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RESUMO DE ECONOMIA
Unidade letiva 7
7.1. Família
Definição de Família
Família → conjunto de pessoas ligadas por laços de parentesco resultante de casamento, de consanguinidade ou, menos frequentemente, de adoção e no qual os adultos assumem a responsabilidade de cuidar das crianças.
Laços de Parentesco X
Os laços de parentesco abrangem as relações constituídas por casamentos ou linhas de descendência consanguíneas e, nalguns casos, pela adoção.
As relações de parentesco são muito importantes na mobilização de redes de entreajuda familiar, para cuidar dos mais novos e dos mais velhos, na inserção no mercado de trabalho dos jovens adultos e no apoio à constituição de novas famílias.
Definição de Casamento X
Casamento → contrato celebrado entre dois indivíduos adultos que traduz uma união sexual reconhecida sexualmente, estando geralmente associada à monogamia – um homem ou uma mulher só pode ser casado com um e só um indivíduo –, embora a poligamia – um homem ou uma mulher pode estar casada com mais de um indivíduo – também possa estar ligada ao casamento.
Surgimento da Família Moderna
Três fatores contribuíram decisivamente para o nascimento da família moderna:
Surgimento do casamento por amor e não por qualquer conveniência económica ou social como antigamente;
Crescente importância do sentido da responsabilidade face à infância e do sentimento maternal, colocando a criança no centro da família;
Especialização do espaço doméstico (lar) que vai possibilitar a intimidade familiar.
Tipos de Famílias
Nucleares [dominantes nos meios urbanos] – constituídas por dois adultos vivendo juntos com filhos biológicos ou adotados. 
Extensas [existem principalmente nos meios rurais]– situação em que outros parentes, de gerações diferentes, coabitam ou vivem muito próximo do casal e filhos. 
Monoparentais – constituída por apenas um adulto e respetivo(s) progenitor(es). Esta situação pode ser causada pelo divórcio ou separação dos pais, pela morte de um dos elementos da família ou pelas «mães solteiras». 
Recompostas – famílias resultantes da constituição de laços conjugais depois do divórcio, sendo que pelo menos um dos adultos tenha filhos de casamentos anteriores e existindo um progenitor biológico que vive fora da casa de família.
Os seus elementos não estão forçosamente ligados por laços de parentesco e consanguinidade. Estas surgem com novos tipos de relações, uma vez que agregam filhos provenientes de lares diferentes, o que pode gerar confrontos de hábitos e perspetivas.
Uniões de facto [situação cada vez mais comum na sociedade ocidental] – constituída por um casal que decide viver junto e ter relações sexuais sem haver casamento. Nem sempre esta situação é temporária, isto é, uma experiência que antecede o casamento; existem, cada vez mais, uniões de facto que perduram e que, com base em compromissos livremente aceites, decidem criar os seus filhos. 
Unipessoais – constituída por apenas uma pessoa a viver sozinha.
Homossexuais – constituída por homens ou mulheres homossexuais que vivem como casais cujas relações se baseiam num compromisso pessoal.
Indicadores Demográficos da Vida Familiar:
Queda das taxas de nupcialidade;
Aumento do casamento civil contra o religioso;
Existência de outras formas de conjugalidade;
Aumento da idade média do primeiro casamento para ambos os sexos;
Aumento dos divórcios;
Diminuição média das famílias;
Diminuição do número médio de filhos por mulher;
Aumento dos nascimentos fora do casamento.
Mudanças nas funções da família
Geralmente, as funções atribuídas à família em qualquer contexto social são as funções: 
Reprodutiva e sexual – continua a ter um papel fundamental, tendo a seu cargo a reprodução biológica. 
De socialização das crianças – apesar de outras instituições concorrerem com a família na socialização dos jovens, o papel da família continua a ser primordial na sua integração social.
Económica – antigamente, ter uma descendência numerosa não era considerado um encargo, mas sim uma mais-valia, dado que os filhos eram encarados como força de trabalho e uma segurança para a velhice dos pais. Atualmente, a função da família é apenas de consumo.
