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Público, massa e multidão ANDRADE. Cândido Teobaldo. Para Entender Relações Públicas. S. Paulo. Ed. Loyola. 1983 Disponível em: http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=698&titulo=Publico,_massa_e_multidao. Acesso em 08 de abril de 2014 http://ceccomunica.blogspot.com.br/2012/01/publico-massa-e-multidao.html Público, multidão e massa. 3 palavras diferentes, com significados aparentemente iguais. Público = Grupo de pessoas que não precisa necessariamente ter um contato físico. Interagem entre si, tendo a flexibilidade de opinar, criticar e até mesmo elogiar. Quando juntos, é intencionalmente. São organizados e buscam a resolução de um determinado fato com ideias divididas. Multidão, Massa e Público Muitas das reações do ser humano são decorrentes de estímulos provocados pelo convívio de outras pessoas. Multidão = situação de pânico, manifestação social; Comportamentos coletivos que não dependem de regras preestabelecidas. Espontâneos, sem tradição a guiar suas atividades; Sem estatutos, preconceito ou normas; Comportamentos coletivos com objetivo comuns. Multidão 1895 – Gustave Le bom publicou “Psicologia das Multidões”. Época de grande interesse de estudiosos. Atualmente, com os MCM, as multidões estão perdendo o foco. Acontecimento emocionante. Não podemos deixar de estudar. Três tipos: eventual, convencional e expressiva. Multidão eventual ou casual Grupo de espectadores de uma vitrine ou de um acidente. Comportamento coletivo é uma organização frouxa e momentânea. Multidão convencional: Grupo de torcedores em uma competição esportiva. Org. frouxa e duração limitada. Atos habituais ou convencionais. Multidão expressiva ou dançante Tensões emocionais têm atos inofensivos. Movimentos físicos e rítmicos. Banda de música ou blocos carnavalescos. Multidão ativa ou agressiva: Intensa ação. Ex.: grupos de linchadores. Indivíduo na multidão Perde a capacidade crítica e autocontrole; Sua personalidade depende dos outros; Sem capacidade de pensar e refletir a seu próprio respeito; Por força da excitação: Tem sensação de poder; Perde a inibição; Fazem coisas que nunca fariam se estivessem só: multidão ativa. MULTIDÃO No mesmo ambiente por acaso e por sinal, muito próxima; Age por impulso, sem responsabilidade; Qualquer raça, classe social e sem preconceitos; Ex.: grupos de pessoas em um carnaval, que estão envolvidas em brigas, arrastões, linchamentos ou curiosos vendo o desfecho de um determinado acidente. Concordância e unidade; MULTIDÃO – 4 ESTÁGIOS 1º. A informação de que um estuprador foi preso, um trem de subúrbio que deixa de funcionar justamente na hora em que os trabalhadores voltam para casa. 2º. “Moedura": os indivíduos se encontram, se chocam, começam a trocar feromônios. 3º. Surge uma imagem, uma ideia de ação, a exaltação coletiva é direcionada para um objetivo (linchar o criminoso, quebrar o trem). 4º. A multidão, já totalmente dominada pelos feromônios, age. Ação dos feromônios Passam a agir como uma só pessoa; Forma irracional. Ex.: linchamentos, revoltas e tumultos em locais repletos de gente. Em casos de incêndio em casas de shows morrem mais pisoteadas do que em decorrência do fogo. Multidão: “estouro de boiada.” Impossível pará-la com a força ou com a razão. Atirar adianta muito pouco, pois os que estão atrás empurram os que estão na frente; Segundo Flávio Calazans, só há duas maneiras de deter uma multidão: ou dando um segundo objetivo a ela, ou jogando gás lacrimogêneo. HOMEM DAS MULTIDÕES Edgar Alan Poe antecipou em muitos anos a discussão sobre a sociedade de massa. O processo de industrialização forçou uma grande quantidade de pessoas a se deslocarem para grandes centros sem se conhecerem e sem qualquer relacionamento mais íntimo. O HOMEM DAS MULTIDÕES "Esse velho é o tipo e o gênio do crime profundo. Recusa estar só. É o homem das multidões. Seria vão segui-lo, pois nada mais saberei dele, nem de seus atos. O pior coração do mundo é mais espesso do que o Hortulus Animae (Lat. Jardizinho da alma; livro de orações) e talvez seja uma das grandes misericórdias de Deus o fato de que ele jamais se deixar ler". Massa Provém de níveis sociais e culturais diferentes; Grupos espontâneos; Indivíduos separados e anônimos; Conduta homogênea quanto a conduta; Não se comunicam entre si; Frouxamente organizada MASSA Participa da mesma atividade anonimamente Sem necessidade de estar junto; comportamento coletivo. Processo de formação é totalmente espontâneo. Telespectadores, que individualmente estão vendo o mesmo programa ou propaganda; Reagem emocionalmente da mesma forma. MASSA Supre as suas necessidades individualmente; Não perde totalmente o senso crítico e autocontrole. Consciente e age em função do objeto que