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PLANTAS TÓXICAS
Universidade Federal Rural Do Rio De Janeiro – Campus Seropédica
Medicina Veterinária - Jeferson Bruno Da Silva – Matrícula: 201406074-4
Plantas que afetam o funcionamento do coração
Alguns agentes podem desencadear lesões com sintomatologia lenta ou não. Sinais de problema no coração: cansaço (má oxigenação do sangue, muitas vezes leva a uma congestão no pulmão que dificulta a hematose), edema na região esternal (bovino), edema nos edemas (humanos), ascite. Existem sinais que só ocorrem em doenças crônicas e alguns somente em doenças agudas/superagudas. Dependendo da planta os animais podem morrer muito rápido ou não.
Plantas Cardiotóxicas - Como desconfiar/suspeitar/investigar lesão cardíaca?
Armas (meios):
a) Histórico (agudo, sup, sub, crônica)
b) Inspeção
c) Exame clínico (auscultação, percussão, etc)
d) Exames complementares (RX, US, etc)
Particularidades por espécie: Hidrotórax (gato), prepúcio (cavalo), esterno (bovino), membros(humanos)
Causas: Substâncias tóxicas, Deficiência nutricional, Vírus e outros
Insuficiência cardíaca (IC): como detectar insuficiência cardiaca de etiologias diversas
- Inspeção (fraqueza, edemas, congestão vascular, estertores, dif resp, cianose, pulso venoso, tosse, abd volumoso)
- Auscultação ( arritmias, sopros, ruídos por fricção, sons abafados, som de líquidos)
- Palpação e percussão (aumento da área cardíaca - difícil percepção frêmito, pulso/prova de estase)
OBS.: Pulso/prova de estase - a Veia Jugular por exemplo não pode pulsar, se está pulsando é um refluxo através da veia, indica problema sério do coração - pulso venoso positivo.
a) Insuficiencia cardíaca aguda (ICA):
- Veia jugular ingurgitada
- Morte súbita (superaguda)/síncope, há plantas que faz com que morra com uma rapidez muito grande. 
- Pulso venoso positivo
- Cansaço/adinamia/resistênciaà movimentação
- Dispnéia, tosse e cianose (coração direito)
b) Insuficiência cardíaca crônica (ICC): quadro semelhante acrescido de
- Edemas subcutâneos, cavitários e alterações secundárias
- Vasos episclerais ingurgitados
Plantas que causam morte súbita (intoxicação superaguda sem alterações morfológicas significativas no coração)
Rubiaceae: Palicourea marcgravii (alta toxidez e excelente palatabilidade, gado adora); P. aeneofusca, P juruana, P grandiflora.
Bignoniaceae: Arrabidaea bilabiata, A japurensis, Pseudocalymma elegans
Malpighiaceae: Mascagnia rigida, M elegans; M publifora, M aff rigida, M exotropica
	Todas essas plantas sintetizam e armazenam o monofluoracetato de sódio (mecanismo que interfere na produção de ATP)
Obs: Pesquisar mortandade dos animais do zoológico de São Paulo (monofluoracetato de sódio ou monofluor acético).
	-> Palicourea marcgravii 
	É a planta tóxica mais importante do Brasil em termos de prejuízo econômico, abrange grande quantidade do território, tem efeito acumulativo. Tem cheiro de gelol (salicilato de metila) na folha. Não fica no sol durante muito tempo mesmo com solo adequado, precisa de terra firme e meia sombra para sobreviver, pode estar presente na beira de matas (não sobrevive no meio do mato). A palatabilidade é boa. Brota em queimadas. É muito tóxica, se o bovino comer 75 gramas corre risco de morrer, mas há Palicoureas não tóxicas também. Evolui para morte súbita (minutos). O início dos sintomas depende da dose, em média começa de 12 a 18horas após comer, mas se comer uma quantidade muito elevada 4 horas após já pode demonstrar sintomatologia. 50% das mortes causadas por plantas no Brasil e 80% na Amazônia.
	Nomes populares: "cafezinho", "erva-de-rato", "cafe-bravo", "erva-café", "vick", "roxa", "roxinha", "roxona".
Cuidado: nomes dados a outras rubiáceas, maioria não-tóxica; "erva de rato" ("Asclepias curassavica").
Falsa x verdadeira: cheiro diferente, a falsa é mais exuberante. Falsa não tem cheiro de salicilato de metila, se tem esse cheiro não tem o mesmo ar. 
Distribuição e habitat: Beira da matas (1/2 sombra), capoeiras, pastos recém-formados (até 2 – 3 anos). 
Importância: A número 1 do Brasil, com acentuada toxidez, ampla distribuição, efeito acumulativo, boa palatabilidade. Responsável por 50% das mortes causadas por planta no Brasil e 80% das mortes causadas por planta na amazônia.
Espécies sensíveis: de forma natural tem bovinos, bubalinos e caprinos, experimentalmente todos os animais.
Condições em que ocorre a intoxicação: Boa palatabilidade, ocorre quando animal tem acesso à orla desmatada, pastos recém-formados.
