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Antimicrobianos que atuam na síntese da parede celular bacteriana 1 Mecanismo de ação dos antimicrobianos 2 Parede Celular das Bactérias • A parede celular é que da forma a bactéria e funciona como uma barreira osmótica; • Bactérias sem parede sofrem lise osmótica; • Parede celular é necessária à reprodução binária normal da célula. 3 Tavares, W. Antibióticos e quimioterápicos para o clínico, 2007 4 • Bactérias gram-positivas, a parede celular é uma estrutura simples, formada por peptidoglicano que corresponde a cerca de 60% da sua composição; • Contém ácidos teicóicos, ribonucleato de magnésio e carboidratos. Parede Celular das Bactérias 5 • Bacilos gram-negativos, a parede celular é mais complexa, constituindo o peptidoglicano somente cerca de 10% da sua composição, formando uma camada basal sobre a qual se encontra uma camada externa composta por lipopolissacarídeos, fosfolipídios e proteínas. Parede Celular das Bactérias 6 • O peptidoglicano é o principal elemento que configura a rigidez da parede; • Os açucares aminados que formam o peptidoglicano, N-acetilglucosamina e o ácido N-acetilmurâmico, dispõem-se de forma alternada, formando longas cadeias que são ligadas por cadeias peptídicas que se entrecruzam. Parede Celular das Bactérias 7 • A biossíntese do peptidoglicano se completa pela união das cadeias polissacarídicas por meio da ligação entrecruzada das cadeias pentapeptídicas de uma molécula com a de outra. Essa reação é chamada transpeptidação. Parede Celular das Bactérias 8 • A reação de transpeptidação é catalisada por transptidases; • É nessa fase que atuam os antibióticos beta-lactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, carbapenemas, monobactâmicos), ao se ligarem de maneira irreversível ao seu receptor de ação, as proteínas ligadoras de penicilinas ou PBPs, inibindo sua ação. Parede Celular das Bactérias 9 Rang et al., Farmacologia. 2011 10 • A ligação dos antibióticos beta-lactâmicos ás PBPs impede a formação do peptidoglicano, ficando a célula em crescimento defeituoso, rapidamente ocorre a lise osmótica; • Muitas bactérias resistentes aos antibióticos beta-lactâmicos produzem beta-lactamases que inativam a droga no espaço periplasmático, alterando a integridade da molécula da substância, que perde, assim, a capacidade de ligação ás PBPs. Parede Celular das Bactérias 11 12 Penicilinas Penicilinas • 1928: Alexander Fleming https://media1.britannica.com/eb-media/11/115211-004-C122A5B1.jpg http://www.infoescola.com/wp- content/uploads/2010/01/penicilina2-445x450.jpg https://conscienciaufrj.files.wordpress.com/2015/ 12/penicillin.gif?w=343&h=329 13 Penicilinas • 1940: Chain e Florey • 1941: uso clínico http://imaginaciones.com/wp- content/uploads/2016/04/aviso-penicilina.jpg http://2.bp.blogspot.com/-FbT8R7BwXF0/URVvZmpPZNI/AAAAAAAAAj4/dGWDZ- JWc-g/s1600/Penic+Guerra2.jpg http://catedraisdefe.etsit.upm.es/wiki/images /thumb/6/6d/Cartel_sin_pie_de_foto.jpg/300 px-Cartel_sin_pie_de_foto.jpg 14 Penicilinas 15 Penicilinas Presença do grupamento químico heterocíclico azetidinona (anel beta- lactâmico) 16 Penicilinas ➢ O Penicillium produz várias penicilinas (F, G, O, X, V) ➢ As semissintéticas são originadas a partir de modificações químicas introduzidas no 6-APA. 17 Penicilinas 18 Inibidores de beta-lactamases Tazobactam 19 Penicilinas • Penicilina G (Benzilpenicilina) • Apresentada sob a forma de sal alcalino sódico ou potássico • Penicilina G cristalina (natural) • Penicilina G procaína • Penicilina G benzatina • 1 unidade = 0,6 mcg • 1 mg de penicilina G contém 1670 unidades • Via IM 20 Penicilina G • Penicilina G cristalina • 4h • Penicilina G procaína • 24h • Penicilina G benzatina • 30 dias 21 Penicilina G 22 Penicilina G • Inibe a síntese da parede celular. • É