Mudanças nos Papéis Familiares
Os valores e comportamentos associados à família foram sendo objeto de transformação, nomeadamente com a industrialização e com a globalização. Essas mudanças não são uniformes em todas as sociedades, mas coexiste uma diversidade de padrões, onde se podem identificar algumas caraterísticas comuns:
A escolha do cônjuge passou a ser feita segundo critérios amorosos e não segundo qualquer conveniência económica ou social como antigamente;
As famílias deixaram de ser unidades de produção económica. Embora a lógica económica continue a estar presente nas famílias, agora é na gestão dos rendimentos de que dispõem e não na lógica da produção;
O papel da mulher na família alterou-se profundamente, tanto a nível económico – autonomia financeira feminina – como jurídica – deixou de existir o chefe da família –, resultando numa democratização das relações conjugais, sendo que tanto o homem com a mulher são responsáveis pela educação dos filhos. Estas mudanças explicam-se com a generalização da atividade feminina no mercado de trabalho e com o contributo da mulher para os rendimentos da família de forma igual à do homem.
As práticas familiares nem sempre coincidem com os princípios estabelecidos, nomeadamente no que se refere à partilha das tarefas domésticas, em que a sobrecarga de trabalho para as mulheres é ainda muito grande.
A introdução de contracetivos leva ao controlo da natalidade, estando na origem da distinção entre procriação e sexualidade e permitindo o planeamento da vida familiar. Assim, a vivência plena da sexualidade e a realização pessoal do indivíduo passam a fazer parte dominante da conjugalidade.
Mudanças nos Papéis Parentais
Antigamente, a criança era considerada um pequeno adulto e começava desde cedo a desempenhar uma profissão. A partir da era industrial, a infância começou a ser encarada de outro modo:
A criança passa a estar no centro da vida familiar, devido ao controlo da fecundidade, sendo considerada como o fruto do amor dos pais, fazendo parte do seu projeto familiar e sendo, portanto, um filho desejado. Para além disto, adquire um estatuto e personalidade própria.
A família moderna investe grandemente na socialização escolar dos filhos para poderem adquirir diplomas que permitam a mobilidade social. Com isto, a entrada no mercado de trabalho verifica-se cada vez mais tarde, prolongando-se a dependência material e afetiva entre pais e filhos.
Passa-se de uma relação democrática entre pais e filho em detrimento do dever de obediência cega dos filhos relativamente ao pai (enquanto chefe de família) para aos pais, tanto o pai como a mãe (depois do desaparecimento da figura do chefe de família).
Atualmente, as relações entre pais e filhos são baseadas sobretudo na negociação e no diálogo, embora ainda haja desigualdade relativamente às classes sociais. As classes mais favorecidas utilizam a negociação e o diálogo, transmitindo-lhes valores de autonomia e sensibilidade que promovam o desenvolvimento das suas potencialidades. As classes mais desfavorecidas geralmente têm atitudes constrangedoras e de algum autoritarismo, chegando a utilizar o medo e a violência com o fim de condicionar as crianças, transmitindo-lhes valores como a acomodação e a obediência às regras.
Violência intrafamiliar
Violência doméstica → abuso físico ou psíquico de um elemento do agregado familiar em relação a outro ou outros dos seus membros.
A violência doméstica ocorre devido ao facto de as relações familiares consubstanciarem emoções muito fortes e íntimas, pelo que o amor e o ódio podem misturar-se neste contexto.
Pelo facto de, atualmente, serem conhecidas mais situações de violência física, psicológica e de abuso sexual, que se desenvolvem no quadro das relações familiares, isso não significa necessariamenteque a violência intrafamiliar tenha aumentado pois sempre houve violência na família.
Antes, alguma violência intrafamiliar era socialmente aceite, como o pai ou a mãe dar uma estalada nos filhos e mesmo isso poder acontecer entre cônjuges, o que fez com que durante muito tempos estas situações fossem consideradas normais por parte de agressores e vítimas («entre marido e mulher ninguém meta a colher», «quanto mais me bates mais gosto de ti»). Os crimes passionais eram também olhados com mais compreensão se fossem praticados por homens “para defesa da sua honra”. Só na década de 70 do século XX é que o problema da violência doméstica começou a ser denunciado, em virtude da ação dos grupos feministas.
Hoje, estes fenómenos são considerados crimes, no plano jurídico e social, daí que as situações sejam mais noticiadas e sobretudo mais participadas à polícia e que as crianças e as mulheres disponham de maior proteção através de organizações próprias e dispondo de linhas telefónicas de emergência (APAV, por exemplo).
