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Direito Constitucional I 2º período

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Faculdade do Litoral Paranaense – ISEPE Guaratuba
Curso de Direito – Direito Constitucional I - Moodle
Professor Luciano Raiter
Aula I
Ementa da Disciplina:
Estado e Constituição. O Estado Constitucional: a ideia de Constituição, origem e características do constitucionalismo. Constituição em sentido material e formal. Direito Constitucional: conceito e objeto. Fontes. Pode Constituinte e Poder de reforma. A declaração de Direitos, a separação de Poderes e as funções do Estado. A supremacia jurídica da Constituição: o controle da constitucionalidade das leis. Interpretação e aplicabilidade das normas constitucionais. Formação Constitucional do Brasil. A Constituição de 1988: origem. Princípios e objetivos fundamentais. Estrutura e organização do Estado Brasileiro. Organização dos Poderes. Funções essenciais à Justiça. Tributação e Orçamento. O Direito Constitucional Comparado.
A ementa da disciplina é o caminho que seguiremos para compreender o Direito Constitucional, as aulas serão programadas sempre com base na ementa, exceto nos casos em que for necessário buscarmos conhecimento em outra área do Direito.
ESTADO E CONSTITUIÇÃO
 O Estado Constitucional: a ideia de Constituição, origem e características do constitucionalismo.
 O Constitucionalismo
As profundas alterações provenientes da mudança de pensamento inseridas com o movimento chamado Iluminismo, no século XVIII, transformou radicalmente a estrutura jurídica ocidental, pois elevou o plano da razão humana ao nível da chamada Providência Divina, típica da Idade Média.
O Iluminismo visualiza o mundo, a sociedade e o indivíduo sob uma perspectiva racionalista, “o indivíduo seria o único repositório da vida racional em oposição ao Estado�”, assim os movimentos revolucionários daquela época, sobretudo a Revolução Francesa de 1789, alterou de forma decisiva a existência jurídico-política do ocidente, dissolvendo a organização corporativa medieval (absolutismo), e declarando o homem como livre.
Abriu-se o caminho para que a convicção de que o indivíduo, guiado pela sua vontade, inteligência e entendimento pudesse moldar o Estado, devendo fazê-lo através de regras escritas.
O indivíduo dotado de razão poderia opor-se à estrutura vigente, aquela em que o arbítrio e o uso da força mantinham o absolutismo. Sendo assim através da racionalidade poderia elaborar uma Constituição que dissociasse, separa-se, os conceitos de Monarca e Estado, que limitasse a ação do Governo, separando os Poderes, conforme a visão de Montesquieu.
Essa corrente de pensamento deu origem ao movimento ideológico chamado de constitucionalismo, o que, de um modo geral significa a luta contra o despotismo em favor da responsabilidade governamental, da liberdade individual, da divisão e harmonia dos Poderes estatais.
É sabido que o iluminismo francês atravessou fronteiras, e com ele o ideal constitucional também, assim ao estender-se por todo o ocidente, houve uma propagação do constitucionalismo de nação a nação.
O movimento ideológico abrangeu a América Latina, embora nos Estados que a configuram, tenha encontrado obstáculos para sua real concretização. Esses obstáculos são aqueles formadores de toda uma gama de fatores que fomentam e propiciam os golpes de estado e a quebra da continuidade da existência constitucional.
Dentre os fatores, apontam-se o caudilhismo – que sobrepõe o governo e o prestígio dos homens ao prestígio e ao governo da lei; a distância entre o texto supremo (constituição) elaborado à luz da teoria e da ciência, e o meio social sobre o qual incide este texto (esta distância é fácil de se verificar quando há a ausência da presença do Estado, como nas favelas do Rio de Janeiro por exemplo, onde o tráfico dita a lei diária); a precária educação cívica e política das massas, o que as torna presas fáceis do maus políticos e consequentemente das más constituições (um exemplo é o que ocorre atualmente na Venezuela, em que um plano de partido se torna plano de governo, rasgando a constituição daquele país e envolvendo a população em pobreza e outras mazelas, tudo graça à política ruim).
Como todo movimento ideológico, o constitucionalismo também sofreu alterações à medida em que o tempo passou, assim suas grandes alterações podem ser representadas desta forma:
1ª – sua passagem do plano aristocrático para o democrático;
2ª – sua desvinculação do liberalismo;
3ª – adequação às tendências de racionalização do poder.
	O constitucionalismo que nasceu aristocrático pouco a pouco foi se democratizando, embora as declarações de direitos houvessem proclamado a igualdade entre os homens, a prática cotidiana deixava claro que essa igualdade não existia.
	Determinados fatos históricos passaram a representar as pedras angulares do processo de democratização do constitucionalismo:
	A presidência de Andrew Jackson nos Estados Unidos da América (1829 – 1837), constitui o primeiro ataque frontal e eficaz ao governo de elite (governo aristocrático);
	A lei da reforma eleitoral inglesa de 1832 – e as que lhe seguiram – ampliou o direito de sufrágio, estendendo-o às camadas mais profundas do povo, alquebrando o Estado aristocrático;
	A revolução francesa de 1848 que abriu novos horizontes às classes trabalhadoras, trazendo em seu bojo direitos que hoje, são taxativamente reconhecidos;
	A Guerra Civil norte americana, que após batalhas sangrentas, que dividiram o país, o tornaram único e forte, além de encerrar com a escravidão.
	O constitucionalismo, inicialmente se confundiu com o liberalismo, após a guerra de 1914-1918 assumiu uma nova feição, em que a vinculação com o liberalismo se perdeu. As constituições posteriores a este período marcam o advento do constitucionalismo social, que não focaliza apenas o indivíduo em abstrato, mas também como parte integrante da sociedade, o constitucionalismo então enquadrou-se em novos moldes dos quais não mais se distanciou.
	Houve a consagração dos direitos sociais, através de declarações expressas, em que a Ordem Econômica e Social passou a fazer parte indissociável das novas Leis Supremas.
	As novas constituições, do período pós Primeira Grande Guerra procuraram consagrar a racionalização e abarcar nos termos da lei, todas as dimensões da vida política.
	Buscava-se por esta via imprimir ao Direito Público um equilíbrio construtivo, liberto de contingências e imune à consagração de instituições políticas semelhantes àquelas que haviam tombado na Alemanha de 1918.
	Os fatos históricos entretanto viriam mostrar que todas as esperanças depositas no sistema de racionalização do poder não poderiam vencer as todas as circunstâncias negativas que se opunham à continuidade constitucional em muitos Estados.
	O desmoronamento das estruturas democráticas revelou precariedades e deficiências, e esta realidade, ao término da Segunda Grande Guerra, fez-se sentir. Após a guerra os Estados emergiram de um período de desconstitucionalização e desesperança e recompuseram-se constitucionalmente, buscando nessa recomposição, ajustar suas leis máximas aos princípios básicos da racionalização.
Exercício – Aula 1
É atribuída a Montesquieu a Teoria do “Sistema de freios e contrapesos” segundo definição do próprio Montesquieu, em 'O Espírito das Leis': “[...]só o poder freia o poder”. Após a leitura do texto, em breve síntese (quatro a cinco linhas) descreva o sistema idealizado por Montesquieu. Eis o link do texto: http://tres-poderes.info/ 
� RUSSOMANO, Rosah. Curso de Direito Constitucional. 5 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1997.

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