ativa sobre bactérias gram-positivas, cocos gram-negativos, espiroquetas, actinomicetos, estreptococos (grupos A, B, C e G). • A penicilina G não é ativa contra bacilos gram-negativos, nem sobre Mycoplasma, Legionella, Chlamydia e Ureaplasma. Também, embora apresente boa atividade contra as bactérias do gênero Actinomyces, a penicilina G não é ativa contra as Nocardia. • Os enterococos são pouco sensíveis à ação da penicilina G. 23 Penicilinas • Resistência adquirida • A resistência adquirida ocorre, principalmente, pela transdução de plasmídios, transferindo a capacidade de produção de beta- lactamases. • Outros meios incluem mutação, transdução, transposição genética, que manifestam através da produção de beta-lactamases ou ausência/modificação de proteínas ligadoras de penicilina. 24 Penicilina G • Indicada principalmente nas infecções por bactérias gram-positivas, por treponemas, clostrídios e Neisseria. • A principal indicação terapêutica da penicilina G benzatina é o tratamento da sífilis não-neurológica e de outras treponematoses. • A penicilina G procaína está indicada em infecções estreptocócicas de média gravidade, como erisipela e escarlatina. A penicilina G procaína também é utilizada no tratamento da pneumonia pneumocócica comunitária. 25 Penicilinas • Efeitos adversos • Hipersensibilidade: urticária, erupções cutâneas, febre, prurido, asma, rinite, choque anafilático, edema de glote, vasculite generalizada, hemólise, dermatite esfoliativa) • Náuseas, vômitos e diarreia • Predisposição para superinfecções ➢História prévia de alergia às penicilinas ➢Teste de hipersensibilidade Teste de sensibilidade positivo: indica-se a dessensibilização, que pode ser por via oral, subcutânea ou intradérmica, com doses repetidas e crescentes. 26 Penicilinas • Penicilina V (Fenoximetilpenicilina) É obtida pela adição de ácido fenoxiacético aos meios de cultura do P. chrysogenum. ➢Resistência à inativação ácida maior que a penicilina G. ➢Tomada a cada 6 horas por 10 dias. ➢Absorção é dificultada pelos alimentos. Outra limitação é a intolerância gástrica que a droga provoca. 27 Penicilinas • Penicilinas semissintéticas • Penicilinas de pequeno espectro, absorvíveis por via oral e sensíveis à ação da penicilinase (ex.: feneticilina e propicilina – não comercializadas no Brasil) • Penicilinas de pequeno espectro, resistentes à ação da penicilinase, sendo as penicilinas antiestafilocócicas (ex.: meticilina, oxacilina, cloxacilina, dicloxacilina, flucloxacilina) • Penicilinas de largo espectro (ex.: ampicilina, amoxicilina, epicilina) • Penicilinas antipseudomonas (ex.: carbenicilina, ticarcilina) • Penicilinas de espectro de ação ampliado (ex.: azlocilina, mezlocilina, piperacilina). 28 Penicilinas antiestafilocócicas • Isoxazolilpenicilinas (Oxacilina, cloxacilina, dicloxacilina, flucoxacilina), meticilina, nafcilina, difenicilina, pirazocilina e quinacilina. • No Brasil, somente a Oxacilina está disponível (Oxacilina sódica). • Resistência à inativação da penicilinase. • Absorvidas por via oral (isoxazolilpenicilinas). 29 Oxacilina • É ativa contra cocos e bacilos gram-positivos, aeróbios e anaeróbios, contudo não age contra enterococos e é pouco ativa contra os cocos gram-negativos. • Sua importância clínica está na atividade contra os estafilococos produtores de penicilinase. 30 Penicilinas de largo espectro • Penicilinas da segunda geração • Aminopenicilinas: Ampicilina e Amoxicilina. • Ampicilina : 1961. • Primeira penicilina semissintética a agir contra bacilos gram- negativos. • Inativada pela ação da penicilinase estafilocócicae beta- lactamases de bacilos gram-negativos resistentes. • No Brasil, a ampicilina mantém sua atividade praticamente inalterada sobre o meningococo, estreptococo do grupo A, bacilos gram-positivos e os anaeróbios (exceto o B. fragilis). 