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AULA 05

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Aula 05
Direito Tributário p/ OAB 1ª Fase - com videoaulas
Professor: Fábio Dutra
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RATEIO DE MATERIAIS PARA CONCURSOS
Direito Tributário para XXII Exame da OAB 
Curso de Teoria e Questões 
Prof. Fábio Dutra- Aula 05 
 
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AULA 05: Legislação Tributária 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Observações sobre a aula 01 
Legislação Tributária 02 
Vigência da Legislação Tributária 20 
Aplicação da Legislação Tributária 28 
Interpretação da Legislação Tributária 34 
Integração da Legislação Tributária 41 
Gabarito da Questões Comentadas em Aula 45 
 
Observações sobre a Aula 
Olá amigo(a), tudo bem? 
Como é bom estar aqui, participando da tua preparação para o Exame 
de Ordem! Nesta aula, daremos mais um passo rumo ao tão aguardado dia da 
prova da OAB! 
 Hoje estudaremos WXGR� VREUH� ³/HJLVODomR� 7ULEXWiULD´�� $VVLP� VHQGR��
nossa aula conterá os seguintes assuntos: 
x Legislação Tributária: fontes do Direito Tributário 
x Vigência da Legislação Tributária 
x Aplicação da Legislação Tributária 
x Interpretação da Legislação Tributária 
x Integração da Legislação Tributária 
 Vamos começar então! 
 
 
 
 
 
 
 
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Curso de Teoria e Questões 
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1 ± LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 O Código Tributário Nacional inicia o seu Livro Segundo a partir do art. 
96, tratando do tema ³/HJLVODomR� 7ULEXWiULD´. Mas o que vem a ser 
Legislação Tributária? 
 Muitos candidatos desconhecem quais são as fontes do Direito Tributário. 
Tais fontes são divididas pelo ilustre Vittorio Cassone1 em materiais e formais. 
 As fontes materiais (ou reais) representam os fatos que justificam a 
tributação, como, por exemplo, o patrimônio, os serviços, a importação, a 
exportação a transmissão de propriedade etc. 
 Contudo, as fontes materiais por si só não são capazes de fazer surgir a 
obrigação tributária, pois é necessário que elas (as fontes materiais) tomem 
uma forma. Tal forma diz respeito ao processo de elaboração de atos 
normativos, como as leis ou medidas provisórias, capazes de estabelecer uma 
relação jurídico-tributária entre o sujeito ativo (União, por exemplo) e o 
contribuinte. 
 Como consequência desse processo legislativo, por assim dizer, temos as 
denominadas fontes formais, que foram rotuladas no art. 96 do CTN como 
legislação tributária, nos seguintes termos: 
Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os 
tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas 
complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e 
relações jurídicas a eles pertinentes. 
 ³3URIHVVRU��HQWmR�TXHU�GL]HU�TXH�DV� IRQWHV� IRUPDLV�GR�'LUHLWR�7ULEXWiULR�
são as leis, tratados internacionais, decretos e as normas complementares? 
Exatamente! 
 
Guarde isso: todas as normas que versem, no todo 
ou em parte (atenção!), sobre tributos e relações 
jurídicas a eles pertinentes (matéria tributária de um 
modo geral) integram a legislação tributária! 
Até mesmo a CF/88 integra a legislação tributária 
(sendo fonte do Direito Tributário), sendo esta a 
base de todas as outras! 
 Nesse contexto, é importante ter em mente o conceito de ato 
normativo. Trata-se de hipóteses normativas que são aplicadas às pessoas de 
 
1
 CASSONE, Vittorio. Direito Tributário. 15ª Edição. 2003. Pág. 45 
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um modo geral e às diversas situações fáticas. Em síntese, são dotados de 
generalidade e abstração. 
 Imaginemos, a título de exemplo, uma lei municipal que institui o IPTU 
em um determinado Município. Essa lei é dotada de generalidade, pois não 
possui um destinatário específico, incidindo sobre a todas as pessoas que 
praticarem o fato gerador do IPTU (possuir imóvel em território urbano). Além 
disso, o fato de a lei apenas estabelecer hipóteses de incidências abstratas 
(que podem vir ou não a ocorrer no mundo concreto), faz com que a doutrina 
caracterize tais atos normativos como dotados de abstração. 
 Diferentemente do que foi visto acima, os atos concretos são de caráter 
individual, incidindo sobre pessoa determinada, bem como relativo a situações 
ocorridas no mundo concreto. Assim, por exemplo, quando um Auditor-Fiscal 
da Receita Federal, durante procedimento de fiscalização, detecta que o 
contribuinte auferiu rendimentos e deixou de pagar o IR devido, faz-se um 
lançamento de ofício, que é, por essência, um ato concreto. 
Observação: A generalidade e a abstração são características comuns a 
todos os atos normativos. 
 1R� HQWDQWR�� QHP� WRGRV� RV� DWRV� QRUPDWLYRV� SRVVXHP� D� PHVPD� ³IRUoD´�
jurídica. Assim, podemos definir os atos normativos como primários e 
secundários. 
 Os atos normativos primários, assim denominados por buscarem seus 
fundamentos diretamente da Constituição Federal, são capazes de inovar no 
ordenamento jurídico, criando novos direitos e obrigações. 
 Por outro lado, os atos normativos secundários, quais sejam aqueles 
cujo fundamento de validade é uma norma infraconstitucional (leis, por 
exemplo), não têm o condão de inovar no ordenamento jurídico. 
 
Atos normativos primários em desacordo com o seu 
fundamento de validade são inconstitucionais. 
Atos normativos secundários em desacordo com o seu 
fundamento de validade são ilegais. 
 Retornando nossos olhares ao art. 96 do CTN, podemos dizer que a são 
fontes formais principais do Direito Tributário: Constituição Federal e 
Emendas à Constituição, Leis Complementares e Ordinárias, Leis 
Delegadas, Medidas Provisórias, Decretos Legislativos e Resoluções. 
 Quanto às fontes formais secundárias, são elas: os decretos e as 
normas complementares. Não se preocupe, pois tudo isso será visto a 
seguir. 
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Observação: A doutrina e a jurisprudência não são consideradas fontes 
formais do Direito Tributário. 
 Em suma, o que eu quero que você entenda até o momento é quais são 
as fontes do Direito Tributário, bem como a diferença entre o grau hierárquico 
dos atos normativos primários e secundários, lembrando-se que ambos são 
abstratos. 
1.1 - Constituição Federal e Emendas à Constituição 
 A Constituição Federal é a base de todo o Sistema Tributário Nacional. 
Afinal de contas, é dela que os entes recebem a competência tributária para 
instituir tributos. 
 Além disso, como Lei Maior, traz os princípios norteadores do Direito 
Tributário que, juntamente com as imunidades tributárias, constituem as 
limitações ao poder de tributar. 
 A CF também é responsável por disciplinar o processo legislativo, isto é, 
o processo de criação das principais normas tributárias (leis complementares, 
leis ordinárias etc.). 
 No que se refere à modificação da CF/88, há que se destacar que isso 
somente se faz possível, por meio das denominadas emendas à 
Constituição. Tal processo pode resultar na alteração das regras do jogo, ou 
melhor, das regrasnorteadoras do todo o sistema tributário, já que, após 
aprovadas, as normas das emendas à Constituição passam a ter a mesma 
hierarquia desta. 
No entanto, cabe relembrar o que foi dito na aula inicial a respeito das 
cláusulas pétreas. Tais normas são previstas como uma espécie de 
blindagem, para que a Constituição não sofra sucessivas emendas que a 
desvirtue dos princípios que foram nela consolidados quando houve sua 
promulgação. 
 Portanto, a título de exemplo, uma emenda à Constituição que traga em 
seu texto regra que reduza a eficácia do princípio da anterioridade (já 
reconhecido pelo STF como cláusula pétrea), estará, na realidade, abolindo os 
direitos e garantias individuais, conforme art. 60, § 4º, IV, da CF/88. 
1.2 ± Leis Complementares 
 A lei complementar é ato normativo cujo processo de aprovação é 
mais dificultoso do que o rito comum das leis ordinárias. Sendo assim, o 
legislador constituinte delegou a esse instrumento normativo importantes 
papéis, tendo em vista seu maior grau de estabilidade (é mais difícil de alterar 
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XPD� OHL�FRPSOHPHQWDU��SRLV�H[LJH�³PDLRULD�DEVROXWD´�SDUD�DSURYDomR�GH�XPD�
LC). 
 Em matéria tributária, vários aspectos foram submetidos à lei 
complementar, inclusive a instituição de alguns tributos. Os alunos sempre 
sentem necessidade de saber quais são os assuntos sujeitos à lei 
complementar. Eu diria que o contato com a disciplina (leitura do nosso 
curso + leitura da CF/88 + resolução de questões) fará com que você 
memorize naturalmente. 
 
