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Resumo de Mediação de Conflitos

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MEDIAÇÃO DE CONFLITOS 
Aula 1-Introdução aos meios extrajudiciais de resolução de conflitos 
Conteúdo Programático desta aula 
Necessidades contemporâneas da sociedade; 
Lógica determinista binária; 
Mudança de paradigma. 
 
Necessidades contemporâneas da sociedade 
-Aprendizagem e prática do diálogo produtivo 
-Composição de diferenças 
-Participação responsável 
-Efetividade da função pacificadora 
 
Lógica determinista binária 
-Perpetuação do litígio 
-Ação Reação 
-Perda da noção de responsabilidade 
-Situação “patológica” 
 
Criticando a lógica determinista binária: 
Conflitos não podem ser tratados de forma superficial e generalizada Necessidade de minimizar as 
consequências geradas pelos litígios Mudança do paradigma ganhar-perder Adoção de novas técnicas e 
posturas. 
 
 
Mudança de paradigma 
- Não basta aplicar a lei 
- Relacionamentos humanos não são objetivos 
- Manutenção e responsabilização das partes frente aos conflitos 
- Ganhar/Ganhar – Perder/Perder 
- Cooperação e construção conjunta de soluções 
 
 
 
Aplicando o Conhecimento 
Marque a resposta correta: As relações sociais são ricas em aspectos emocionais e culturais. Desta forma , 
os conflitos surgidos a partir delas não podem ser tratados de forma superficial e generalizada. Este fato 
leva a uma mudança de paradigma que é estabelecida pela mudança : 
 
a) do paradigma cooperativo em satisfativo 
b) do paradigma adversarial em competitivo 
c) do paradigma cooperativo em administrativo 
d) do paradigma adversarial em cooperativo 
 
 
 
Aula 2- Métodos de resolução de conflitos 
Caminhos para a resolução dos conflitos 
-Crise do Processo 
-Atuação do Judiciário 
-Estrutura e metodologia de trabalho para resolver pendências entre partes 
 
Métodos de resolução dos conflitos 
Negociação 
-Caminho natural 
-Situação comum no dia-a-dia 
-Relação contínua de propostas e contrapropostas 
 
Negociação 
Relação que duas ou mais pessoas estabelecem a respeito de um assunto determinado, visando encontrar 
posições comuns e chegar a um acordo que seja vantajoso para todos. 
Enfrentamos os problemas e não as pessoas. 
Solução equitativa incluindo os pontos de vista e interesses de todos os envolvidos 
 
 
 
 
 
 
Conciliação 
É uma forma de resolução de controvérsias na relação de interesses administrada por um Conciliador 
(investido de autoridade ou indicado pelas partes) a quem compete: aproximá-las, controlar as 
negociações, aparar as arestas, sugerir e formular propostas, apontar vantagens e desvantagens. 
 
O conciliador orienta, sugere, participa do conteúdo da decisão. 
 
 
 
Arbitragem 
-É um meio privado e alternativo de solução de controvérsias extrajudiciais 
-Pode ser usada para resolver problemas jurídicos sem a participação do Poder Judiciário. 
-É um mecanismo voluntário 
Mediação 
É um meio alternativo de solução de controvérsias, litígios e impasses, na qual um terceiro, imparcial, de 
confiança das partes (pessoas físicas ou jurídicas), por elas livre e voluntariamente escolhido, intervém 
entre elas (partes) agindo como um “facilitador”, que usando de habilidade e arte, leva as partes a 
encontrarem a solução para as suas pendências. 
 
Mediador estimula, auxilia, mas não sugere soluções. Amplia as possibilidades (abre o leque de opções e 
os canais de comunicação). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aplicando o conhecimento 
Vamos ver se você conhece as diferenças entre os três procedimentos tratados em nossa aula. Relacione 
as frases abaixo com cada procedimento em destaque: 
- Administração do conflito por um terceiro imparcial, com prerrogativa de sugerir um possível acordo; 
-As partes mantêm autonomia para decidir o conflito em questão; 
-As partes contratantes escolhem um terceiro para resolver a controvérsia. 
 
 
 
Aplicando o conhecimento 
No que se refere à meta da Negociação, assinale o item incorreto: 
A- Todos devem ter suas necessidades reconhecidas; 
B- Todos devem ter um terceiro que os auxilie; 
C- Todos devem ter suas posições consideradas; 
D- Todos devem sair satisfeitos com o que foi resolvido. 
 