31 Ampicilina • Nos bacilos gram-negativos, o mecanismo de resistência é a produção de beta-lactamases. • A principal indicação da ampicilina é a infecção por enterococo, incluindo a endocardite e a sepse, utilizada em associação com antibióticos aminoglicosídeos. Tem indicação precisa nas meningoencefalites causadas por Listeria monocytogenes e Streptococcus agalactiae (grupo B). • A ampicilina associada ao Sulbactam é indicada no tratamento de infecções causadas por microrganismos gram-negativos e anaeróbios. Esta associação está indicada nas infecções causadas pelo A. baumannii. 32 Amoxicilina • Derivada da Ampicilina, introduzida em 1970. • É utilizada por via oral soba forma de ácido livre (anidro) ou tri-hidratado, e sob a forma de sal sódico, por via parenteral. • Está disponível em associação com o ácido clavulânico e com o Sulbactam. • Não é recomendada no tratamento da gonorreia faríngea ou sistêmica. 33 Amoxicilina • Uretrite gonocócica • Febre tifoide (21dias) • Infecções genitais por clamídias em gestantes • A associação com o ácido clavulânico está indicada por via oral no tratamento de infecções urinárias, respiratórias, ginecológicas e da pele e tecido celular subcutâneo, causadas por bactérias produtoras de beta- lactamases. • Nas infecções respiratórias nas quais possa estar envolvido o Haemophilus influenzae. 34 Amoxicilina • Abcessos periamigdalianos e retrofaríngeos • Faringoamigdalites (devido à presença da Moraxella catarrhalis) • Nas infecções de maior gravidade, é recomendada administração por via IV. • A amoxicilina com Sulbactam tem as mesmas indicações da amoxicilina associada com o Clavulanato e da ampicilina com Sulbactam, mas é menos eficaz contra o Acinetobacter baumannii. 35 Penicilinas antipseudomonas • Carboxipenicilinas Carbenicilina (1965) e Ticarcilina (1970) • Penicilinas da terceira geração • Derivado carboxílico da penicilina G • Largo espectro • Instáveis em meio ácido • Inativadas por beta-lactamases • Estes antibióticos não são ativos nas infecções por Klebsiella, nem por Staphylococcus resistentes a meticilina. 36 Ticarcilina • A ticarcilina apresenta potência duas vezes maior que a carbenicilina. • Sua vantagem, e principal aplicação prática, reside no tratamento de infecções por Proteus indol-positivos, Acinetobacter baumannii, Stenotrophomonas maltophilia, Pseudomonas aeruginosa e Bacteroides fragilis. • A ticarcilina associada ao Clavulanato é empregada em infecções por gram-negativas. • Para infecções sistêmicas graves, como pneumonias, sepses, peritonites e queimaduras infectadas, a ticarcilina é empregada por via IV. 37 Penicilinas de espectro de ação ampliado • Ureidopenicilinas • Penicilinas da quarta geração • Originadas da ampicilina pela ligação de uma molécula de ureia. • No Brasil, somente a Piperacilina é empregada, em associação com Tazobactam. 38 Piperacilina • Introduzida em 1976 • Espectro de ação amplo, incluindo P. aeruginosa e outros bacilos gram- negativos não fermentadores, agindo também contra bactérias anaeróbias. • Apresenta potência 16 a 32 vezes maior que a Carbenicilina contra a Pseudomonas aeruginosa. • A Piperacilina destaca-se por sua atividade potente contra Pseudomonas aeruginosa, Serratia, Acinetobacter, Klebsiella-Enterobacter, Proteus indol-positivos e anaeróbios. 39 Piperacilina • É absorvível somente por via parenteral, sendo eliminada, principalmente, por via renal, por secreção tubular e filtração glomerular. • No Brasil, a Piperacilina é utilizada em associação com o Tazobactam e indicada principalmente no tratamento de infecções hospitalares causadas por P. aeruginosa, Acinetobacter, Serratia, Klebsiella e Proteus indol- positivos, bem como infecções intra-abdominais cirúrgicas. 