De acordo com a jurisprudência do STF, não há 
hierarquia entre lei complementar e lei ordinária! 
 Contudo, vamos citar abaixo os casos de lei complementar! 
 Em relação à instituição de tributos, estão submetidos à lei 
complementar: 
x Empréstimo Compulsório (EC); 
x Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF); 
x Impostos Residuais (I.Res.); 
x Contribuições Sociais Residuais (CSR). 
 Em regulação à regulamentação específica de alguns tributos, fica a 
lei complementar responsável pelas seguintes funções: 
x ITCMD: em casos relacionados ao exterior (ler art. 155, § 1º, III, ³a´ e 
³b´); 
x ICMS: como dito na aula anterior (se necessário, retorne e leia), temas que 
possam gerar conflitos entre os Estados, situações peculiares ao ICMS e 
base de cálculo e contribuintes (ler DUW�������†��ž��;,,��³D´�D�³L´�; 
x ISS: define serviços tributáveis pelo ISS, fixa alíquotas mínimas e 
máximas, exclui sua incidência sobre as exportações de serviços e regula a 
forma como os benefícios fiscais são concedidos (ler art. 156, III, c/c art. 
156, § 3º, I, II, e III); 
x Contribuições Sociais: fixa limites para a concessão de isenção ou anistia 
de algumas contribuições sociais (art. 195, § 11). 
 Além do que já foi visto, a CF/88 também concedeu três importantes 
funções para a lei complementar, quais sejam: 
x Dispor sobre conflitos de competência em matéria tributária; 
x Regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; 
x Estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária. 
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Observação: As limitações ao poder de tributar, embora sejam reguladas por 
lei complementar, somente podem ser criadas pelo texto constitucional. 
No que se refere especificamente às normas gerais em Direito 
Tributário (ou legislação tributária, não faz diferença nesse momento), a 
CF/88 discriminou o que deve ser disciplinado nas leis complementares. Você 
vai perceber que alguns casos já foram estudados no nosso curso, outros, não: 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, 
especialmente sobre: 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação 
aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos 
geradores, bases de cálculo e contribuintes; 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência 
tributários; 
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas 
sociedades cooperativas. 
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as 
microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive 
regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 
155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da 
contribuição a que se refere o art. 239. 
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais 
de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da 
concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, 
estabelecer normas de igual objetivo. 
 Não se preocupe, por não conhecer alguns conceitos acima descritos. 
Como eu disse, é estudando que se vai consolidando o conhecimento e, ao 
final, tudo vai se encaixar! 
 &KDPR�DWHQomR�SDUD�D�DOtQHD�³D´��TXH�Mi�HVWXGDPRV�QR�FXUVR��EHP�FRPR�
SDUD�D�DOtQHD�³G´��TXH�VH�UHIHUH�DR�Simples Nacional, regime de tributação 
que quase todo mundo já ouviu falar alguma vez, correto? 
 Então, a grosso modo, podemos resumir as atribuições da lei 
complementar em matéria tributária da seguinte forma: 
 
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1.3 ± Leis Ordinárias 
 Em nosso sistema tributário, as leis ordinárias são a regra, quando o 
assunto é instituição de tributos. Vimos no tópico anterior que há alguns 
tributos cuja instituição fica a cargo da lei complementar. Contudo, trata-se de 
exceções pontuais. 
 Assim, é a lei ordinária municipal, estadual ou federal que institui, por 
exemplo, as taxas e as contribuições de melhoria. 
Observação: O fato de os entes federados gozarem de autonomia faz com 
que não haja hierarquia entre as leis federais, estaduais e municipais. 
 O art. 97 enumera situações que estão restritas ao princípio da 
legalidade (ou reserva legal). Senão, vejamos: 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto 
nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, 
ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito 
passivo; 
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, 
ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias 
a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; 
 Seguindo a linha de raciocínio desse dispositivo, somente a lei pode 
instituir os tributos, como também somente a lei pode extingui-los. 
Lei 
Complementar 
Instituição alguns tributos 
Regulamentação de alguns tributos 
Conflitos de Competência 
Limitações ao Poder de Tributar 
Normas Gerais em Matéria Tributária 
EC/IGF/I.Resid./CSR 
ITCMD/ICMS/ISS/CS 
Critérios especiais de tributação 
Prevenir desequilíbrios 
da concorrência 
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 Do mesmo modo, embora haja algumas exceções (exceções ao princípio 
da legalidade), somente as leis podem majorar ou reduzir os tributos. 
 No que se refere à definição do fato gerador, da fixação da alíquota e da 
base de cálculo dos tributos, você deve saber que isso se refere ao momento 
de instituição dos tributos. Ou seja, quando se está instituindo um 
determinado tributo, a lei deve prever tais elementos! 
 Essa regra não se confunde com a exigência de que a lei complementar 
defina os fatos geradores, base de cálculo e contribuintes dos impostos 
previstos na CF/88 (art. 146, III, a), já que, neste caso, a lei se refere 
apenas às normas gerais. 
 Como exemplo, temos o fato gerador do IPI. No CTN, foi definido que o 
IPI poderia incidir sobre a arrematação de produtos apreendidos ou 
abandonados e levados em leilão. Correto? No entanto, no momento da 
instituição do IPI, o legislador optou por não incluir a referida situação como 
hipótese de incidência do tributo. 
 Portanto, de um lado temos a lei complementar que disciplina os fatos 
que podem ser tributados pelos impostos; de outro, os fatos geradores 
definidos na lei instituidora. 
Lembre-se também que a restrição do art. 146, III, a, é aplicável 
apenas aos impostos. Logo, não é necessário que haja definição de fatos 
geradores, bases de cálculo e contribuintes de outras espécies tributárias em 
lei complementar. 
Observação: Por ora, guarde apenas que obrigação tributária principal 
representa as multas e os tributos. 
 Por último, destacamos ainda a necessidade de que as multas 
(cominação de penalidades) sejam estabelecidas apenas mediante lei. 
Nesse sentido, atos infralegais (como os decretos, por exemplo) não possuem 
competência para criar penalidades. 
1.4 ± Medidas Provisórias 
 Como esse assunto já foi estudado em aula anterior, cabe-nos apenas 
relembrar que as medidas provisórias são atos normativos temporários 
com força de lei, expedidos pelo Chefe do Poder Executivo, que podem vir ou 
não a ser convertidos em lei. 
 Deve-se saber que as MPs podem tratar sim de matéria tributária 
bem como instituir tributos, inclusive isso consta na Magna Carta (art. 62, § 
2°), quando esta dispõe sobre a instituição e majoração de impostos por meio 
de MP, e que, além disso, esse tem sido o entendimento do STF. 
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1.5 ± Leis Delegadas 
 Semelhantemente às medidas provisórias, as leis delegadas são 
elaboradas pelo Presidente da República e possuem a mesma força de uma 
lei ordinária. 
 Contudo, como o próprio nome do instrumento normativo se apresenta, 
faz-se necessária uma delegação do Poder Legislativo, por meio de uma 
resolução do Congresso Nacional (e não do Senado!). 
Destaque-se que não há nada que impeça o Poder Executivo de 
introduzir normas tributárias por meio de leis delegadas, desde que não sejam 
temas reservados à lei complementar. 
Observação: As leis delegadas não são temporárias como as medidas 
provisórias. 
 