 
 
 
 
Aula 3-História e contextualização da mediação 
A mediação – assim como os demais métodos extrajudiciais de solução de conflitos– não constitui 
fenômeno novo; como forma de comunicação entre os seres humanos, ela existe desde o tempo em que 
há a intervenção de terceiros nos conflitos de outrem– o que remonta a própria existência do homem na 
Terra. 
 
A mediação já era praticada para tratar os litígios bíblicos, especialmente nas comunidades judaicas; após, 
seu uso se difundiu em várias culturas, dentre elas a islâmica, a hindu, a chinesa e a japonesa. 
 
Na Grécia antiga, os filósofos gregos entendiam a mediação como o processo de relacionar dois elementos 
diferentes. Mediação era a atividade própria de um grande facilitador como intermediário, que 
intermediava dois elementos diferentes. 
 
No Alcorão há normas que norteiam a intervenção de um terceiro apaziguador durante a ruptura conjugal. 
 
Na China, há mais de mil anos, existe o conselho de anciões que buscava o consenso através do 
aconselhamento de casais em disputa. Confúcio dizia que uma resolução ótima de uma desavença deveria 
ser conseguida pelo acordo e não pela coação. 
 
Há registros da prática da mediação na Antiguidade, na Idade Média e em épocas posteriores. Por 
exemplo, no comércio, quando um povo iniciava uma transação comercial com outro, necessitava de um 
intérprete de língua e costume, para ajudar a negociação. 
 
Na China desde a década de 50, é aplicada à resolução de conflitos familiares e, atualmente, consiste no 
principal meio de solução de conflitos utilizado no País através dos Comitês Populares de Conciliação e dos 
Tribunais de Conciliação Com a emigração dos chineses para os Estados Unidos da América e para a 
Europa, a mediação ganha espaço, à medida em que, a partir da década de 70, o instituto se consolida nos 
Estados Unidos, difundindo-se, posteriormente, para o Canadá e para alguns países da Europa. 
Estado Unidos 
 
 
Reino Unido - A primeira vez em que foi empregada a mediação familiar foi em Bristol, em 1976, com o 
objetivo de ajudar casais a reduzir os problemas no relacionamento. 
Em 1978, foi fundado o primeiro Serviço de Mediação Familiar, o qual se espalhou por todo o País com o 
movimento Parents Forever. 
 
 
França A mediação surgiu no início dos anos 80, configurando-se como um método de resolução de 
conflitos em que os mediandos, além do dever de optar de maneira voluntária pelo procedimento, 
deveriam também realizar a escolha do mediador. Código de Processo Civil de 1995 - mediação ordenada 
no curso do processo pelo juiz, que também passou a ser responsável pela designação do mediador 
dependendo para isso da anuência dos envolvidos. 
 
Holanda 
No início dos anos 90, a mediação se caracterizou, essencialmente, por consistir numa sistematização de 
técnicas baseadas, sobretudo, em pesquisas americanas e numa maior profissionalização do 
procedimento. Em 1992, foi criado o Instituto de Mediação Holandês (The Netherlands Medation Institute 
- NMI), sinalizando a institucionalização do procedimento da mediação no País. 
 
Alemanha 
Modernização do Poder Judiciário estruturada em seis pontos principais: informalidade, oralidade, 
especialização,simplificação , utilização de formulários e do correio e valorização dos auxiliares do juiz 
Espanha 
Economia da Justiça e Política Judicial – avaliação do custo de litigar e comportamento estratégico do 
poder Judiciário. 
 
Princípios Europeus de Mediação 
Elaborado pelos representantes dos 40 Estados membrosdo Conselho Europeu, consagrando-se como 
princípios da mediação : a voluntariedade dos participantes, a confidencialidade do mediador, a resolução 
baseada no interesse dos envolvidos, o mediador como facilitador e não como árbitro de decisões e o 
interesse em preservar determinada instituição para tornar possível uma relação continuada. 
 
Além disso, a publicação dos princípios europeus sobre a mediação familiar cujo texto foi elaborado pelos 
representantes dos Estados membros. 
 