40 CEFALOSPORINAS beta-lactâmicos 41 Histórico e Características Gerais •As cefalosporinas são antibióticos pertencentes ao grupo das beta- lactaminas. Possuem características químicas semelhantes às Penicilinas; •7-aminocefalosporâmico (7-ACA) — Cefalosporina C — Cephalosporium acremonium; •Giuseppe Brotzu; 42 Mecanismo de Ação •Similar ao das penicilinas - fixando-se às proteínas ligadoras de penicilina; •Proteínas Ligadoras de Penicilina (PBP); •Estimular dois processos enzimáticos • Impedindo a união de cadeias com ácido murâmico. Transaminase; Carboxipeptidase; 43 Mecanismo de Resistência •Disseminação de plasmídeos que codificam o gene da beta-lactamase; •Outros Mecanismos: •Redução da entrada no antibiótico; •Mecanismo de efluxo; •Alterações na PBP; 44 Farmacocinética • Hidrossolúveis; • Apresentações Orais e Parenterais; • A maioria não é metabolizada (vesícula biliar e fígado); • Distribuição: ampla, podendo atravessar a Barreira Hematoencefálica e Placentária; • Eliminação renal. 45 Derivados Semi-sintéticos das Cefalosporinas 46 CEFALOSPORINAS DE 1º GERAÇÃO •São muito ativas contra cocos gram-positivos e têm atividade moderada contra E. coli, Proteus mirabilis e K. pneumoniae adquiridos na comunidade. •Não têm atividade contra H. influenzae e não agem contra estafilococos resistentes à oxacilina, pneumococos resistentes à penicilina, Enterococcus spp. e anaeróbios. •São sensíveis às beta-lactamases de estirpes gram-negativas. 47 Absorvidos por Via Parenteral •Exemplos: Cefalotina e Cefazolina; •Foram os primeiros derivados a surgirem, tendo, nesta época, grande eficácia contra uma grande variedade de microbiota, como Klebsiella, Serratia e outros — bactérias resistentes; •Administração — IV; • Indicações: S. aureus sensíveis à oxacilina e estreptococos; infecções de pele, partes moles, faringite estreptocócica; infecções do trato urinário não complicadas, principalmente durante a gravidez; •Efeitos Adversos: nefrotoxicidade (furosemida), alergias, irritativos, hiperssensibilidade, superinfecções, quando afeta a microbiota simbiótica do intestino e do estômago. 48 Absorvidos por Via Oral •Exemplos: Cefalexina e Cefadroxil; •São ativas contra estreptococos e estafilococos, mesmo os produtores de penicilinase; •Não possuem ação contra hemófilos, enterococos, Bacterioides fragilis, Pseudomonas e gram negativos resistentes; • Indicações: Faringoamigdalite, Piodermites causadas por estalilococos, principalmente furúnculos e celulite. Infecção urinária não complicada, e ainda no tratamento ambulatorial após esquema parenteral. •Efeitos Adversos: manifestações gastrointestinais, hiperssensibilidade e superinfecções. Porém eles ocorrem em cerca de 1% dos pacientes, conferindo ótima tolerância a este fármaco. 49 CEFALOSPORINAS DE 2º GERAÇÃO • Foram produzidas buscando-se a resistência à hidrólise causada pelas cefalosporinases, porém, hoje, os microorganismos existentes já apresentam resistência importante às beta-lactamases; • Possuem ação gram-positiva, contra cocos gram-negativos, hemófilos e enterobactérias; • Não são ativas contra Pseudomonas aeruginosa. 50 Absorvidos por Via Oral •Exemplos: Axetil - Cefuroxima, Cefprodil e Cefaclor. •Ação em infecções causas por estreptococos, pneumococos resistentes às beta-lactamases, hemófilos e enterobactérias (axetil). •Indicações: amigdalites, faringites estreptocócicas ou estafilocócicas, sinusites, otites médicas agudas (pneumococos e hemófilos), infecções respiratórias comunitárias, também às faringoamigdalites, cistites (E. coli)e algumas piodermites. •Efeitos Adversos: náuseas, vômitos e diarréias (raros). 