 
Tanto as medidas provisórias como as leis delegadas não 
podem tratar de assuntos reservados à lei 
complementar! 
1.6 ± Resoluções 
As resoluções são atos normativos com força de lei, emanados pelo 
Poder Legislativo sem qualquer participação do Executivo, o que faz com que a 
GRXWULQD�DV�GHQRPLQH�³leis sem sanção´� 
 Podem ser editadas pelo Congresso Nacional ou por suas casas, Câmara 
dos Deputados e Senado Federal. 
São as resoluções do Congresso Nacional que são utilizadas para 
aprovar a delegação ao Presidente de República para editar as leis delegadas. 
Em matéria especificamente tributária, toma relevância as resoluções 
do Senado Federal, Casa de representação dos Estados-Membros no 
Congresso Nacional, ao tratar de vários aspectos atinentes aos impostos de 
competência estadual. 
Como já vimos todos eles de forma detalhada na aula anterior, nesse 
momento julgo necessário apenas esquematizarmos o assunto: 
 
 
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RESOLUÇÕES DO SENADO FEDERAL 
TRIBUTO ALÍQUOTA FACUL/OBRIG INICIATIVA APROVAÇÃO 
ITCMD Alíquota Máx. OBRIGATÓRIO - - 
IPVA Alíquota Mín. OBRIGATÓRIO - - 
ICMS 
Alíq. Máx. 
Oper. 
Internas 
FACULTATIVO 
MAIORIA 
ABSOLUTA 2/3 Senado 
ICMS 
Alíq. Mín. 
Oper. 
Internas 
FACULTATIVO 
 
1/3 Senado 
MAIORIA 
ABSOLUTA 
ICMS 
Alíq. Interest. 
ou 
exportação 
OBRIGATÓRIO 
Pres. Rep. 
ou 
1/3 Senado 
MAIORIA 
ABSOLUTA 
 
 
2EVHUYH�DV�VHWDV��SRLV�HODV� LQGLFDP�XP�³esquema´�SDUD�
memorizar. As alíquotas mínimas exigem quórum 
menor para iniciativa, aumentando para aprovação, 
elevando ainda mais na aprovação das alíquotas 
máximas, cujo quórum é o maior. 
Obs.: Os quóruns das alíquotas Interestaduais ou 
Exportação são iguais aos das mínimas, com o acréscimo 
do Presid. Rep. 
 Amigo(a), decorando essa tabelinha que eu preparei, tenha certeza de 
que você vai acertar questões que a esmagadora maioria dos candidatos 
erra na hora da prova. Afinal de contas, não é nada fácil de decorar isso sem 
um esquema! 
1.7 ± Decretos Legislativos 
 De forma análoga às resoluções, os decretos legislativos são atos 
normativos de competência exclusiva do Poder Legislativo, não estando 
sujeitos à sanção presidencial. 
 Em matéria tributária, os decretos legislativos entram em cena em dois 
momentos, que consiste na aprovação de tratados internacionais firmados 
pelo Presidente da República, cujo procedimento será detalhado em tópico 
específico, bem como no disciplinamento das relações jurídicas 
decorrentes de medida provisória não convertida em lei (vimos isso na 
aula sobre o princípios constitucionais). 
1.8 ± Decretos-leis 
 Durante os seus estudos, certamente você vai se deparar com a figura 
dos decretos-leis. São atos normativos com força de lei, editados pelo 
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Presidente da República, e que foram substituídos pelas medidas provisórias na 
CF/88. 
 Uma pergunta que se faz é: se foram substituídos pelas MPs, porque 
ainda existem decretos-leis em vigor? Foram recepcionados pela atual CF por 
conterem conteúdos com ela compatíveis. 
 
Não confunda decretos-leis com decretos! 
Decretos-leis possuem força de lei. 
Decretos, em matéria tributária, não possuem força de 
lei. 
1.9 ± Tratados e Convenções Internacionais 
 ,QLFLDOPHQWH�� FDEH� GHVWDFDU� TXH� ³WUDWDGRV´� H� ³FRQYHQo}HV´� são 
expressões sinônimas e dizem respeito a acordos bilaterais (entre duas 
partes) ou multilateral (entre diversas partes). 
 De acordo com as lições de Bernardo Ribeiro de Moraes: 
³7UDWDGR��RX�FRQYHQomR�� LQWHUQDFLRQDO�YHP�D�VHU�R�DWR� MXUtGLFR� ILUPDGR�
entre dois ou mais Estados, mediante seus respectivos órgãos 
competentes, com o objetivo de estabelecer normas comuns de direito 
LQWHUQDFLRQDO�´ (MORAES, Bernardo Ribeiro de. Compêndio de direito 
tributário. 3ª Edição. Pág. 26) 
 Até omomento, a FGV não cobrou no o conhecimento do assuntos 
tratados internacionais em matéria tributária. Contudo, acreditamos, pela 
análise de provas anteriores, que o assunto deve ser cobrado com base no art. 
98, do CTN. Vejamos: 
Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou 
modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela 
que lhes sobrevenha. 
 De acordo com a literalidade do dispositivo, os tratados internacionais 
revogam ou modificam a legislação tributária, devendo ser observados pela 
legislação supHUYHQLHQWH�� $� H[SUHVVmR� ³UHYRJDP� RX� PRGLILFDP´� JHURX� IRUWH�
discussão doutrinária e jurisprudencial, que não parecem ser relevantes para a 
nossa preparação rumo ao Exame de Ordem! 
 
 
 
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1.10 - Decretos 
 Os decretos são atos normativos de competência privativa do Chefe do 
Poder Executivo. Em Direito Constitucional, certamente você irá aprender que 
há o decreto autônomo e o decreto regulamentar± ou de execução. 
 O decreto regulamentar se restringe ± como o próprio nome diz ± a 
regulamentar o conteúdo das leis. Trata-se, pois, de ato normativo secundário 
ou infralegal, já que retira seu fundamento das próprias leis. 
Observação: O decreto regulamentar não inova no ordenamento jurídico, 
criando deveres e obrigações. Apenas regulamenta assuntos já previstos em 
lei. 
 O decreto é um instrumento normativo amplamente utilizado pelo 
Presidente da República para regulamentar leis em matéria tributária. 
Cite-se, por exemplo, o Regulamento do IPI (Decreto 7.212/2010), que 
regulamenta a cobrança, fiscalização, arrecadação e administração do IPI. 
 No mesmo sentido, tem-se o Regulamento Aduaneiro (Decreto 
6.759/2009), o qual regulamenta a administração das atividades aduaneiras, e 
a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior. 
 Diferentemente do decreto regulamentar, o decreto autônomo é editado 
na ausência de previsão legal, o que faz com que inovem no ordenamento 
jurídico. Seu uso é muito restrito, não sendo possível disciplinar assuntos 
pertinentes à legislação tributária. 
 Com efeito, sempre que YRFr�OHU�³GHFUHWR´�HP�'LUHLWR�7ULEXWiULR��OHPEUH-
se apenas do decreto regulamentar. 
 Na esteira desse raciocínio, vejamos o que diz o art. 99 do CTN: 
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das 
leis em função das quais sejam expedidos, determinados com 
observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei. 
 Por fim, cabe observar que, embora os decretos sejam normas 
secundárias, o CTN não as considera como normas complementares, pois 
no caput do art. 100 são apresentadas, na dicção do legislador, as normas 
complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos 
decretos. 
 
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Os decretos não foram considerados pelo CTN como 
normas complementares. 
 Por falar em normas complementares, vamos estudá-las?! 
1.11 ± Normas Complementares 
 Continuando nosso estudo, pergunta-se: se os decretos, atos normativos 
secundários, não são normas complementares, o que viriam a ser tais normas? 
 O art. 100 do CTN estabelece o seguinte: 
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das 
convenções internacionais e dos decretos: 
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; 
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição 
administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; 
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades 
administrativas; 
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios. 
 Vamos estudar a seguir cada um dos quatro tipos de normas 
complementares. 
1.11.1 ± Atos Normativos Expedidos pelas Autoridades Administrativas 
 Os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas são 
normas secundárias, de caráter geral e abstrato, com objetivo de orientar 
contribuintes ou instruir servidores públicos, na realização de atos e 
procedimentos administrativos relativos a tributos. 
 Dessa forma, tais atos normativos são normas complementares das leis, 
dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos. 
 Destaque-se que pode haver hierarquia entre os atos normativos, a 
depender do grau hierárquico da autoridade que os expediu. Assim, por 
exemplo, no âmbito do Ministério da Fazenda, as portarias ministeriais são 
superiores às instruções normativas, pois o Ministro da Fazenda (edita 
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portarias ministeriais) ocupa posição hierárquica superior ao Secretário da 
Receita Federal (edita instruções normativas). 
 São exemplos desses atos normativos as portarias ministeriais e as 
instruções normativas (como acabamos de ver), as ordens de serviço, os 
pareceres normativos, atos declaratórios normativos etc. 
 
