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Sociologia - 3º Bimestre

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Sociologia – 3º Bimestre
Discriminação racial e Justiça criminal em São Paulo.
A constituição de 88 foi à primeira constituição que deu atenção ao racismo, e com isso surgiu questões sobre como essas raças se deparam com a justiça criminal. O texto de Sérgio Adorno dispõe sobre o assunto de forma histórica e metodologicamente inovadora.
O texto parte de uma contestação: na justiça havia mais condenações de réus negros do que réus brancos. A grande hipótese de trabalho tem haver com o acesso a justiça, ou seja, de que maneira estes réus acessam a justiça que termina nesse feixe tão diferenciado em relação aos brancos. O método de pesquisa de Adorno é feito através de leituras processuais.
Hipótese Geral: o crime não é privilégio da população negra, entretanto a punição tem tal característica. Dizer apenas que negros cometem mais crimes que brancos não explica o fato de eles serem mais punidos do que os brancos. O problema esta relacionado com a forma em que eles acessam a justiça, de que forma ambas as raças produzem provas.
Material empírico: como já dito acima, o autor baseia-se na leitura de processos penais relacionados a crimes de roubo, latrocínio, tráfico de drogas, estupro e extorsão mediante sequestro.
Hipótese de pesquisa: negros enfrentam maiores dificuldades no acesso a justiça. 
Observações metodológicas preliminares:
O artigo resulta da analise das ocorrências de roubo qualificado com concurso de agentes, que representa 37% dos crimes;
Atribuição flutuante da cor: o autor percebe que não há uma definição certa para cada tipo de cor, o escrevente não é capaz de definir exatamente qual raça o indiciado pertence. Importante ressalvar que a cor pode se tornar uma estratégia de defesa. 
Variáveis observadas foram aquelas que indicam direitos de acesso a justiça:
negativa de autoria do crime o réu nega a sua autoria naquele crime e resta ao MP comprovar sua existência; 
qual a natureza de assistência judiciária: a defesa gratuita é um mecanismo frágil comparado a defesa privada – o que o autor põe em questão é quem utiliza esse tipo de justiça com mais frequência? Brancos ou negros?
Quem faz as provas testemunhais: esse tipo de prova decorre sobre o momento em que o crime foi flagrado, quem viu o crime; além do mais esse tipo de prova tem a intenção de saber a vida pregressa do individuo investigado. 
O processo penal subdivide-se em:
Fase do inquérito: é a fase em que o crime é noticiado ao agente policial, é nessa fase que se produz provas para saber se realmente houve crime. Em tese, nessa fase não há julgamento, tão pouco existe o contraditório. Portanto o Ministério Público fica a par tão somente da investigação. Nessa fase não há necessidade da presença de advogados.
Fase da acusação: é iniciada pela denuncia; inicia-se nessa fase o contraditório, e a partir daí e necessária a constituição de um advogado, seja ele publico ou particular.
Existe um mecanismo muito utilizado nos EUA na fase do inquérito que se chama Plea Bargaining. Esse mecanismo fundamenta-se em uma intervenção do MP, que se estabelece da seguinte forma: o órgão recebe o inquérito, chama os advogados das partes e diz a eles que tem provas suficientes para acusar seus clientes, e que essas provas se encaixam e tal crime e que esse crime o daria tantos anos de reclusão. Nesse momento então o promotor oferece ao defensor uma forma de ‘amansar’ a pena do indiciado; se o mesmo confessar a culpa ele o denuncia por uma pena menor. 
	Criminologia
	É uma ciência que surge no século IXX. Reflexões sobre o crime já existiam antes, o que passa a existir é a necessidade de uma ciência que discuta o assunto.
	O século IXX é um século de grande valorização do conhecimento cientifico. Junto com essa valorização surge o movimento operário criado sobre uma grande onda de urbanização. 
	Para entender a relação desses momentos históricos é necessário que a gente recue a uma mudança muito importante na criminologia clássica, marcada por Cesare Beccaria. Beccaria é um autor que representou a modernização do crime. Foi um dos primeiros autores que falou da proporcionalidade da pena. Sua ideia central era banir a punição corporal pela prisão. 
	Beccaria é um autor mergulhado no iluminismo e traduz essa concepção de mundo para a área criminal. É um autor que critica a ausência no limite do poder de punir, visto que as penas em sua época eram suplícios corporais, como por exemplo, o esquartejamento em praça publica, banimento ou ainda reversão material a vítima. A prisão tinha caráter apenas transitório, onde o detento esperava por sua real pena.
