunicação tem como base conceitual alguns axiomas que são aplicados no procedimento da mediação. Assinale a opção que NÃO corresponde a esta fundamentação: ( ) toda comunicação possui uma forma e um conteúdo e a relação entre estes na comunicação é chamada de metacomunicação ( ) a comunicação entre os seres humanos é estabelecida de forma analógica e digital ( ) a identificação de quem comunica algo, quem responde , quando e como é fundamental para obter informações sobre situações significativas entre as pessoas envolvidas (X) as trocas comunicacionais assimétricas possibilitam o diálogo entre os mediandos REVISÃO PARA AV1 Conteúdo Programático desta aula Principais características dos meios extrajudiciais de resolução de conflitos Fatores determinantes na história e contextualização da mediação; Aplicação dos princípios e das bases teóricas da mediação Determinações do século XXI Reavaliação de crenças e de formas habituais de lidar com as situações Necessidades contemporâneas - aprendizado e a prática do diálogo produtivo na composição de diferenças. Métodos Extrajudiciais de Solução de Conflitos ou Meios Alternativos de Pacificação Social - favorecimento do diálogo e participação responsável Formas tradicionais do direito processual – formais e complexas X Métodos Extrajudiciais de Solução de Conflitos ou Meios Alternativos de Pacificação Social - simples e informais Mudança de paradigma Cultura do conflito Cultura do diálogo Ênfase no litígio Ênfase no entendimento Lógica determinista binária Existência humana multifacetada Por quê métodos alternativos ? Possibilidade de conciliar interesses e alcançar a paz social Mudança de mentalidade em relação ao conflito Busca pela “verdadeira justiça” Soluções propostas : Negociação Conciliação Arbitragem Mediação NEGOCIAÇÃO Pode ser definida como a relação que estabelecem duas ou mais pessoas a respeito de um assunto determinado, visando encontrar posições comuns e chegar a um acordo que seja vantajoso para todos. Como considerar o outro ? A quem enfrentamos na negociação ? Meta da negociação CONCILIAÇÃO "Uma forma de resolução de controvérsias na relação de interesses administrada por um Conciliador investido de autoridade ou indicado pelas partes, a quem compete aproximá-las, controlar as negociações, aparar as arestas, sugerir e formular propostas, apontar vantagens e desvantagens, objetivando sempre a composição do litígio pelas partes". (http://www.mediar-rs.com.br/conceitos/conciliacao.asp) ARBITRAGEM Lei n.º 9.307 /96 – Lei da Arbitragem É um meio privado e alternativo de solução de controvérsias extrajudiciais de direito patrimonial disponível nas áreas cível, comercial e trabalhista. É um mecanismo voluntário. Instrumentos : cláusula compromissória e o compromisso arbitral cláusula compromissória - está inserida em um contrato, sendo redigida antes do início do conflito compromisso arbitral- é um contrato próprio para escolher a arbitragem, redigido após o surgimento do conflito. MEDIAÇÃO É um meio alternativo de solução de controvérsias, litígios e impasses, onde um terceiro, imparcial, de confiança das partes (pessoas físicas ou jurídicas), por elas livre e voluntariamente escolhido, intervém entre elas (partes) agindo como um “facilitador”, um catalisador, que usando de habilidade e arte, leva as partes a encontrarem a solução para as suas pendências. Quem decide na mediação ? Quem controla a mediação ? Mediação ≠ Arbitragem Mediação ≠ Conciliação HISTÓRIA E CONTEXTUALIZAÇÃO DA MEDIAÇÃO Há registros da prática da mediação na Antiguidade, na idade Média e em épocas posteriores. Desde o inicio do século XX, a mediação vem sendo amplamente utilizada. O campo dos conflitos trabalhistas foi o primeiro a organizar-se para utilizar os meios alternativos de resolução de disputas, pela sua eficácia na negociação de greves. Nos últimos 25-30 anos, tem havido um notável desenvolvimento e crescimento do campo. Os Estados Unidos da América, por exemplo, há mais de vinte anos vêm investindo maciçamente, principalmente na adoção de formas alternativas de solução dos conflitos ,como sendo um eficiente instrumento de desobstrução do Poder Judiciário. No Canadá - forte influência dos EUA – projetos : com a