Austrália Em 1990, a Austrália passou a desenvolver a mediação através da elaboração de um relatório 
que indicava a extensão dos meios alternativos de composição de conflitos ao trabalho dos Tribunais. 
Canadá Em 1997, no Canadá, o Governo de Quebec promulgou uma lei que assegurava ao casal e às 
crianças envolvidas em conflito familiar uma sessão de informação e cinco sessões gratuitas de mediação, 
acabando por incentivar a utilização do instituto no país. 
América do Sul 
Colômbia – 1983 – mais avançada em Arbitragem comercial e Conciliação privada. 
 
A Argentina se destaca na aplicação da mediação, já que esta é ministrada há anos nas Universidades e 
tem a profissão do mediador legislação especial. 
 
Uruguai – Convênio de Cooperação Interinstitucional – integração das áreas de Saúde e Judiciário. 
 
 
 
Brasil 
A Mediação no Brasil existe há mais de 12 anos. 
 
Projeto de Lei 4827/98 – institucionaliza e disciplina a mediação como método de prevenção e solução 
consensual de conflitos. 
 
Instituto Brasileiro de Direito Processual – institui e disciplina a mediação como mecanismo de solução de 
conflitos no Processo Civil. 
 
Substitutivo PLC 94/02 – é a junção das duas propostas: oficializar e instituir a mediação de forma geral e 
instituir e disponibilizar a mediação nos Tribunais, de forma prévia ou incidental. 
 
O surgimento de projetos abordando a mediação como método ao tratamento de conflitos, 
principalmente, relacionados à área de família, tem sido crescente e as experiências obtidas com a 
mediação se mostram cada vez mais exitosas. 
Percebemos a disseminação do instituto, através da realização de eventos tendo como foco o estudo, a 
troca de experiências e a divulgação da mediação. 
 
 
Aplicando o conhecimento 
A Comunidade Européia vêm recomendando as RAD’s (Resolução Alternativa de Disputas) em seus 
Estados-Membros. Podemos enfatizar neste sentido: 
1) Acesso para países latino-americanos e africanos participarem das mediações internacionais, 
respeitando a soberania local. 
2) Publicação dos princípios europeus sobre a mediação familiar cujo texto foi elaborado pelos 
representantes dos estados-membros. 
3) Padronização dos procedimentos de mediação familiar para todos os estados-membros, alterando a 
legislação interna deles. 
4) Criação de um tribunal internacional de arbitragem para composição de litígios judiciais na Europa. 
 
Aplicando o conhecimento 
A Mediação no Brasil existe há mais de 12 anos e sabe-se que tudo no Brasil necessita de fundamento 
legal, pois vivemos num país de cultura positivista. Diante disso, assinale a afirmativa correta: 
1) Apesar da Mediação estar se difundindo progressivamente, os legisladores sentem a necessidade de 
criar uma lei que a fundamente. 
2) Há resistência do Poder Judiciário e da Ordem dos Advogados para implantação da mediação no Brasil, 
pois os conflitos são rentáveis no mercado de trabalho. 
3) A Mediação Brasileira possui legislação própria que a defina, contudo a Câmara dos Deputados 
apresentou projeto de lei para adequá-las ao direito processual civil. 
4) A falta de legislação impede a utilização da mediação como instrumento pacificador de disputas em 
nosso país. 
 
 
 
Finalizando 
A mediação é uma ferramenta baseada na aplicação de conhecimentos trazidos da Sociologia, Direito, 
Psicologia, Teoria de Sistemas e técnicas de negociação. Surge da necessidade de dar respostas diferentes 
aos conflitos, enquanto cresce a consciência do homem de poder criar, comunicar, dividir, decidir, exigir, 
participar de maneira ativa no labirinto cotidiano de um mundo cada vez mais complexo. 
 
Aula 4 – Princípios da Mediação 
O Mediador 
É o profissional que através de uma série de procedimentos e de técnicas próprias, identifica os interesses 
das partes e constrói, com elas, opções de solução ,visando ao consenso e/ou a realização do acordo. 
 
OBJETIVOS DA MEDIAÇÃO 
1) Obter a satisfação das partes - identificar a melhor solução do conflito, na interpretação dos 
mediandos, e celebrar o acordo que a contemple. 
2) Promover o autoconhecimento com crescimento cognitivo dos participantes . 
 
