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Faculdade Mater Dei – 5º período / Noturno - 2014 1) DIFERENCIE CONSUMIDOR DE FORNECEDOR: Art. 2o Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Art. 3o Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestações de serviços. 2) DIFERENCIE PRODUTO DE SERVIÇO. § 1o Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. § 2o Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. 3) A PESSOA JURÍDICA PODE SER CONSIDERADA COMO CONSUMIDORA E MERECEDORA DA PROTEÇÃO DO CDC? EXPLIQUE. Sim. Desde que a pessoa jurídica seja destinatária final do produto ou serviço. 4) EM QUE MEDIDA O CONSUMIDOR É CONSIDERADO VULNERÁVEL QUANDO SE FALA EM CDC? Na proteção ao vulnerável se encontra o cuidado com os indivíduos que não tem muito aonde se amparar. Por exemplo, Eike Batista, se desse problema em um avião, ele poderia usar, mesmo sendo economicamente favorecido. Pois protege o mais fraco na relação de consumo, não se caracterizando apenas pela hipossuficiência econômica, que pode ser econômica, técnica ou jurídica.. 5) UMA PESSOA QUE INFORMALMENTE VENDE PRODUTOS NA FACULDADE (BOMBONS) PODE SER CONSIDERA FORNECEDORA. POR QUE? EXPLIQUE. Não. Pois não esta presente a habitualidade para caracterizar essa pessoa como fornecedor. Faculdade Mater Dei – 5º período / Noturno - 2014 6) O QUE É CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO? EXPLIQUE. Ao lado do conceito de consumidor do art. 2º, o CDC introduz, ainda, uma nova modalidade de consumidor, o consumidor equiparado (bystander) nos arts. 2º, par. único, 17 e 29. Observa-se que o conceito de consumidor não está limitado àquele que utiliza ou adquire produto ou serviço como destinatário final, conforme preceitua o caput do artigo 2º do CDC, mas também abrange o terceiro que sofreu algum efeito da relação de consumo, mesmo sem que tenha se envolvido diretamente, sendo este conhecido com consumidor equiparado. O art. 2º, pár. único dispõe que equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo, ou seja, estende a aplicação do CDC a todos os indivíduos,real ou potencialmente vinculados, que participarem da relação de consumo, permitindo que este mandamento legal seja metaindividual. Já o art. 17 estabelece que são consumidores por equiparação todas as vítimas do evento de produtos ou serviços defeituosos, ou seja, abrange a todas as pessoas, mesmo as que não realizaram nenhum tipo de relação contratual com o fornecedor, mas que sofrerem algum tipo de dano pelo fato da má prestação do serviço contratado ou da má qualidade do produto adquirido do fornecedor. Assim, concedendo-lhes o direito a indenização por danos morais e, ou materiais, mesmo que não haja nenhum tipo de relação contratual com o fornecedor. Esses consumidores por equiparação são denominados como consumidor bystander. Urge ressaltar que o art. 17 do CDC estabelece como consumidor equiparado as pessoas que sofreram algum tipo de dano, seja ele moral ou material, ocasionado por defeito de produtos ou serviços, que não garantiram a segurança necessária para evitar um acidente de consumo. 