	Beccaria então luta para a proporcionalidade da pena relacionada com a codificação, em um direito penal racionalizado. Nessa reflexão, aquele que comete crime tem livre arbítrio, ele viola o contrato social porque assim deseja. A punição para Beccaria teria que ser uma forma de limitar o poder de punir o Estado, além disso essa não poderia ser um vingança do governo contra o infrator – o real objetivo da pena deveria ser desviar a reincidência e desviar a pessoa de cometer o crime. A pena, portanto, deve ter um caráter utilitário e eficaz. 
	Com isso, Beccaria não diminuiria o sofrimento do autor, a preocupação dele é racionalizar a punição, com isso ele dilataria o sofrimento do autor no tempo, pois a pena desta forma, atingiria a principal característica do iluminismo: a liberdade. 
	A partir disso, as penas corporais passam a ser vistas como barbárie, e surge um questionamento se esse tipo de pena não incentivaria a violência. Outro ponto importante para a prisão é que ele atinge a todos, ricos e pobres, pois, se fosse apenas multas, os ricos a pagariam sem nem sentir o efeito de punição. 
Escola Empírica – Método Empírico Indutivo
	Essa escola está mais preocupada com quem e porque esse criminoso comete crimes, Produzem sua tese através de provas empíricas, e são justamente elas que refletem na criminologia. 
Fisionomia de Lavater: aspectos anatômicos do rosto indicariam quais são os comportamentos criminosos que tal pessoa esta disposta a cometer;
Frinologia de Gall: estuda a massa encefálica do criminoso e a relaciona com o comportamento criminoso;
Psiquiatria de Pinel: contribui com a diferenciação entre loucos e criminosos;
Estatística Moral de Quelet: segue o lema ‘conhecer para dominar’, quer saber de onde esses criminosos emanam; começa daí a geografia criminal;
Ciência Penitenciaria de Betham
Todos os autores listados acima fazem um catalogo de criminosos, através de pesquisas feitas em laboratório. Através das conclusões da mesma posso induzir quais delas formam um criminoso.
Ciência Penitenciaria de Betham
Desenvolve um modelo arquitetônico penitenciário que reflete esses pensamentos empíricos. Betham propõe que a prisão não é somente um local para prender os que optaram em ser fora da lei; é um ótimo lugar para observar o delinquente e estudar ele. 
	A ideia de Bentham é que fosse feito um modelo arquitetônico panótico – o individuo fica afastado onde ele possa ser observado sem saber quem e de que modo ele está sendo observado, para que este não sofra influencia; entender o gene dele.
Criminologia Cientifica 
	Formada por Lombroso, Feni e Garófolo. Se mobilizam para institucionalizar a criminologia; compartilharam informações em psiquiatria, medicina e direito. Todos são fortemente influenciados pelo movimento empírico. Características:
Criar ciência: entender quem é para combater
Adotar o método empírico
Prevenir e intervir sobre este comportamento criminoso;
Dialogo com as ciências naturais – aspectos da constituição física do individuo. Tem relação com a descoberta da hereditariedade da conduta criminosa. Para eles o criminoso tem relação com a girafa de pescoço curto;
 Individualização: características do individuo passadas hereditariamente; ele expressa essa carga por características fisionômicas;
O crime é uma patologia; o crime portanto é resultado de uma determinação, portanto é necessário afasta-lo para tratá-lo. Entretanto, paradeterminados casos somente a prisão corrige, mas existem casos em que não há conserto e o Estado tem que apressar a seleção natural dos criminosos para evitar gerações delinquentes.
As ideias de Lombroso eram insustentáveis; tanto que reeditou seu livro inúmeras vezes. Essas ideias estimularam o governo a justificar a suas prisões; essas ideias legitimam o controle de ações policiais.
Esse tipo de criminologia tem critica direta a Beccaria que dizia que os seres humanos seriam iguais e o crime é apenas a simples manifestação do livre arbítrio. Discordam também do principio da proporcionalidade – para Lombroso a proporcionalidade tem que ter relação com a periculosidade do criminoso, defendiam ainda que a pena tinha que ter relação com um tratamento regenerador, por isso, essa tinha que ser indeterminada.

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