Buscar

Direito Constitucional I Aula 12

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Faculdade do Litoral Paranaense – ISEPE Guaratuba
Curso de Direito – Direito Constitucional I – Moodle - Professor Luciano Raiter
Aula 12
2.7 Controle de constitucionalidade das Leis – Continuação 
A ação declaratória de constitucionalidade (ADC) é uma modalidade de controle por via principal, concentrado e abstrato, cuja finalidade é afastar a incerteza jurídica e evitar as diversas interpretações e contrastes que estão sujeitos os textos normativos.
Há casos em que câmaras ou turmas de um mesmo tribunal firmam linhas jurisprudenciais contrárias. Isso tudo envolve um grande número de pessoas, onde por essa razão se faz necessário uma segurança jurídica acerca das razões de interesses públicos, a qual é estabelecida pela ação direta de constitucionalidade, para assim tornar mais rápida e padronizada a definição do Poder Judiciário.
A Competência, de acordo com o artigo 102 da Constituição Federal da República, cabe ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar a ação declaratória constitucional.
Em relação à propositura da ação declaratória de constitucionalidade, a Constituição Federal define em seu artigo 103, parágrafo 4, os agentes políticos e órgãos que possuem legitimação universal e extraordinária, bem como capacidade postulatória: “§ 4º A ação declaratória de constitucionalidade poderá ser proposta pelo Presidente da República, pela Mesa do Senado Federal, pela Mesa da Câmara dos Deputados ou pelo Procurador-Geral da República”. 
Apenas poderá ser objeto desse tipo de ação, lei ou ato normativo federal, com o pedido de que se reconheça a compatibilidade entre determinada norma infraconstitucional e a Constituição. Os atos normativos em espécie que podem ser objeto da ação declaratória de constitucionalidade são substancialmente os mesmos que se sujeitam a impugnação por ação direta de inconstitucionalidade, desde que sejam de natureza federal.
Medida cautelar
Apesar da Constituição não prever a possibilidade de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade a jurisprudência do STF e a Lei 9.868/99 cuidou da questão, prevendo a suspensão do julgamento dos processos envolvendo a aplicação da norma impugnada e determinando que, concedida a cautelar, o julgamento da ação deverá se dar em até 180 dias, sob pena de perda da eficácia da medida.
Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo. Parágrafo único. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo o Tribunal proceder ao julgamento da ação no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de perda de sua eficácia.
A declaração de constitucionalidade tem eficácia contra todos e efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e a Administração Pública federal, estadual e municipal. Enfim, uma norma que era válida agora mais do que nunca continua sendo, apenas tendo sido reafirmada sua força impositiva. Efeitos da decisão - Eficácia “erga omnes”
Nos termos do § 2º, do artigo 102 da Constituição, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal, nas ações declaratórias de constitucionalidade, produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, estando assim compelidos à sua observância todos os órgãos governamentais e judiciários. Além da eficácia contra todos ou “erga omnes” a Emenda Constitucional nº 3/93 atribuiu efeito vinculante às decisões definitivas de mérito do Supremo Tribunal federal, nas ações declaratórias de constitucionalidade.
Em razão do efeito vinculante, as decisões de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal devem ser observadas e cumpridas pelos órgãos do Poder Judiciário e do Poder Executivo. Não está vinculado, porém, o Poder Legislativo, que tem o poder de editar nova norma com o mesmo conteúdo de outra declarada inconstitucional. Nesse caso, só mediante nova ação direta pode ser declarada a inconstitucionalidade da lei.
A declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, portanto, tem efeitos “ex tunc”. Os atos jurídicos praticados com fundamento na norma declarada inconstitucional, em regra, são alcançados pela decisão. Alguns atos, porém, não são atingidos pela decisão. A doutrina dominante e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal estão orientadas no sentido da nulidade da lei inconstitucional. Mas em determinadas situações excepcionais, o STF mantém os efeitos decorrentes da aplicação da lei inconstitucional, porque a retroação da decisão declaratória de inconstitucionalidade, em alguns casos, terminaria por produzir alterações mais graves, nas relações jurídicas.
A Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão
Há omissão inconstitucional quando o poder público abstém-se indebitamente, quando deveria agir para tornar efetiva norma constitucional determinada e individualizada. A Constituição Federal de 1988, influenciada por dispositivo da Constituição Portuguesa de 1976, criou a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADIN por omissão), com o intuito de solucionar a própria omissão do poder estatal em relação a normas constitucionais.
A ADIN por omissão tem a mesma natureza da ADIN genérica. Trata-se de um processo objetivo de controle abstrato. A finalidade desta ação é também a defesa objetiva da Constituição e preservação da integridade normativa-constitucional. 
A legitimidade para a propositura da ADIN por omissão é a mesma relativa à ADIN genérica. A legitimidade passiva recai sobre os órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão, ou seja, responsáveis pela medida que torna efetiva a norma constitucional. Vale lembrar, que a ADIN por omissão é um processo objetivo de controle de inconstitucionalidade, no qual não há partes.
A competência para julgar a ADIN por omissão no plano federal cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF). No plano estadual, caso haja a instituição de controle de inconstitucionalidade por omissão em Constituição do Estado, o controle é realizado pelo Tribunal de Justiça.
De acordo com a Constituição Federal de 1988, todo ato omissivo do poder público que inviabilize a efetividade de uma norma constitucional está sujeito ao controle abstrato de constitucionalidade. Assim, toda e qualquer medida dos órgãos políticos ou órgãos administrativos estão sujeitos ao controle de constitucionalidade. 
De acordo com o § 2º do art. 103 da Constituição Federal, a decisão que declarar a inconstitucionalidade por omissão dará disso, ciência ao poder de competência, para a adoção das providências necessárias no prazo de trinta dias. A melhor doutrina vem defendendo que, na hipótese do órgão estatal manter a omissão mesmo após o decurso do prazo estipulado pela norma constitucional, poderá o Judiciário dispor normativamente de forma provisória, a fim de alcançar a efetividade da Constituição e o amparo ao direito fundamental. Este não é o entendimento do STF, que, da mesma forma que no mandado de injunção, tem recusado dispor normativamente, para conferir um efeito solucionador à decisão da ADIN por omissão, ou suprir, mesmo que provisoriamente, a omissão legislativa.
Mandado de Injunção e a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão
Embora criados como medidas de controle de inconstitucionalidade por omissão, os institutos do mandado de injunção e da ADIN por omissão distinguem-se pelas seguintes características:
(a) O mandado de injunção traduz um controle concreto e incidental de constitucionalidade que tutela direitos subjetivos. Já a ADIN por omissão é um instrumento de controle abstrato ou principal de constitucionalidade por omissão. Assim, o mandado de injunção é uma ação constitucional individual, enquantoa ADIN por omissão é uma ação constitucional de garantia da Constituição;
(b) Assim, o mandado de injunção visa a tornar viável o exercício de direitos fundamentais, ao passo que a ADIN por omissão destina-se à efetivação de uma norma constitucional, independente de referir-se a um direito ou não;
(c) No mandado de injunção a omissão estatal impede o exercício de um direito subjetivo fundamental. Já na ADIN por omissão, a omissão impede a efetividade de qualquer norma constitucional;
(d) Por isso, o uso desta via de defesa de direitos independe de qualquer prazo para a caracterização da omissão. Já na ADIN por omissão, deve-se dar um prazo razoável para se caracterizar a inércia estatal;
(e) Em sendo uma medida de efeitos concretos, o mandado de injunção instaura uma relação jurídica inter partes, o que limita o alcance dos efeitos da decisão. Já na ADIN por omissão, por se tratar de um controle de inconstitucionalidade abstrato, não há partes e os efeitos são “erga omnes”.
(f) A legitimidade ativa no mandado de injunção recai sobre toda e qualquer pessoa titular de direitos. Já a legitimidade ativa na ADIN por omissão limita-se ao rol previsto na CF, art. 103, incisos I ao IX.
(g) A competência para julgar o mandado de injunção é partilhada entre vários órgãos do Judiciário, de acordo com suas respectivas competências. Já a ADIN por omissão é julgada perante o STF, ou, nos casos em que a Constituição do Estado prevê o instituto de controle, pelo respectivo Tribunal de Justiça.
	Meus caros, conseguimos ultrapassar mais um tópico, e este eu sei, foi bastante longo, mesmo que tenhamos apenas “riscado” a superfície desta parte da matéria, veremos mais à frente, a boa notícia é de já passamos da metade da nossa ementa, faltando agora poucos tópicos à tratar. Até a próxima aula!!

Outros materiais