51 Absorvidas por Via Parenteral •Exemplos: Cefuroxima e Cefoxitina. •Cefuroxima: estabilidade ante às cefalosporinases de gram-negativos, agindo principalmente contra estreptococos do grupo A; •Indicações: infecções causadas por gram-negativos, bons resultados terapêuticos contra pneumonias, broncopneumonias, sepses, infecções urinárias, colecistites, peritonite e osteomielites. Está em desuso para meningite, por conta de sua ineficácia contra meningococo. •Efeitos Adversos: dor por via IM, e flebite por via IV. Febre, erupções, pruridos alérgicos, rara anafilaxia, elevação de transaminases e fosfatase alcalina. 52 •Cefoxitina: pertence à classe das Cefamicinas, porém possui características quimicas similares às cefalosporinas; • Indicação: casos de medidas profiláticas em infecções cirúrgicas; •Efeitos Adversos: dor à via IM, eosinofilia em 16% dos pacientes, reações alérgicas e principalmente o efeito indutor de resistência em alguns bacilos de Enterobacter, Serratia e Pseudomonas. 53 CEFALOSPORINAS DE 3º GERAÇÃO •As cefalosporinas de terceira geração podem ser utilizadas no tratamento de uma variedade de infecções por bacilos gram-negativos susceptíveis adquiridas no ambiente hospitalar, dentre elas: •Infecções de feridas cirúrgicas; •Pneumonias e; •Infecções do trato urinário complicadas. •Agem, de maneira geral, nas bactérias resistentes às Cefalosporinas de primeira e segunda geração. •Serratia e Klebsiella podem ter resistência. •Espectro Expandido* 54 De Pequena Ação de absorção Parenteral •Exemplos: Cefotaxima e Ceftriaxona. •Cefotaxima: possui ação contra gram-negativos e gram-positivos, porém não tem grande eficácia contra P. aeruginosa. •Indicações: tratamento de sepses por bacilos gram-negativos hospitalares, infecção por hemófilos, em crianças com pneumonias graves e na DPOC. Principal indicação para meningite neonatal e meningoencefalites. Profilaxia contra gram-negativos em pacientes na UTI — Mesmos efeitos adversos que outras Cefalosporinas. •Ceftriaxona: diferencia-se da Cefotaxima por possuir farmacocinética mais favorável, ou seja, uma meia-vida mais prolongada, sendo sua atividade antimicrobiana idêntica a das Cefotaxima — mesmas indicações; •Efeitos Adversos: precipita na vesícula biliar, como ceftriaxonoato de cálcio, Kernicterus; 55 De Pequena Ação de absorção Oral •Exemplos: Cefixima, Cefetamet pivoxil, Cefpodoxima proxetil •Bastante resistentes às beta-lactamases e bacilos gram-negativos; •Eficiencia contra pneumococos resistentes à penicilina G. •Indicações: tratamento de infecções urinárias de enterobactérias, e infecções respiratórias, como as bronquites agudas ou agudizadas, pneumonias, OMA e Gonorréia (95%). •Efeitos Adversos: reações discretas, do trato gastrointestinal, como nauseas e pirose, e ainda cefaléia, tontura e hiperssensibilidade. 56 De Potente Ação de absorção Parenteral •Exemplo: Ceftazidima. •Possui elevada potência antimicrobiana contra gram-negativos e Pseudomonas aeruginosa. •Indicação: É um indutor de beta-lactamases por gram-negativas quando em altas concentrações, estando indicado em infecções hospitalares e para o tratamento de meningite causada por Pseudomonas. •Efeitos Adversos: Reações de hiperssensibilidade (rash), raras reações anafiláticas e diarréia em até 10% dos casos. 57 CEFALOSPORINAS DE 4º GERAÇÃO •Exemplo: Cefepima. •Tem ação contra enterobactérias, pseudomonas e gram-positivos. Com atividade gram- negativa semelhante à Ceftazidima (E. coli, Salmonella, Klebsiella, H. influenzae, P. aeruginosa). Sem ação contra Enterococos e Estafilococos meticiclinarresistentes. •Administrados por via IV. •Indicação: pacientes hospitalizados, infecções respiratórias, urinárias, ginecológicas, pele, tecido subcutâneo (P. aeruginosa). •Efeitos Adversos: em geral bem tolerada, diarréia, hiperssensibilidade, aumento de transaminase, eventuais queixas gastrointestinais, cefaléia, tonteiras e modificações de paladar, associadas a parestesias. 