“As partes educam-se a si mesmas em relação ao conflito e investigam as várias opções que têm para 
resolvê-lo.”(Acland, 1993 : 192) 
 
AUTOCONHECIMENTO COM CRESCIMENTO COGNITIVO 
 Consciência dos seus comportamentos e suas reações emocionais; 
 Conhecimento dos seus verdadeiros interesses; 
 Identificação de seus pontos fortes e fracos, preconceitos, crenças, valores etc.; 
 Disposição para acolher e compreender as manifestações dos outros; 
 Aceitação de diferentes percepções a respeito de mesmos fatos e situações; 
 Compreensão de que o conflito é inerente ao relacionamento interpessoal; 
 Aceitação da existência de diversas opções para o atendimento dos mesmos interesses; 
 Compreensão de que, em um conflito, cada parte possui responsabilidade pelo seu 
estabelecimento, desenvolvimento, manutenção e possíveis soluções; 
 Reconhecimento de que é possível deixar de enfrentar o outro para enfrentar o problema. 
 
A MEDIAÇÃO Tem por fundamento filosófico ,o desenvolvimento dos mediandos,para que estes possam 
lidar melhor com as situações conflituosas de suas vidas. Esta filosofia norteadora determinará os 
princípios da mediação. 
 
IMPARCIALIDADE 
Na mediação, as partes são auxiliadas por um terceiro dito “imparcial”, ou seja, o(a) mediador(a) não pode 
tomar partido de qualquer uma das pessoas em conflito. Esta é uma condição fundamental ao Mediador; 
não pode existir qualquer conflito de interesses ou relacionamento capaz de afetar sua imparcialidade; 
deve procurar compreender a realidade dos mediados, sem que nenhum preconceito ou valores pessoais, 
venham a interferir no seu trabalho. 
 
VOLUNTARIEDADE / LIBERDADE DAS PARTES / AUTODETERMINAÇÃO 
A mediação é voluntária e as pessoas devem ter a liberdade de escolher esse método como forma de lidar 
com seu conflito. Também devem tomar as decisões que melhor lhe convierem no decorrer do processo 
de mediação. Ainda que sejam encaminhadas obrigatoriamente para a mediação, as pessoas envolvidas 
devem ter a liberdade de optar pela continuidade ou não do processo. 
 
CONSENSUALIDADE 
 A participação na mediação surge da vontade das partes, não há uma decisão imposta. Os mediandos 
devem estar dispostos a compartilhar o poder. Devem estar dispostos a deixar as hierarquias e os 
privilégios para funcionar como iguais. 
 
SIGILO / CONFIDENCIALIDADE / PRIVACIDADE 
O processo de mediação é realizado em um ambiente privado. As pessoas em conflito e o(a) mediador(a) 
devem fazer um acordo de confidencialidade entre si, oportunizando um clima de confiança e respeito, 
necessário a um diálogo franco para embasar as negociações. Se eventualmente os advogados das partes 
também participarem de alguma sessão de mediação, devem ser incluídos neste pacto de 
confidencialidade. 
 
INFORMALIDADE / ORALIDADE 
Em relação ao processo judicial, a mediação possui um procedimento informal, simples, no qual é 
valorizada a oralidade, ou seja, a grande maioria das intervenções é feita através do diálogo.AUTONOMIA DAS DECISÕES / AUTOCOMPOSIÇÃO 
Através da autocomposição, o acordo é obtido pelas próprias pessoas em conflito, auxiliadas pelo 
mediador(a). O(A) mediador(a) não pode decidir pelas pessoas envolvidas no conflito; a estas é que cabe a 
responsabilidade por suas escolhas, elas é que detêm o poder de decisão. 
 
NÃO COMPETITIVIDADE 
A mediação busca transcender o modelo competitivo no qual é necessário que haja um perdedor para que 
alguém se sinta vitorioso. Assim, adota um modelo colaborativo que visa produzir uma solução satisfatória 
para todos os envolvidos. COMPETÊNCIA O mediador deve estar capacitado e habilitado para o exercício 
de sua função, apresentando qualidades como diligência, conhecimento técnico, prudência e 
imparcialidade. 
 
