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Samambaia

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PLANTAS TÓXICAS
Universidade Federal Rural Do Rio De Janeiro – Campus Seropédica
Medicina Veterinária - Jeferson Bruno Da Silva – Matrícula: 201406074-4
Samambaia 
Pteridium aquilinum (Polypodiaceae). É a planta mais importante porque acomete várias espécies e causa muita morte em várias partes do mundo. É uma planta cancerígena, causa câncer ou fenômenos radiomiméticos, por isso é chamada de planta radiomimética porque produz o efeito exato da radiação. A radiação excessiva pode induzir neoplasias cutâneas: carcinoma epidermóide, melanomas, tricoblastomas, angioma/angiosarcoma, queratose actínica nos cães = animais de pelagem clara tem pouca proteção e tendem a desenvolver lesões difusas, é uma lesão pré cancerosa. 
A espécie bovina é a mais frequentemente afetada pela ingestão da samambaia, mas também pode acometer ovinos e vúfalos. Aparece nos solos mais pobres, solos ácidos, bem drenados, boa pluviosidade, clima frio, como nas encostas de montanhas. Adapta-se a outros habitats. É um problema social grave. 
Princípio Tóxico: Ptaquilosídio
Para causar destruição na MO: grandes quantidades de samambaia ou grande quantidade de radiação.
OBS.: É possível que o homem desenvolva neoplasias associadas a samambaia, a ingestão de leites de animais contaminados é o principal problema. Experimento dando queijo de animais contaminados para camundongos, acabou cansando lesões neoplásicas. Substancia chamada ptaquilosídio inicia e produz processo neoplásico, não precisa de outros agentes. Esse PT passa pelo leite.
Animais que bebem muito leite de animais que consomem samambaia: causa lesão de medula óssea (substâncias capazes de lesar medula óssea = radiação). Quando a quantidade de radiação é muito alta não da tempo de formar o tumor, embora haja agressão ao DNA, porque acaba morrendo em pouco tempo, o resultado da samambaia então é destruição de MO. Animais que ingerem grande quantidade de samambaia causa destruição de MO e morrem de hemorragia (destrói os megacarioblastos, logo não tem plaquetas e o animal sangra até pelos poros dependendo do grau, é a chamada diátese hemorrágica). Isso também ocorre em derivados do leite. Além disso, tem a questão da agressão continuada, as pessoas são expostas a vários tipos de substâncias cancerígenas (amilinas, corante, conservantes e etc)
Tem 3 formas clássicas de intoxicação em bovinos associadas a ingestão da samambaia. São as causas mais comuns de morte e bloqueia da produção de leite. De acordo com a quantidade e o tempo que come vai determinar o quadro clínico patológico:
 
Diátese hemorrágica
São hemorragias incontroláveis por todos os órgãos, sistemas e tecidos associadas a incapacidade de coagulação do sangue, nesse caso é por falta de megacarioblastos porque a samambaia destrói a MO. Animal morre de hemorragia. 
Essa primeira forma de intoxicação é comum em bovinos jovens, animais até um ano que comem grande quantidade da planta após queimadas ou outro evento. Não sai nada na urina.
É a forma aguda de intoxicação pro samambaia. Pode ser aguda (morre de 1-3 dias), super aguda (comem muito e morrem em 18h) ou sub aguda (1-2 semanas), mas a maioria dos casos é agudo. 
Ocorre esporadicamente no Brasil, é importante em Santa Catarina. Em geral acomete animais de 4-6 meses e abaixo de 2 anos, mortalidade é alta. 
Sintomatologia: fácil de reconhecer porque animal tem hipertermia (febre), juntamente com sangramentos (hemorragias). Alguns animais desenvolvem uma diarréia preta (fétida) porque o sangue está dentro do tubo digestório e as vezes tem ulcerações na mucosa do intestino devido ao efeito radiomimético. Anorexia, parada ruminal, úlceras na narina, severa trombocitopenia devido a destruição de MO (não tem megacarioblasto, megacarióito, então não tem plaqueta).
Condições para que ocorra: Ocorre em falta de alimento, geralmente depois de secas severas e tem muita disponibilidade de brotos que são mais palatáveis. Após queimadas ou então superlotação (acaba sobrando pros mais jovens).
Necropsia: petéquias; equimoses; sufusões; víbices; hematomas (hemorragias em geral); infartos no fígado e eventualmente no coração, não são infartos verdadeiros, são áreas de necrose coagulativa com êmbolos bacterianos que ocorrem porque esses animais não tem plaquetas e nem outros elementos como megacarioblastos e precursores da série branca, acarretando em neutropenia, não tem neutrófilo em quantidades adequadas para controlar a proliferação bacteriana; Hemorragias, com sangue saindo de cada vaso; Lesões no intestino (as vezes tem úlceras); Sangue digerido dentro do intestino; PROVA
Histopatologia: destruição de todo tecido hematopoietico da MO (intoxicação por varfarina e antagonista da vitamina K nunca darão isso)
Diagnostico diferencial: intoxicação por varfarina (nesse caso não há febre), antagonistas de vitamina K, substancias radiomiméticas (restos de industrias químicas), septicemias hemorrágicas, radiação.