Os atos normativos não vinculam o Poder Judiciário. 
1.11.2 ± As Decisões dos Órgãos Singulares ou Coletivos de Jurisdição 
Administrativa, a que a Lei Atribua Eficácia Normativa 
 Com base nos princípios do contraditório e da ampla defesa, na 
administração tributária existem órgãos administrativos, cuja função é julgar 
as impugnações dos contribuintes frente às imposições tributárias. 
 As decisões desses órgãos produzem efeitos concretos (não são 
abstratas) em relação a contribuintes determinados (não são gerais). Essa é a 
regra. 
Contudo, o que se permite no art. 100, II, do CTN, é que a lei atribua 
eficácia normativa (caráter geral e abstrato) às decisões dos órgãos 
administrativos responsáveis pelo julgamento dos recursos apresentados pelos 
contribuintes. 
 
A regra é que as decisões dos órgãos de jurisdição 
administrativa não possuem eficácia normativa, salvo 
por expressa disposição legal! Guarde isso! 
 Citemos, como exemplo, a atribuição do Conselho Administrativo de 
Recursos Fiscais (CARF), órgão julgador de segunda instância no Processo 
Administrativo Fiscal no âmbito federal, para editar súmulas com efeitos 
vinculantes para os demais órgãos da administração tributária federal. 
 As referidas súmulas são editadas após reiteradas decisões no mesmo 
sentido, e, como se pode ver, possuem evidente eficácia normativa. 
1.11.3 ± As Práticas Reiteradamente Observadas pelas Autoridades 
Administrativas 
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 As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas 
nada mais são do que os usos e costumes por ela adotados. Trata-se, 
então, da praxe administrativa. 
 Diante do princípio da legalidade, somente lei pode instituir tributos. 
Podemos dizer também que as leis permanecem em vigor até que outra a 
modifique ou revogue (art. 2º da Lei de Introduçãoàs Normas do Direito 
Brasileiro). 
 Como consequência das restrições acima ditas, os usos e costumes 
somente podem ter finalidade interpretativa, não podendo introduzir novas 
normas nem revogar aquelas já existentes. 
 Nesse sentido, os usos e costumes em matéria tributária ocorrem, por 
exemplo, quando determinada norma é interpretada pela autoridade 
administrativa num sentido, e os contribuintes seguem tal entendimento como 
correto. 
1.11.4 ± Os Convênios que Entre si Celebrem a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios 
 Os convênios (também denominados ajustes de cooperação ou de 
colaboração) são firmados pelas pessoas políticas, quais sejam a União, os 
Estados, o DF e os Municípios, na busca do aprimoramento das atividades 
de fiscalização e arrecadação tributária. 
 São atos infralegais celebrados pelo Poder Executivo, não inovando, 
portanto, a ordem jurídica. Ademais, de acordo com a jurisprudência do STF 
(ADI 1.857/SC), não é exigida a aprovação do Poder Legislativo, 
diferentemente do que ocorre com os tratados internacionais. 
 Os convênios fiscais podem ser celebrados com os seguintes objetivos 
específicos: 
x Permuta de informações entre os entes federados (ler art. 199 do 
CTN); 
x Reconhecimento de extraterritorialidade da legislação tributária (ler 
art. 102 do CTN); 
x Uniformização de procedimentos (obrigações acessórias). 
Não se preocupe em entender, apenas faça uma leitura atenta aos 
dispositivos acima mencionados. Todos os conceitos serão devidamente 
explicados em momento oportuno. 
 ³3URIHVVRU��HVVHV�FRQYrQLRV�VmR�RV�PHVPRV�TXH�RV�(VWDGRV�FHOHEUDP�QR�
kPELWR�GR�&21)$=��UHODWLYDPHQWH�DR�,&06"´�Não, não são os mesmos. 
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 Os convênios do ICMS, realizados no âmbito do CONFAZ são atos 
normativos primários, inovando a ordem jurídica. Essa é a típica 
diferença entre eles. 
 Nesse ponto, cumpre-nos ressaltar que, embora os convênios do ICMS 
sejam atos normativos primários, não se confundem com as leis, pois não são 
editados pelo Poder Legislativo. 
 Sendo assim, continua valendo aquela exceção ao princípio da 
legalidade em relação à fixação das alíquotas do ICMS-Combustíveis, 
estudada na aula sobre os princípios constitucionais. 
1.11.5 ± Observância das Normas Complementares 
A observância de qualquer das 4 normas complementares previstas no 
art. 100, do CTN, JHUD�DV�VHJXLQWHV�³SURWHo}HV´�DR�FRQWULEXLQWH��SUHYLVWDV�QR�
parágrafo único do mesmo artigo: 
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui 
a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a 
atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo. 
 Desse modo, se o contribuinte observar as normas complementares 
aplicáveis à sua situação, não é possível aplicar penalidades, nem cobrar juros 
de mora e nem mesmo atualizar o valor monetário da base de cálculo do 
tributo. 
 A fim de ilustrar o que foi visto, segue abaixo uma decisão do STJ: 
Tributário. Práticas Administrativas. Se o contribuinte recolheu o tributo à 
base de prática administrativa adotada pelo fisco, eventuais diferenças 
devidas só podem ser exigidas sem juros de mora e sem atualização 
do valor monetário da respectiva base de cálculo (CTN, art. 100, III c/c 
par. único). Recurso Especial conhecido e provido, em parte. 
(STJ, Segunda Turma, REsp 98.703/SP, Rel. Min. Ari Pargendler, Julgamento 
em 18/06/1998) 
 
Observação: Observe que o tributo continua sendo devido. 
 
 
 
 
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Questão 01 ± FGV/XX Exame de Ordem Unificado/2016 
 
O Estado Alfa institui, por meio de lei complementar, uma taxa 
pela prestação de serviço público específico e divisível. 
Posteriormente a alíquota e a base de cálculo da taxa vêm a ser modificadas 
por meio de lei ordinária, que as mantém em patamares compatíveis com a 
natureza do tributo e do serviço público prestado. 
A lei ordinária em questão é 
A) integralmente inválida, pois lei ordinária não pode alterar lei complementar. 
B) parcialmente válida ± apenas no que concerne à alteração da base de 
cálculo, pois a modificação da alíquota só seria possível por meio de lei 
complementar. 
C) parcialmente válida ± apenas no que concerne à alteração da alíquota, pois 
a modificação da base de cálculo só seria possível por meio de lei 
complementar. 
D) integralmente válida, pois a matéria por ela disciplinada não é 
constitucionalmente reservada à lei complementar. 
 
Comentário: A instituição e modificação de taxas não foi reservada à lei 
complementar. Por conseguinte, a lei complementar é materialmente ordinária, 
podendo ser alterada por lei ordinária superveniente, seja no que se refere à 
sua base de cálculo, seja no tocante à sua alíquota. Dessa forma, a lei 
ordinária em questão é integralmente válida. 
 
Gabarito: Letra D 
 
Questão 02 ± CESPE/I Exame de Ordem Unificado/2010 
 
Caso ocorra a fusão de duas grandes indústrias alimentícias brasileiras que, 
juntas, detenham mais de 60% do mercado nacional de certo item de 
alimentação, de acordo com o que dispõe a CF, para prevenir os desequilíbrios 
da concorrência causados pela citada fusão, 
A) a União, os estados, o DF e os municípios poderão estabelecer critérios 
especiais de tributação, além de outras normas com os mesmos objetivos. 
B) somente a União poderá estabelecer critérios especiais de tributação, 
podendo os estados, o DF e os municípios estabelecer outras normas com os 
mesmos objetivos. 
C) a União, os estados, o DF e os municípios poderão estabelecer critérios 
especiais de tributação, todavia apenas a União detém competência para 
estabelecer outras normas com os mesmos objetivos. 
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D) somente a União poderá estabelecer critérios especiais de tributação, além 
de outras normas com os mesmos objetivos. 
 
Comentário: Esta questão tem como base o art. 146-A, da CF/88, cuja 
redação é a seguinte: Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais 
de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem 
prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual 
objetivo. Há autores que dizem haver várias interpretações deste dispositivo. O 
CESPE se manifestou, afirmando que somente a União, mediante lei 
complementar, poderá estabelecer critérios especiais de tributação, para evitar 
desequilíbrios de concorrência, sem prejuízo de outras normas (leis) com os 
mesmos objetivos. 
 
Gabarito: Letra D 
 
Questão 03 ± CESPE/I Exame de Ordem Unificado/2010 
 
Suponha que um decreto trate integralmente sobre relações jurídicas 
pertinentes aos tributos e que uma lei disponha parcialmente sobre tributos. 
Nessa situação, de acordo com o CTN, 
A) nem o decreto nem a lei se inserem no conceito de legislação tributária. 
B) o decreto insere-se no conceito de legislação tributária; a lei, não. 
C) tanto o decreto quanto a lei se inserem no conceito de legislação tributária. 
D) a lei se insere no conceito de legislação tributária;o decreto, não. 
 