7.2. Escola
Noção e Desenvolvimento em Portugal
A escola corresponde à instituição onde se passa a infância e a grande parte da juventude, numa preparação, mais ou menos intensa, para a entrada na vida adulta.
Foi com o advento do capitalismo e com a revolução liberal que a escola se democratizou, passando o Estado a assumir um papel fundamental na criação de escolas públicas, o que permitiu a todos o acesso a uma escolaridade obrigatória mínima. Contudo, o processo de escolarização da população portuguesa foi lento e difícil: fomos dos primeiros países a instituir legalmente a escolaridade obrigatória (1835), embora seja só após a Revolução do 25 de Abril de 1974 que a taxa de analfabetismo se reduz consideravelmente.
É então que se regista uma rápida universalização do ensino com a expansão e melhoria do nível académico dos portugueses através do alargamento da escolaridade obrigatória de seis para nove anos (1986), do aumento do número de jovens a frequentar o ensino superior e também da criação do ensino pré-primário público (a partir dos 5 anos).
Funções Sociais e Objetivo
O objetivo da escola é a integração social e formação dos indivíduos, procurando que estes desenvolvam as suas habilidades, interesses e capacidades, para além da literacia (ler, escrever e calcular).
Deste modo, a escola desenvolve várias funções sociais, das quais se destacam:
Socialização, já que contribui para a interiorização de valores e para a aprendizagem de normas que padronizam atitudes e comportamentos, cujo objetivo básico é a integração social dos indivíduos;
Qualificação, pois também vai habilitar os alunos com um conhecimento específico e/ou um saber prático, com vista a uma entrada qualificada no mercado de trabalho;
Reprodução social, já que, ao transmitir os padrões culturais próprios de cada sociedade, contribui para a reprodução cultural e social.
Socialização Formal e Informal
Para atingir o seu objetivo, a escola desenvolve mecanismos de:
Socialização formal, na medida em que consiste na transmissão de saberes teóricos e práticos decorrentes dos currículos escolares (aprendizagem de uma língua estrangeira, por exemplo). No entanto, esta socialização pode também ser efetuada com uma maior flexibilidade em relação às normas e uma melhor comunicação (aprendizagem de uma língua estrangeira numa visita de estudo ao estrangeiro);
Socialização informal que corresponde à transmissão de saberes não relacionados com o currículo escola (quando um professor, numa conversa, esclarece os alunos sobre formas de vida saudável).
Escolaridade Obrigatória e Reprodução Social
A imposição de uma escolaridade mínima obrigatória, na maior parte dos países ocidentais, e o seu prolongamento até quase à idade adulta possibilitaram uma igualdade de acesso ao ensino. Desta forma, a instituição escolar tem um lugar central e um papel estratégico na formulação dos seus projetos de vida. Este fenómeno vai originar profundas alterações no ciclo de vida dos jovens e levar à sua entrada tardia no mercado de emprego.
Contudo, essa igualdade na entrada não se consubstanciou numa verdadeira igualdade de oportunidades, continuando a escola a ter um papel fulcral ao nível da reprodução social. De maneira geral, os jovens que prolongam a sua escolaridade até níveis mais elevados são oriundos de famílias com maior capital cultural e económico. 
Assim, o sistema escolar, que à partida oferece as mesmas oportunidades a todos, segrega no seu seio mecanismos que transformam as desigualdades sociais em desigualdades escolares, que por sua vez ajudam a perpetuar as desigualdades sociais.
Escola como um Espaço Multicultural
O fenómeno da globalização, que carateriza as sociedades atuais, tem levado a que a instituição escolar se tenha transformado num espaço multicultural.
Deste modo, a escola vê-se confrontada com novos públicos bastante heterogéneos, do ponto de vista linguístico, étnico e cultural, tendo de adotar os necessários mecanismos internos favoráveis à plena integração destes alunos e que permitem o seu sucesso escolar.
Alargamento das Funções da Escola na Sociedade do Conhecimento
A ampliação das funções da escola implica uma maior participação da instituição escolar na vida das crianças, famílias e comunidade envolvente. Assim, a escola tem vindo a reforçar a sua função nas esferas cultural e comunitária, aparecendo diretamente associada à generalização das práticas desportivas, à expansão do gosto pelas artes, à dinamização do convívio social, à promoção da saúde, etc.