 
 
 
RELAÇÃO ENTRE MEDIAÇÃO E PRINCÍPIOS BÁSICOS DO ESTADO 
 
 
Aplicando o conhecimento 
Considerando que os princípios norteadores da mediação devam ser respeitados para a obtenção de um 
resultado positivo, a opção que NÃO se relaciona a estes preceitos é: 
( ) confidencialidade 
(x) parcialidade 
( ) voluntariedade 
( ) autodeterminação 
( ) autonomia 
Aplicando o conhecimento 
Marque a resposta correta : 
( ) Na mediação, o mediador impõe as partes o processo 
(x) A auto-determinação das partes relaciona-se com a voluntariedade. 
( ) O mediador não tem o compromisso de manter sigilo sobre os fatos conhecidos através das reuniões de 
mediação. 
( ) O mediador pode servir de testemunha de uma das partes após o término da mediação 
 
Aula 5 – BASES DA MEDIAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
TEORIA GERAL DOS SISTEMAS 
Sistema – é um conjunto de elementos (pessoas) inter –relacionados com um objetivo comum. 
 
 
Abordagem sistêmica 
Pressupõe a observação não só do encadeamento dos acontecimentos, mas também dos padrões de 
organização que regem os elementos de um sistema. Em lugar de isolar os acontecimentos de seu 
contexto ambiental, os sistêmicos buscam as relações entre os elementos e consideram os acontecimentos 
em seu ambiente de ocorrência. 
 
O indivíduo passa a ser visto como formando parte de um complexo em que cada membro influencia e é 
influenciado pelo outro em um interjogo relacional, onde as ações são complementares no sentido de 
provocar e/ou resistir às mudanças. Não se acredita mais na causalidade linear na formação dos conflitos, 
uma vez que seu estudo é estabelecido em conformidade com múltiplos níveis de determinação. O ser 
humano não é um ser isolado, mas, sim, membro ativo e reativo dos grupos sociais. 
Estratégias da abordagem sistêmica 
 
 
Teoria da Cibernética 
A posição construtivista entra no pensamento sistêmico através do desenvolvimento da cibernética. O 
sujeito não recebe passivamente o conhecimento que adquire das coisas de fora, mas sim age sobre o 
meio, construindo seu conhecimento. Cada um é inventor e construtor da realidade. O conflito tem a 
função de mostrar que algo não vai bem no sistema. O foco do trabalho sai do conflito e vai para as 
relações estabelecidas naquele sistema. 
Acontecimentos e ações são compreendidos como partes de padrões mais amplos de influência recíproca. 
O mediador sente-se responsável, capaz de apreciar a perspectiva de cada pessoa e de possibilitar o 
surgimento de outras visões, distintas, a partir das quais o processo de mudança poderá tomar um rumo. 
 
Teoria da Comunicação 
A comunicação em todas as situações nunca será mera transferência de informações. A recepção de 
mensagens, interpessoal ou de massa, veiculadas por canais,são percebidas e processadas de maneiras 
diferentes. Cada pessoa tem diferenças cognitivas e particularidades com relação aos conteúdos 
discursivos interpessoais 
 
Teoria da Comunicação – Axiomas 
 
 
 
 
Comunicação não violenta A ''Comunicação Não-Violenta'' (CNV) é um processo de pesquisa contínua 
desenvolvido por Marshall Rosenberg e uma equipe internacional de colegas, que apóia o estabelecimento 
de relações de parceria e cooperação, em que predomina comunicação eficaz e empatia. Enfatiza a 
importância de determinar ações fundamentadas em valores comuns. 
 
Aplicando o conhecimento 
Unindo os dois paradigmas teóricos, cibernético e sistêmico, podemos chegar ao entendimento de que na 
mediação são trabalhadas: ( ) as relações penais e as distorções de comunicação no sistema ( ) as situações 
vividas e os elementos que não fazem parte do sistema ( X) as relações e a comunicação no sistema ( ) as 
conseqüências das relações e a comunicação entre os sistemas. 
 
Aplicando o conhecimento 
O processo de comunicação tem como base conceitual alguns axiomas que são aplicados no procedimento 
da mediação. Assinale a opção que NÃO corresponde a esta fundamentação: 
( ) toda comunicação possui uma forma e um conteúdo e a relação entre estes na comunicação é chamada 
de metacomunicação 
( ) a comunicação entre os seres humanos é estabelecida de forma analógica e digital 
( ) a identificação de quem comunica algo, quem responde , quando e como é fundamental para obter 
informações sobre situações significativas entre as pessoas envolvidas 
(X) as trocas comunicacionais assimétricas possibilitam o diálogo entre os mediandos 
 
 
 