Comentário: Tanto o decreto quanto a lei estão compreendidos no conceito 
de legislação tributária, em razão da definição contida no art. 96, do CTN, a 
saber: a expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as 
convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que 
versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles 
pertinentes. 
 
Gabarito: Letra C 
 
Questão 04 ± FGV/II Exame de Ordem Unificado/2010 
A01122 
Em Direito Tributário, cumpre à lei ordinária: 
A) estabelecer a cominação ou dispensa de penalidades para as ações ou 
omissões contrárias a seus dispositivos. 
B) estabelecer a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios 
fiscais serão concedidos em matéria de ISS. 
C) estabelecer normas gerais em matéria tributária, especialmente sobre 
adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades 
cooperativas. 
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D) estabelecer normas gerais em matéria tributária, especialmente sobre a 
definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e 
empresas de pequeno porte. 
 
Comentário: 
 
Alternativa A: De acordo com o art. 97, V, do CTN, esse é o papel da lei 
(ordinária). Alternativa correta. 
 
Alternativa B: Trata-se de papel da lei complementar, conforme preceitua o 
art. 156, § 3º, III, da CF/88. Alternativa errada. 
 
Alternativa C: Trata-se de papel da lei complementar, conforme art. 146, III, 
³F´��GD�&)�����$OWHUQDWLYD�HUUDGD� 
 
Alternativa D: Trata-se de papel da lei complementar, conforme art. 146, III, 
³G´��GD�&)�����$OWHUQDWLYD�HUUDGD� 
 
Gabarito: Letra A 
 
Questão 05 ± FGV/III Exame de Ordem Unificado/2011 
 
Conforme a Constituição Federal, o veículo legislativo adequado para dispor 
sobre conflitos de competência entre os entes políticos em matéria tributária é 
a: 
A) medida provisória. 
B) lei complementar. 
C) emenda constitucional. 
D) lei ordinária. 
 
Comentário: O art. 146, I, da CF/88, prevê que cabe à lei complementar: 
dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 
 
Gabarito: Letra B 
 
Questão 06 ± FGV/XV Exame de Ordem Unificado/2014 
 
O Art. 146, III, a, da Constituição Federal estabelece que lei complementar 
deve trazer a definição dos fatos geradores, da base de cálculo e dos 
contribuintes dos impostos previstos na Constituição. 
Caso não exista lei complementar prevendo tais definições relativamente aos 
impostos estaduais, os estados 
A) não podem instituir e cobrar seus impostos, sob pena de violação do Art. 
146 da Constituição. 
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B) podem instituir e cobrar seus impostos, desde que celebrem convênio para 
estabelecer normas gerais. 
C) podem instituir e cobrar seus impostos, pois possuem competência 
legislativa plena até que a lei complementar venha a ser editada. 
D) podem instituir e cobrar seus impostos, desde que seja publicada Medida 
Provisória autorizando. 
 
Comentário: Realmente, o art. 146, III, a, da Constituição Federal estabelece 
que lei complementar deve trazer a definição dos fatos geradores, da base de 
cálculo e dos contribuintes dos impostos previstos na Constituição. Contudo, 
isso não significa que, não existindo tal lei complementar, os impostos 
estaduais não possam ser instituídos pelos respectivos Estados e pelo DF, haja 
vista a previsão no art. 24, § 3º, da CF/88, no sentido de que na ausência de 
lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa 
plena, para atender a suas peculiaridades. 
Isso ocorre na prática com o IPVA, motivo pelo qual o STF entendeu que se 
aplica o disposto no art. 24, § 3º, da CF/88. Portanto, os Estados estão 
autorizados a exercer competência legislativa plena, para atender a suas 
peculiaridades, relativamente ao IPVA. Este dispositivo foi estudado na nossa 
aula sobre competência tributária. Na dúvida, é só retornar lá e dar uma lida 
para relembrar. - 
 
Gabarito: Letra C 
 
2 - VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 2�HVWXGR� GR� WHPD� ³9LJrQFLD� GD� /HJLVODomR� 7ULEXWiULD´� VHUi� GLYLGLGR� HP�
vigência temporal e vigência espacial, para facilitar o aprendizado do aluno. 
 A vigência temporal diz respeito ao estudo da legislação no tempo, isto 
é, quando uma lei começa a vigorar. Já a vigência espacial está relacionada 
ao território onde incidirá a legislação tributária. Fique ligado nas duas 
palavras-chave grifadas. 
2.1 ± Vigência Temporal da Legislação Tributária 
Quando estudamos os princípios constitucionais tributários, 
PHQFLRQDPRV� GLYHUVDV� YH]HV� DV� SDODYUDV� ³YLJrQFLD´� H� ³SURGXomR� GH� HIHLWRV´��
Está lembrado? 
 Vimos que, de acordo com o princípio da irretroatividade, por exemplo, 
não se pode cobrar tributo em relação a fatos geradores ocorridos antes do 
início da vigência da lei que instituiu ou aumentou tais tributos. 
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 Estudamos também que, conforme o princípio da anterioridade, se uma 
lei majora um tributo em junho de 2010, por exemplo, a regra é que a 
majoração só venha a produzir efeitos em janeiro de 2011. Correto? 
 Chegou, portanto, o momento de dirimirmos qualquer dúvida que tenha 
pairado sobre o assunto! Vamos lá! 
 Na fase final do processo de elaboração de uma lei, ocorre a 
promulgação e publicação desse diploma normativo, temos uma lei que é 
presumivelmente válida, isto é, presume-se que a lei tenha sido elaborada 
seguindo-se os aspectos formais (iniciativa, quóruns de aprovação etc.) bem 
como os aspectos materiais (conteúdo compatível com o texto 
constitucional). 
 
Dissemos presunção de validade, pois a lei pode ser 
contestada a qualquer tempo no âmbito do Poder 
Judiciário. 
 Com a publicação da lei, é necessário saber o momento em que ela 
passará a ter vigência, sendo este, via de regra, o momento em que a lei 
começa a impor as suas regras aos destinatários. 
 Vejamos o que diz o art. 8º da LC 95/1998 (Lei Complementar que 
estabelece as regras sobre elaboração de leis): 
Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a 
contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo 
conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de 
sua publicação" para as leis de pequena repercussão. 
 O que o dispositivo estabelece é que entre a publicação da lei e a sua 
vigência haja um prazo razoável para que as regras estabelecidas na lei 
tenham amplo conhecimento por parte dos cidadãos. 
 Contudo, o mesmo dispositivo permite que a lei traga uma cláusula (em 
um artigo específico) que estabelece a vigência imediata, a partir da data 
de publicação da lei. 
 Nesse contexto, estabelece o art. 1º da Lei de Introdução às normas do 
Direito Brasileiro (LINDB): 
Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o 
país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. 
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§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, 
quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. 
 Portanto, a lei pode prever a data em que terá início a sua vigência, 
inclusive estabelecer que a vigência será imediata. Contudo, caso a lei seja 
omissa quanto à sua vigência, esta se iniciará em 45 dias, contados da 
publicação. 
 
A possibilidade de aplicação da lei brasileira no exterior 
pode ocorrer por meio de tratado internacional. 
Repare a diferença entre o prazo do princípio da 
noventena (90 dias) e o da LINDB (3 meses). SÃO 
DIFERENTES! 
 