Este fenómeno tem inúmeras consequências, implicando modificações de grande alcance e, em última instância, uma reconversão do funcionamento da instituição escolar.
Aprendizagem ao Longo da Vida
A rápida transformação da sociedade atual, ligada à globalização, e a constante inovação tecnológica do mundo laboral exigem que os indivíduos dominem e saibam aplicar as novas tecnologias. Deste modo, a necessidade de frequência escolar não se restringe aos jovens, tornando-se igualmente importante para a população em geral e durante toda a vida, como forma de aprendizagem e reciclagem de conhecimentos.
Assim, pode-se falar de um novo paradigma educativo identificado pela expressão aprendizagem ao longo da vida (lifelong learning) – toda e qualquer atividade de aprendizagem, empreendida numa base contínua que vida melhorar conhecimentos, aptidões e competências do cidadão.
O governo português, neste espíritos de aprendizagem ao longo da vida, desenvolveu um programa a que chamou Novas Oportunidades para que os jovens e a população adulta possam elevar os seus níveis de qualificação académica e profissional.
8.1. Classes Sociais, Mobilidade Social e Movimentos Sociais
Desigualdades Sociais
As sociedades não são homogéneas: em qualquer sociedade existem desigualdades sociais, ou seja, existem grupos com maior ou menos poder económico, político ou prestígio social.
De facto, apenas 25% da população portuguesa tem um estatuto socioprofissional elevado, enquanto aproximadamente 65% desempenha funções de execução, associadas aos rendimentos e níveis de escolaridade mais baixos (vendedores, agricultores, operários e trabalhadores não qualificados).
Classe Social
Em qualquer sociedade existe uma estrutura hierarquizada de desigualdades entre agrupamentos de indivíduos com diferentes rendimentos, profissões, graus de escolaridade, etc., isto é, existem diferentes classes sociais.
De uma forma simples, classe social corresponde a agrupamentos sociais cujos membros partilham recursos semelhantes, podendo esses recursos ser económicos (propriedade e rendimentos), culturais (níveis de escolaridade), sociais (poder e influência) e simbólicos (prestígio).
Estrutura de Classes Sociais:
Em qualquer sociedade existe uma estrutura de classes, integrando:
Classes superiores, cujos membros são aqueles que possuem maiores recursos (rendimentos, prestígios, escolaridade, etc.) – empresários, dirigentes, profissionaisliberais;
Classes médias, abrangendo a maior parte da população e englobando profissionais de diferentes áreas – médicos, professores, quadros da função pública, empregados de serviços, etc.;
Classes baixas, compostas por indivíduos que realizam trabalhos de execução (manuais) – empregados executantes, operários, assalariados agrícolas, etc.
A formação escolar e a aquisição da respetiva certificação de um indivíduo são um dos fatores com maior impacto na sua inserção socioprofissional, podendo condicionar fortemente o acesso do indivíduo aos diferentes lugares que ocupam no espaço social, isto é, a sua classe social.
Classes Sociais e Estilos de Vida
As práticas sociais vão refletir os sistemas de disposições inculcados através do processo de socialização, configurando estilos de vida – maneiras de pensar e de agir – semelhantes entre os membros de uma mesma classe social.
Mobilidade Social
As fronteiras entre as classes sociais não são rígidas, pois os indivíduos, as famílias ou os grupos podem movimentar-se ao longo da hierarquia social, passando de uma posição social para outra. Essa mobilidade social pode ser:
Vertical, quando se realiza de forma:
Ascendente, pois o movimento se processa de uma classe inferior para uma superior;
Descendente, pois o movimento se processa de uma classe superior para uma classe inferior.
Horizontal, quando o indivíduo se mantém na mesma classe social, mas mudou de emprego ou de região.
Mobilidade Social de Diferentes Sociedades
A sociedade contemporânea proporciona maiores oportunidades de mobilidade social do que as anteriores, nomeadamente com:
Sistemas de castas, onde a mobilidade individual de uma casta para a outra era impossível, pois a casta era uma posição herdada, sendo mesmo reguladas as relações entre castas diferentes;
Sistemas feudais, onde a sociedade dividia-se em Estados (aristocracia, clero e povo), cada um deles com direitos e obrigações próprias, sendo a mobilidade social também quase impossível, na medida em que esses direitos e obrigações estavam consagrados pela lei.
