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DIREITO PENAL
Didatismo e Conhecimento 1
DIREITO PENAL
Professora Caroline Pastri Pinto
Formada em Direito pela Universidade Estadual de Marin-
gá. Advogada e Consultora Jurídica atuante na área de Direito 
Penal, dentre outras. Ex-servidora da 4ª Vara Criminal da Co-
marca de Maringá, TJ/PR. 
ARTIGOS 293 A 305; 307; 308; 311-A;
 312 A 317; 319 A 333; 335 A 337; 339 A 347; 
350; 357 E 359. 
I – CRIMES CONTRA FÉ PÚBLICA
O objetivo do Legislador quando criou este capítulo no Código 
Penal foi proteger a fé pública, ou seja, a fé que o povo tem de que 
tais papéis públicos, são dotados de veracidade. Imaginem vocês 
se o povo não pudesse confiar na veracidade de uma moeda ou de 
um selo público. 
Quando se diz que um documento possui fé pública, significa 
que não precisa ser provada sua veracidade, pois ela se presume, 
sendo possível, contudo, a prova em contrário.
1. Aspectos Comuns:
O sujeito ativo destes crimes pode ser qualquer pessoa que 
atente contra tais veracidades.
O sujeito passivo é o Estado e a Coletividade, além do 
indivíduo que for lesado diretamente pela conduta.
A tentativa é perfeitamente possível.
2. Falsificação de títulos e outros papéis públicos
O caput do artigo traz os objetos deste crime, ou seja, quais 
documentos ganham a proteção penal, quais sejam: 
 I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou 
qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de 
tributo; 
 II - papel de crédito público que não seja moeda de curso 
legal;
 III - vale postal;
 IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa 
econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de 
direito público;
 V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento 
relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou 
caução por que o poder público seja responsável;
 VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte 
administrada pela União, por Estado ou por Município:
 Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
A partir destes objetos o Código Penal vai penalizar quem os 
falsifica, seja fabricando ou alterando um pré-fabricado.
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
O parágrafo primeiro, por sua vez, prevê as condutas 
equiparadas:
 § 1º Incorre na mesma pena quem: 
 I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis 
falsificados a que se refere este artigo; 
 II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, 
guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado 
a controle tributário; 
 III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, 
mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, 
porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou 
alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, produto 
ou mercadoria: 
 a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle 
tributário, falsificado; 
 b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária 
determina a obrigatoriedade de sua aplicação. 
O sujeito ativo destes crimes pode ser qualquer pessoa que 
atente contra tais veracidades, exceto no §1º, III, que prevê que 
a pessoa deve exercer atividade comercial pra poder praticar tais 
condutas.
É fundamental o dolo. Assim, se uma pessoa fornece uma 
mercadoria com o selo falsificado, mas não sabia nem deveria 
saber que era falsificado, não há dolo, logo não há crime.
Note que o § 5º equipara a atividade comercial a qualquer 
forma de comércio irregular ou clandestino. É um jeito de aumentar 
a abrangência de proteção do crime:
§ 5º Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso 
III do § 1º, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, 
inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros 
públicos e em residências.
O parágrafo segundo, por sua vez, vai punir as seguintes 
condutas:
 § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, 
com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal 
indicativo de sua inutilização:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Aqui é necessário o chamado elemento subjetivo do tipo, que 
é a finalidade de reutilizar aquele papel público. Isso significa que 
além do dolo, é necessária, uma finalidade especial: o agente deve 
querer reutilizar o papel. Se esse fim não existe, não há crime.
Já o §3º pune, além daquele que o tornou reutilizável, aquele 
que de fato utilizou o papel que já foi carimbado como papel 
impossível de utilização.
 § 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, 
qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior.
Se a pessoa praticou as duas condutas, a segunda será post 
factum impunível. 
O pós-fato impunível é aquele que não é punido porque ele 
já é um exaurimento da primeira conduta. Aquele que suprimiu 
carimbo pra reutilizar um papel já praticou o crime, sendo que sua 
utilização é só o aperfeiçoamento de sua conduta. Ele não será 
punido duas vezes.
No §4º o agente recebe de boa fé, mas depois descobre a 
fraude e o usa assim mesmo.
 § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de 
boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se 
referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade 
ou alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois 
anos, ou multa.
Observe aqui que a pena é de 6 meses a 2 anos, sendo crime 
de menor potencial ofensivo. 
3. Petrechos de falsificação
O art. 294, por sua vez, traz os atos preparatórios:
 Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar 
objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos 
papéis referidos no artigo anterior:
Didatismo e Conhecimento 2
DIREITO PENAL
 Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
É um crime subsidiário que é abarcado pelo crime anterior. 
Assim, só é punível se uma terceira pessoa praticar.
A forma qualificada está no artigo 295:
 Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o 
crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta 
parte.
Pra que ela se configure o autor deve não somente ser 
funcionário público como também deve se valer dessa condição. 
4. Falsidade documental:
4.1. Aspectos Comuns:
O objeto é a fé pública. Ademais, são crimes comuns, ou seja, 
qualquer um pode praticar, mas é majorado, em alguns casos, se 
praticado por funcionário público que se valha da sua condição.
O sujeito passivo é o Estado e a coletividade. Os delitos 
exigem o dolo, sendo possível a tentativa. 
Todos os delitos são de Ação penal pública incondicionada, 
sendo a competência da Justiça Federal somente se atingir interesse 
da União.
1.2. Falsificação do selo ou sinal público
Aqui mais uma vez a conduta recriminada é a falsificação, por 
meio da fabricação ou alteração do pré-alterado. 
 Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
 I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, 
de Estado ou de Município;
 II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito 
público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião:
 Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
O Parágrafo Primeiro pune quem faz uso, o que é post factum 
impunível se a pessoa fabricou ou alterou. 
 § 1º - Incorre nas mesmas penas:
 I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
 II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro 
em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio.
 III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, 
logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou 
identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública. 
O Parágrafo Segundo prevê uma Majorante:
 § 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime 
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
1.3. Falsificação de Documento Público
 Art. 297 - Falsificar,no todo ou em parte, documento 
público, ou alterar documento público verdadeiro:
 Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Os núcleos são Falsificar e Alterar.
O documento deve ser formalmente público, ou seja, ser 
emitido por órgão ou funcionário público, mas em sua substância 
pode ser público - se tiver finalidade pública -, ou privado - se 
o conteúdo é de interesse privado -, como uma escritura de um 
imóvel, por exemplo.
Para consumação é necessária a configuração de um erro 
“enganável”, não podendo ser um erro grosseiro. Ademais, não é 
necessário o uso do documento, bastando que ele seja falsificado. 
Se a falsificação tem finalidade eleitoral, será crime previsto 
no Código Eleitoral e não no Código Penal.
São documentos públicos tanto a cópia quanto o original, 
além dos equiparados no §2º:
 § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento 
público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador 
ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, 
os livros mercantis e o testamento particular.
O Parágrafo Primeiro prevê uma Majorante:
 § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime 
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
1.3.1. Inserção de informação falsa em documento 
verdadeiro – Falsidade Ideológica:
Na falsidade ideológica, o agente insere ou faz terceiro inserir 
informação falsa em documento verdadeiro.