conquistou sua atenção; Ação incerta e confusa; Matéria-prima de grupos que pretendem controlar as atividades humanas. Ex. Globo PSICOLOGIA DAS MASSAS italiano Scipio Sieghele e o francês Gustav Le Bom. Sieghele escreve A Massa Criminosa: analisa os crimes coletivos, como revoltas e linchamentos; Impossível ver o culpado no meio da multidão. PSICOLOGIA DAS MASSAS Condutores e conduzidos, hipnotizadores e hipnotizados. O autor italiano foi um dos primeiros a perceber a importância dos MCM nesses novos tipos de comportamento. Para ele, a imprensa seria uma manipuladora da massa. Gustav Le Bon Civilização estava em perigo com a emergência das massas. Os líderes políticos do século XX seriam aqueles capazes de manipular as massas através da mídia; (uma profecia acertada, se lembrarmos de Hitler, Mussolini e Getúlio Vargas). Gabriel Tarde, o pensador Discordou desse ponto de vista, argumentando que a massa é geográfica e o publico é formado socialmente. A imprensa estava criando públicos, ao permitir que pessoas distanciadas geograficamente pudessem partilhar ideias. Pensadores Contemporâneos Perceberam a dificuldade em se trabalhar com os conceitos de multidão e massa de maneira conjunta e resolveram separá-los. Três tipos de comportamentos coletivos. Multidão = origem biológica e remonta aos tempos em que o homem passou a viver em sociedade. Comandados pela ação pela ação de feromônios, hormônios expelidos pelo corpo, que fazem efeito ao serem percebidos olfativamente. Comportamento da massa Novidade do século XIX; Surge em decorrência do processo de industrialização e desenvolvimento dos MCM; A massa age como multidão, de maneira irracional e manipulável. Não há proximidade física. Não há feromônios envolvidos. Comportamento da massa Os meios de comunicação de massa ditam os comportamentos; Manipula a massa; Ser aceito pelas pessoas, pelo grupo. Andar na moda; A massa não pensa; Precisa de alguém para pensar por ela. Apresentadores de TV e ídolos ocupam o lugar de líderes como Hitler e Getúlio Vargas. Característica da massa Pseudo-pensamento; Acredita que pensa, mas só repete o que houve nos MCM; Segundo Luiz Beltrão, o poder massificante da sociedade é de tal ordem que o indivíduo se recusa a acreditar que é apenas uma peça da engrenagem social e que suas ideias são ideias que lhe foram implantadas pela mídia. Ao ser perguntado o porquê de suas ideias, o integrante da massa repetirá exatamente o que ouviu de seu apresentador de TV favorito. HOMEM-MASSA Poe = homem das multidões. Incapaz de estar só e de criar relacionamentos profundos; Ray Bradbury no livro Fahrenheit 451: Pessoas de palha; ocas; Ex.: pessoas que assistem TV. Público Agrupamento elementar e espontâneo; Produto da controvérsia (debate em busca de uma decisão coletiva – ação conjunta da discussão dos membros do público); Não tem forma, nem org. de sociedade; Não tem papel definido a desempenhar; Pouca ou nenhuma consciência da sua identidade; Público Relações de conflito; Intensifica a habilidades de crítica e reflexão; Elementos estão divididos, por isso tem dificuldades para agir em unidade; Universo de debates. Não havendo, cessa a discussão. “em futebol e religião não é possível discussão.” Público Latim: publicus = depois da adolescência. Aquele que atingiu a maturidade intelectual e psicológica. Não se deixa manipular. Ser racional e defende sua individualidade. Multidão = anônimo. Massa = igual aos outros. Público = quer ser ele mesmo. Público: reflete os pontos de vista Comportamento governado pelo complexo R. 1ª. camada de nosso cérebro - responsável pela auto-preservação. É aí que nascem nossos mecanismos de agressão e ações instintivas. Controla a linguagem simbólica, a leitura, o cálculo, a criatividade e a crítica. CONCLUSÃO Mídia cria massa. Pode ser uma ponte para a criação de públicos. Criar listas de discussão; Sites com espaços para ideias, informações. Digestivo cultural. Mais de 2 milhões de acesso por mês. Programas de TV e filmes deveriam criar uma consciência crítica em seus telespectadores. CONCLUSÃO Se a massa constitui a matéria-prima manipulada pelos grupos de interesse na consecução de seus apetites; Se o instrumento para atingir esse fim repousa na propaganda; Cabem às RRPP estimular a formação de públicos frente a controvérsias, propiciando, também a oportunidade de discussão. CONCLUSÃO Interesse público em gerar massas; Dirigidas mediante uma propaganda constante e audaciosa. RRPP - incentivar e dar forma aos seus públicos, facilitando a discussão e fornecendo todas as informações para o bom debate público. Tarefa dos RRPP na aplicação de 2 liberdades fundamentais do homem no império da opinião pública: liberdade de informação e discussão.
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