7) DIFERENCIA A TEORIA MAXIMALISTA DA FINALISTA. Maximalista = não interessa a questão econômica, apenas a questão fática. Basta que o consumidor retire do mercado para que ele possa dar a destinação final. Nesta corrente não importa se a pessoa adquire ou utiliza o produto ou serviço para o uso privado ou para o uso profissional, com a finalidade de obter o lucro. Finalista = destinatário final é aquele que dá a destinação fática econômica do produto. A corrente finalista defende a teoria que o consumidor – destinatário final seria apenas aquela pessoa física ou jurídica que adquire o produto ou contrata o serviço para utilizar para si ou para outrem de forma que satisfaça uma necessidade privada, e que não haja, de maneira alguma, a utilização deste bem ou deste serviço com a finalidade de produzir, desenvolver atividade comercial ou mesmo profissional. Faculdade Mater Dei – 5º período / Noturno - 2014 8) UMA FUNDAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS PODE SER CONSIDERADA FORNECEDORA DE PRODUTOS E SERVIÇOS. PORTANTO, SENDO-LHE APLICÁVEL AS REGRAS DO CDC? E NO CASO DA FUNDAÇÃO ADQUIRIR PRODUTOS E SERVIÇOS PODE SER CONSIDERADA CONSUMIDORA? O artigo 5º, inciso XVII, da CF garante a plena liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter militar. O artigo 53 do Código Civil é taxativo ao acentuar o fim não econômico dessas entidades. Em regra, a relação entre os associados e a associação não configura relação de consumo, pois: “quem delibera sobre seus destinos são os próprios interessados”, aplicando-se o mesmo raciocínio da relação entre a cooperativa e os cooperados, pois há uma gestão de coisa comum. Pois bem, Adda Pelegrini Grinover ao comentar o Código de Defesa do Consumidor elucida que: (...) fornecedor é qualquer pessoa física, ou seja, qualquer um que, a título singular, mediante desempenho de atividade mercantil ou civil e de forma habitual, ofereça no mercado produtos ou serviços, e a jurídica, da mesma forma, mas em associação mercantil ou civil e de forma habitual. Ademais, o Superior Tribunal de Justiça já firmou entendimento, no REsp 469.911/SP, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 12.02.2008, DJ 10.03.2008 p. 1, de que: A relação de consumo caracteriza-se pelo objeto contratado, no caso a cobertura médico-hospitalar, sendo desinfluente a natureza jurídica da entidade que presta os serviços, ainda que se diga sem caráter lucrativo, mas que mantém plano de saúde remunerado. Dessa forma, vislumbra-se que a título de exceção, quando a associação presta serviços, sem qualquer finalidade de gestão da coisa comum, suas atividades acabam por se revestir da mesma natureza das relações de consumo. Portanto, com base nos entendimentos mencionados, entende-se que associação sem fins lucrativos que exerça prestações de serviço pode ser considerada fornecedora para fins do CDC. Já as associações que tenham como finalidade a simples gestão de coisa comum, não travam relações consumeristas com seus associados. Faculdade Mater Dei – 5º período / Noturno - 2014 9) QUAL A FUNÇÃO DOS PROCONS? ELES TEM LEGITIMIDADE PARA REPRESENTAR O CONSUMIDOR EM JUIZO? O PROCON tem função de orientação, mediação e fiscalização. Tem legitimidade para representar o consumidor em juízo através do procurador do município. 10) EXPLIQUE O QUE É CONTRATO DE ADESÃO, DANDO EXEMPLOS. NO CASO PODE SER REVISTO JUDICIALMENTE O REFERIDO CONTRATO? E ADMINISTRATIVAMENTE? Contrato de Adesão é todo contrato em que apenas uma das partes elabora as cláusulas contratuais sem a participação da outra parte, que não tem poder de decisão na construção do contrato. Ex.: contrato de seguro. O referido contrato pode ser revisto judicialmente, pois pode conter clausulas abusivas. Administrativamente o contrato de adesão não pode ser revisto, pois essa é uma das suas características. 