 § 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: 
 I – na folha de pagamento ou em documento de informações 
que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, 
pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; 
 II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do 
empregado ou em documento que deva produzir efeito perante 
a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria 
ter sido escrita; 
 III – em documento contábil ou em qualquer outro 
documento relacionado com as obrigações da empresa perante 
a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria 
ter constado. 
 § 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos 
mencionados no § 3º, nome do segurado e seus dados pessoais, a 
remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação 
de serviços. 
1.3.2. Falso Documento x Estelionato:
Para o STJ, o estelionato absorve a falsidade, quando esta for 
meio daquela. Neste sentido a Súmula 17, STJ: 
Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potenciali-
dade lesiva, é por este absorvido.
Para o STF, em contrapartida, há concurso de crimes.
1.4. Falsificação de documento particular e Falsificação 
de cartão
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento parti-
cular ou alterar documento particular verdadeiro:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se 
a documento particular o cartão de crédito ou débito. 
Não tornam o documento público o Registro em Cartório ou 
a Autenticação de Assinatura. Importante lembrar que somente o 
fato de ser lavrado por funcionário público torna um documento 
público, assim, a autenticação e firma reconhecida, por exemplo, 
não o tornam Público.
1.5. Falsidade Ideológica
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular*, de-
claração** que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inse-
rir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim 
de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre 
fato juridicamente relevante***:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documen-
to é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documen-
to é particular.
Agora a falsidade não é mais do documento, que é formalmente 
perfeito, mas de seu conteúdo, que não condiz com a verdade. 
O falso deve ser informação principal do documento e 
juridicamente relevante. Ademais, não é necessária a ocorrência 
do dano, bastando a declaração falsa.
Ela pode ser cometida por funcionário público ou particular, 
pouco importando, sendo que se o agente é funcionário público e 
comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena. 
No parágrafo é punida mais severamente também a alteração 
em assentamento de Registro civil devido a sua tamanha 
importância:
Didatismo e Conhecimento 3
DIREITO PENAL
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e co-
mete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou 
alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena 
de sexta parte.
Cuidado com os seguintes crimes, que prevalecem perante a 
falsidade ideológica, diante do princípio da especialidade:
	Registro de nascimento inexistente – art. 241, CP
	Dar parto alheio como próprio e registrar como seu o 
filho de outrem – art. 242, CP.
	Falsidade ideológica x Uso de documento 
ideologicamente falso – Pós fato impunível. É mero exaurimento 
da conduta, apenas tirando proveito da prática anterior.
1.6. Falso reconhecimento de firma ou letra
Ainda é uma falsidade ideológica:
Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de 
função pública, firma ou letra que o não seja:
O artigo prevê uma pena pra documento público e outra pra 
particular:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o docu-
mento é público; e de um a três anos, e multa, se o documento é 
particular.
Trata-se de crime próprio, pois somente o tabelião ou o 
responsável pelo reconhecimento de firma poderá praticá-lo.
Se o agente não souber da falsidade configurará erro de tipo. 
1.7. Certidão ou atestado ideologicamente falso e Falsida-
de material de atestado ou certidão
Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de fun-
ção pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter 
cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, 
ou qualquer outra vantagem:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
O agente público atesta fato que leve a obtenção das condutas 
descritas no artigo:
	cargo público, 
	 isenção de ônus ou 
	 isenção de serviço de caráter público, 
	ou qualquer outra vantagem (pública):
Por exemplo, diretor de prisão que atesta bom comportamento 
de preso pra beneficio da LEP. 
Diz a doutrina que mesmo que o artigo use a expressão 
“qualquer outra vantagem”, ela deve ser pública, não configurando 
o crime se o escopo é obter vantagem privada.
Sua consumação independe da configuração da vantagem, 
bastando que o funcionário ateste ou certifique.
No Parágrafo Primeiro, por sua vez, pode ser Sujeito Ativo 
qualquer pessoa, como, por exemplo, um amigo ou médico 
atestando que a conduta de uma pessoa é boa e apta à progressão 
de regime:
 § 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, 
ou alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para pro-
va de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo 
público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou 
qualquer outra vantagem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos.
Cuidado, neste delito a certidão ou atestado verdadeiro devem 
querer habilitar alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou 
de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem, não se 
configurando com a mera falsidade.
Em ambos os casos, o uso posterior do atestado ou certidão é 
pós fato impunível, bem como aplica-se a pena de multa se há fim 
de lucro:
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, 
além da pena privativa de liberdade, a de multa.
1.8. Uso de documento falso
 Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou 
alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
 Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
Aplica-se ao uso de todos os documentos vistos neste Item, 
exceto ao crime de falsificação de selo ou sinal público e o de 
adulteração de selo ou peça filatélica, onde já há previsão específica 
nopróprio artigo.
Para que se configure o USO, deve sair da esfera da vítima, 
sendo entregue a um agente.
A jurisprudência, contudo, prevê uma exceção: o mero porte 
da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Veja que o CTB exige 
o porte da mesma enquanto se dirige o veículo, de modo que seu 
mero porte já configura uso.
Como na falsificação, deve ter potencialidade ofensiva, se 
grosseira a cópia não se configura o delito. Lembre-se que se a 
pessoa que usa também falsifica, o uso é pós fato impunível 
1.9. Supressão de documento
 Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício pró-
prio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou 
particular verdadeiro, de que não podia dispor:
 Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento 
é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documen-
to é particular.
O documento deve ser verdadeiro, uma vez que, se falso, é 
atípico. Além disso, deve ser um documento de que o agente não 
poderia dispor.
Não é necessária a obtenção de benefício.
Observe que se a pessoa furta o documento com o fim de 
suprimi-lo, será antefato impunível
1.10. Falsa identidade
 Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identida-
de para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para 
causar dano a outrem:
 Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato 
não constitui elemento de crime mais grave.
A falsidade deve ser verossímil. Se o sujeito se auto intitular o 
Roberto Carlos ou o Super Man, não configurará crime.
Não é necessária a real obtenção da vantagem.
Não há, neste delito, uso de documento, mas sim o agente se 
autodeclara outra pessoa. Se ele usar o documento se configurará 
o crime de uso.
Se o crime de falsa identidade tem por objetivo obter, para si 
ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou 
mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer 
outro meio fraudulento, será estelionato e não falsa identidade.
1.11. Falsa identidade – Uso de Documento Alheio:
 Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, 
caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade 
alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento 
dessa natureza, próprio ou de terceiro:
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o 
fato não constitui elemento de crime mais grave.
O documento é verdadeiro, mas de outra pessoa. Se fosse 
falso configuraria o delito de uso de documento falso
1.12. Outros delitos:
	Falsidade Material:
Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica 
Didatismo e Conhecimento 4
DIREITO PENAL
Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que 
tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a altera-
ção está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins 
de comércio, faz uso do selo ou peça filatélica.
É específico para falsificação de selo ou peça filatélica 
que tenha valor para coleção. Qualquer pessoa pode praticar. 