58 Carbapenemas e Monobactâmicos 59 Carbapenemas • Histórico • 1972 – Universidade Kitasato • Culturas do Streptomyces olivaceus, S. gedanensis e de outros • 1976 – Laboratório Merck Sharp & Dohme e Companhia Espanhola da Penicilina e Antibióticos • Tienamicina – Culturas do Streptomyces cattleya • 1978 – Albers-Schomberg e col. 60 Carbapenemas • Naturais: provenientes das espécies Streptomyces. • Sintético • Potência contra microrganismos gram-positivos e gram-negativos • Estabilidade na presença da maioria de beta-lactamases • Tienamicina 61 Tienamicina, Imipenén, Imipeném/Cilastatina • Características gerais / Mecanismo de ação: • Tienamicina • Amplo espectro de ação • Resistência à inativação por beta-lactamases • Instável (impede uso clínico) • N-formimidoil-tienamicina 62 Tienamicina, Imipenén, Imipeném/Cilastatina • Características gerais / Mecanismo de ação • Imipeném • Sintético • Une-se às proteínas ligadoras de penicilinas (PBP), inibindo a síntese da parede celular • Atravessa envoltórios celulares bacterianos mais rapidamente • Ação supressora mais duradoura – efeito pós-antibiótico • Sofre hidrólise pela enzima deidropeptidase I – nefrotoxicidade • Podem promover resistência a outros antibióticos beta-lactâmicos 63 Tienamicina, Imipenén, Imipeném/Cilastatina • Características gerais / Mecanismo de ação • Cilastatina • Inibidor competitivo seletivo e irreversível da deidropeptidase I • Não tem ação antimicrobiana • Cilastatina/Imipeném em proporção 1:1 64 Tienamicina, Imipenén, Imipeném/Cilastatina • Espectro de ação: • Ativo contra estreptococos, pneumococos, estafilococos oxacilina- sensíveis, hemófilos, gonococos, meningococo, Escherichia coli, Klebsiella, Proteus, Morganella, Salmonella, Shigella e outras enterobactérias, Pseudomonas aeruginosa e bactérias anaeróbias, incluindo o B. fragilis • Resistentes: Enterococcus faecium e o E. faecalis 65 Tienamicina, Imipenén, Imipeném/Cilastatina • Espectro de ação: • Inativado pelas carbapenemases - na Strenotrophomonas maltophilia, Burkholderia cepacia, Aeromonas e Flavobacterium, e outras • Resistência intrínseca: Clamydia, Mycoplasma e Mycobacterium • Não tem atividade contra estafilococos meticilinaresistentes. • Resistência adquirida na Pseudomonas aeruginosa – canal porínico • Resistência cruzada com o meropeném 66 Tienamicina, Imipenén, Imipeném/Cilastatina • Farmacocinética e Metabolismo: • Não é absorvido por via oral • Administração intravenosa • Administração intramuscular em infecções de moderada gravidade • Meia-vida: uma hora • Atividade terapêutica: quatro a seis horas • Pulmões, músculos, pele, vesícula biliar, rins, humor aquoso, secreção gastroduodenal, líquido peritoneal e secreção brônquica • Atravessa barreira hematoencefálica – meningoencefalites • Atravessa barreira placentária • Eliminação por via renal 67 Tienamicina, Imipenén, Imipeném/Cilastatina • Indicações clínicas: • Infecções respiratórias, urinárias, ginecológicas, Osteoarticulares e intra-abdominais • Meningoencefalites bacterianas • Infecções graves hospitalares por microrganismos com resistência selecionada a outros medicamentos • Infecções pós-operatórias graves, sepses hospitalares, infecções em pacientes com neoplasias e diabetes melito descompensado, e infecções graves de neonatos e lactentes causadas por bacilos gram-negativos 68 Tienamicina, Imipenén, Imipeném/Cilastatina • Efeitos adversos: • Infusão intravenosa rápida pode causar náuseas e vômitos •Raros: hipotensão, tonteira, febre, diarreia, manifestações alérgicas, leucopenia, plaquetopenia e elevação de transaminases séricas • Convulsões (2%) 69 http://www.crfsp.org.br/crfsp.org.br/component/content/ article.html?id=4276:medicamento-recolhido Meropeném • Contra bacilos gram-negativos e anaeróbios • Ativo contra Listenia monocytogenes • Estável ante ação de deidropeptidases renais • Não age contra Stenotrophomonas maltophilia, Flavobacterium, estafilococos resistentes