Embora as possibilidades de mobilidade social sejam superiores na sociedade atual não significa que tenham desaparecido as desigualdades. Pelo contrário, têm emergido novas desigualdades que resultam da precarização do emprego, da desqualificação associada a atividades ligadas ao desenvolvimento das tecnologias da informação, etc. Para além disto, os indivíduos são marcados pela influência da sua classe de origem, que pode condicionar o seu estatuto, bem como a sua trajetória futura. Desta forma, ainda existem situações de reprodução dos lugares de classe.
Movimentos Sociais
Movimento Social → tentativa coletiva para atingir e salvaguardar interesses comuns, desenvolvendo para isso ações coletivas que podem ocorrer fora das esferas institucionais regulares.
Os grupos sociais com objetivos semelhantes, para promoverem melhor a defesa dos seus interesses próprios, criaram organizações em torno das quais desenvolviam as suas ações coletivas. 
As primeiras organizações deste tipo surgem no século XIX, associadas ao movimento operário e assumem a forma de sindicatos e partidos políticos. Estes eram constituídos por grupos de indivíduos que entravam em conflito com organizações (Estado, empresas, etc.) cujos objetivos e interesses divergiam dos seus.
Os movimentos sociais do séc. XIX funcionaram como agentes fundamentais na promoção da mudança, mas também há grupos de indivíduos que se podem associar com o objetivo de bloquear os processos de mudança social.
Novos Movimentos Sociais
Noção
Tem-se verificado o aparecimento, em todo o mundo, de uma grande variedade de movimentos sociais ligados a problemas como o género, a defesa da paz, do ambiente e dos direitos humanos, etc. Estes movimentos designam-se por novos movimentos sociais, para os distinguir do que os antecederam.
Papel
A fé na política tradicional parece estar a decrescer, enquanto o crescimento dos novos movimentos sociais prova que os cidadãos não estão apáticos ou desinteressados da política. Existe, antes, uma crença de que a ação direta e a participação é mais útil do que confiar nos políticos e nos sistemas políticos. Deste modo, os novos movimentos estão a ajudar a revitalizar a democracia em muitos países, encontrando-se no centro de uma forte cultura cívica ou sociedade civil.
Caraterísticas
Os movimentos sociais caraterizam-se por:
Posicionarem-se fora do quadro institucional, pelo menos na sua fase inicial;
Ter uma organização mais informal do que as estruturas burocratizadas e hierarquizadas dos partidos, sindicatos, etc.;
Ter formas de ação coletiva mais diversificadas. Assim, enquanto nos movimentos sociais a forma predominante de ação é a negociação de interesses, as ações dos novos movimentos sociais podem ser informais, semiorganizadas, espontâneas, pontuais, mas com grande visibilidade mediática;
Os seus protagonistas pertenceram a diferentes categorias socioeconómicas e defenderem interesses que podem ser completamente universalistas (movimento ecologista) ou muito particularistas (quando defendem reivindicações específicas de uma determinada localidade).
8.2. Migrações, Identidades Culturais e Etnicidade
Migrações na Sociedade Atual
Migrações correspondem a deslocações, temporárias ou permanentes, da população entre dois espaços geográficos que podem ocorrer dentro do mesmo país ou entre países diferentes, neste último caso designando-se por emigração o movimento de saída da população e por imigração o movimento de entrada.
As causas das migrações são muito variadas, sendo as mais comuns de natureza económica, isto é, os indivíduos deslocam-se à procura de trabalho, de melhores condições de vida, etc. Outros motivos que podem dar origem a deslocações forçadas da população são as catástrofes, as guerras, as perseguições políticas, étnicas ou religiosas.
Migrações ao Longo da História
As migrações não são um fenómeno recente. Os diferentes fluxos migratórios ao longo da história têm apresentado caraterísticas próprias, tendo de ser integrados nos contextos socioeconómicos em que ocorreram. A partir da Segunda Guerra Mundial, em especial nas duas últimas décadas do século passado, as migrações intensificaram-se em todo o mundo, como resultado do desenvolvimento económico e da crescente globalização do mundo.