OBS.: Na intoxicação por varfarina não tem lesão de medula óssea, não há destruição de megacariócitos, já por radiação tem.
Hematúria enzoótica
Bovinos, geralmente, a partir de 2 anos. Associada a ingestão crônica de samambaia, quantidades pequenas durante 1-2 anos aproximadamente. Não há sangramento pela pele e pra dentro de cavidades, o sangramento existe só pela urina (hematúria). É enzootica porque pega grupos de animais ao mesmo tempo, vacas urinando avermelhado.
Mais comum ocorrer porque há lesão na bexiga que podem muitas vezes pode sangrar, em bovinos ocorre neoplasias ou hiperplasias do epitélio da bexiga induzidas pela samambaia. Isso ocorre na bexiga porque fica repleta de urina e dentro da urina tem o princípio tóxico eliminado por via urinária, ficando armazenado ali e tendo um contato por mais tempo. O contato do sangue com essa substância da a segunda forma de intoxicação, causando cânceres ou processos proliferativos na mucosa da bexiga. 
É a forma crônica de intoxicação por samambaia. As lesões na MO são mínimas porque as quantidades são pequenas (animal come um pouco a cada dia) e não há uma baixa de plaquetas suficiente para causar hemorragias.
Encontra muito no Brasil. 
Sintomatologia: Hematúria intermitente, anemia, emagrecimento, raras vezes, incontinência urinária, morte.
Histopatologia: Diversos processos neoplásicos de origem epitelial e mesenquimal. Ectasia e congestão capilares. Raramente: hidronefrose, ruptura de bexiga e metástases.
Diagnóstico diferencial: Doenças que cursam com hematúria e hemoglobinúria (babesiose).
Carcinoma das vias digestivas superiores
Bovinos a partir de 5 anos. Só existem onde tem samambaia. É a forma crônica de intoxicação por samambaia. Em algumas tribos usavam sangue do boi misturado com leite para alimentação, nesse gado zebuíno começaram a aparecer várias neoplasias. 
Quando animais comem quantidades mínimas de samambaia, tem que haver uma digestão/um contato com o tubo digestório de no mínimo 3-4 anos, por isso só desenvolve esses cânceres em animais mais velhos, acima de 5 anos. Pteridium arachnoideum geralmente não é a que da na Amazônia. É uma causa importante de morte no Brasil principalmente nessa forma e na forma de hematúria enzoótica, sendo essa aqui mais frequente no Sul do Brasil. Esse tumor é sempre progressivo, nunca para, semanas ou meses o animal morre, vai progredindo e ulcerando, carcinoma vai invadindo e destruindo o tecido. Podem ser lesões exofídicas.
Sintomas: tosse (base da língua ou faringe), regurgitação (esôfago), timpanismo, diarréia, emagrecimento progressivo e morte. 
Necropsia: Massas amarelo-acinzentadas, infiltrativas, freqüentemente ulceradas, muitas das vezes associadas com papilomas. Geralmente não tem metástase.
Histopatologia: Carcinomas epidermóides, com marcada formação de pérolas de queratina; esquirrosos e infiltração linfocitária. 
Diagnóstico diferencial: Doenças caquetizantes, como tuberculose e actinobacilose; engasgos por ossos. 
Clínica (PROVA): A relação do tumor com a clínica. Quando as lesões(câncer) estão localizados na base da lingua, tem problemas de deglutição, tosse , engasgos ou estridor (ronqueira respiratória) porque tem uma massa na faringe na base da lingua. Quando tumor cresce no esôfago aparece regurgitação de conteúdo ruminal geralmente verde pelas narinas. Quando tumor esta no cardia, aparece timpanismo eventualmente intermitente e dependendo do grau até atonia ruminal, mas principalmente timpanismo porque não consegue fazer eliminação do gás. Halitose, salivação, dificuldade respiratória, emaciação e as vezes pode ter diarréia principalmente se não consegue mastigar direito o alimento. A evoluição não influencia no curso da doença e as lesões podem ser múltiplas.
OBS.: Também chamado de Caraguatá ou Favo da guela no sul do Brasil, porque tem uma planta no sul que o gado quando come desenvolve esses cânceres porque comem o espinho do Caraguatá, mas está errado. 
Distribuição: Na região amazônica existe Pteridium caudatum em pastos muito úmidos. (QUAL O NOME???) 
Histopatologia: existem casos concomitantes de lesões de bexiga e rúmen
* Ocorre mais em regiões onde não tem muito recurso, não ocorre a adubação, nas regiões de micro produções. É um problema social grave. Aparece muito após as queimadas.
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