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Aula 14 - Bandido nao tem remorso

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1 
 
Bandido não tem remorso pela morte de menino arrastado1 
 
Pai de um dos assaltantes ajudou a polícia na prisão do próprio filho, que arrastou 
menino de 6 anos por 7 km na zona norte do Rio; arma do assalto era de 
brinquedo. 
 
RIO - Um dos responsáveis pela bárbara morte do menino João Hélio Fernandes, na 
noite de quarta-feira no Rio de Janeiro, foi preso com a ajuda do próprio pai, 
segundo informou a polícia. “Sinto-me como o pai do garoto que morreu”, afirmou 
Nilson Nonato, pai de Diego Nascimento da Silva, de 18 anos. Questionado sobre se 
sentia remorso pelo que fez, Diego respondeu "Eu não tenho filho". 
O crime chocou o País. João, de 6 anos, estava no banco de trás do Corsa de sua 
mãe, Rosa Cristina Fernandes, junto com a irmã, Aline, de 13 anos, quando a 
família foi abordada num sinal de trânsito por dois rapazes, na rua João Vicente, 
zona norte do Rio. Eles os ameaçaram com uma arma - depois, concluiu-se que era 
de brinquedo. Aline deixou o carro, assim como Rosa, que tentou tirar João do cinto 
para ajudá-lo a sair. Mas os assaltantes arrancaram antes, e o menino ficou 
pendurado do lado de fora, preso ao cinto. 
Os bandidos rodaram por cerca de sete quilômetros e chegaram a correr em 
ziguezague para se livrar do corpo do menino. Vários motoristas tentaram alertá-
los e pediram que eles parassem o carro, mas os bandidos ignoraram os apelos. 
Diego, que denunciou seu comparsa, E., de 16 anos, já respondia por latrocínio e 
roubo seguido de morte, crimes que ele tinha cometido quando era menor de 
idade. A polícia do Rio de Janeiro anunciou, na tarde de quinta-feira, a prisão dos 
suspeitos do roubo seguido de assassinato. Uma denúncia anônima levou a polícia à 
casa do pai de Diego. Porém, para preservar Nonato, o delegado Hércules não 
afirmou como ele teria ajudado na prisão de Diego. 
O Disque-Denúncia recebeu 24 telefonemas com informações e anunciou o 
pagamento de R$ 2 mil a quem soubesse do paradeiro dos assassinos. Algumas 
pessoas telefonaram e se ofereceram para pagar a recompensa. À tarde, o valor 
subiu para R$ 4 mil. 
 
 
 
1 Fonte: O Estado de São Paulo, 09 de fevereiro de 2007. 
 
 
 
 
 2 
 
Também foi preso com os dois assassinos, um jovem de 19 anos, identificado como 
Tiago, que prestou depoimento e foi liberado depois. A polícia garante que o rapaz 
não está envolvido no crime. 
Crime 
João Hélio Fernandes, de 6 anos, morreu na noite de quarta-feira após ser 
arrastado por 14 ruas, um trajeto de sete quilômetros que cruzou quatro bairros da 
zona norte do Rio. O menino foi levado pelos rapazes que roubaram o Corsa de sua 
mãe. O garoto ficou preso ao cinto de segurança, do lado de fora do veículo. 
Durante o trajeto, o menino teve a cabeça arrancada. O carro passou por um 
quartel do Exército, pelo Fórum e pela Policlínica da Polícia Militar. O crime causou 
comoção no Rio. 
A comerciante Rosa Cristina Fernandes, de 41 anos, voltava para casa com os dois 
filhos, João e Aline (de 13 anos), quando a família foi abordada num sinal de 
trânsito por dois rapazes, que os ameaçaram com uma arma - depois, concluiu-se 
que era de brinquedo. Cristina e Aline deixaram o carro. A comerciante ainda 
tentou ajudar o filho a se livrar do cinto de segurança. João Hélio já estava do lado 
de fora do veículo, mas os criminosos arrancaram com o Corsa antes que ele 
conseguisse se desvencilhar do cinto. A porta do carro fechou, e o menino foi 
arrastado pelo abdome. 
Mãe e filha entraram em desespero. Aline chegou a correr atrás do carro. 
Motoristas e motociclistas buzinavam e piscavam o farol. Eles chegaram a ser 
ameaçados com a arma por um dos assaltantes, que dirigiam em ziguezague para 
tentar se livrar do garoto. “Testemunhas contaram que a criança quicava no 
asfalto”, comentou o delegado Hércules Pires do Nascimento. Dez minutos depois 
de terem levado o Corsa, os rapazes estacionaram o carro na Rua Caiari, em 
Cascadura, e fugiram a pé.

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