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Resenha - Novos Paradigmas na pratica do psicologo escolar

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-RESENHA- Novos paradigmas na Prática do Psicólogo Escolar
	O presente artigo nos traz considerações em relação a Psicologia Escolar, que pode ser caracterizada pela intervenção na prática, enquanto a Psicologia Escolar Educacional se caracteriza pelas áreas de ensino e pesquisa. A Associação Brasileira de Psicologia considera impossível a atuação de Psicólogo Escolar dessa maneira, sem a pesquisa que observa, avalia e escreve possibilidade de atuação. A atuação do Psicólogo Escolar deve ser realizada acompanhada de pesquisas, diagnósticos e intervenções preventivas ou corretivas que acontecem em grupo ou individualmente.
	No século passado houve a “crise da Psicologia” e essa “crise” traz repercussões atualmente na prática da Psicologia Escolar. Essa “crise” da Psicologia vivenciada por Vygotsky, no qual ele elaborou um conhecimento a cerca do que aprendemos igualando todos os seres no processo de aprendizagem independente da possível limitação física ou orgânica. Esse conhecimento foi um salto qualitativo, no modo de pensarmos o ser humano, tanto que não foi aceito por décadas. A Psicologia Escolar atualmente ainda se encontra em crise e alguns dos fatores da crise são: demanda que é muito grande, a visão de muitos dos profissionais da educação ainda está pautada no paradigma de normalidade x anormalidade entre outros. Não há uma prática elaborada para o trabalho do Psicólogo Escolar e ela não existe porque não foram elaboradas teorias que reflitam sobre a nossa realidade de escolas públicas no Brasil. 
Há necessidade de perceber a escola e os problemas nela presentes sob outro paradigma, cujo modelo é o da causalidade circular, que constitui o pensamento sistêmico baseado na cibernética. Esse pensamento postula reflexão contextual e a impossibilidade da observação neutra e seus princípios, que são a totalidade, a integridade de subsistemas e a circularidade. Com esse pensamento resolutivo o aluno deixa de ser visto como sujeito dotado de problemas, como um entre separado do sistema relacional (família e escola), mas como um sujeito relacional. O Psicólogo Educacional não mais possui hipóteses “verdadeiras” sobre os problemas do aluno, tampouco se faz neutro na escola e nas relações que ali estabelece. Com isso o Psicólogo Educacional já não pode mais eleger um único modelo de explicação para as dificuldades de aprendizagem.
	O Psicólogo Educacional que adentra uma instituição escolar, consciente do momento histórico de sua especialidade, precisa de início mostrar uma postura, fazendo uma reunião com toda equipe pedagógica, isso é mais que necessário, não só pelo fato de colher dados concretos acerca da escola, mas principalmente para demonstrar que visão de sujeito o Psicólogo tem, o que pensam sobre os problemas de aprendizagem, quais estratégias diferenciadas tem a oferecer, além do atendimento individual na sala do Psicólogo. É necessário também que o Psicólogo Educacional crie um espaço para escutar as demandas da escola e pensar maneiras de como lidar com situações que são cotidianas, precisa-se também criar formas de reflexão dentro da escola, com alunos, professores e especialistas, para que criem relações e paradigmas. Também se faz necessário ouvir o aluno acerca de como ele vê a escola, isso pode ser feito através de desenhos ou até mesmo escrito. 
Os professores e a equipe pedagógica também precisam ser ouvidos. Chamar a família do aluno é também preciso, a fim de colher dados acerca do outro sistema direto em que participa o aluno. Isso tudo faz parte para a criação de estratégias, para possibilitar o sucesso do aluno com dificuldades. O Psicólogo Educacional também deve participar do cotidiano da escola e de reuniões. Estudar e investigar o histórico escolar desse aluno ajuda e muito. O que não se pode é descartar a possibilidade de existência de problemas de ordem cognitiva ou familiar, mas também não se pode justificar todo e qualquer comportamento inesperado de um aluno com o fator de desajuste do aluno. Enfim o Psicólogo desempenha um papel fundamental junto a educação, e com os demais profissionais da área educacional forma uma equipe no qual o trabalho realizado é importantíssimo, tanto para as escolas e profissionais que lá atuam como para os alunos e famílias e de modo geral para a sociedade.

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