 
REVISÃO PARA AV1 
Conteúdo Programático desta aula 
 Principais características dos meios extrajudiciais de resolução de conflitos 
 Fatores determinantes na história e contextualização da mediação; 
 Aplicação dos princípios e das bases teóricas da mediação 
 
Determinações do século XXI 
 Reavaliação de crenças e de formas habituais de lidar com as situações 
 Necessidades contemporâneas - aprendizado e a prática do diálogo produtivo na composição de 
diferenças. 
 Métodos Extrajudiciais de Solução de Conflitos ou Meios Alternativos de Pacificação Social - 
favorecimento do diálogo e participação responsável 
 
Formas tradicionais do direito processual – formais e complexas 
X 
Métodos Extrajudiciais de Solução de Conflitos ou Meios Alternativos de Pacificação Social - simples e 
informais 
Mudança de paradigma 
Cultura do conflito  Cultura do diálogo 
Ênfase no litígio  Ênfase no entendimento 
Lógica determinista binária  Existência humana multifacetada 
 
Por quê métodos alternativos ? 
 Possibilidade de conciliar interesses e alcançar a paz social 
 Mudança de mentalidade em relação ao conflito 
 Busca pela “verdadeira justiça” 
 
Soluções propostas : 
 Negociação 
 Conciliação 
 Arbitragem 
 Mediação 
 
 
 
 
 
NEGOCIAÇÃO 
Pode ser definida como a relação que estabelecem duas ou mais pessoas a respeito de um assunto 
determinado, visando encontrar posições comuns e chegar a um acordo que seja vantajoso para todos. 
Como considerar o outro ? 
A quem enfrentamos na negociação ? 
Meta da negociação 
 
CONCILIAÇÃO 
"Uma forma de resolução de controvérsias na relação de interesses administrada por um Conciliador 
investido de autoridade ou indicado pelas partes, a quem compete aproximá-las, controlar as negociações, 
aparar as arestas, sugerir e formular propostas, apontar vantagens e desvantagens, objetivando sempre a 
composição do litígio pelas partes". (http://www.mediar-rs.com.br/conceitos/conciliacao.asp) 
 
ARBITRAGEM 
Lei n.º 9.307 /96 – Lei da Arbitragem 
É um meio privado e alternativo de solução de controvérsias extrajudiciais de direito patrimonial disponível 
nas áreas cível, comercial e trabalhista. 
É um mecanismo voluntário. 
 
Instrumentos : 
 cláusula compromissória e o compromisso arbitral 
 cláusula compromissória - está inserida em um contrato, sendo redigida antes do início do conflito 
 compromisso arbitral- é um contrato próprio para escolher a arbitragem, redigido após o 
surgimento do conflito. 
 
 
 
MEDIAÇÃO 
É um meio alternativo de solução de controvérsias, litígios e impasses, onde um terceiro, imparcial, de 
confiança das partes (pessoas físicas ou jurídicas), por elas livre e voluntariamente escolhido, intervém 
entre elas (partes) agindo como um “facilitador”, um catalisador, que usando de habilidade e arte, leva as 
partes a encontrarem a solução para as suas pendências. 
 
Quem decide na mediação ? 
Quem controla a mediação ? 
 
Mediação ≠ Arbitragem 
Mediação ≠ Conciliação 
 
HISTÓRIA E CONTEXTUALIZAÇÃO DA MEDIAÇÃO 
Há registros da prática da mediação na Antiguidade, na idade Média e em épocas posteriores. 
Desde o inicio do século XX, a mediação vem sendo amplamente utilizada. 
O campo dos conflitos trabalhistas foi o primeiro a organizar-se para utilizar os meios alternativos de 
resolução de disputas, pela sua eficácia na negociação de greves. 
Nos últimos 25-30 anos, tem havido um notável desenvolvimento e crescimento do campo. 
 