Classe filatélica é o termo utilizado para designar as diferentes 
modalidades de colecionismo de selos. O parágrafo já prevê o uso 
de tais selos e peças, de modo que é excluído do delito de uso de 
documento falso, por já prever essa determinação.
	Falsidade Ideológica:
Falsidade de atestado médico 
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, ates-
tado falso 
Pena - detenção, de um mês a um ano (crime de menor po-
tencial ofensivo).
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, 
aplica-se também multa.
É uma espécie específica de falsidade ideológica que só pode 
ser praticada por médico. Se for dentista, psicólogo ou qualquer 
outro profissional não configurará este delito.
	Fraudes em certames de interesse público
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim 
de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilida-
de do certame, conteúdo sigiloso de: 
I - concurso público; 
II - avaliação ou exame públicos; 
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou 
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por 
qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informa-
ções mencionadas no caput. 
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à administração 
pública: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometi-
do por funcionário público.
II - CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
Aqui ocorre a chamada vitimização pública.
1. DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁ-
RIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
1.1. Peculiaridades:
Os chamados crimes funcionais são exatamente os crimes 
praticados PELO funcionário público contra a administração. 
Esses crimes protegem a probidade administrativa, sem prejuízo 
das Lei 8429/1992.
1.2. Conceito e Espécies:
São aqueles cometidos pelo funcionário público no exercício 
da função pública ou em razão dela. São também chamados de 
Delicta in Officio.
Cuidado, nem todo crime praticado por funcionário público e 
funcional, deve ser:
	 Cometido pelo funcionário público 
	 Contra a Administração Pública
	No exercício da função pública ou em razão dela. 
Esses crimes entram no grupo dos crimes próprios ou especiais, 
ou seja, exigem uma situação jurídica ou fática diferenciada no 
tocante ao sujeito ativo.
Os crimes funcionais podem ser:
a) Próprios 
São aqueles em que a condição de funcionário público 
no tocante ao sujeito ativo é indispensável à tipicidade do fato. 
Ausente a condição de funcionário público, o fato será atípico. 
Por exemplo, corrupção passiva. Veja que dar dinheiro extra 
ao funcionário público é crime, mas a particular não. Por exemplo, 
a mulher que gosta muito da manicure e sempre deixa vinte reais a 
mais pra ela sempre lhe atender bem, não é crime.
b) Impróprios ou mistos 
A falta da condição de funcionário público no tocante ao 
sujeito ativo acarreta na desclassificação para outro crime. Assim, 
por exemplo, tanto particular quanto funcionário que se apropriam 
de bem praticam peculato.
Importante observar que existem crimes funcionais fora do 
Capítulo 1, do título 11, da Parte Especial. Podem estar tanto no 
resto do CP (art. 300 e 301, por exemplo).
Observe, ainda, que as condições de caráter pessoal dos 
crimes se comunicam quando elementares do crime.
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições 
de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime
Assim, um particular que ajuda funcionário público a praticar 
peculato e sabe da condição de funcionário, pratica também 
peculato. Mas o particular deve saber dessa condição. 
Ademais, devemos saber o conceito de funcionário público 
para o Direito Penal. Está no art. 327, CP (é uma norma penal 
interpretativa):
a) Facilitação de contrabando ou descaminho
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática 
de contrabando ou descaminho (art. 334):
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
b) Condescendência criminosa
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de 
responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício 
do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao 
conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
É um crime omissivo, logo inadmissível a tentativa.
A pena é branda porque é um crime com um objetivo altruísta, 
mas deve prevalecer o interesse publico.
c) Advocacia administrativa
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse 
privado perante a administração pública, valendo-se da qualidadede funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
O funcionário público se vale desta condição pra favorecer 
o interesse de uma pessoa, usando de seus contatos e acesso a 
informações. A pena aumenta se o interesse é ilegítimo
Didatismo e Conhecimento 5
DIREITO PENAL
d) Violência arbitrária
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a 
pretexto de exercê-la:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena 
correspondente à violência.
A Lei nº 4.898/1965 traz os crimes que constituem abuso de 
autoridade. Para maioria da doutrina, o art. 322, CP, foi revogado 
pela lei específica, que trata integralmente do assunto. Veja:
Lei nº 4.898/1965:
Art. 3º: Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
a) à liberdade de locomoção; b) à inviolabilidade do 
domicílio; c) ao sigilo da correspondência; d) à liberdade de 
consciência e de crença; e) ao livre exercício do culto religioso; 
f) à liberdade de associação; g) aos direitos e garantias legais 
assegurados ao exercício do voto; h) ao direito de reunião; i) à 
incolumidade física do indivíduo; j) aos direitos e garantias legais 
assegurados ao exercício profissional. 
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade 
individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder; 
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a 
constrangimento não autorizado em lei; c) deixar de comunicar, 
imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de 
qualquer pessoa; d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de 
prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada; e) levar à 
prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, 
permitida em lei; f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade 
policial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra 
despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer 
quanto à espécie quer quanto ao seu valor; g) recusar o carcereiro 
ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida 
a título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra 
despesa; h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa 
natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de 
poder ou sem competência legal; i) prolongar a execução de 
prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando 
de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente 
ordem de liberdade
e) Abandono de função
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos 
em lei:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de 
fronteira:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
O abandono se dá fora dos casos previstos em lei, pois se 
previstos não configurará crime.
É um delito omissivo, logo não admite tentativa
f) Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolon-
gado
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de 
satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem 
autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, 
removido, substituído ou suspenso:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
g) Violação de sigilo funcional
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo 
e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato 
não constitui crime mais grave.
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000)
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e 
empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas 
não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da 
Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração 
Pública ou a outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000)
É crime subsidiário. O segredo deve ser funcional, ou seja, 
em razão do cargo que ocupa.
Se esse segredo for utilizado para divulgar, indevidamente, 
com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a 
credibilidade do certame publico, será o crime do art. 311-A .
h) Violação do sigilo de proposta de concorrência
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência 
pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
i) Tráfico de Influência 
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para 
outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de 
influir em ato praticado por funcionário público no exercício da 
função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação 
dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o 
agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao 
funcionário. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995)
O crime muito se assemelha ao estelionato, porque é a 
obtenção de uma vantagem indevida enganando uma pessoa, mas 
antes de configurar crime contra patrimônio, sobreleva o interesse 
publico, vez que o agente finge que esta vantagem será revertida 
pra um agente público.
Um exemplo comum é o despachante, que pede dinheiro ao 
motorista, fingindo que este será revertido pra obter beneficio 
perante o DETRAN.
Essa influência alegada deve ser falsa. Se for verdadeira 
poderá configurar outros crimes, como corrupção ativa.
j) Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência
Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública 
ou venda em hasta pública, promovida pela administração federal, 
estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou 
procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, 
grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da 
pena correspondente à violência.
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de 
concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida.