Observação: De acordo com o art. 101 do CTN, a vigência da lei tributária 
segue as regras aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvadas as 
disposições específicas do CTN. Assim, a LINDB é aplicável ao Direito 
Tributário. 
No caso de não haver coincidência entre a data de publicação da lei e o 
início de sua vigência, denominamos esse intervalo temporal de vacância da lei 
ou vacatio legis. 
 Aí eu te pergunto, colega concurseiro(a): terminado o prazo conhecido 
por vacatio legis, se houver, a lei já produz efeitos, ou seja, a lei é eficaz? 
Logo acima, eu disse que, com a vigência, em regra, a lei produz efeitos. 
 Em matéria tributária, é muito importante discernimos tais diferenças 
conceituais, haja vista a existência dos princípios constitucionais 
tributários da anterioridade e da noventena, que obstam a produção de 
efeitos das leis que instituem ou majoram tributos. 
 Assim, por exemplo, imagine que a Lei X, que dispõe sobre a majoração 
das alíquotas do ITR, seja publicada em 15 de dezembro de 2013, nada 
dispondo sobre o início da sua vigência. 
 Como a lei é omissa em relação à sua vigência, devemos seguir a regra 
geral da LINDB, ou seja, a vigência iniciará em 45 dias a partir da publicação 
oficial da lei. Portanto, a lei entrará em vigor no dia 29 de Janeiro de 2014. 
 Mas a lei seria eficaz? É óbvio que não, pois o ITR está sujeito 
cumulativamente ao princípio da anterioridade e noventena, certo? 
 Nesse caso, a partir de 29 de Janeiro, a Lei X estará vigente, mas ainda 
não será eficaz. A produção de efeitos começará somente em 14 de Março de 
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15/12/13 29/01/14 14/03/14 
2014 (quando decorrer 90 dias da publicação da lei, em obediência ao princípio 
da noventena). 
 Vamos ilustrar o exemplo, com base na linha do tempo: 
 
 
 
 
 
O que eu quero que você entenda é que a regra é: norma vigente, 
norma eficaz. Contudo, quando se trata de instituição ou majoração de 
tributos, nem sempre a lei vigente é eficaz, tendo em vista que a maioria 
dos tributos estão sujeitos ao princípio da noventena ou anterioridade ou aos 
dois, cumulativamente. Não se esqueça também de que o conceito de eficácia 
está intimamente relacionado à produção de efeitos. 
 
Grave isso: vacatio legis é o período entre a publicação 
da lei e o início da vigência, e não o período entre a 
vigência e eficácia. 
 Sabe-se, então, que a norma pode estar vigente, e não ser eficaz (não 
produzir efeitos). Correto? Mas aí eu te pergunto: poderia haver uma lei eficaz 
e não mais vigente? Poderia sim! Imagino que agora tudo se tornou confuso 
novamente, não é mesmo? Vamos com calma! 
 Embora seja assunto de outra aula, você se lembra da aula em que 
aprendemos algumas noções do lançamento tributário? Você também se 
lembra que o fato gerador ocorre quando há a concretização de uma hipótese 
de incidência prevista em lei, correto? 
 O art. 144 do CTN, ao dispor sobre o lançamento, afirma que, ao realizá-
lo, a autoridade fiscal deve levar em consideração a lei que estava vigente na 
data da ocorrência do fato gerador, ainda que a lei tenha sido 
posteriormente revogada. 
 Para entender melhor esse assunto, você deve saber que a autoridade 
nem sempre realiza o lançamento no momento da ocorrência do fato gerador. 
Há um bom tempo hábil para fazê-lo. Ocorre que no momento do lançamento 
Publicação da 
Lei X 
vacatio legis 
Início da Vigência 
da Lei X 
Produção de 
efeitos da Lei X 
Em vigor/Sem Efeito 
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a lei que vigorava na data do fato gerador já pode ter sido revogada. E aí? Ela 
ainda produz efeitos especificamente para aquele lançamento. 
 Portanto, a título de exemplo, se no momento da ocorrência do fato 
gerador a alíquota do tributo era 10%, e no momento do lançamento a lei que 
estipulava a alíquota de 10% já tenha sido revogada, sendo a alíquota do 
tributo majorada para 15%, aplica-se aquela (10%)! 
 Você não deve se preocupar com detalhes no momento, pois tudo isso 
será mais do que aprofundado em nosso curso. O que importa no momento é 
entender que é possível uma lei não estar vigente, mas ainda assim 
produzir efeitos. 
 
Esse fato é denominado ultratividade da lei tributária. 
 Portanto, vamos memorizar o seguinte: 
x Regra geral: A lei vigente normalmente é eficaz; 
x Exceção 1: A lei vigente pode não ser eficaz, em caso de instituição ou 
majoração de tributos; 
x Exceção 2: A lei não mais vigente (revogada) pode ser eficaz, produzindo 
efeitos no lançamento tributário (CTN, art. 144). 
2.1 ± Vigência Temporal das Normas Complementares 
 Além das regras já estudadas acima, o CTN estabeleceu regras 
diferenciadas de vigência para as normas complementares. Vejamos o que diz 
o art. 103 do CTN: 
Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor: 
I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na 
data da sua publicação; 
II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus 
efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua publicação; 
III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data 
neles prevista. 
Observação: Repare que as práticas reiteradamente observadas pelas 
autoridades administrativas (usos e costumes) não foram previstas no art. 
103. Nesse caso, entram em vigor assim que se caracterizarem como praxe 
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administrativa. Não há data específica. 
 É muito importante observar, em primeiro lugar, que todas as regras 
elencadas nos incisos do art. 103 são aplicáveis, salvo disposição em 
contrário. 
 Sendo assim, salvo disposição em contrário, os atos normativos 
expedidos pelas autoridades administrativas entram em vigor na data de sua 
publicação. 
 As decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição 
administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa, salvo disposição em 
contrário, entram em vigor 30 dias após a data de sua publicação. 
Note, nesse caso, que a decisão em favor de certo contribuinte o 
beneficia imediatamente. Contudo, os efeitos normativos da decisão só 
vigoram na data estabelecida ou, se o prazo não tiver sidodefinido, 30 
dias após a data da publicação da decisão. 
 
Observe que se a lei atribuir eficácia normativa às 
referidas decisões, ocorre duplo efeito destas, ou seja, 
em primeiro lugar, o contribuinte é afetado; em 
segundo, os que se enquadrarem na situação objeto 
da decisão. 
 Relativamente aos convênios celebrados entre a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, a vigência será na data neles prevista. Ora, 
mas o art. 103 não é aplicável jXVWDPHQWH�³VDOYR�GLVSRVLomR�HP�FRQWUiULR´��RX�
seja, em caso de omissão? E se os convênios não previrem qualquer 
data? 
 Sabemos que as disposições do art. 103 são regras especiais, e que, 
segundo o art. 101 do CTN, a vigência da lei tributária segue as regras 
aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvadas as disposições específicas 
do CTN�� &RPR� DV� GLVSRVLo}HV� HVSHFtILFDV� GHL[DUDP� XPD� ³EUHFKD´��
aplicaremos a regra da LINDB, que estabelece o prazo de 45 dias, 
contados da publicação oficial. 
Normas Complementares Vigência 
Salvo disposição em contrário... 
Atos administrativos Na data de sua publicação 
Decisões administrativas c/ eficácia 
normativa 
30 dias após a data de publicação 
Convênios 
Nada data neles prevista (se não houver 
previsão, aplica-se a LINDB) 
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 Para finalizar o tema, analisemos o que estabelece o art. 104 do CTN: 
Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele 
em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a 
impostos sobre o patrimônio ou a renda: 
I - que instituem ou majoram tais impostos; 
II - que definem novas hipóteses de incidência; 
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de 
maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 
178. 
Observação: O inciso III será estudado em momento oportuno, para não 
prejudicar a sequência didática do nosso curso. Caso você não se lembre, 
abordamos o assunto superficialmente na Aula 1. 
 Vamos começar indagando o que significa definir novas hipóteses de 
incidência? Ora, significa passar a tributar algo que, antes, não era tributado. 
Como exemplo, podemos imaginar um caso já citado na aula sobre o IPI. A 
União pode vir a tributar arrematação de produtos apreendidos ou 
abandonados e levados em leilão. 
 Nessa linha de raciocínio, ao criar novas hipóteses de incidência, estar-
se-á instituindo um tributo parcialmente, fazendo com que o inciso II seja uma 
imprecisão do legislador, pois a instituição de tributos já foi prevista no inciso I 
do art. 104 do CTN. 
 De qualquer modo, o que é importante entender nesse artigo é que ele 
não se confunde com o princípio da anterioridade. Veja que o legislador 
GLVVH� ³YLJRU´�� QmR� VH� UHIHULQGR� j� SURGXomR� GH� HIHLWRV� ± ou eficácia ± que é 
relativa ao princípio da anterioridade. Ademais, veja que essa regra somente é 
aplicável aos impostos sobre patrimônio ou renda. 
 No entanto, devemos analisar a situação considerando que o CTN foi 
editado sob a égide da CF/1946 e da Emenda Constitucional 18/1965. Nessa 
época, o princípio da anterioridade era aplicável apenas aos impostos sobre 
patrimônio e renda. Portanto, o que parece mais plausível foi que o legislador 
do CTN quis aproximar os conceitos de vigência (art. 104 do CTN) ao da 
eficácia (princípio da anterioridade previsto na CF daquela época). 
 Atualmente, o assunto deve ser tratado com bastante cautela nas 
provas, até porque alguns autores consideram que esse artigo foi revogado. A 
recomendação que fazemos é para seguir os princípios constitucionais 
previstos na CF/88 (anterioridade e noventena), ou seja, decorar os 
resumos que fizemos na Aula 1. 
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 Somente invoque o conhecimento do art. 104 do CTN quando a questão 
expressamente solicitar o referido artigo, ou quando mencionar a palavra 
³YLJRU´�e ³LPSRVWRV�VREUH�SDWULP{QLR�RX�UHQGD´. 
Observação: Atualmente, os impostos sobre patrimônio ou renda se 
resumem nos seguintes: IR, ITR, IGF, IPVA, ITCMD, IPTU e ITBI. 
2.2 ± Vigência Espacial da Legislação Tributária 
 A vigência de uma lei tributária no espaço diz respeito aos limites 
territoriais da incidência dessa norma, sendo que a regra é o princípio da 
territorialidade. 
 Nesse contexto, a lei estadual carioca somente produzirá efeitos dentro 
dos limites territoriais do Estado do Rio de Janeiro. O mesmo raciocínio é 
aplicável às leis municipais. 
 Contudo, a regra possui duas exceções, ou seja, hipóteses em que há 
extraterritorialidade da legislação tributária. Tais exceções foram previstas no 
art. 102 do CTN, cuja redação é a seguinte: 
Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em 
que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que 
participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas 
gerais expedidas pela União. 
 As exceções são os convênios celebrados entre os entes federados 
e as leis de normas gerais (inclusive o CTN) editadas pela União. 
Observação: Lembre-se deque as normas gerais em matéria tributada 
devem ser regulamentadas em lei complementar, conforme o art. 146, III, da 
CF/88. 
 Como exemplo de convênios nesse sentido, podemos citar aqueles 
realizados com objetivo de uniformizar os procedimentos de fiscalização de 
dois Municípios vizinhos. Assim, o Município A poderia, com base no convênio, 
adotar a legislação criada para o Município B. 
 No que se refere às leis de normas gerais, deve-se destacar que o art. 
102 citou o próprio CTN como previsão de extraterritorialidade. Pergunta-se: 
existe alguma disposição nesse sentido no texto do CTN? A resposta é sim! 
Veja o que diz o art. 120 do CTN: 
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de 
direito público, que se constituir pelo desmembramento territorial de 
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outra, subroga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária aplicará 
até que entre em vigor a sua própria. 
 O dispositivo retrata a possibilidade de haver a extraterritorialidade da 
legislação tributária quando houver desmembramento territorial, para se criar 
um novo ente político. Nesse caso específico, o CTN prevê que R�³HQWH�QRYR´�
aplique, salvo disposição de lei em contrário, a legislação do município que 
foi desmembrado até que a sua entre em vigor. 
 