Os Estados Unidos da América, por exemplo, há mais de vinte anos vêm investindo maciçamente, 
principalmente na adoção de formas alternativas de solução dos conflitos ,como sendo um eficiente 
instrumento de desobstrução do Poder Judiciário. 
No Canadá - forte influência dos EUA – projetos : com a mediação familiar e com os tribunais – 
recomendação da mediação como preliminar às decisões judiciais. 
O Movimento de Resolução Alternativa de Disputas - América Latina - início na Colômbia – 1983 - um dos 
mais avançados no que concerne à arbitragem comercial e à conciliação privada. 
Poder Judiciário uruguaio - disponibilizando nos hospitais públicos um balcão de acesso ao poder 
judiciário, que é, sem dúvida, uma verdadeira lição de humanização da Justiça. 
A Comunidade Européia – 1986 - Estados Membros - estudo sobre os mecanismos alternativos para o 
tratamento de conflitos - ênfase à mediação 
Na China - tradição dos Comitês Populares de Mediação espalhados por todo o país - garantem o 
entendimento das partes que primam pela postura de conduta correta. 
No Japão - figura do mediador - exercida por um líder local de cada comunidade – função : ajudar as 
pessoas a resolver seus conflitos e evitar contendas judiciais. 
 
 
 
 
 
 
Mediação no Brasil 
Mediação Brasileira ainda não possui legislação própria que a defina. 
Projetos de Lei no Congresso Nacional, para regulamentar a Mediação: 
da Deputada Zulaiê Cobra, é o Projeto de Lei nº 4.827, de 1998, “que institucionaliza e disciplina a 
Mediação como Método de Prevenção e Solução Consensual de Conflitos”. 
do Instituto Brasileiro de Direito Processual, presidido pelos juristas Kazuo Watanabe e Ada Pelegrini 
Grinover ,proposto em 2001 e aclamado como adequado pela Ordem dos Advogados do Brasil, “institui e 
disciplina a Mediação paraprocessual (acessória ao processo) como mecanismo complementar de solução 
de conflitos no Processo Civil”. 
Substitutivo do Senador Pedro Simon - preocupação de avançar na disciplina jurídica da mediação, 
classificando-a em judicial ou extrajudicial e prévia ou incidental, e descreveu em linhas gerais sobre o 
registro de mediadores. 
CNJ- Resolução n° 125 ............... Considerando que, por isso, cabe ao Judiciário estabelecer política pública 
de tratamento adequado dos problemas jurídicos e dos conflitos de interesses, que ocorrem em larga e 
crescente escala na sociedade, de forma a organizar, em âmbito nacional, não somente os serviços 
prestados nos processos judiciais, como também os que possam sê-lo mediante outros mecanismos de 
solução de conflitos, em especial dos consensuais, como a mediação e a conciliação; 
 
PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO 
Imparcialidade - o(a) mediador(a) não pode tomar partido de qualquer uma das pessoas em conflito. 
Voluntariedade/Liberdade das partes / Autodeterminação - as pessoas devem ter a liberdade de escolher 
esse método como forma de lidar com seu conflito 
Consensualidade- não há uma decisão imposta 
Sigilo / Confidencialidade/ Privacidade - As pessoas em conflito e o(a) mediador(a) devem fazer um 
acordo de confidencialidade entre si, oportunizando um clima de confiança e respeito 
Informalidade/ Oralidade - a mediação possui um procedimento informal, simples, no qual é valorizada a 
oralidade 
Autonomia das decisões/ Autocomposição - o acordo é obtido pelas próprias pessoas em conflito 
Não competitividade – adoção de um modelo colaborativo que visa produzir uma solução satisfatória para 
todos os envolvidos 
Competência - o mediador deve estar capacitado e habilitado para o exercício de sua função 
 
 
 
 
BASES TEÓRICAS DA MEDIAÇÃO 
1-TEORIA GERAL DOS SISTEMAS 
Elementos → Relações →Objetivo em comum →Meio ambiente 
Estratégias sistêmicas: 
 dividir para atingir um fim 
 identificar as partes do sistema 
 prestar atenção para os detalhes 
 olhar para o todo 
 usar analogias 
2-TEORIA CIBERNÉTICA 
Primeiro momento – sistemas funcionam através de mecanismos e processos com a finalidade de manter 
uma organização 
Segundo momento – o conflito mostra que algo não vai bem no sistema; o foco passa para as relações no 
sistema 
TEORIA GERAL DOS SISTEMAS + TEORIA CIBERNÉTICA = compreensão da função do conflito dentro do 
próprio sistema 
 
3- TEORIA DA COMUNICAÇÃO 
 É impossível não comunicar 
 Toda comunicação possui uma forma e um conteúdo 
 A natureza da relação está na identificação da comunicação entre os envolvidos 
 Os seres humanos comunicam-se digital e analogicamente 
 As trocas comunicacionais são simétricas e complementares

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