mediação familiar e com os tribunais – recomendação da mediação como preliminar às decisões judiciais. O Movimento de Resolução Alternativa de Disputas - América Latina - início na Colômbia – 1983 - um dos mais avançados no que concerne à arbitragem comercial e à conciliação privada. Poder Judiciário uruguaio - disponibilizando nos hospitais públicos um balcão de acesso ao poder judiciário, que é, sem dúvida, uma verdadeira lição de humanização da Justiça. A Comunidade Européia – 1986 - Estados Membros - estudo sobre os mecanismos alternativos para o tratamento de conflitos - ênfase à mediação Na China - tradição dos Comitês Populares de Mediação espalhados por todo o país - garantem o entendimento das partes que primam pela postura de conduta correta. No Japão - figura do mediador - exercida por um líder local de cada comunidade – função : ajudar as pessoas a resolver seus conflitos e evitar contendas judiciais. Mediação no Brasil Mediação Brasileira ainda não possui legislação própria que a defina. Projetos de Lei no Congresso Nacional, para regulamentar a Mediação: da Deputada Zulaiê Cobra, é o Projeto de Lei nº 4.827, de 1998, “que institucionaliza e disciplina a Mediação como Método de Prevenção e Solução Consensual de Conflitos”. do Instituto Brasileiro de Direito Processual, presidido pelos juristas Kazuo Watanabe e Ada Pelegrini Grinover ,proposto em 2001 e aclamado como adequado pela Ordem dos Advogados do Brasil, “institui e disciplina a Mediação paraprocessual (acessória ao processo) como mecanismo complementar de solução de conflitos no Processo Civil”. Substitutivo do Senador Pedro Simon - preocupação de avançar na disciplina jurídica da mediação, classificando-a em judicial ou extrajudicial e prévia ou incidental, e descreveu em linhas gerais sobre o registro de mediadores. CNJ- Resolução n° 125 ............... Considerando que, por isso, cabe ao Judiciário estabelecer política pública de tratamento adequado dos problemas jurídicos e dos conflitos de interesses, que ocorrem em larga e crescente escala na sociedade, de forma a organizar, em âmbito nacional, não somente os serviços prestados nos processos judiciais, como também os que possam sê-lo mediante outros mecanismos de solução de conflitos, em especial dos consensuais, como a mediação e a conciliação; PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO Imparcialidade - o(a) mediador(a) não pode tomar partido de qualquer uma das pessoas em conflito. Voluntariedade/Liberdade das partes / Autodeterminação - as pessoas devem ter a liberdade de escolher esse método como forma de lidar com seu conflito Consensualidade- não há uma decisão imposta Sigilo / Confidencialidade/ Privacidade - As pessoas em conflito e o(a) mediador(a) devem fazer um acordo de confidencialidade entre si, oportunizando um clima de confiança e respeito Informalidade/ Oralidade - a mediação possui um procedimento informal, simples, no qual é valorizada a oralidade Autonomia das decisões/ Autocomposição - o acordo é obtido pelas próprias pessoas em conflito Não competitividade – adoção de um modelo colaborativo que visa produzir uma solução satisfatória para todos os envolvidos Competência - o mediador deve estar capacitado e habilitado para o exercício de sua função BASES TEÓRICAS DA MEDIAÇÃO 1-TEORIA GERAL DOS SISTEMAS Elementos → Relações →Objetivo em comum →Meio ambiente Estratégias sistêmicas: dividir para atingir um fim identificar as partes do sistema prestar atenção para os detalhes olhar para o todo usar analogias 2-TEORIA CIBERNÉTICA Primeiro momento – sistemas funcionam através de mecanismos e processos com a finalidade de manter uma organização Segundo momento – o conflito mostra que algo não vai bem no sistema; o foco passa para as relações no sistema TEORIA GERAL DOS SISTEMAS + TEORIA CIBERNÉTICA = compreensão da função do conflito dentro do próprio sistema 3- TEORIA DA COMUNICAÇÃO É impossível não comunicar Toda comunicação possui uma forma e um conteúdo A natureza da relação está na identificação da comunicação entre os envolvidos Os seres humanos comunicam-se digital e analogicamente As trocas comunicacionais são simétricas e complementares
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