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PLANTAS TÓXICAS
Universidade Federal Rural Do Rio De Janeiro – Campus Seropédica
Medicina Veterinária - Jeferson Bruno Da Silva – Matrícula: 201406074-4
Plantas que afetam o SN
Alguns agentes tem tropismo pelo sistema nervoso, já outros não, mas produzem toxinas que podem afetar. Agentes que tem tropismo pelo SN:
Vírus da raiva
Cinomose: na verdade tem pantropismo, então não é só pelo SN. Gosta de afetar mais a parte responsável pela modulação fina do movimento, que é o cerebelo (base). 
Herpesvírus bovino tipo 5: tropismo pelos neurônios do córtex. Quadros de infecção simulam a poliencefalomalácia. Podendo ter cegueira e opstótomo (principalmente na poliencefalomalácia) porque o edema faz com que o cérebro aumente de volume, empurrando o cerebelo contra o forame magno ocorrendo o opstótomo.
Botulismo: toxina afeta o SN devido a estimulação constante nas placas de acetilcolina.
Listeriose cerebral: lesão geralmente assimétrica, proliferam e vao para um lado pelos nervos cranianos até a base do cérebro. Por isso animais andam pro lado. Tem tropismo também pelo útero grávido, mas é outra forma.
Meningite: streptococcus do porco tem certas cepas que afetam crianças.
Doença da vaca louca: tem como agente um prion
Criptococose
Fumoenzima - destrói a substância branca do SN do cavalo, gerando um edema forte que comprime estruturas.
OBS.: Animais intoxicados com antibióticos ionóforos, podem apresentar quadro de flacidez total. Doenças musculares difusas podem simular alterações no SNC. O próprio botulismo é uma paralesia flácida, animal fica deitado e não consegue levantar (decúbito).
Minerais (Diagnóstico diferencial)
Deficiência de cobre -> acromotriquia (despigmentação do pêlo) causada por essa deficiência, além disso há uma perda de pêlo. Tem mais 7 manifestações além dessa. Ataxia enzoótica dos cordeiros, causada pela desmielinização da medula espinhal causada por essa deficiência. Em áreas com muita deficiência de cobre (Piauí-MAranhão), tem uma doença chamada Escancho ("ovinos encanchados"), na fase inicial tinham ataxia. Zenúria, Nelore começa a perder o pêlo e a pele vai ficando mais escura, depois de 3 meses recupera a coloração. 
Intoxicação por sal -> espécie mais acometida é o suíno. Gera meningitencefalite eosinofílica, caracteristicamente tem uma grande migração de eosinófilos para as meninges. Esses porcos intoxicados tem uma alteração no SNC, perde pêlos, causa diarréia e causa alterações da pelagem. Isso ocorre por deficiência de água e quando dão muito laticínios com sal. 
Intoxicação por chumbo -> chamado de saturnismo em humanos. No caso dos bovinos geralmente é aguda devido a ingestão de água de baterias, tintas e outros. Causa lesão no córtex, simula a poliencefalomalácia e herpesvirus bovino tipo 5.
Plantas que causam perturbações nervosas
Parte delas podem provocar alterações chamadas de doenças do armazenamento, que são doenças causadas pelo acúmulo de substâncias dentro dos neurônios, com isso a função neuronal fica prejudicada e vai perdendo a sua função. Existem algumas hereditárias congênitas, hereditárias que se manifestam na infância e aquelas que são devido a ingestão de plantas.
Ipomoea fistulosa
Ipomoea asarifolia
Sida carpinifollia
Prosopis juliflora
Polygaia klotzchii
Bambusa vulgaris
Ricinus communis
Halimium brasiliense
Ipomoea fistulosa 
Cresce em áreas baixas e causa doença do armazenamento. Gosta de áreas bem úmidas, mas também é uma planta ornamental. Nomes populares: conhecida como "canudo" e animais intoxicados estão "encanudados", "algodao bravo" e outros dependendo da região. 
Condição para intoxicação: A ingestão inicial só começa por falta de forragem, ou seja, devido a época de seca. Animais mesmo depois que volta a chuva e começa a crescer capim eles permanecem ingerindo essa planta, criam um vício ou gosto especial pela planta. 
Distribuição: Problema maior no nordeste (Vale de São Francisco), mas também é encontrada no RJ, existem desde o Rio Grande do Sul até a Amazônia
Espécies: Ovinos, bovinos e cabras. Os quadros são diferentes nas espécies, isso ocorre devido a resistência do animal, é uma característica da espécie. Ovelha é bem mais sensível ao cobre do que o bovino, por exemplo. A localização e a natureza que se observa nessas espécies são diferentes, o que provoca diferentes casos clínicos para a mesma intoxicação. Os sintomas e ovinos leva 1 mês, mas nas outras espécies pode ser mais rápida. 
Sintomas:
Ovinos e bovinos: lesão generalizada - lerdeza, apatia, anorexia e indiferença ao meio porque pega de uma forma geral o SN.