3 ± APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 De posse do conhecimento sobre a vigência da lei tributária, aprendido 
no decorrer desta aula, somos capazes de compreender os dispositivos do CTN 
acerca da aplicação da legislação tributária. 
 O que vem a ser aplicação da legislação tributária? Ora, trata-se de 
identificar a norma que será aplicada a cada caso concreto. É uma 
tarefa destinada ao aplicador da lei, que pode ser tanto a autoridade 
administrativa como a judiciária. 
 Você se lembra de quando estudamos o princípio da irretroatividade em 
outra aula? Naquele momento, nós aprendemos que o marcotemporal para 
definir o princípio da irretroatividade é a vigência da lei. Nesse sentido, 
o que o art. 150, III, a, da CF/88, proíbe é que se cobre tributos em relação a 
fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os instituiu ou 
majorou. 
 Na mesma linha, o CTN assim dispôs: 
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos 
geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja 
ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do 
artigo 116. 
 Destaque-se que os fatos geradores pendentes são aqueles que já 
tiveram início, mas que ainda não estão concluídos. Ou melhor, são fatos que 
se dão por iniciados na vigência de uma lei e, quando se completam, outra lei 
está vigente. 
 O exemplo mais claro que podemos trazer no momento, para explicar os 
fatos geradores pendentes, sem nos aprofundarmos no estudo do fato gerador, 
é o imposto de renda, cujo fato gerador é concluído em uma determinada data 
do ano, sendo fruto de diversos fatos isolados (diversos rendimentos) 
ocorridos no decorrer desse período. 
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 Há quem defenda a incompatibilidade da aplicação da legislação 
tributária aos fatos geradores pendentes, com base no argumento de que há 
colisão com o princípio da irretroatividade. Mas quanto a isso não é necessário 
ter preocupação, já que a FGV ainda não abordou o tema no Exame de 
Ordem e, caso venha cobrá-lo, a tendência é fazê-lo de forma literal, tal como 
tem feito em relação aos outros dispositivos do CTN. 
Dando continuidade à nossa aula, estudamos também que a CF/88 não 
prevê nenhuma exceção ao princípio da irretroatividade. Contudo, 
segundo o CTN, há duas permissões para se aplicar a lei retroativamente. São 
elas: a lei interpretativa e a lei mais benigna ao infrator. 
 
A regra é a irretroatividade. A lei só pode retroagir 
para interpretar ou para beneficiar o infrator. 
3.1 ± Lei Expressamente Interpretativa 
 A redação do CTN em favor da aplicação retroativa da lei interpretativa é 
a seguinte: 
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: 
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, 
excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos 
interpretados; 
O que seria uma lei interpretativa e em que hipótese ela vem a ser 
editada? 
Algumas normas editadas pelo Poder Legislativo acabam gerando 
grandes controvérsias no momento de sua aplicação. Há leis que contêm 
dispositivos que geram diversas interpretações. Nesses casos, normalmente o 
contribuinte busca auxílio ao Judiciário, que emite decisões sobre qual 
interpretação deve prevalecer. No entanto, tais decisões somente possuem 
efeitos inter partes (ou seja, somente entre as partes que compõem a lide). 
É nesse momento em que o Poder Legislativo tem nas mãos o poder de 
resolver as controvérsias, editando uma nova lei que com o único objetivo 
de trazer uma interpretação uniforme à lei controversa. Essa é a lei 
interpretativa objeto de nosso estudo. 
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A interpretação de uma lei, sendo feita por intermédio de 
outra lei, é denominada interpretação autêntica. 
Como o seu objetivo é unicamente interpretar outra lei, pode-se dizer 
que não há inovação do ordenamento jurídico, já que não serão criados 
novos direitos ou obrigações. 
Como não há modificação, e sim interpretação, a lei retroage à data 
da lei interpretada, produzindo efeitos desde então, como se fosse a própria 
lei interpretada. Nada mais do que lógico, certo? 
Ressalte-se que o art. 106, I, assevera que a retroatividade ocorrerá em 
³TXDOTXHU� FDVR´�� ,VVR� VLJQLILFD� TXH� D� OHL� SRGH� UHWURDJLU� WDQWR� SDUD� H[LJLU�
eventuais diferenças não pagas de tributos, como para restituir tributo que 
acabou sendo pago a mais pelo contribuinte. 
Contudo, a mesma regra que autoriza a retroação em qualquer caso, 
proíbe que isso seja feito com o objetivo de punir o contribuinte. Ora, se o 
contribuinte deixou de pagar certo tributo, por conta da dúbia interpretação da 
legislação tributária, a lei interpretativa posterior pode dirimir as dúvidas, 
acarretando o pagamento do tributo, mas não a imposição de penalidades! 
Há que se destacar também que a lei expressamente interpretativa 
não interfere nas decisões finais no âmbito do Poder Judiciário, isto é, 
caso a lei interpretativa só venha surgir após uma apreciação judicial 
transitada em julgado, não é possível haver alteração da decisão, tendo em 
vista a preservação da coisa julgada. 
3.2 ± Lei mais benigna sobre penalidades 
 De acordo com o art. 106 do CTN, temos o seguinte: 
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: 
(...) 
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: 
a) quando deixe de defini-lo como infração; 
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de 
ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha 
implicado em falta de pagamento de tributo; 
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c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei 
vigente ao tempo da sua prática. 
 A primeira observação a ser feita é que a retroatividade da lei mais 
benigna sobre penalidades e infrações tributárias não alcança os atos 
definitivamente julgados. Cabe destacar que os atos só podem ser 
considerados definitivamente julgados no âmbito do Judiciário, uma 
vez que a decisão administrativa ainda pode ser objeto de contestação judicial. 
 1HVVH� VHQWLGR�� R� 67)� �5(� �������%$�� Mi� GHFLGLX� TXH� ³se a decisão 
administrativa ainda pode ser submetida ao crivo do Judiciário, e para este 
houve recurso do contribuinte, não há de se ter o ato administrativo ainda 
como definitivamente julgado, sendo esta a interpretação que há de dar-se ao 
art. 106, II, c, do CTN´� 
 Também devemos observar que, no Direito Penal, em que a lei nova 
mais benigna alcança o apenado, ainda que já tenha havido decisão judicial 
transitada em julgado. 
 Diferentemente do que foi acima exposto, o art. 106, II, do CTN, trata do 
Direito Tributário Penal, que trata especificamente das infrações fiscais, isto 
é, a punição ao descumprimento de obrigações tributárias. Referem-se, pois, 
às denominadas sanções administrativas. 
Observação: Direito Tributário Penal não é o mesmo que Direito Penal 
Tributário. O primeiro diz respeito às sanções administrativas em matéria 
tributária. O segundo refere-se aos crimes, por exemplo, contra a ordem 
tributária, sendo puníveis, inclusive, com pena privativa de liberdade. 
A segunda observação referente à norma do CTN é que em todas as três 
previsões de aplicação retroativa da lei tributária fala-se em infrações e 
penalidades. 
Isso significa que não há que se falar em aplicação retroativa da lei mais 
benéfica sobre tributos. Por conseguinte, lei posterior que venha reduzir as 
alíquotas de determinado tributo não pode ser aplicada retroativamente, 
sob o argumento de beneficiar o contribuinte. Nesse caso, aplica-se a alíquota 
em vigor na data de ocorrência dofato gerador (FG). 
9DPRV�HVTXHPDWL]DU�R�WHPD�³DSOLFDomR�GD�OHJLVODomR�WULEXWiULD´� 
 