à oxacilina e outros microrganismos relacionados na resistência ao imipeném • Ação sinérgica com a gentamicina contra a P. aeruginosa • É indutor de beta-lactamases de origem cromossômica em algumas bactérias 70 http://www.keyword- suggestions.com/aXYgZHJ1 ZyB1c2UgaW5mZWN0aW 9ucw/ Meropeném • Meia-vida de 1,1 hora • Atravessa barreira hematoencefálica em pacientes com meningites • Eliminação via urina • Tratamento de sepses e de infecções respiratórias, urinárias, ginecológicas e intra-abdominais graves, adquirida em hospitais ou em pacientes imunocomprometidos, tem bom resultado também em meningites causadas por meningococo, pneumococos e hemófilos • Efeitos adversos: • Raramente causa diarreia, náuseas, vômitos, leucopenia, trombocitopenia, elevação de transaminases séricas, eosinofilia • Convulsões 71 https://yaoota.com/ar-eg/product/meronem-1- g-iv-1-vial-xx-price-from-seif-egypt Ertapeném • Contra bacilos gram-positivos, hemófilos e enterobactérias, incluindo estirpes de bacilos gram-negativos produtores de beta-lactamase de espectro estendido • Muito ativa contra anaeróbios • Inativo por carbapenemases produzidas por Klebsiella e outros gram- negativos • Não tem boa atividade contra enterococos, nem contra estafilococos resistentes à oxacilina • Meia-vida: três a cinco horas 72 Ertapeném • Eliminação via renal e biliar • Tratamento de: • infecções graves, causadas por microrganismos gram-negativos, adquiridas na comunidade, e de infecções mistas causadas por gram- negativos e anaeróbios • pielonefrites e infecções urinárias comunitárias complicadas, e em infecções respiratórias causadas por hemófilos e gram-negativos • pé diabético e nas infecções intra-abdominais cirúrgicas moderadas • Administração por via intravenosa • Segurança não estabelecida em gestantes e crianças 73 http://www.cscphar mainternational.co.in /invanz- 2441151.html Monobactâmicos • Histórico: • 1975 – Pesquisadores japoneses • Nocardia uniformis • Nocardicinas • Anel beta-lactâmico sem ligação a outro grupamento cíclico • Pequena potência antimicrobiana 74 Aztreonam • Características gerais / Espectro de ação: • Contra bactérias gram-negativas • Alta estabilidade ante as beta-lactamases produzidas pelas bactérias gram-negativas de origem cromossômica e plasmidial • Não possui ação contra bactérias gram-positivas e anaeróbios • Sensíveis em baixas concentrações: E. coli, Klebsiella, Proteus, Morganella, Salmonella e Providencia, e o Haemophilus influenzae e o gonococo • Exige concentrações mais elevadas: Pseudomonas aeruginosa • Não age contra legionelas, clamídias e micoplasmas • Pequena ação contra Enterobacter • Não induz produção de beta-lactamases 75 https://www.ecure d.cu/Aztreonam Aztreonam • Liga-se às proteínas ligadoras de penicilinas • Farmacocinética / Metabolismo: • Administração: Vias intramuscular e intravenosa • Atinge concentrações terapêuticas nos pulmões, rins, fígado, próstata, ovário, útero, ossos, coração, intestino, pele, bile, saliva, humor aquoso, líquidos peritoneal, pericárdio, pleural e sinovial • Pequena concentração na secreção brônquica • Atravessa barreira placentária • Atravessa barreira hematoencefálica • Meia-vida: 1,7 a 2 horas • Pouco metabolizado 76 https://www.tradeindia.com/mum bai/injectable-antibiotics-city- 207486.html Aztreonam • Indicações clínicas: • Infecções urinárias, pulmonares e ginecológicas, em sepses e infecções Osteoarticulares • Infecções intra-abdominais cirúrgicas • Meningoencefalites por gram-negativos • Meningite por Pseudomonas aeruginosa • Infecções causadas por gram-negativas hospitalares 77 Aztreonam • Efeitos Adversos • Dor e edema no local da injeção intramuscular • Raras: manifestações de hipersensibilidade, como febre, prurido, eosinofilia e púrpura, diarreia, náuseas, vômitos, icterícia, alteração de paladar, plaquetopenia, leucopenia, elevação de transaminases séricas e alteração da atividade de protrombina e da fosfatase alcalina • Pode ser utilizada, com os devido cuidados, em pacientes alérgicos a penicilinas e cefalosporinas • Uso na gestação somente em casos de indicação absoluta 78 Glicopeptídeos e Lipopeptídeos 79 Glicopeptídeos Vancomicina • Indicada para o tratamento de infecções causadas por estefilococos, enterococos e pneumococos. 