11) O SERVIÇO BANCARIO FAZ PARTE DE UMA RELAÇÃO DE CONSUMO? EXPLIQUE. Sim. Pois conforme § 2º, do artigo 3º,serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária. 12) AS RELAÇÕES LOCATICIAS TEM APLICAÇÃO DO CDC? EXPLIQUE. È necessário esclarecer que existe uma grande polêmica à respeito da aplicação do CDC nas relações locatícias. No contrato de locação, o locador não se compromete a prestar qualquer serviço ao locatário, salvo nas hipóteses de locações em apart-hotéis ou assemelhados que, estão excluídas do âmbito de incidência da Lei do Inquilinato. Porém, os princípios éticos que emanam do Código de Defesa do Consumidor não são exclusivos das relações de consumo (como, a vedação das cláusulas abusivas; princípio da boa-fé, que foi por ele fortalecido), assim, a Lei do Inquilinato deve ter em mira esses valores consagrados no Código de Defesa do Consumidor, que servirá de fonte supletiva de integração. As normas do Código de Defesa do Consumidor são regras gerais e as normas da Lei do Inquilinato são normas especiais, em nada obsta a coexistência e compatibilidade entre ambas, uma vez que, o Código de Defesa do Consumidor somente será aplicado nos casos em que houver abuso e violação do direito básico do consumidor. Faculdade Mater Dei – 5º período / Noturno - 2014 Logo, a divergência existe, e tudo dependerá da análise de cada caso concreto, posto que, existe de certo modo uma relação de consumo e deverá ser protegida. Nesse sentido, dispõe Franklin Delano do Rego Monteiro (1999, p. 51): Assim, respeitando-se a maciça posição dos que entendem de modo diverso, aplicar-se-á o Código de Defesa do Consumidor à relação, seja com respaldo em normas de proteção e defesa do consumidor e de ordem pública, seja por estarmos diante de verdadeira relação de consumo, enquadrando-se o locatário no CDC (art. 2º, Lei nº 8.078/9013), como já decidido (cf. AC nº 813.383/9, 15ª, Câmara do TACiv.SP, in RT 720/450). 13) QUAIS AS ATITUDES (OBRIGATÓRIAS POR LEI) QUE HODIERNAMENTE O FORNECEDOR DE PRODUTOS DEVE SEGUIR, A FIM DE ATINGIR A AMPLA PROTEÇÃO E SATISFAÇÃO DO UNIVERSO DOS CONSUMIDORES? Artigo 9º CDC: O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto. Artigo 8º diz que se o produto for colocado no mercado de consumo deverá dar informações necessárias e adequadas a seu respeito; 14) O QUE É INVERSÃO DO ONUS DA PROVA E EM QUE MEDIDA PODE SER ELE APLICADO AS AÇÕES JUDICIAIS ENVOLVENDO FORNECEDORES E CONSUMIDORES? Juiz inverte o ônus da prova: no início (ao seu critério); ou como regra de procedimento (momento processual) até a Audiência Instrutória; ou como regra de julgamento na Sentença; A inversão do ônus da prova, a favor do consumidor, no processo civil, fica a critério do juiz, quando for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; Faculdade Mater Dei – 5º período / Noturno - 2014 15) DIFERENCIE HIPOSSUFICIENCIA E VEROSSIMILHANÇA, QUANDO SE FALA NUMA RELAÇÃO JURIDICA PROCESSUAL ENVOLVENDO DE UM LADO FORNECEDOR E DE OUTRO CONSUMIDOR. Hipossuficiência = na grande maioria das vezes o consumidor é menos abastado frente as grandes industrias no sentido técnico, jurídico e econômico. Alguns doutrinadores dizem que deriva da hipervulnerabilidade. Porém mesmo uma pessoa abastada (Eike Batista) pode ter alguma hipossuficiência. E também é protegido pela lei do consumidor. 16) QUAIS SÃO OS DIREITOS BASICOS DOS CONSUMIDORES SEGUNDO A LEI CONSUMEIRISTA? EXPLIQUE-OS. Além de atender as necessidades dos consumidores, o respeito a sua dignidade, saúde e segurança a proteção de seus interesses econômicos, a qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios básicos: - Vulnerabilidade – nas questões técnicas, jurídica e econômica; - Efetiva proteção do consumidor – através de inversão do ônus da prova; - Ações governamentais – criando mais Procon’s fortalecendo assim os consumidores nas ações coletivas; - Fiscalização – Inmetro, Conar, MP,...;
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