Didatismo e Conhecimento 6
DIREITO PENAL
k) Inutilização de edital ou de sinal
Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou 
conspurcar edital afixado por ordem de funcionário público; 
violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação 
legal ou por ordem de funcionário público, para identificar ou 
cerrar qualquer objeto:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
l) Subtração ou inutilização de livro ou documento
Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro 
oficial, processo ou documento confiado à custódia de funcionário, 
em razão de ofício, ou de particular em serviço público:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui 
crime mais grave.
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos 
penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, 
exerce cargo, emprego ou função pública.
Repare que o conceito penal de funcionário público é 
ampliativo, já que o funcionário público do CP equivale ao agente 
público do direito administrativo. A preocupação do direito penal é 
a função pública, independente de quem a realiza, por exemplo, o 
jurado que – enquanto jurado – recebeu dinheiro pra votar a favor 
de alguém pratica corrupção passiva. 
O §1º do artigo supracitado traz o funcionário por equiparação:
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, 
emprego ou função em entidade paraestatal, equem trabalha 
para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada 
para a execução de atividade típica da Administração Pública. 
1.3. Crimes em Espécie: 
I. Pontos comuns a todos os delitos praticados por fun-
cionário público contra a Administração Pública:
a) Bem Jurídico Tutelado:
Todos protegem a Administração Pública
b) Sujeito Ativo:
Sempre será o funcionário Público, que é elementar do crime, 
logo se comunica.
c) Sujeito Passivo:
Sempre o Estado e indiretamente o particular lesado, se houver
d) Elemento Subjetivo:
Dolo
e) Tentativa
Sempre admissível nos crimes comissivos, mas não nas 
formas omissivas.
f) Resultado/Vantagem:
Independe de resultado, do efetivo proveito ou vantagem. 
Somente a configuração da conduta descrita no artigo já configura 
o crime. 
Cuidado, no delito de Emprego irregular de verbas ou rendas 
públicas o crime é dar destinação diversa, logo se não for dada tal 
destinação será mera tentativa
g) Ação Penal:
Será Pública Incondicionada
II. Peculato
O peculato pode ser:
a) Doloso:
O doloso se subdivide em Peculato-Apropriação (caput, 
1ª parte), Peculato-Desvio (caput, 2ª parte), ambos conhecidos 
como peculato próprio, e Peculato-Furto (§1º), conhecido como 
peculato impróprio. 
b) Culposo:
O peculato culposo está no art. 312, §2º. 
 § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime 
de outrem:
 Pena - detenção, de três meses a um ano.
 § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, 
se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se 
lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
São requisitos cumulativos:
	 Conduta culposa do funcionário público.
	 Prática de crime por terceiro aproveitando-se da facili-
dade proporcionada pelo funcionário público.
c) Peculato mediante erro de outrem:
No artigo 313, há o peculato mediante erro de outrem, também 
conhecido como Peculato-Estelionato.
 Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade 
que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
d) Peculato-Eletrônico:
No artigo 313-A, há o conhecido como Peculato-Eletrônico. 
 Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a 
inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados 
corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Ad-
ministração Pública com o fim de obter vantagem indevida para 
si ou para outrem ou para causar dano:
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
 Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de 
informações ou programa de informática sem autorização ou so-
licitação de autoridade competente: 
 Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até 
a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a 
Administração Pública ou para o administrado. 
e) Características:
Veja as características próprias do peculato:
•	 Objeto Jurídico
É a Administração Pública, pode ter cunho Material 
(preservação do erário) e Moral (lealdade e probidade dos agentes).
Há o peculato-malservação, quando o bem particular está sob 
a guarda do estado, por exemplo, carro apreendido.
•	 Objeto Material:
É a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa. 
Estão expressamente excluídos do art. 312 os bens imóveis. Pode 
ser objeto:
	Dinheiro: nacional ou estrangeiro
Didatismo e Conhecimento 7
DIREITO PENAL
	 Bem móvel: cuidado, a prestação de serviços não é bem 
móvel, assim, utilizar mão de obra pública para fins particulares, 
por exemplo, não caracteriza peculato. Isso configura um ato de 
improbidade administrativa. Se quem fizer isso for prefeito será 
um crime específico, o art. 1º, da Decreto 201/67.
f) Pressupostos do Peculato:
São eles:
•	 Posse lícita de bem pela Administração Pública em ra-
zão da função pública
•	 Crime praticado aproveitando-se das facilidades pro-
porcionadas pela função pública.
A pessoa deve se aproveitar das vantagens da função. Um 
promotor que pega escondido um dinheiro do cartório porque tem 
a chave da Vara é uma coisa, mas se o promotor arromba o fórum, 
quebra janela, igual qualquer um faria, não é peculato. 
g) Peculato Próprio:
São os peculatos apropriação e desvio. Eles são peculatos 
próprios, mas crimes funcionais impróprios (excluindo a condição 
de funcionário público subsiste o crime de apropriação indébita).
 Art. 312 - APROPRIAR-SE o funcionário público de di-
nheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particu-
lar, de que tem a posse em razão do cargo, ou DESVIÁ-LO, EM 
PROVEITO PRÓPRIO OU ALHEIO:
 Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
O núcleo do tipo da primeira parte é APROPRIAR-SE, ou 
seja, comportar-se como dono. Da segunda parte é DESVIAR, ou 
seja, dar destino diverso. 
Este desvio deve se dar em proveito próprio ou alheio. Este 
proveito pode ser material ou moral.
Se a coisa for desviada em proveito da própria administração 
pública, não há peculato, mas sim estará caracterizado o art. 315 
do Código Penal.
h) Peculato Impróprio – Peculato Furto:
É também um crime funcional impróprio (se faltar a condição 
de funcionário será desclassificado para furto)
Art. 312, § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário 
público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o 
subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito pró-
prio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a 
qualidade de funcionário.
Ele possui duas modalidades:
•	 Subtrair:
Subtrair é tirar da posse da administração, é invertê-la. A 
grande diferença pro peculato próprio é que ele não tem a posse do 
bem, ele se aproveita da sua posição para subtraí-la.
O funcionário público é o executor direto da subtração
•	 Concorrer para subtração:
Aqui o funcionário não subtrai o bem, ele concorre 
dolosamente para a subtração. É um crime de concurso necessário, 
ou seja, devem existir ao menos duas pessoas.
Se a pessoa concorrer culposamente (por exemplo, o 
funcionário negligente deixa a porta aberta), ele responderá 
por peculato culposo e o particular por furto. Neste caso não há 
concurso de pessoas, pela ausência do vínculo subjetivo.
i) Observações quanto ao peculato doloso:
•	 Sujeito Ativo e Passivo:
Quanto ao sujeito ativo o peculato é crime próprio ou especial. 
Ele é compatível com concurso de pessoas.
Cuidado, prefeito só pode praticar peculato-furto, ele não 
pratica peculato-apropriação nem peculato-desvio. Isso porque as 
condutas peculato-apropriação e peculato-desvio caracterizam um 
crime específico do art. 1º, inciso I, do Decreto Lei 201/67, já em 
relação ao peculato-furto, não existe figura equivalente.
O sujeito passivo imediato é o Estado, mas pode haver ainda 
o sujeito Mediato, que é a pessoa que se prejudica com a conduta.
•	 Elemento Subjetivo:
É o dolo. 