80 Indicação Clínica • Infecções estafilocócicas graves em paciente alérgicos às penicilinas e cefalosporinas; • Infecções causadas por estafilococos resistentes a meticilina e à oxacilina; • Indicada nas pneumonias, osteomielites, sepses, celulites, abscessos, meningoencefalites e endocardites estafilocócicas. Glicopeptídeos 81 Efeitos Adversos • Irritante quimicamente para o local da injeção, o que impede seu uso por via IM; • Por via IV, causa dor e flebite; • Febre, calafrios e sensação de formigamento pelo corpo pode acontecer se a infusão da droga for rápida. Glicopeptídeos 82 Efeitos Adversos • Síndrome do homem vermelho, caracterizada pelo surgimento de prurido, eritema, congestão e angiodema do pescoço e tórax e, raramente, choque; • Erupções cutâneas podem ser verificadas em 5% dos enfermos recebendo esse fármaco. Alguns pacientes queixam-se de náuseas; • Nefrotoxicidade e a ototoxicidade, podendo levar a insuficiência renal e a surdez permanente. Glicopeptídeos 83 Glicopeptídeos Teicoplanina • É ativa contra microorganismos gram-positivos. Sua ação antimicrobiana é exercida sobre os estafilococos resistentes a oxacilina, os enterococos resistentes as ampicilinas e os pneumococos resistentes as penicilinas. 84 Indicação clínica • As indicações são as mesmas da vancomicina, exceto nas infecções meníngeas, nas quais a teicoplanina não é indicada por não atravessar a barreira hematoencefálica; Glicopeptídeos 85 Efeitos Adversos • Relatado em menos de 5% dos pacientes, surgindo sob a forma de erupção maculopapular transitória, exantema urticariforme, febre, leucopenia transitória e diminuição de audição para sons de alta frequência; • A droga tem potencial de nefrotoxicidade e ototoxicidade menor do que a vancomicina; • Raramente pode causar o quadro de síndrome do homem vermelho; • Não está indicada para terapêutica de infecções em gestantes, nem na nutriz. Glicopeptídeos 86 Daptomicina • Age por dois mecanismos de ação: inibição da síntese do peptidoglicano da parede celular, e principalmente, por inibir a síntese do ácido lipoteicóico da membrana citoplasmática; Indicação Clínica • Contra estafilococos meticilinarresistentes; • É antibiótico que apresenta maior potência bactericida contra estafilococos e enterococos resistentes a vancomicina; • Não atravessa a barreira hematoencefálica, portanto, não é adequada para o tratamento de meningites por estafilococos e pneumococos resistentes. Lipopeptídeo 87 Efeitos Adversos • Miosite, manifestada por fraqueza muscular e mialgia de mãos, punhos e antebraços, precedida pela elevação da CPK sérica. Esse efeito adverso é reversível com a retirada da droga. Lipopeptídeo 88 89Referências Bibliográficas • Walter Tavares, Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico • ANVISA (www.anvisa.gov.br) • http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/medicine/laureates/1945/ • GUIMARAES, Denise Oliveira; MOMESSO, Luciano da Silva; PUPO, Mônica Tallarico. Antibióticos: importância terapêutica e perspectivas para a descoberta e desenvolvimento de novos agentes. Quím. Nova, São Paulo , v. 33, n. 3, p. 667-679, 2010 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 40422010000300035&lng=en&nrm=iso>. access on 15 Jan. 2017. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422010000300035. 90
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