 
 
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Questão 07 ± FGV/II Exame de Ordem Unificado/2010 
A01124 
De acordo com o Código Tributário Nacional, aplica-se retroativamente 
a lei tributária na hipótese de: 
A) analogia, quando esta favorecer o contribuinte. 
B) extinção do tributo, ainda não definitivamente constituído. 
C) graduação quanto à natureza de tributo aplicável, desde que não seja 
hipótese de crime. 
D) ato não definitivamente julgado, quando a lei nova lhe comine penalidade 
menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo de sua prática. 
 
Comentário: A aplicação retroativa da lei tributária foi prevista no art. 106, do 
CTN. A única alternativa que aborda este dispositivo é a Letra D, tratando do 
DUW�������,,��³F´��$�OHL�DSOLFD-se a ato ou fato pretérito tratando-se de ato não 
definitivamente julgado quando lhe comine penalidade menos severa que a 
prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. 
 
Gabarito: Letra D 
 
Questão 08 ± FGV/V Exame de Ordem Unificado/2011 
 
No exercício de 1995, um contribuinte deixou de recolher determinado tributo. 
Na ocasião, a lei impunha a multa moratória de 30% do valor do débito. Em 
1997, houve alteração legislativa, que reduziu a multa moratória para 20%. O 
Aplica-se 
Legislação 
Tributária 
FG Consumado 
ou Pretérito 
FG Futuro 
FG Pendente 
Não se aplica 
Legislação 
Tributária 
EXCEÇÕES 
CF/88 
CTN 
Lei Interpretativa 
Lei + Benéfica (Infrações) 
Ato não defin. julgado 
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contribuinte recebeu, em 1998, notificação para pagamento do débito, 
acrescido da multa moratória de 30%. A exigência está 
A) correta, pois aplica-se a lei vigente à época de ocorrência do fato gerador. 
(B) errada, pois aplica-se retroativamente a lei que defina penalidade menos 
severa ao contribuinte. 
(C) correta, pois o princípio da irretroatividade veda a aplicação retroagente da 
lei tributária. 
(D) errada, pois a aplicação retroativa da lei é regra geral no direito tributário. 
 
Comentário: Como a lei trava de penalidades, deve haver aplicação retroativa 
da nova lei aos fatos pretéritos. Assim sendo, a lei vigente em 1997, por ter 
reduzido a multa moratória, aplica-se às penalidades relativas a 1995. 
Portanto, a exigência fiscal em 1998 está errada, pois aplica-se 
retroativamente a lei que defina penalidade menos severa ao contribuinte. 
 
Gabarito: Letra B 
 
Questão 09 ± FGV/V Exame de Ordem Unificado/2011 
 
Determinada Lei Municipal, publicada em 17/01/2011, fixou o aumento das 
multas e alíquotas relativo aos fatos jurídicos tributáveis e ilícitos pertinentes 
ao ISS daquele ente federativo. Considerando que determinado contribuinte 
tenha sido autuado pela autoridade administrativa local em 23/12/2010, em 
razão da falta de pagamento do ISS dos meses de abril de 2010 a novembro 
de 2010, assinale a alternativa correta a respeito de como se procederia a 
aplicação da legislação tributária para a situação em tela. 
A) Seriam mantidas as alíquotas e multas nos valores previstos na data do fato 
gerador. 
B) Seriam aplicadas as alíquotas previstas na lei nova e as multas seriam 
aplicadas nos valores previstos na data do fato gerador. 
C) Seriam mantidas as alíquotas nos valores previstos na data do fato gerador 
e as multas seriam aplicadas nos valores previstos de acordo com a nova lei. 
D) Seriam aplicadas as alíquotas e multas nos valores previstos de acordo com 
a nova lei. 
 
Comentário: A regra é a aplicação da penalidade prevista na lei vigente na 
data de ocorrência do fato gerador. A exceção fica por conta das alterações 
legislativas que beneficiem o contribuinte, em se tratando de penalidades 
pecuniárias. Como não houve redução da multa, deve ser aplicada a lei vigente 
na data do fato gerador. Em relação ao imposto devido, não há que se falar em 
exceção, aplicando-se sempre a lei vigente na data do fato gerador. Portanto, 
no caso em tela, seriam mantidas as alíquotas e multas nos valores previstos 
na data do fato gerador. 
 
Gabarito: Letra A 
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4 - INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 Inicialmente, devemos saber o que vem a ser a interpretação de uma 
norma. Trata-se de uma atividade que visa a compreender o conteúdo da 
norma e o seu alcance, isto é, entender o pensamento do legislador, 
quando da elaboração da lei. Tal atividade também é denominada exegese. 
Observação: O nome dado à ciência que estuda as normas é 
hermenêutica. 
 Deve-se frisar que todas as normas devem ser interpretadas, ainda 
que pareçam muito evidentes. Afinal de contas, se não se interpreta uma lei 
que parece clara, corre-se o risco de não analisar os demais sentidos que 
poderiam ter o texto legal. Dessa forma, está superado o brocardo in claris 
cessat interpretatio ± as normas claras não precisam ser interpretadas. 
 O que nos importa realmente é saber os critérios definidos no CTN para 
interpretação da legislação tributária. Contudo, antes disso, é necessário 
analisarmos os principais modos de interpretação das leis em geral, com base 
na fonte que promove a interpretação, nos modos pelos quais a 
interpretação é feita e nos efeitos produzidos pela interpretação. 
 Como o objetivo das explicações a seguir é tão somente fornecer uma 
base para que você compreenda o CTN com clareza, vamos aprender de forma 
bastante rápida e perder tempo apenas com o que interessa! 
4.1 ± Classificação quanto à fonte 
 Com base na fonte da qual surge a interpretação, esta pode ser: 
Interpretação Autêntica Æ Ocorre quando o mecanismo da interpretação 
das leis é realizado pelo próprio Poder Legislativo. Ou seja, uma lei posterior é 
editada com a finalidade de interpretar outra lei. 
Interpretação Judicial ou jurisprudencial Æ É a interpretação feita pelos 
juízes e tribunais de um país, no âmbito do Poder Judiciário. Diz-se que há 
jurisprudência quando há reiteradas decisões no mesmo sentido sobre 
determinado assunto. 
Interpretação Executiva ou Administrativa Æ É realizada pelo Poder 
Executivo, ao exercer sua tarefa de aplicar a lei. Pode ser realizada por meio 
de atos normativos (instruções normativas, decretos e portarias, por exemplo) 
ou por atos concretos (jurisdição administrativa e lançamento tributário, por 
exemplo). 
Interpretação Doutrinária Æ Interpretação levada a cabo pelos estudiosos 
do direito, e expressada por intermédio de artigos, livros ou revistas. 
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4.2 ± Classificação quanto aos modos 
 Essa classificação se resume aos métodos utilizados para interpretar as 
leis, que se resumem nos seguintes: 
Interpretação Gramatical (literal)

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