Acerca da finalidade específica ela não existe na apropriação 
(basta o dolo de se apropriar), já no peculato-desvio e no peculato-
furto exige-se uma finalidade específica, qual seja, o proveito 
próprio ou alheio. 
Acerca do peculato de uso há duas posições: uma corrente crê 
que sim, pois houve ofensa à moralidade administrativa e a outra 
que o peculato de uso não é crime. A segunda é a posição do STJ. 
•	 Consumação
O peculato doloso, em todas as suas modalidades, é crime 
material, ou causal. Isso porque ele depende do resultado 
naturalístico. 
Para o STF o peculato dispensa (prescinde) do lucro do agente. 
A reparação do dano no peculato doloso não extingue a 
punibilidade, mas pode caracterizar arrependimento posterior ou 
tão somente uma atenuante genérica.
•	 Tentativa:
É um crime plurissubsistente (é possível fracionar o iter 
criminis, logo cabe tentativa).
•	 Ação Penal:
É públicaincondicionada.
Veja que é crime de elevado potencial ofensivo, que são 
aqueles incompatíveis com os benefícios da lei 9.099/95.
III. Corrupção Passiva 
Art. 317 – Solicitar* ou receber, para si ou para outrem, 
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de 
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida**, ou aceitar 
promessa de tal vantagem .
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
Mais uma vez a condição de funcionário público é elementar 
do crime, como todos os outros delitos praticados por funcionário 
público contra a adm. Pública
Observe que a vantagem deve ser indevida, o que é 
fundamental pra configuração desse crime. Essa vantagem pode 
ser qualquer uma, favores, dinheiro, vantagem sexual, ou qualquer 
outra.
A vantagem deve, ainda, ser para si ou para outrem, pois se for 
pra Administração, por exemplo, não configura este crime.
a) Corrupção ativa x passiva:
A corrupção passiva ocorre quando o agente público pede 
uma propina ou qualquer outra coisa para fazer ou deixar de 
fazer algo (PARTE DO FUNCIONÁRIO). Já a corrupção ativa 
ocorre quando alguém oferece alguma coisa (normalmente, mas 
não necessariamente, dinheiro ou um bem) para que um agente 
público faça ou deixe de fazer algo que não deveria (É PARA O 
FUNCIONÁRIO). 
Didatismo e Conhecimento 8
DIREITO PENAL
Não exige a corrupção passiva pra caracterizar a passiva na 
modalidade solicitar, mas é possível que ambas as partes cometam 
o crime. 
b) Causa de aumento de pena
 § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência 
da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de 
praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever 
funcional.
c) Figura Privilegiada
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda 
ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido 
ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa (Infração 
de menor potencial ofensivo).
A pena é menor se o funcionário está cedendo a influencia de 
outra pessoa.
IV - Emprego Irregular de Verbas ou Rendas Públicas
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa 
da estabelecida em lei:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS PÚBLICAS
Objeto material: 
Verbas públicas (montante em dinheiro previsto em lei 
orçamentária com o fim de saldar serviço público ou atividade 
de interesse público) e rendas públicas (valores arrecadados pela 
Fazenda Pública).
Objeto jurídico: 
É a Administração Pública.
Núcleo do Tipo Penal: 
“Dar”: no sentido de destinar as verbas públicas à finalidade 
diversa da prevista em lei.
Sujeito Ativo: 
É o funcionário público.
Sujeito Passivo: 
Diretamente é o Estado e indiretamente a pessoa física ou 
jurídica lesada pela conduta criminosa.
Elemento subjetivo: 
É o dolo, não se admitindo modalidade culposa.
Consumação: 
Consuma-se com a simples aplicação indevida das verbas e 
rendas públicas.
Tentativa: 
É possível.
Exemplos:
Atualmente, é muito comum vermos notícias a respeito do 
destino diverso no qual possui as verbas e rendas públicas. Mas 
a título de exemplo, imagine que o Prefeito do Município X 
receba verba do Governo do Estado Y para investir na reforma 
de uma escola pública. Então, ao invés de executar a obra pública 
predestinada, dispõe todo o dinheiro para a reforma de seu gabinete 
da prefeitura.
VI - Concussão:
 Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indireta-
mente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em 
razão dela, vantagem indevida:
 Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Observe que a concussão exige, ela é mais séria, enquanto 
na Corrupção Passiva o funcionário solicita, recebe ou aceita. A 
concussão é uma extorsão com abuso de autoridade.
A concussão prevê o Excesso de Exação:
 § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social 
que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega 
na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: 
 Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
Cuidado com uma pegadinha muito recorrente em concurso: O 
STJ e o STF já decidiram que custas e emolumentos têm natureza 
tributária, de modo que configura o excesso de Exação!
No §2º, por sua vez, o agente pega pra ele o que ele 
arbitrariamente exigiu como se fosse pra recolher pra cofres públicos
 § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de 
outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres 
públicos:
 Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
a) Facilitação de contrabando ou descaminho
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática 
de contrabando ou descaminho (art. 334):
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
IV. Prevaricação:
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar*, indevidamente, 
ATO DE OFÍCIO, ou praticá-lo contra disposição expressa de 
lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Didatismo e Conhecimento 9
DIREITO PENAL
É ato omissivo, que não admite tentativa.
Aqui não se exige ou solicita nada de ninguém. O funcionário 
simplesmente deixa de fazer o que deveria ou faz indevidamente, 
pra seu proveito pessoal.
Deve ser ATO DE OFÍCIO, ou seja, deve ser ofício, função, 
daquele funcionário. 
Há, ainda, a figura do artigo 319, que assim prevê:
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente 
público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a apa-
relho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação 
com outros presos ou com o ambiente externo: 
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano (Infração de 
Menor Potencial Ofensivo).
b) Condescendência criminosa
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de 
responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício 
do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao 
conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
É um crime omissivo, logo inadmissível a tentativa.
A pena é branda porque é um crime com um objetivo altruísta, 
mas deve prevalecer o interesse publico.
c) Advocacia administrativa
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse 
privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade 
de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
O funcionário público se vale desta condição pra favorecer 
o interesse de uma pessoa, usando de seus contatos e acesso a 
informações. A pena aumenta se o interesse é ilegítimo
d) Violência arbitrária
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a 
pretexto de exercê-la:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena 
correspondente à violência.
A Lei nº 4.898/1965 traz os crimes que constituem abuso de 
autoridade. Para maioria da doutrina, o art. 322, CP, foi revogado 
pela lei específica, que trata integralmente do assunto. Veja:
Lei nº 4.898/1965:
Art. 3º: Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
a) à liberdade de locomoção; b) à inviolabilidade do 
domicílio; c) ao sigilo da correspondência; d) à liberdade de 
consciência e de crença; e) ao livre exercício do culto religioso; 
f) à liberdade de associação; g) aos direitos e garantias legais 
assegurados ao exercício do voto; h) ao direito de reunião; i) à 
incolumidade física do indivíduo; j) aos direitos e garantias legais 
assegurados ao exercício profissional. 