Migrações e Desenvolvimento Económico
As disparidades de níveis de desenvolvimento que se verificam a nível mundial dão origem a movimentos migratórios dos países pobres para os países ricos. Com efeito, o diferencial de bem-estar entre estes países, quer a nível salarial quer a nível de acessibilidade aos bens coletivos, tem vindo a induzir de forma continuada esta pressão migratória.
Migrações e Globalização
O processo migratório tem vindo a ser acelerado pelo contexto de globalização que carateriza as sociedades atuais, pois a rápida circulação de informação e a institucionalização de redes de tráfico e de transporte de migrantes facilitam a deslocação das populações.
Mas a persistência das desigualdades de desenvolvimento, num contexto de globalização, poderia levar, numa situação limite, ao estabelecimento de fluxos permanentes entre países, o que acarretaria consequências negativas para os países de acolhimento (ao nível de emprego e do consumo). Neste sentido, os Estado definem políticas migratórias mais ou menos restritivas, de modo a poderem controlar as entradas e as permanências de imigrantes no seu território.
Deste modo, as migrações e as decisões de migrar deixam de estar apenas dependentes de fatores de repulsão – causas que no país de origem levam os indivíduos a emigrar – e de fatores de atração – condições dos países de destino atrativas para os imigrantes –, passando a pesar também as políticas migratórias dos países de acolhimento.
A integração dos migrantes
Nas sociedades de origem, as principais consequências das migrações são o envelhecimento da população, dado que, geralmente, os emigrantes são populaçãojovem e em idade ativa, e a entrada de remessas enviadas pelos emigrantes.
Relativamente aos países de acolhimento, o principal problema que se coloca é o da integração dos imigrantes que pode ser analisada a dois níveis: 
Inserção no mercado de trabalho – os imigrantes ocupam geralmente os postos de trabalho menos qualificados e mais precários, em termos de contrato, ou mesmo do setor informal, situação que os torna mais vulneráveis ao desemprego. Para os imigrantes que não estão legalizados, esta situação ainda é mais grave, dado não estarem inseridos no mercado de trabalho legal formal. 
Integração cultural – o desconhecimento da língua funciona como uma primeira barreira à integração. A par disto, as comunidades imigrantes têm geralmente modos de vida e identidades culturais diferentes dos da sociedade de acolhimento.
Deste modo, a vivência numa sociedade com uma cultura diferente coloca ao imigrante problemas de identidade que resultam da tensão permanente entre a conservação das especificidades da sua cultura de origem (língua, religião, hábitos, tradições, etc.) e o processo de aculturação a que inevitavelmente está sujeito, se quer integrar-se e usufruir das vantagens que daí podem advir. Entre estas dualidades, a estratégia de integração pode assumir graus extremos de:
Assimilação, quando o imigrante adota a cultura dominante da sociedade de acolhimento, afastando-se da sua cultura de origem;
Integração, quando o imigrante mantém aspetos importantes da identidade cultural de origem e desenvolve relações com a sociedade de acolhimento, adotando comportamentos e valores dessa sociedade;
Marginalização, quando o imigrante não se integra na sociedade de acolhimento e também se afasta da sua identidade cultural de origem;
Separação, quando o imigrante se fecha na cultura de origem.
Atitudes Diferenciadas da Sociedade de Acolhimento face aos Imigrantes
A sociedade de acolhimento pode também desenvolver atitudes diferenciadas em relação aos imigrantes, expressas em diferentes estratégias:
Integração – respeito pela identidade dos imigrantes e aceitação de que estes adotem os valores nucleares da comunidade de acolhimento;
Assimilação – negação das diferenças de identidade da minoria e desejo de que esta absorva os valores da maioria;
Segregação – recusa da identificação da minoria com os valores da maioria, tolerando a identidade da minoria;
Exclusão – rejeição simultânea da identidade da minoria e da sua possibilidade de adaptação aos valores da maioria;
Individuação – desejo de que cada pessoa seja considerada como uma entidade particular, autónoma e não definida em função da sua pertença a um grupo minoritário.
Minorias Étnicas e Etnicidade
Os movimentos migratórios têm contribuído para o aparecimento, nas sociedades de acolhimento, de minorias étnicas – grupos, geralmente minoritários, que se diferenciam pelas suas caraterísticas culturais, raciais, religiosas, linguísticas, etc.