Caprinos: Nesse caso há acúmulo maior de substâncias no cerebelo, cerebelo é mais acometido. Causa distúrbios de equilíbrio, hipermetria e dismetria (lesão cerebelar), distúrbios conta laterais alternados no andar (desequilíbrio). Existem fibras do cerebelo que se ligam ao sistema vestibular, relacionados ao equilíbrio. Hipertonia do pescoço e hiperexcitação da musculatura do MP, estrabismo e nistagmo, tremores de intenção (não tem controle do movimento, não conseguem regular a força da musculatura cervical, tremem a cabeça) e paraparesia. Posição típica de cavalete, de desequilíbrio com cabeça baixa, isso é devido ao cerebelo completamente afetado pelo armazenamento de substâncias que é induzido pelo canudo. Ataxia ampla base = posição de cavalete. Sintomatologia típica só em caprinos.
Necropsia: nada de importante
Histopatologia: cerebelo afetado, armazenamento da substância nas células (neurônios) de purkinge e isso que faz a perda da função, não tem como funcionar adequadamente e depois os neurônios começam a morrer. Manose/alfa manosil e ácido neuroamínico são as duas substâncias acumuladas dentro do neurônio, a enzima bloqueada pela planta determina o acúmulo dessas substâncias.Também pode haver um pouco de acúmulo no pâncreas exócrino (só que não da sintomatologia nervosa e em geral não da muito problema clínico) no rim ou tireóide, mas são pouco afetados e não há insuficiência, o que é mais afetado é o SN por isso predomina quadro nervoso. PROVA
Princípio tóxico: Swansonnina induz a acúmulo de manose ou alfa manosil e ácido neuramínico (glicoproteinose - doença do armazenamento). Swansonnina é a substancia tóxica principal do canudo, ela bloqueia a metabolização da manose principalmente, gerando acúmulo e o resultado é a liberação no cerebelo. 
Diferenciação: sida carpinifolia (mesmo principio toxico), I asarifolia e I riedelii
OBS.: No caso das crianças com essa doença de óleo de lorenzo há acúmulo de substância gordurosa (ácidos graxos) nos neurônios por falta de enzima hereditariamente determinada pelo gene da mãe. 
Ipomoea asarifolia (convolvulaceae)
Altera funcionamento dos neurônios mas não da doença do armazenamento. Planta do mesmo gênero e com função diferente. Nomes populares: "salsa", "batatarana". Folha em formato de coração, tem uma reentrância e a flor tem a cor rosa. Produz o mesmo quadro.
Distribuição: nordeste e norte, em margens de lagoas, rios, riachos e igarapés, praias marítimas, beira de estradas e áreas baixas.
Especies: bovino, ovino e caprino
Sintomas:
Bovino: tremores musculares, desequilíbrio dos posteriores, quedas, balanço de cabeça, sintomas intensificados por movimentação (logo desaparecem, sem a ingestão), hipermetria, ataxia e quedas.
Ovino: semelhante
Caprinos: tremor, membro rígido e quedas. Posição espástica.
Diagnóstico diferencial: diferenciar de outras síndromes tremogênicas
Solanum fastigiatum var fastigiatum
Nomes populares: "jurubeba", "joá-preto". Tem 5 pontas na flor.
Produz uma doença do armazenamento, é semelhante a uma lipidose (armazenamento de substancias lipídicas dentro dos neurônios. Afeta muito o cerebelo e da ataques epileptiformes que dura de 2-3 minutos. Da "chilique", cai e depois levanta normalmente.
Distribuição: Em toda região sul, em beira de estradas, roças abandonadas, matas semi-devastadas e terrenos baldios. 
Espécies: naturalmente em bovinos e experimentalmente ovinos (poucosensiveis), ratos, coelhos e cobaios.
Condições em que ocorre intoxicação: Sem necessidade de condições especiais, ingestão de grandes quantidades e mais provável na época de carência. Maioria dos animais não morrem, só morrem quando causa acidentes, ou seja, tem o ataque e se afoga, cai em barrancos e outros.
Evolução: crônica
Sintomatologia: crises epileptiformes periódicas de segundos ate 1 minuto, nistagmo, rigidez do pescoço e membros, queda em decúbito lateral ou dorsal, extensão da cabeça com hipermetria e outros. Sintomas quando permanentes o animal não tem mais as crises epileptiformes. Essa crise é induzida pelo posicionamento com a cabeça chamada de Head raising test, pressiona o cérebro contra o cerebelo por mais ou menos 1 minuto levantando a cabeça do animal, quando solta ele tem o ataque epileptiforme. A hiperexcitação também tende a ter a crise.
Histopatologia: Principalmente lesões nas células de purkinge (vacuolização, degeneração e desaparecimento)
Diagnóstico diferencial: crises epileptiformes características, porem parecidas com as dassindromes tremorgênicas; Pela epidemiologia e pela reversibilidade
Princípio tóxico: desconhecido, porem induz a doença do armazenamento (neurolipidose)
Profilaxia: não colocar os animais em lugares altamente invadidos, principalmente em caso de carência alimentar.
Sida carpinifollia
Nome popular: Chamada de "vassourinha". Animais só comem quando não tem outra condição, ou seja, em casos de fome.
Histopatologia: Ilhota de Langerhans (produção de insulina e glucagon no pâncreas). Pâncreas exócrino e tireóide com a substância acumulada, mas não da sintomas para esses órgãos. Substancia armazenada acaba rompendo os neurônios.
Intoxica cervos, os animais recebiam comida limitada e eram obrigados a comer a planta.
Sintomas: Abdução dos membros, depressão e incoordenação, flacidez da língua, tremores de intenção.

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