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade 
individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder; 
b) submeter pessoa sob sua guardaou custódia a vexame ou a 
constrangimento não autorizado em lei; c) deixar de comunicar, 
imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de 
qualquer pessoa; d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de 
prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada; e) levar à 
prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, 
permitida em lei; f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade 
policial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra 
despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer 
quanto à espécie quer quanto ao seu valor; g) recusar o carcereiro 
ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida 
a título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra 
despesa; h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa 
natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de 
poder ou sem competência legal; i) prolongar a execução de 
prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando 
de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente 
ordem de liberdade
e) Abandono de função
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos 
em lei:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de 
fronteira:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
O abandono se dá fora dos casos previstos em lei, pois se 
previstos não configurará crime.
É um delito omissivo, logo não admite tentativa
f) Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolon-
gado
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de 
satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem 
autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, 
removido, substituído ou suspenso:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
g) Violação de sigilo funcional
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo 
e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato 
não constitui crime mais grave.
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000)
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e 
empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas 
não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da 
Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração 
Pública ou a outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000)
É crime subsidiário. O segredo deve ser funcional, ou seja, 
em razão do cargo que ocupa.
Se esse segredo for utilizado para divulgar, indevidamente, 
com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a 
credibilidade do certame publico, será o crime do art. 311-A .
h) Violação do sigilo de proposta de concorrência
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência 
pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
Didatismo e Conhecimento 10
DIREITO PENAL
V. Tabela Comparativa:
Observe uma tabela comparativa para melhor compreensão do 
assunto como um todo:
2. DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR 
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
2.1. Pontos Comuns:
a) Bem Jurídico Tutelado:
Protege a Administração Pública, sua moralidade e autoridade. 
b) Sujeito Ativo:
Qualquer pessoa, inclusive funcionário público afastado. São 
crimes comuns. Pode ser, ainda, o funcionário público que age sem 
estar no exercício da função pública ou sem estar em razão dela.
c) Sujeito Passivo:
É o Estado, a Administração em geral.
d) Elemento Subjetivo:
É o Dolo
e) Tentativa
É possível nos crimes comissivos. No crime de desobediência, 
se a ofensa do desacato for oral, impossível a tentativa.
f) Resultado/Vantagem:
Não é necessário atingir o fim ou obter vantagem, basta a ação 
prevista no artigo
g) Ação Penal:
A ação penal é Pública Incondicionada.
2.2. Crimes em Espécie:
I. Usurpação de função pública
 Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
 Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
 Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:
 Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
A ação aqui é exercer atividade pública pela qual não foi 
nomeado ou designado. Para consumar a pessoa deve realizar um 
ato fora de função
Se a pessoa entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas 
as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois 
de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou 
suspenso, será o delito de “Exercício funcional ilegalmente antecipado 
ou prolongado”, previsto no art. 324.
Na forma qualificada a pessoa deve auferir vantagem.
II. Desobediência
 Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário pú-
blico:
 Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
 Desacato
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da fun-
ção ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Mesmo desacatando uma pessoa específica, o Sujeito Passivo 
ainda é o Estado. Aqui o ato é desobedecer ato de autoridade 
pública.
Pode ser comissivo (fugindo, por exemplo) ou omissivo 
(deixando de fazer algo determinado pela autoridade).
É necessário que aja uma ordem de autoridade competente 
para tanto e que esta ordem seja desrespeitada.
III. Quadro comparativo Desacato, Resistencia e desobe-
diência. 
A desobediência é o simples não cumprimento, é a inércia 
perante a ordem judicial ou seu descumprimento.
Na Resistência o agente se opõe mediante força. Aqui há 
uma violência e uma ameaça. É um crime agressivo.
Justamente por tal motivo, as penas do delito de Resistência 
são aplicáveis em concurso com as correspondentes à violência, 
conforme art. 329, §2º.
O desacato, por sua vez, é o desrespeito moral ao Funcionário. 
Se praticado o desacato e a resistência o desacato fica absorvido 
pela resistência. O desacato não é só verbal. Pode se fazer um 
gesto, como um sinal indecoroso, ou uma ação, como cuspir na 
face de um oficial.
Para ter dolo o agente deve saber se tratar de funcionário 
público. Caso contrário poderá configurar outro crime, como a 
injúria ou difamação, por exemplo.
Se a ofensa do desacato for oral, impossível a tentativa.
O delito de resistência prevê, ainda, uma qualificadora:
Art. 329, § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se exe-
cuta: 
Pena - reclusão, de um a três anos.
IV. Corrupção ativa
 Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a fun-
cionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retar-
dar ato de ofício:
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Re-
dação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
Didatismo e Conhecimento 11
DIREITO PENAL
 Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em 
razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite 
ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
Como visto nos outros crimes, a vantagem deve ser indevida. 
Esta vantagem deve ser, ainda, para determiná-lo a praticar, 
omitir ou retardar ato de ofício. Ela pode ser de qualquer forma, 
financeira, favores, sexual, dentre outros.
Não é exigível a reparação do dano, pois essa será feita pelo 
Funcionário Público responsável pela corrupção passiva e não 
pelo sujeito ativo do crime de corrupção ativa.
III - DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA 
JUSTIÇA
 
1. Aspectos Comuns
a) Bem Jurídico Tutelado:
É a credibilidade da Justiça. Quando um preso foge,além de 
um problema pra aquele caso abala-se a moralidade do sistema 
judiciário
b) Sujeito Ativo:
Qualquer pessoa, funcionário público ou não. Pode, inclusive, 
ser o próprio Juiz, nos casos em que é possível.
Há algumas exceções de delitos que somente uma pessoa 
específica pode ser sujeito ativo, ou seja, são delitos próprios. São 
eles:
•	 Em Falso Testemunho e Perícia, só pode ser testemunha, 
perito, contador, tradutor ou intérprete
•	 Na evasão mediante violência contra a pessoa e no mo-
tim de presos somente os próprios presos poderão cometê-lo.
•	 No Patrocínio Infiel, Patrocínio simultâneo ou tergiver-
sação e Sonegação de papel ou objeto de valor probatório, somente 
o advogado e estagiário de advocacia poderão fazê-lo.
c) Sujeito Passivo:
É o Estado
d) Elemento Subjetivo:
É o Dolo
e) Tentativa
É plenamente possível nos crimes comissivos.
No delito de Falso Testemunho não é possível, porque é 
unisubsistente, salvo se o testemunho for escrito
f) Resultado/Vantagem:
Não é necessário, em geral, a consumação do efetivo prejuízo, 
bastando a conduta descrita no caput. No caso de Patrocínio Infiel, 
contudo, o prejuízo faz-se necessário.
g) Ação Penal:
Será pública incondicionada, exceto no delito de exercício 
arbitrário das próprias razões, quando, se não há emprego de 
violência, somente se procede mediante queixa.
2. Crimes em espécie
Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência
Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública 
ou venda em hasta pública, promovida pela administração federal, 
estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou 
procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, 
grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da 
pena correspondente à violência.
