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Aula 13 - Indios denunciam

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1 
 
Índios denunciam exploração sexual infantil 
em obras próximas a reservas1 
Marcos Chagas2 
Brasília - A exploração sexual de crianças e adolescentes índias tem crescido por 
causa da construção de estradas que cruzam as reservas indígenas ou que passam 
a sua margem. Segundo o índio Gilberto Xerente, este é um dos principais 
problemas, além da questão ambiental, vivido pelas comunidades que participam 
em Brasília da Mobilização dos Povos Indígenas do Cerrado. 
"As pessoas que circulam por lá são pessoas não-indígenas que acabam tendo 
contato com nossas mulheres o que causa grande impacto em nossas 
comunidades. Agora elas estão se envolvendo com pessoas não-indígenas 
descaracterizando nossa cultura. Tem até no meio destas comunidades a 
exploração sexual infantil", afirmou o índio. Gilberto Xerente esteve no Congresso 
Nacional, junto com 20 representantes de etnias do cerrado, para apresentarem 
aos parlamentares várias reivindicações. 
No caso específico das rodovias, o índio disse que, além da exploração sexual, as 
comunidades têm sofrido com o crescimento do alcoolismo entre os indígenas. "São 
conseqüências, às vezes, de ações que precisam ser fiscalizadas", acrescentou. 
Gilberto Xerente disse que este problema também é verificado quando da 
construção de barragens em terras indígenas. Ressaltou que estas obras 
demandam muito tempo. Por conta disso, o prolongado contato com os não-
índigenas acaba por influenciar suas culturas. "Geralmente somos nós que 
sofremos grandes conseqüências porque, para nós, não tem pagamento que 
consiga ressarcir o que preservamos há séculos. Queremos que o governo, 
juntamente com as autoridades, possa tomar medidas e ouvir as lideranças e 
organizações indígenas". 
Tanto Gilberto Xerente quanto Hapyhi Krahó, da etnia Krahó, vivem no Tocantins e 
reclamam da falta de ação de entidades governamentais como o Instituto Brasileiro 
de Meio Ambiente (Ibama) e Fundação Nacional do Índio (Funai). As duas etnias 
vivem no Tocantins. 
O mais enfático nas reclamações é o índio Krahó. "O Ibama é um órgão não para 
defender é um órgão para destruir também porque está lá, na frente, defendendo 
os interesses do governo. Não tem interesse de defender o ambiente". 
 
1 Fonte: Agência Brasil, 23 de novembro de 2006. http://www.agenciabrasil.gov.br 
2 Repórter da Agência Brasil. 
 
 
 
 
 2 
 
A assessoria de imprensa do Ibama, em Brasília, explicou que, por serem tutelados 
pelo Estado, problemas relativos a construção de barragens em terras indígenas 
são resolvidas no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal (STF). 
Qualquer obra nas terras indígenas depende da aprovação do Congresso, afirmou a 
assessoria. 
Já no que diz respeito ao crescimento de monoculturas como a de soja e de 
eucalipto, a assessoria do instituto trata do licenciamento destas culturas quando 
envolvem grandes projetos, geralmente, em mais de 1 estado. Por ter uma ação 
descentralizada cabe aos institutos de meio ambiente municipais licenciar obras e 
cultivo exclusivos nos municípios e os institutos estaduais nos casos de obras que 
envolvam mais de um município. 
No caso específico do Tocantins, o superintendente do Ibama no estado, Natal 
César Demore, reconheceu que existem problemas no que diz respeito ao avanço 
das monoculturas, não necessariamente apenas em áreas indígenas. Na região de 
Campos Lindos, nordeste do Tocantins na fronteira com o Maranhão, vários 
agricultores já foram autuados com multas que chegam a R$ 800 mil, afirmou. 
Mesmo depois da autuação, Natal César Demore, disse que estes agricultores 
continuam a avançar no desmate e plantio de soja uma vez que cabe recurso as 
multas aplicadas. "Em Brasília mesmo tem uma série de donos de plantações de 
soja no Tocantins que já foram multados e tem processo em julgamento. Eles só 
reclamam quando suas empresas já estão no Cadastro Nacional de Inadimplentes 
(Cadin)", afirmou o superintendente do Ibama.

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