A etnicidade corresponde aos modos de vida e às práticas culturais que distinguem os membros de um grupo dos restantes. É uma caraterística das minorias étnicas quando estes grupos mantêm as suas identidades culturais e formas de ação coletiva próprias, estando na base de algumas situações de conflito que atravessam as sociedades atuais.
Caraterização Sociodemográfica da População
Em linhas gerais, do ponto de vista sociodemográfico, a população estrangeira com residência em Portugal apresenta as caraterísticas de uma mão-de-obra pouco qualificada, concentrada nas áreas metropolitanas, predominantemente masculina, com grande peso dos grupos etários mais jovens (24-35 anos) e inserindo-se, preferencialmente, no mercado de trabalho no grupo com ocupações socialmente pouco valorizadas.
Estas semelhanças enunciadas não obstam a que os grupos de imigrantes das várias nacionalidades apresentem caraterísticas diferenciadas.
8.3. Género e Identidades Sociais
Comportamentos
As diferenças de comportamento entre homens e mulheres não se devem exclusivamente a fatores naturais pois são influenciados socialmente.
Sexo VS Género
Para clarificar as influências dos aspetos naturais (fisiologia e biologia) e sociais nas diferenças entre homens e mulheres, os sociólogos costumas distinguir sexo – termo utilizado para designar a identidade biológica que define o corpo masculino e o corpo feminino – de género – termo que designa as caraterísticas psicológicas, sociais e culturais associadas aos indivíduos do sexo masculino e do sexo feminino.
Com efeito, o fato de um indivíduo nascer, biologicamente, homem ou mulher não lhe impõe os papéis que, numa determinada sociedade, estão atribuídos aos homens e às mulheres. Estes papéis são aprendidos pelos indivíduos no decurso da sua vivência em sociedade. Quer isto dizer que cada sociedade constrói os seus próprios conceitos de masculino e de feminino, isto é, das caraterísticas consideradas masculinas ou femininas, e os indivíduos interiorizam essas caraterísticas através do processo de socialização – socialização de género.
Assim, os indivíduos, desde crianças, aprendem progressivamente, por via dos diferentes agentes de socialização, os comportamentos e as expetativas associados ao seu sexo, isto é, os diferentes papéis sociais que a sociedade atribui ao masculino e ao feminino.
Formas de Discriminação Associadas ao Género
Atualmente, na sociedade ocidental, as mulheres já desempenham papéis anteriormente atribuídos de forma exclusiva aos homens e, no plano dos direitos formais, existe igualdade entre homens e mulheres.
As diferenças entre homens e mulheres começaram a ser postas em causa pelos movimentos feministas. Desta forma, as mulheres foram mostrando, na prática, a sua capacidade para o desempenho dos mais variados papéis.
A partir da década de 70 do século passado, a luta pela conquista da igualdade de direitos dá um passo decisivo quando as mulheres entram em força no mercado de trabalho, em quase todos os países ocidentais, incluindo Portugal.
Isto contribui para a independência económica feminina. Contudo, o facto de existir, no plano formal, igualdade de direitos não significa que não continuem a persistir desigualdades entre homens e mulheres:
A nível económico, pode constatar-se que os trabalhos desempenhados pelas mulheres são mais mal pagos do que os dos homens, porque os seus empregos são mais precários ou porque, no desempenho da mesma função, os salários dos homens são superiores aos auferidos pelas mulheres. As mulheres também sentem maiores dificuldades em aceder a cargos de chefia, ainda que tenham a mesma formação e qualificação que os homens;
As mulheres também participam pouco ativamente na atividade política, isto porque o mundo da política continua a ser considerado como um «território masculino por excelência». Isto evidencia-se pelo facto de apenas cerca de 23% dos deputados dos países da UE serem mulheres;
Continuam a ter a seu cargo a maior parte do trabalho doméstico, embora este padrão esteja lentamente a ser alterado, principalmente entre os casais mais jovens, nos estratos sociais mais elevados ou quando as mulheres trabalham a tempo inteiro.
8.4. Pobreza e Exclusão Social
A pobreza não é uma caraterística exclusiva dos países menos desenvolvidos, nas sociedades mais desenvolvidas também existem bolsas significativas de pessoas em situação de pobreza. Contudo, só a partir da década de 70 do século passado os governos começaram a tomar medidas no sentido de combater a pobreza.