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de 
concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida.
k) Inutilização de edital ou de sinal
Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou 
conspurcar edital afixado por ordem de funcionário público; violar 
ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal 
ou por ordem de funcionário público, para identificar ou cerrar 
qualquer objeto:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
l) Subtração ou inutilização de livro ou documento
Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro 
oficial, processo ou documento confiado à custódia de funcionário, 
em razão de ofício, ou de particular em serviço público:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui 
crime mais grave.
2.1. Denunciação Caluniosa:
Art. 339. Dar causa* à instauração de investigação policial, 
de processo judicial, instauração de investigação administrativa, 
inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra 
alguém, imputando-lhe crime de que o SABE inocente: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Causas de Aumento e Diminuição:
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve 
de anonimato ou de nome suposto.
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de 
prática de contravenção.
A denunciação caluniosa deve ser espontânea. Se o réu ou 
testemunha estão em meio a seu depoimento e denunciam alguém 
no calor de suas falas, ou na resposta das perguntas efetuadas pelas 
partes, não será denunciação caluniosa, todavia poderá configurar 
calúnia ou falso testemunho
Consuma-se com a ação da autoridade competente, dando 
qualquer passo que seja ao início do procedimento investigativo. 
Não necessariamente tal procedimento precisa ser efetivamente 
instaurado, mas basta que a Autoridade Judiciária comece a se 
movimentar para tanto, não importando, ainda, se ele culmina com 
um atestado de inocência ou não.
Lembre-se que é um delito contra a administração da Justiça, de 
modo que seu objetivo é utilizar o sistema punitivo indevidamente. 
É diferente da calúnia pois o objetivo aqui não é somente macular 
a honra da pessoa, mas sim macular a integridade da Justiça, 
instaurando um procedimento investigativo desnecessário.
O delito possui, assim, um especial fim de provocar ação da 
autoridade competente, seja policial ou judiciária. 
2.2. Comunicação falsa de crime ou de contravenção
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe 
a ocorrência de crime ou de contravenção que SABE não se ter 
verificado:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa (Infração de 
Menor Potencial Ofensivo).
Na comunicação falsa de crime não se comunica que 
ALGUÉM praticou crime, como na denunciação caluniosa, mas 
sim falsamente que um CRIME foi praticado, independente do 
suposto agente delitivo.
O Elemento Subjetivo, mais uma vez, é o especial fim de 
provocar ação da autoridade.
Da mesma forma, consuma-se com a ação da autoridade 
competente, iniciando quaisquer atos do procedimento 
investigativo.
Didatismo e Conhecimento 12
DIREITO PENAL
2.3. Autoacusação falsa:
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime 
inexistente OU praticado por outrem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa 
(Infração de Menor Potencial Ofensivo).
Neste delito não é necessária a ação da autoridade competente. 
Muitos doutrinadores afirmam que se a pessoa se autoacusa para 
ajudar ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, 
fica isento de pena, com fundamento em uma aplicação analógica 
do art. 348, §2º, CP .
2.4. Falso testemunho ou falsa perícia
 Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade 
como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em 
processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em 
juízo arbitral:(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
 Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
 § 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o 
crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim 
de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, 
ou em processo civil em que for parte entidade da administração 
pública direta ou indireta.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 
28.8.2001)
 § 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no 
processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara 
a verdade.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
A testemunha, por óbvio, não é obrigada a se autoincriminar, 
porque ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo.
Para sua consumação basta a potencialidade lesiva do falso, 
não necessitando que ele interfira de fato no processo
2.5. Corrupção ativa de testemunha, perito, contador, tra-
dutor ou intérprete
 Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer 
outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou 
intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade 
em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação: 
(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
 Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação 
dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
 Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um 
terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada 
a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que 
for parte entidade da administração pública direta ou indireta. 
(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
2.6. Outros delitos
a) Coação no curso do processo
 Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de 
favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, 
ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir 
em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo 
arbitral:
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena 
correspondente à violência.
b) Exercício arbitrário das próprias razões
 Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, parasatisfazer 
pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:
 Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além 
da pena correspondente à violência.
 Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente 
se procede mediante queixa.
A pessoa crê ter pretensão legítima, mas ao invés de procurar 
o Poder Judiciário ela faz justiça com as próprias mãos, como, por 
exemplo, o credor em face de devedor.
Se não há emprego de violência, a ação penal será privada.
c) Subtração ou dano de coisa própria em poder de ter-
ceiro:
 Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, 
que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou 
convenção:
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Se for coisa alheia será furto ou dano e não o delito do art. 
346. Aqui a coisa é própria.
d) Fraude processual
 Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo 
civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, 
com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
 Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
 Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito 
em processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se 
em dobro.
Muda-se o local, a coisa ou a pessoa, para induzir a erro o 
Juiz ou Perito, na pendência de processo civil ou administrativo. 
Se em processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se 
em dobro.
e) Favorecimento pessoal
 Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública 
autor de crime a que é cominada pena de reclusão:
 Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
 § 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
 Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
 § 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, 
cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.
O objetivo é ajudar o autor do crime.
f) Favorecimento real
 Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria 
ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito 
do crime:
 Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
O objetivo é assegurar o proveito do crime. Não se configura 
se a pessoa á coautora ou está receptando o bem.
 Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou 
facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, 
de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento 
prisional. (Incluído pela Lei nº 12.012, de 2009).
 Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído 
pela Lei nº 12.012, de 2009).
g) Exercício arbitrário ou abuso de poder
 Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de liberdade 
individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder:
 Pena - detenção, de um mês a um ano.
 Parágrafo único - Na mesma pena incorre o funcionário 
que:
 I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a 
estabelecimento destinado a execução de pena privativa de 
liberdade ou de medida de segurança;
 II - prolonga a execução de pena ou de medida de 
segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de 
executar imediatamente a ordem de liberdade;
 III - submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a 
vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;
Didatismo e Conhecimento 13
DIREITO PENAL
 IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência.
Pra grande parte da doutrina já foi revogado pela Lei 4898/65, 
já vista no delito de Violência Arbitrária.
h) Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de se-
gurança
 Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente 
presa ou submetida a medida de segurança detentiva:
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
 § 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de 
uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão, 
de dois a seis anos.
 § 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se 
também a pena correspondente à violência.
 § 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime 
é praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso 
ou o internado.
 § 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da 
custódia ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três meses 
a um ano, ou multa.
i) Evasão mediante violência contra a pessoa
 Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o 
indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando 
de violência contra a pessoa:
 Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena 
correspondente à violência.
É crime próprio!
j) Arrebatamento de preso
 Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de 
quem o tenha sob custódia ou guarda:
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena 
correspondente à violência.
Só pode praticá-lo que tem o preso sob sua custódia ou guarda.
k) Motim de presos
 Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou 
disciplina da prisão:
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena 
correspondente à violência.
É crime próprio!
l) Patrocínio infiel
 Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, 
o dever profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em 
juízo, lhe é confiado:
 Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Só advogados e estagiários de advocacia podem fazê-lo
Cuidado, deve haver dolo: vontade e livre e consciente de 
prejudicar o cliente. O mero esquecimento de prazo recursal, por 
exemplo, não configura o crime
Consuma-se com o prejuízo. 
m) Patrocínio simultâneo ou tergiversação
 Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado 
ou procurador judicial que defende na mesma causa, simultânea 
ou sucessivamente, partes contrárias.
n) Sonegação de papel ou objeto de valor probatório
 Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de 
restituir autos, documento ou objeto de valor probatório, que 
recebeu na qualidade de advogado ou procurador:
 Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
É crime próprio!
o) Exploração de prestígio
 Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra 
utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério 
Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou 
testemunha:
 Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
 Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o 
agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se 
destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.
