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Direito Constitucional I Aula 11

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Faculdade do Litoral Paranaense – ISEPE Guaratuba
Curso de Direito – Direito Constitucional I – Moodle - Professor Luciano Raiter
Aula 11
 Controle de constitucionalidade das Leis – Continuação
No Brasil, o controle judicial de constitucionalidade por via principal ou por ação direta originou-se da denominada representação interventiva criada em 1934. Entretanto, foi a partir da Emenda Constitucional nº 16, de 26 de novembro de 1965, que a ação direta de inconstitucionalidade passou a ter caráter genérico e posição de destaque no ordenamento jurídico brasileiro.
O controle judicial de constitucionalidade por via principal ou por ação direta de inconstitucionalidade é uma atividade jurisdicional atípica, pois seu objeto é um pronunciamento sobre a própria lei em tese. Trata-se de um controle abstrato, pois não há um litígio em concreto a ser solucionado. 
Difere do controle de constitucionalidade por omissão, pois neste, apesar de também ser abstrato, há um reconhecimento da inércia ilegítima do Estado, enquanto naquele evita-se a presença de uma norma inválida no ordenamento. 
Difere também do controle de constitucionalidade por via incidental, pois este trata de questão prejudicial apontada num determinado litígio. Já no controle judicial de constitucionalidade por via principal ou por ação direta o juízo de constitucionalidade é a própria validade da norma. Neste controle, a declaração de inconstitucionalidade limita-se aos atos normativos impugnados, sendo que o tribunal constitucional atua como legislador negativo, não podendo inovar o direito.
II – Ação Direta de Inconstitucionalidade
A competência para Controle de Constitucionalidade por Via de Ação Direta pertence, no plano federal, ao Supremo Tribunal Federal (STF), tendo como paradigma a Constituição Federal, na ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual (ADIN), na ação declaratória de constitucionalidade (ADC) e na ação de inconstitucionalidade por omissão (ADIN por omissão). 
No plano estadual e tendo como paradigma a Constituição do Estado, o controle é realizado pelo Tribunal de Justiça do Estado, na representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais. O processo tem natureza objetiva e somente sob o aspecto formal é possível falar-se em partes.
A legitimação passiva na ADIN recai sobre os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato normativo impugnado. A defesa da norma impugnada, seja ela federal ou estadual, caberá ao Advogado-Geral da União, que atua como procurador da presunção de constitucionalidade.
No que se refere à legitimação ativa, desde a criação da ADIN genérica até a Constituição de 1988, a legitimação ativa era privativa do Procurador-Geral da República. O artigo 103 da Constituição de 1988 ampliou o rol de legitimados, criando duas categorias distintas:
Os legitimados universais: cujo papel autoriza a defesa da constitucionalidade em qualquer hipótese. São legitimados universais: o Presidente da República, as Mesas do Senado e da Câmara de Deputados, o Procurador-Geral da República, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e partido político com representação no Congresso Nacional.
Os legitimados especiais: órgãos e entidades cuja atuação é restrita a questões de interesse de seus afiliados ou às quais possam atuar com representatividade adequada. Compreendem o Governador de Estado, a Mesa de Assembleia Legislativa de Estado, confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
O objeto da ação direta de inconstitucionalidade (ADIN) compreende lei e o ato normativo federal ou estadual perante a Constituição Federal da República. Dentre as espécies normativas passíveis de controle por ação direta de inconstitucionalidade incluem-se: a) Emenda constitucional; b) Lei complementar; c) Lei ordinária; d) Lei delegada; e) Medida provisória; f) Decretos legislativos e resoluções; g) Decretos autônomos; h) Legislação estadual; i) Tratados internacionais.
A jurisprudência do STF tem se pronunciado pelo não conhecimento de ADIN cujo objeto versa sobre as seguintes hipóteses normativas: a) Atos normativos secundários; b) Leis e atos de efeitos concretos; c) Leis anteriores à Constituição em vigor; d) Lei que tenha sido revogada; e) Lei municipal em face da Constituição Federal; f) Proposta de emenda constitucional ou projeto de lei; g) Súmula.
O processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade é regido pela Lei 9.868 de 10 de novembro de 1999. Os legitimados para a ADIN nos termos do artigo 2º da Lei são os mesmos do artigo 103 da Constituição:
Art. 2º Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V - o Governador de Estado ou o Governador do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Nos termos da Lei 9.868 de 10 de novembro de 1999, a petição indicará o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos jurídicos do pedido em relação a cada uma das impugnações, bem como o pedido, com suas especificações.
Efeitos da decisão: A decisão proferida na ação direta de inconstitucionalidade, segundo a doutrina e após a edição da Lei 9.868/99, tem, em regra, efeitos retroativos (“ex-tunc”), gerais (“erga omnes”), repristinatórios e vinculantes: Efeito “ex tunc”: retroativo como consequência do dogma da nulidade, que por ser inconstitucional, torna-se nula, por isso perde seus efeitos jurídicos; Efeito “erga omnes”, será assim oponível contra todos;
Efeito vinculante: relaciona-se aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública Federal, Estadual e Municipal. Uma vez decida procedente a ação dada pelo STF, sua vinculação será obrigatória em relação a todos os órgãos do Poder Executivo e do Judiciário, que daí por diante deverá exercer as suas funções de acordo com a interpretação dada pelo STF. Esse efeito vinculante aplica-se também ao legislador, pois esse não poderá mais editar nova norma com preceito igual ao declarado inconstitucional; Efeito repristinatório: em princípio é restaurada uma lei que poderia ser revogada.
A declaração de inconstitucionalidade de uma determinada lei está relacionada com a matéria que foi discutida. Assim, a decisão do STF não pode ir além da matéria discutida. Logo, todo julgado está limitado ao pedido que foi feito ao juiz. Dessa maneira, a decisão irá versar apenas sobre a ADIN. Essa decisão poderá ser através de sentença (decisão de um juiz monocrático), ou acórdão (decisão do tribunal colegiado).
Consequências da declaração de inconstitucionalidade de uma lei nos casos julgados: ocorre o ajuizamento de ação decisória, dentro do prazo de dois anos. Após esse período se dá a coisa soberanamente julgada (pretensão bem maior de imutabilidade da decisão). Após ter o título judicial, as partes podem ajuizar outro processo embargando (contestando) a decisão.
	Vamos continuar na próxima aula, esta é uma das partes que também é bastante cobrada em concursos e no Exame de Ordem, necessita de grande atenção na hora dos estudos, ok?

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