O desemprego, a precariedade do emprego, o envelhecimento da população, etc., são fatores que estão na origem dessas situações.
Conceitos de pobreza
Podem distinguir-se dois conceitos de pobreza:
Pobreza absoluta
Uma situação de pobreza absoluta corresponde à não satisfação das necessidades básicas. Assim, consideram-se pobres as pessoas cujos recursos (materiais, sociais e culturais) são tão escassos que não garantem a satisfação das suas necessidades básicas (por exemplo, vivem em pobreza absolutaos indivíduos que não possuem nem alojamento nem dinheiro para se alimentarem e vestirem).
Este conceito de pobreza coloca o problema de determinar um padrão para aquilo que se considera ser «a satisfação das necessidades básicas». Parece ser muito difícil definir um padrão universal, pois bens considerados essenciais numa sociedade podem ser bens de luxo noutras sociedades. Para tentar ultrapassar estas dificuldades de estabelecimento de um padrão universal de pobreza, poderá utilizar-se outro conceito de pobreza – pobreza relativa.
Pobreza relativa
O conceito de pobreza relativa integra a situação de pobreza no contexto social onde esta ocorre, sendo que, para avaliar a pobreza, se toma como referência o nível de vida da maioria da população da sociedade onde se verifica essa situação de pobreza. Assim, consideram-se pobres as pessoas cujos recursos são tão escassos que não lhes permitem satisfazer as necessidades consideradas básicas na sociedade onde vivem.
Para se poder operacionalizar o conceito de pobreza, ou seja, medir a pobreza, identificando quem se encontra e quem não se encontra em situação de pobreza, tem de se definir um limiar de rendimento abaixo do qual se considera que os indivíduos estão em situação de pobreza.
Modos de Vida e Cultura da Pobreza
As pessoas e as famílias que vivem em situações de pobreza partilham condições de existência semelhantes, o que as poderá levar a desenvolverem modos de vida próprios. Em muitos casos, essas condições de vida extremamente precárias dão origem a valores, atitudes, concepções e estilos de vida próprios que permitem uma adaptação dos indivíduos a essas condições de vida, possuindo igualmente padrões de cultura próprios – cultura da pobreza.
Precariedade
Muitos dos que vivem em situações de pobreza, em especial dos países desenvolvidos, trabalham, as suas remunerações é que não lhes permitem ultrapassar o limiar da pobreza. É o caso dos trabalhadores precários com baixo nível de instrução que são pobres porque recebem salários muito baixos.
Pobreza e exclusão social
A exclusão social é o produto de múltiplas privações que impedem os indivíduos ou grupos de participar plenamente na vida económica, social e política da sociedade em que estão inseridos. A exclusão social pode, portanto, ser definida como uma combinação de falta de meios económicos, de isolamento social e de acesso limitado aos direitos sociais e civis.
Os fatores que podem contribuir para a exclusão social são os problemas laborais, os padrões de educação e de vida, a saúde, a nacionalidade, a toxicodependência, a desigualdade sexual e a violência.
Pobreza e exclusão social não são sinónimos, pois a pobreza está associada à privação por falta de recursos (materiais, sociais e culturais), embora uma situação de privação que não tenha origem na falta de recursos não signifique pobreza, podendo, no entanto, constituir uma situação de exclusão social.
 Porém, a pobreza representa sempre uma situação de exclusão, porque os indivíduos pobres estão sempre excluídos de participar plenamente na vida económica, social e civil.
Fatores de Produção e Reprodução da Pobreza em Portugal
Desemprego, em especial, o de longa duração;
Envelhecimento da população;
Limitação e ineficiências das políticas de proteção social;
Novos modelos de organização familiar;
Crescimento do número de imigrantes.
Categorias Sociais Vulneráveis à Pobreza em Portugal
Em Portugal, tal como noutros países, as categorias sociais ou grupos mais vulneráveis à pobreza são constituídos por pessoas que, geralmente, apresentam algumas das seguintes caraterísitcas:
Baixos níveis de instrução e qualificação;
Situações de desemprego (em especial de longa duração);
Não inserção nos sistemas de proteção social (saúde, segurança social, etc.);
Idosos com reformas baixas;
Pertença a grupos desfavorecidos (minorias étnicas, por exemplo);
Toxicodependentes;
Crianças e jovens em risco.

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