Muito similar ao tráfico de influencia, pois a pessoa finge que 
vai conseguir uma vantagem com juiz, jurado, órgão do Ministério 
Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou 
testemunha e cobra pra isso 
Muito comum em advogados, mas qualquer um poderá 
cometer o crime.
p) Violência ou fraude em arrematação judicial
 Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação 
judicial; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, 
por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de 
vantagem:
 Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da 
pena correspondente à violência.
 Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão 
de direito
 Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou 
múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial:
 Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
QUESTÕES:
01 - (SEFAZ/PB - AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS 
ESTADUAIS – FCC/2006) O autor de crime envolvendo licita-
ção ou contrato administrativo
 a) não está sujeito à perda de mandato eletivo.
 b) é equiparado a servidor público se exercer cargo em enti-
dade paraestatal, excluídas as fundações.
 c) terá a pena aumentada da terça parte se ocupante de cargo 
em comissão em órgão da Administração Direta.
 d) apenas perderá a função se o delito for praticado em detri-
mento da União.
 e) só pode perdero cargo na hipótese de delito consumado.
RESPOSTA: C
02 - (PM/MG – OFICIAL DA POLÍCIA MILITAR – FU-
MARC/2011) Os crimes contra a Administração Pública possuem 
características próprias, seja pela qualidade da(s) vítima(s), seja 
pela qualidade do(s) autor(es) ou do(s) objeto(s) ou resultado(s) 
atingido(s). O peculato é um dos delitos contra a Administração Pú-
blica. Nesse sentido, é necessário saber que
 a) a apropriação de bem, dinheiro ou valor é essencial para 
confguração do crime, por se tratar de crime de mero resultado.
 b) normalmente não se sempre opera a extinção da punibilida-
de se o agente ativo reparar imediatamente o dano, antes da sentença 
condenatória.
 c) os bens ou valores obtidos como vantagem devem pertencer 
à Administração Pública, caso contrário o delito praticado é o furto 
ou o roubo.
 d) pode ocorrer na modalidade culposa quando o a conduta 
do servidor público concorrer com a do agente ativo, ainda que o 
resultado não tenha ocorrido. 
RESPOSTA: B
Didatismo e Conhecimento 14
DIREITO PENAL
Comentário: A pergunta foi mal formulada e está confusa, mas 
o examinador quis que o aluno soubesse que não se opera a extinção 
em todos os casos, mas tão somente na forma culposa.
03 - (TJ/MG – TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E 
DE REGISTROS - CRITÉRIO REMOÇÃO – FUMARC/2012) 
Concernente ao crime de concussão (art. 316, caput, CP), é correto 
o que se afirma, EXCETO em: 
 a) O crime de concussão não admite a modalidade culposa. 
 b) O crime de concussão se consuma no momento em que o 
funcionário público recebe a vantagem indevida por ele exigida. 
 c) O particular que cede à exigência financeira praticada pelo 
funcionário público e entrega-lhe a vantagem inde- vida não é res-
ponsabilizado pelo direito penal brasileiro.
 d) No caso de concurso de pessoas, o particular responderá 
pelo crime de concussão, desde que tenha conhecimento da condi-
ção de funcionário público do autor.
RESPOSTA: B
04 - (PC-CE – INSPETOR DE POLÍCIA - CESPE/2012) 
Em relação aos crimes contra a administração pública, julgue o item 
abaixo. Praticará o crime de prevaricação a autoridade adminis-
trativa que, ao tomar conhecimento de irregularidades no serviço 
público, não proceder à sua apuração ou deixar de comunicá-la à 
autoridade que tiver competência para promover os atos apuratórios.
RESPOSTA: ERRADA
05 – (TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – 
VUNESP/2013) Recentemente um novo delito que lesa a fé pública 
foi incluí do no Código Penal. Assinale a alternativa que traz o no-
men iuris desse crime.
 a) Emprego irregular de verbas ou rendas públicas.
 b) Fraudes em certame de interesse público.
 c) Falsa identidade.
 d) Inserção de dados falsos em sistemas de informações.
 e) Modificação ou alteração não autorizada de sistema de in-
formações.
RESPOSTA: B
06 – (TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – 
VUNESP/2013) Os crimes de falsificação de documento público e 
de prevaricação têm em comum:
 a) apresentarem mais de uma conduta prevista no tipo.
 b) admitirem a punição também na modalidade culposa.
 c) ambos serem punidos com penas de detenção e multa.
 d) a qualificadora, tratando-se de crime praticado para satisfa-
zer interesse pessoal.
 e) o fato de somente poderem ser praticados por funcionário 
público.
RESPOSTA: A
07 – (TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – 
VUNESP/2013) Em relação ao crime de peculato, é correto afirmar:
 a) a modalidade culposa é admitida por expressa previsão legal.
 b) a reparação do dano, no peculato culposo, se feita após a 
sentença irrecorrível, extingue a punibilidade.
 c) a reparação do dano, no peculato culposo, se feita antes da 
sentença irrecorrível, reduz a pena.
 d) em recente alteração, as penas foram elevadas para reclusão 
de quatro a doze anos e multa.
 e) trata-se de um delito que pode ser praticado por qualquer 
pessoa.
RESPOSTA: A
08 – (TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO 
– VUNESP/2012) O crime de “petrechos de falsificação” (CP, art. 
294), por expressa disposição do art. 295 do CP, tem a pena aumen-
tada de sexta parte se o agente
 a) é funcionário público.
 b) é funcionário público, e comete o crime, prevalecen do- se 
do cargo.
 c) tem intuito de lucro.
 d) confecciona documento falso hábil a enganar o ho mem mé-
dio.
 e) causa, com sua ação, prejuízo ao erário público.
RESPOSTA: B
09 – (TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – 
VUNESP/2012) O crime de falsificação de documento público, do 
art. 297 do CP,
I. configura- se apenas se a falsificação é total, ou seja, a mera 
alteração de documento público verdadeiro não constitui crime;
II. também se configura se o documento trata- se de testa mento 
particular;
III. também se configura se o documento trata- se de livro mer-
cantil.
É correto, apenas, o que se afirma em
 a) III.
 b) II e III.
 c) II.
 d) I e II.
 e) I.
RESPOSTA: B
10 – (TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – 
VUNESP/2012) A conduta do funcionário público que, antes de 
assumir a função, mas em razão dela, exige para outrem, indireta-
mente, vantagem indevida
 a) configura crime de corrupção passiva
 b) não configura crime algum, pois o fato ocorre antes de 
assumir a função.
 c) configura crime de corrupção ativa.
 d) configura crime de concussão.
 e) não configura crime algum, pois a exigência é indireta e 
para outrem.
RESPOSTA: D

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