Bovinos -> dose letal de 0,6g/kg, folhas (1 grama)
Outros -> dose semelhante
Coelhos -> a partir de 0,125g/kg (morre com meia folha), é muito sensível
Sintomatologia: subitamente, tremores musculares e queda ao solo, movimentos de pedalagem e morte entre 1 e 10 minutos, coração fibrila e para; Alguns animais antes desta fase dramática pode apresentar jugulares ingurgitadas, pulso venoso (+), relutância em caminhar e micções frequentes.
Necropsia: sem alterações significativas, não acha nada.
Histopatologia: Se fizer corte histológico do rim em 66% apresentam lesão, que é uma degeneração hidrópica-vacuolar das células epiteliais dos túbulos contornados distais. Provavelmente o princípio tóxico é excretado pelo rim, se o animal sobrevive um pouco mais já está eliminando esse princípio, uma dose muito elevada talvez pare o coração antes de haver lesão renal. Então parte dos animais não tem lesão no rim porque morre muito rápido e não da tempo. Humanos que são envenenados desenvolve uremia porque o principio tóxico é eliminado pelo rim e no ser humano é mantido por certo tempo, em 2/3 dias pode aparecer insuficiência renal com uremia, em animais não ocorre isso porque não da tempo, morrem antes. É uma lesão característica para 12 plantas no corte histológico (para diferenciar tem que saber epidemiologia - distribuição e habitat). 
Diagnóstico: Histórico de morte súbita, sobretudo à movimentação; lesão do rim em 2/3 dos casos.
Diagnóstico diferencial (doenças que matam rápido): carbúnculo hemático (baço pode ficar 5x maior que o normal) , picada de cobra, na verdade só pela evolução, outras plantas que causam morte súbita, plantas cianogênicas (plantas que contém o ácido cianídrico e pode matar rápido) e Falling disease (uma das manifestações de deficiência de cobre que pode matar subitamente também).
Princípio tóxico: ácido monofluoracético.
Tratamento: monoacetato de glicerol (IM) e acetamida (2,5-5g/kg), antes ou logo após a administração de D. cymosum (VO): fornecem acetato. São substancias que fornecem acetato e mantém o ciclo de krebs funcionando mesmo que o animal coma a planta, mas tem que ser administrado antes.
Profilaxia: Evitar a entrada dos animais nas matas cercando-as, cuidas da movimentação, erradicação (inspeção, enxada, herbicida granulado). Arrancar a planta.
	-> Palicourea aeneofusca
A única diferença é que o verso da folha é bem roxo. Distribuição bem pequena na orla de matas úmidas e capoeiras. Bem tóxica. "era de rato" e boa palatabilidade
	-> Palicourea juruana
Somente existe na Rondônia e dentro da mata. Bovinos só se intoxicam quando penetram nas matas. Não tem cheiro de salicilato de metila. Caso único com 72h, necrose cardíaca e hepática
	-> Arrabodaea bilabiata
Também conhecida como "gibata ou "chibata", a dose tóxica é muito maior, a época com menos chuva é o período que ocorre maior intoxicação. Presente abundantemente na região amazônica, partes baixas.
	-> Arrabodaea japurensis
Presente somente em Roraima. Não tem nome popular, significativa na região dos "lavrados". Ocorre na época de seca que tem acesso às várzeas.
Distribuição e habitat: várzeas ("lavrados"
Espécies sensíveis: causa natural são os bovinos, já experimentalmente tem os bovinos e coelhos
	-> Pseudocalymma elegans
Presente somente no RJ, seu nome popular é "a erva". Encontrada em encostas de morros e a espécie sensível de forma natural são os bovinos. Única planta verdadeiramente presente somente no nosso estado. Condições emque ocorre a intoxicação: maioria dos casos na escassez de pastos e queimadas. Ruídos podem precipitar a “morte-súbita
* O que classifica as plantas na grande maioria são as folhas.
	-> Mascagnia rigida
Nomes populares: "tingui", "timbó", "quebra-bucho". Condições em que ocorre intoxicação: ingestão indiscriminada; mortes só quando movimentados. Encontrada no Nordeste.
	-> Mascagnia pubiflora
As vezes presentes nos melhores solos da região e é difícil de retirá-la. Nomes populares: "corona" e "cipo-prata". 
Condições em que ocorre intoxicação: sem condições especiais, no epriodo da seca há brotação
	-> Mascagnia aff rigida
Só no norte do Espírito Santo, mas é mais tóxica. A folha é mais coreácea e o fruto mais avermelhado. Apresenta boa palatabilidade. Limitada pela distribuição. Parte baixa dos pastos. Boa palatabilidade. Lesões no músculo papilar.
-> Mascagnia elegans 
Nome popular: “ rabo-de-tatu”. Distribuição e habitat: Sertão de Pernambuco. Espécies Sensíveis: Bovinos
-> Mascagnia exotropica
Encontrada no Sul. Distribuída na capoeira e orla de matar. A espécie sensível são os bovinos. Sem condições especiais para ingestão, ocorre mais no inverno. Dose letal: 10g/kg

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